quarta-feira, 29 de abril de 2009

Os Nutrientes das Plantas (2) - O Fósforo (P)

Na publicação "Os Nutrientes das plantas (1) , abordamos sobre o nitrogênio (N) e o potássio (K) que junto com o fósforo (P) são os chamados macronutrientes primários, os quais as plantas precisam em maior quantidade. São os componentes dos adubos NPK
Dos três macronutrientes primários exigidos pelas plantas, o fósforo é absorvido em pequenas quantidades. Mas sua presença no solo é indispensável para o crescimento e produção de grãos e frutos. O fósforo é importante para a realização da fotossíntese.
O fósforo, na planta, apresenta uma grande mobilidade. Em casos de deficiência, o fósforo tem a propriedade de mover-se dos tecidos velhos para os mais novos.
A qualidade e o amadurecimento precoce de grãos e frutos estão relacionados com uma adequada nutrição de fósforo.
As plantas jovens absorvem o fósforo mais rapidamente o que permite um crescimento rápido e intenso das raízes em ambientes com níveis adequados do nutriente. Afirma-se que quando as plantas atingirem 25% da altura total, elas já armazenaram 78% de suas necessidades totais em fósforo.
Isto explica porque deve haver um suprimento adequado de fósforo no momento que as plantas começam a germinar, particularmente em plantas de ciclo curto.
Os fertilizantes fosfatados, sob a forma solúvel em água, reagem no solo com o ferro, alumínio, argilas, matéria orgânica, formando compostos insolúveis não aproveitáveis pelas plantas. Por isto, uma cultura aproveita apenas 15 a 25% do fósforo aplicado como fertilizante.
Isto explica o porquê das fórmulas de fertilizantes (NPK) apresentarem o teor relacionado ao fósforo em maior quantidade se as plantas exigem pequenas quantidades deste nutriente. Por exemplo: a fórmula 5-30-25 é um adubo NPK contendo 5% de nitrogênio (N), 30% de fósforo (P) e 15% de potássio (K). Nesta fórmula, o maior nutriente em quantidade é o fósforo (P=30).
Por que? Como vimos as plantas aproveitam de 15 a 25% do fósforo aplicado no solo. Portanto, a necessidade de se utilizar fórmulas com altas concentrações de fósforo para liberar aquela quantidade que a planta necessita para o seu desenvolvimento até a maturação. O restante do fósforo que foi fixado no solo será liberado com aplicações de calcário (calagem).
No solo, o fósforo é pouco móvel pois é firmemente retido não sofrendo com a percolação. Mesmo em campos irrigados, a água de drenagem apresenta valores de fósforo que não excedem a 1 mg/dm3. Sendo assim, as perdas de fósforo por percolação são desprezíveis. Entretanto, a erosão é a responsável pelas maiores perdas de fósforo. Na erosão, verifica-se perdas de matéria orgânica e partículas coloidais com fósforo.
Os fertilizantes fosfatados solúveis em água apresentam uma solubilidade alta. Isto se explica o conceito de que somente os fosfatados solúveis em água são aproveitados pelas plantas. Por causa desta solubilidade, o fósforo move-se a pequenas distâncias a partir do ponto de aplicação. Assim sendo, o volume de solo enriquecido com fósforo é pequeno. Isto tende a ser menor quando se faz uma aplicação nos sulcos do que quando se aplica em cobertura total.
No solo, o fósforo encontra-se nas formas de fixado, imobilizado, adsorvido e disponível.

1. FIXADO – é aquela forma de fósforo mineral que se encontra combinada a outros elementos como cálcio, ferro e alumínio, formando compostos não assimiláveis pelas plantas. Esta fixação depende das condições inerentes a cada solo e pode ocorrer com maior ou menor intensidade.

2. IMOBILIZADO – é aquela forma de fósforo que se apresenta na fórmula orgânica não assimilável pelas plantas. Este fósforo torna-se disponível para a planta pela mineralização da matéria orgânica.

3. ADSORVIDO – é aquela fração de fósforo que se encontra preso ao complexo coloidal do solo tornando-se disponível através de trocas com as raízes.

4. ASSIMILÁVEL – é aquela parte de fósforo que se encontra diluído na solução do solo sendo facilmente absorvido pelas plantas.

FÓSFORO DISPONÍVEL = FÓSFORO ADSORVIDO + FÓSFORO ASSIMILÁVEL

A ilustração acima nos mostra que:
1. O fosfato solúvel em água em contato com a solução do solo, solubiliza-se tornando-se imediata e totalmente disponível. Parte deste fósforo fica diluído na solução do solo e parte fica adsorvido ao complexo coloidal (argilas), por troca iônicas com OH‾;
2. Nossos solos sendo ácidos apresentam elevados teores de ferro, e alumínio e outras bases e, portanto, grande parte do fósforo disponível é fixada, formando compostos de ferro e alumínio insolúveis;
3. Parte do fósforo disponível é absorvida pelos vegetais e pelos microorganismos do solo para obterem a energia para viverem. Temos, então, o fósforo imobilizado;
4. O fósforo fixado poderá voltar a ser disponível pela ação dos ácidos orgânicos provenientes da mineralização da matéria orgânica, pela acidez livre do solo (H+), pelas secreções ácidas das raízes e pelo gás carbônico do ar do solo;
5. Com a morte dos microorganismos do solo e dos restos de culturas, o fósforo imobilizado pode tornar-se, novamente, disponível para as plantas pelo processo de mineralização da matéria orgânica.

O número de microorganismos no solo é grande. Apenas em 1 grama de solo encontramos de milhares a milhões de fungos, bactérias, algas e protozoários, etc...
Nesta ação de desdobramento da matéria orgânica do solo pelos microorganismos, resultam ácidos fracos ( acético, cítrico, fórmico e outros) os quais podem solubilizar as formas de fósforo fixado. Parte do fósforo é aproveitado pelos microorganismos e parte fica disponível na solução do solo para ser absorvida pelas plantas ou ser novamente fixada.

RETROGRADAÇÃO DO FÓSFORO:
Em solos com altos teores de cálcio (Ca) sob a forma livre de carbonato de cálcio, pela retrogradação, o fósforo do adubo é convertido em fosfato tricálcico que não é aproveitado pela planta. É uma forma semelhante à da rocha fosfatada. Entretanto na retrogradação o fósforo não fica perdido, mas torna-se disponível lentamente para as plantas.

FIXAÇÃO DE FÓSFORO:
É um problema sério que ocorre nos solos ácidos. O fósforo é fixado pelo ferro e pelo alumínio. O fósforo torna-se indisponível para as plantas. A aplicação de calcário é uma maneira de melhorar esta indisponibilidade. Os íons (OH‾) gerados pelo cálcario tomam o lugar dos íons de fósforo fixado liberando-os para a solução do solo. Este é um dos maiores benefícios indiretos da calagem.
A reação com as argilas, principalmente aquelas com relação 1:1 (1 sílica: 1 alumínio) – as caulinitas, é outra maneira de fixação do fósforo.
O oxigênio (aeração) é necessário para o crescimento das plantas e para a absorção dos nutrientes. Também é importante na decomposição da matéria orgânica do solo que é uma das fontes de fósforo. A compactação reduz a aeração e o espaço poroso das raízes. Isto reduz a absorção de fósforo e, consequentemente, afeta o crescimento das plantas. A compactação impede, também, as raízes de ocuparem uma maior área de solo pela penetração, limitando o acesso aos nutrientes.
O aumento da umidade até níveis ótimos faz com que o fósforo fique mais disponível. Entretanto, o excesso de umidade reduz a aeração.
Temperaturas adequadas facilitam a decomposição da matéria orgânica. Mas quando elas são muito altas ou muito baixas, limitam a absorção de fósforo.

O fósforo é absorvido pelas plantas sob a forma de ânions H2PO4‾ e HPO4²‾. A mais comum é a H2PO4‾ .

terça-feira, 28 de abril de 2009

Obtenção dos Fertlizantes Fosfatados

OS FERTLIZANTES FOSFATADOS

Os adubos fosfatados provém das rochas fosfatadas naturais. Podem ser usados pelas indústrias tanto os fosfatos naturais brasileiros como os fosfatos naturais importados. Os fosfatos naturais pouco reativos (não confundir com os fosfatos naturais reativos como os de Gafsa, Carolina do Norte, Khourigba, Arad) por serem de baixa reatividade precisam ser atacados por ácidos ou submetidos ao calor para tornarem-se produtos solúveis em água.


PRINCIPAIS FERTLIZANTES FOSFATADOS:
a) Superfosfato simples – é o mais antigo dos fertilizantes fosfatados (1840). É de fácil fabricação.
Rocha fosfatada moída + H2SO4 = Superfosfato simples
Espera-se que a mistura se solidifique e “ cure “ (completar a reação) e, então, a massa é quebrada. Possui baixa concentração de fósforo – 20%.
b) Superfosfato triplo - neste caso, a rocha fosfatada moída é tratada com ácido fosfórico (H3PO4). O produto tem mais concentração de P2O5 porque se usa o ácido fosfórico. A reação é semelhante àquela de obtenção do superfosfato simples.
O ácido fosfórico possui 52 a 55% de P2O5. Para obtenção deste ácido submete-se a rocha fosfatada a uma reação com maior quantidade de ácido sulfúrico. Obtém-se o ácido fosfórico e o sulfato de cálcio (gesso). O sulfato de cálcio é separado por filtração. Este processo é chamado " processo úmido ".

c) Termofosfatos – são produtos obtidos pelo tratamento térmico das rochas fosfatadas. O processo é baseado na fusão das rochas. O produto pode ser ou não adicionado de silicato de magnésio e sílica. São os termofosfatos magnesianos.
A temperatura de fusão gira a mais de 1.200°C. Após, o material é resfriado pela ação de jatos de água com formação de grãos menores que 2 mm. Estes grãos são separados da água e após uma pré secagem seguem para um secador rotativo e moinho de bolas.
O P2O5  dos termofosfatos é solúvel em ácido cítrico 2% 1:100, insolúvel em água e pH alcalino. Possuem 17% de P2O5, 7% de Mg e 16% de cálcio.
a) MAP e DAP - a amônia combinando-se com o ácido fosfórico produz os fosfatos de amônio. São produtos com altos teores de fósforo, alta solubilidade e muito utilizados pelas indústrias de fertilizantes por fornecerem N e P, minimizando os custos.
O fosfato diamônio (DAP) apresenta 17% de N e 47% de P2O5. O fosfato monoamônio apresenta 11% de N e 60% de P2O5.
Os teores de N e P expressos acima são o mínimo estabelecido pela Legislação Brasileira de Fertilizantes

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Interpretação da Análise do Solo - Parte 3 - Adubação

A adubação é a reposição dos nutrientes para as plantas. Cada planta tem uma necessidade de nutrientes. A análise do solo vai nos dar um espelho das condições de fertilidade deste solo. De acordo com os nutrientes disponíveis no solo, a recomendação vai se basear em tabelas fornecidas pelos órgãos de pesquisa. Para visualizar as publicações Parte 1 e Parte 2, basta acessar os links abaixo:
Interpretação Análise do Solo - Parte 1
Interpretação Análise do Solo - Parte 2

1° PASSO
Precisamos saber o teor de nutrientes no solo. Quem vai nos dar isto é o resultado da análise do solo. Para cada Estado brasileiro existe uma tabela com a classificação dos teores de nutrientes no solo.


Aqui verificamos que o K está expresso em mmolc/dm3. Para passar o teor de cmolc/dm3 para mmolc/dm3 basta multiplicar por 10. Ex.: 0,06 cmolc/dm3 de K é igual a 0,6 mmolc/dm3.
Por hipótese, seja um resultado de análise que aponta:
P (resina) = 4 mg/dm3
K = 0,05 cmolc/dm3. Para se adequar à tabela acima devemos multiplicar este valor por 10 para termos em mmolc/dm3. Ou seja, 0,5 mmolc/dm3.
Verificamos que o solo desta análise se enquadra na 1ª. faixa onde os teores de N, P2O5 e K2O são, respectivamente, 20 – 80 – 60.

2° PASSO
Agora devemos achar as fórmulas de fertilizantes que podem ser utilizadas.
Se dividirmos a recomendação 20-80-60 pelo menor número (20) teremos uma relação 1-4-3. Todas as fórmulas de fertilizantes que estejam nesta relação poderão ser usadas. O que vai diferenciar é a quantidade - quanto mais concentrada a fórmula menor a quantidade de adubo a ser aplicada. Para isto, multipliquemos toda relação por coeficientes:
x 5 = o resultado é uma fórmula 05-20-15
x 6 = 06-24-12
x 7 = 07-28-21
Qual a quantidade a aplicar de cada uma:
QF (kg/ha) = (dosagem recomendada / teor de nutriente na fórmula) x 100
QF = quantidade da fórmula de fertilizante em kg/ha
Dosagem recomendada do respectivo nutriente: ou N, ou P ou K
QF (kg/ha) = (20 / 5) x 100 = 400 kg/ha.
Com a fórmula 06-24-12 teremos QF (kg/ha) = (20 / 6) x 100 = 335 kg/ha
Com a fórmula 07-28-21 teremos QF (kg/ha) = (20 / 7) x 100 = 285 kg/ha


Nosso solo se enquadra na 1ª. faixa e as recomendações de N, P2O5 e K2O em kg/ha são 50-120-140. Se dividirmos pelo menor nutriente (50) teremos uma relação 1 – 2,4 – 2,8
Multiplicando esta relação por coeficientes teremos as seguintes fórmulas de fertilizantes:
x 7 = 07 – 16,8 – 19,6 arredondando teremos a fórmula 07 – 17 - 20
x 8 = 08 – 19,2 – 22,4 ou seja 08 – 20 – 22
x 9 = 09 – 21,6 – 25,2 ou seja 09 – 22 - 25
x 10 = 10 – 24 – 28
QF (kg/ha) = (50 / 10) x 100 = 500 kg/ha da fórmula 10-24-28
QF (kg/ha) = (50 / 7) x 100 = 715 kg/ha da fórmula 07-17-20 e assim por diante
Muitas vezes não conseguimos achar, no mercado, formulações com NPK igual ao que calculamos. Nestes casos, tenha em mente que é dada uma tolerância de ±10% . Além disto não podem ser comercializados fertilizantes sólidos NPK cuja soma dos três nutrientes é menor que 21. Para as misturas sólidas NP, PK, NK o mínimo é 18%.
Fórmula 04-10-06 soma = 20 (não pode ser comercializada)
Fórmula 00-08-08 soma = 16 (não pode ser comercializada)

As necessidades de N, P2O5 e K2O para o nosso solo, usado como exemplo, são 100-30-130. Relação 3,3 – 1 – 4,3 (divisão por 30).
x 6 = 19,2 – 06 – 25,8 ou 20 – 06 – 26
x 5 = 16,5 – 05 – 21,5 ou 16 – 05 – 22
Quantidade por hectare
QF (kg/ha) = (30 / 6) x 100 = 500 kg/ha de 20-06-26
QF (k/ha) = (30 / 5) x 100 = 600 kg/ha de 16-05-22
Não esqueçam da fórmula para encontrar as quantidades de adubo por hectare.
Espero ter atingido os objetivos de explanar de maneira fácil os conhecimentos nos 3 capítulos da "Interpretação de Análises de Solos". É só praticar. Qualquer dúvida, comentem ou peçam auxílio.

sábado, 25 de abril de 2009

Interpretação da Análise do Solo - Parte 2 - Calagem

A análise do solo é o principal item para quem quer obter alta produtividade em suas lavouras. Somente corrigindo a acidez e repondo os nutrientes, além de outras práticas agrícolas, como o uso de sementes certificadas, combate às pragas e doenças, cuidados na colheita, etc... é que poderemos alcançar boas produções nas lavouras. É claro, se o clima ajudar.
Na 1ª parte do assunto “interpretação de análise do solo” comentamos como interpretar a análise aliada às recomendações de calagem e fertilizantes.
Interpretação da análise do solo - Parte 1

Vamos abordar nesta postagem a calagem. Esta prática da calagem é importante para “matar” a acidez do solo. Quem vai nos dizer a quantidade que devemos usar é a análise do solo.

1° PASSO
Teremos que ter em mãos os seguintes índices encontrados ou não no resultado da análise do solo: V%, T, m%, teores de Ca, Mg e K, teor de Al e (H+Al), valor S (soma de bases), teor de argila do solo e PRNT do calcário. Se a análise não apresentar todos eles, teremos que calculá-los.
Seja uma análise de solo que apresenta os seguintes resultados:
pH em água – 4,4; pH em CaCl2 – 4,0
P (Mehlich) – 1 mg/dm³ ; P (resina) = 6 mg/dm³
K = 25 mg/dm³ ; Ca = 0,8 cmolc/dm³; Mg = 0,2 cmolc/dm³
Al = 1,6 cmolc/dm³ ; (H+Al) = 5,2 cmolc/dm³

Cálculo da soma de bases (S ou SB)

S = Ca + Mg + K + (Na)
ADVERTÊNCIA: a soma de bases é expressa em cmolc/dm³ ou mmolc/dm³. Na análise acima, o Ca e Mg estão expressos em cmolc/dm³. O K está expresso em mg/dm³. Para calcular Soma de bases (S ou SB), os elementos devem estar expressos da mesma forma, ou seja, em cmolc/dm³.
Portanto, é preciso transformar os 25 mg/dm³ de K em cmolc/dm³.
A expressão mg/dm³ é o mesmo ppm (unidade antiga) que significa “partes por milhão” = 1.000.000 g de solo.
Então, 25 mg/dm³ de K ------------------- 1.000.000 g de solo
......................X ----------------------------- 100 g

X= g K = 100 x 25 / 1.000.000 = 0,0025 g de K


Pode-se usar a tabela II para achar este resultado, bastando multiplicar os 25 mg/dm³ de K por 0,0001 = 0,0025
Agora devemos transformar 0,0025 g de K em cmolc/dm³
A fórmula a ser usada é:

Cmolc K = Massa atômica em g/Valência/1.000

A valência do K = 1
Logo,
1 cmolc K = 39 / 1 / 1.000 = 0,039 g/dm³ K
1 cmolc K -----------0,039 g K
.......Y ---------------- 0,0025 g K
Y = 0,0025 x 1 / 0,039 = 0,06 cmolc/dm³ de K
Portanto, 25 mg/dm³ K = 0,06 cmolc/dm³ de K

Sobre conversões de nutrientes da análise do solo, leia mais:
Tabela de conversão de unidades da análise do solo
Interpretação da análise do solo - cmolc e mg/dm³
Converter cmolc/dm³ de K, Ca, Mg e Na em mg/dm³
Converter dag/kg em g/kg e vice-versa

Soma de bases (S)
S= K + Ca + Mg + Na
S = 0,8+0,2+0,06
S = 1,06 cmolc/dm³

CTC efetiva (t)
t = S + Al 
t = 1,06 + 1,6
t = 2,66 cmolc/dm³

Porcentagem de saturação por Al (m%)
m (%) = 100 x Al / t
m (%) = 100 x 1,6 / 2,66;
m = 60,15%

CTC a pH 7,0 (T)
T = S + (H+Al) T 
T = 1,06 + 5,2;
T = 6,26 cmolc/dm³

Porcentagem de Saturação por Bases da CTC a pH 7,0 (V%)
V (%)= 100 x S /T
V (%) = 100 x 1,06 / 6,26
V = 16,93% (solo de muito baixa fertilidade)

Porcentagem de Saturação por Ácidos da CTC a pH 7,0 M%)
M(%) = 100 - V
M (%) = 100 - 16,93 
M = 83,07 %

2° PASSO
De posse dos dados do passo anterior estamos aptos a calcular a necessidade de calcário específica para cada estado conforme as fórmulas que apresentamos a seguir. Convém chamar a atenção que a fórmula para cálculo da necessidade de calagem pelo método V% é diferente quando o valor "T" está expresso em cmolc/dm³ ou em mmolc/dm³.
No caso de T expresso em cmolc/dm³, a fórmula é a seguinte:
NC (t/ha) = (V2-V1) x T / 100
No caso do valor "T" expresso em mmolc/dm³, a fórmula é a seguinte:
NC (t/ha) = (V2-V1) x T / 10 x 100
No cálculo da necessidade de calagem é importante a atenção no uso correto da fórmula no que diz respeito aos valores expressos da Capacidade de Troca de Cátions a pH 7.0 (CTC a pH7.0) ou valor "T".
Recomendo ler: 
Valor CTC mal aplicado superestima a necessidade de calagem

No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a Comissão de Química e Fertilidade do Solo publicou uma tabela para recomendação de calcário e adubação para diversas culturas destes Estados. A calagem é baseada no índice tampão SMP.

No Paraná e Mato Grosso, a necessidade de calagem baseia-se no valor da porcentagem de saturação por bases (V%). A recomendação é aplicada em solos que apresentam V% menor que 50% procurando atingir 60%. A fórmula a ser aplicada é a seguinte (baseada nos valores em cmolc/dm³ da análise acima):

NC (t/ha) = (
V2-V1) x T x f / 100
NC significa necessidade de calcário em t/ha;
T = capacidade de troca de cátions.
V2 = 60% (valor que buscamos)
V1 = valor V na análise. Pode ser calculada, também, V = 100 x S/T
f = 100/PRNT (foi incluído o fator "f" para calcular diretamente a correção do PRNT)
Pelos dados que já calculamos teríamos:
NC (t/ha) = (60 – 16,93) x 6,26 x 1,25 /100
NC = 3,37 t/ha
Calcário com 80% de PRNT, logo f = 100/80 = 1,25

No Mato Grosso do Sul é recomendada a calagem quando a porcentagem de saturação por Al (m%) for maior que 10%. No nosso exemplo m= 60,15%

NC (t/ha)= Al x 2 x f

NC (t/ha) = 1,6 x 2 x 1,25 = 4 t/ha

Em São Paulo aplica-se calcário para elevar o valor V a 70%. A fórmula de cálculo é a mesma usada no Paraná.

NC (t/ha)= (
V2-V1) x T x f / 100

Onde V2 será 70 e V1 o encontrado no resultado da análise.
NC (t/ha) = (70 – 16,93) x 6,26 x 1,25 / 100 = 4,15 t/ha
O teor de Mg deve ser elevado a um valor mínimo de 5. Daí a escolha de um calcário magnesiano ou dolomítico.

Nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso, a calagem é recomendada em função do teor de argila.
Para solos argilosos (mais de 20% de argila) a fórmula é:

NC (t/ha) = [(Al x 2) + 2 – (Ca + Mg)] x f


NC (t/ha) = [1,6 x 2) + 2 – (0,8+0,2)] x 1,25
NC = 5,25 t/ha

Em solos arenosos, em que o teor de argila é menor que 20%, usam-se duas fórmulas de cálculo e escolhe-se a que apresentar maior quantidade.

NC (t/ha) = (Al x 2) x f  
       (1)
NC (t/ha) = [2- (Ca + Mg)] x f      (2)

NC = (1,6 x 2) x 1,25       (1)
NC = 4 t/ha
NC (t/ha) = [2-(0,8+0,2)] x 1,25     (2)
NC = 1,25 t/ha Escolhe-se a maior quantidade: 4 t/ha.

Leia a Parte 3:
Interpretação da análise do solo - Parte 3

ATUALIZAÇÃO
Recomendo ler, também, os artigos da "Série Interpretação da  Análise do Solo" onde os conceitos da análise do solo são abordados individualmente.

O pH do solo na análise do solo - Interpretação da análise do solo (1)
Argila e matéria orgânica na análise do solo - Interpretação da análise do solo (2)
Cátions trocáveis e as CTC's na análise do solo - Interpretaçao da análise do solo (3)
Cátions ácidos e saturação por alumínio na análise do solo - Interpretação da análise do solo (4)
Percentagem de saturação por bases (V%) na análise do solo - Interpretação da análise do solo (5)
Necessidade de calagem pela análise do solo - Interpretação da análise do solo (6)
Percentagem de saturação dos cátions básicos na análise do solo - Interpretação da análise do solo (7)
Relação Ca:Mg na análise do solo - Interpretação da análise do solo (8)
Escolha do calcário para saturar Ca e Mg pela análise do solo - Interpretação da análise do solo (9)
Recomendação de adubação PK pela análise do solo - Interpretação da análise do solo (10)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Interpretação da Análise do Solo - Parte 1

O amigo Emmanuel Diego Oliveira, de Monte Castelo, São Paulo, nos solicitou que abordássemos um tema sobre "interpretação de análise de solos", calagem e adubação
Nos resultados da análise do solo os elementos são expressos de acordo com o SI – sistema internacional.

1° PASSO
Verificar se no resultado da análise e na tabela de recomendação os elementos estão expressos com unidades iguais. A maioria dos Estados brasileiros apresentam os resultados com os mesmos índices. Verificar a postagem do dia 23/04/2009. O fósforo (P), por exemplo, é expresso em mg/dm3, enquanto no Rio Grande do Sul é em mg/L.
Por exemplo: resultado dos teores de elementos de uma análise do solo.
PH em água – 5,3
Al - 6,8 cmolc/dm3
P – 2,8 mg/dm3
H - 36 cmolc/dm3
K – 2,5 mg/dm3
Matéria orgânica (MO)36 g/kg
Ca – 2,1 cmolc/dm3
Areia - 375 g/kg
Mg – 0,7 cmolc/dm3
Silte – 70 g/kg
Argila – 560 g/kg

2° PASSO
Verificar a tabela de interpretação referente à cultura. No resultado da análise observar em que classificação – muito baixo, baixo, médio, alto – ou em teores de nutrientes, se enquadra o solo.
Por exemplo: interpretação dos teores de fósforo (P) e potássio (K) para solos de Mato Grosso do Sul.



3° PASSO
Procurar nas tabelas de recomendação as quantidades de nutrientes a serem aplicados de acordo com a classificação deles na interpretação.
Vamos supor que o resultado da análise de solo de um produtor de Mato Grosso do Sul - MS, indicou P = 5,7 mg/dm3; K = 0,07 cmolc/dm3 e um teor de argila de 29 %.
Trata-se de um solo classificado na categoria argiloso a franco-argiloso pois contém mais de 20% de argila.
A adubação de manutenção recomendada para trigo em teores de nutrientes no MS é a seguinte:
(Chamamos a atenção que a recomendação abaixo refere-se ao fertilizante aplicado na semeadura. No MS, a recomendação de N em cobertura é, na média, de 30 kg/ha).



4° PASSO
De posse da quantidade de nutrientes, trabalhar no tipo de fórmulas de fertilizantes a serem recomendadas de maneira que as quantidades aplicadas por hectare supram as necessidades das plantas conforme a recomendação das tabelas fornecidas pela pesquisa.
O solo do nosso produtor está classificado com P e K baixos e é um solo franco-argiloso.
Portanto as recomendações para este produtor aplicar em nutrientes no solo é 5 a 15 kg/ha de N, 60 a 75 kg/ha de P2O5 e 45 Kg/ha de K2O. A quantidade de N é para ser usada na semeadura. Em cobertura a recomendação média para o MS é de 30 kg/ha quando o trigo estiver com 20 a 30 cm de altura.
Falta, então, achar a fórmula de fertilizante e a necessidade de calcário. Isto vai ser assunto para a 2ª e 3ª parte desta matéria.
Parte 2 (clique aqui)
Parte 3 (clique aqui)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

As Unidades Internacionais Usadas em Solos

NOVAS UNIDADES EM FUNÇÃO DO SISTEMA INTERNACIONAL

Em função da adoção do Sistema Internacional de Unidades (SI), o Brasil teve de adaptar uma série de unidades das medidas realizadas. Na área de solos as mudanças já vem sendo usadas há bastante tempo, e as antigas unidades usadas na interpretação de análises de solos foram substituídas pelas descritas abaixo. Pretendemos apenas relembrar os conceitos, principalmente para aqueles que não estão familiarizados com a interpretação de análises para recomendação de calagem e adubação. Além disto, isto vai ser importante no desenrolar de novas postagens sobre o assunto.

1. As bases de representação serão o (kg) ou o decímetro cúbico (dm³) no caso de sólidos e o litro (l) no caso de líquidos;
2. Os conteúdos serão expressos em quantidades de matéria podendo ser usado o (molc) ou o milimol de carga (mmolc) ou em massa com alternativas de grama (g) ou miligrama (mg);
3. Os resultados de cátions trocáveis como, Ca²+, Mg²+, K+, Al³+, acidez potencial (H+) + (Al³+) soma de bases (S) e capacidade de troca de cátions (CTC) serão apresentados em mmolc/dm³. O que significa multiplicar por 10 os resultados apresentados em cmolc/dm³ ;
4. A saturação de bases (V%) e a saturação de Alumínio (m%) continuam sendo expressas em (%);
5. Para os resultados que eram apresentados em ppm ou ug/cm3, como (P), (S-SO4), (Zn), (Fe), (Mn), (Cu), (B), a nova unidade será mg/dm3;
6. Os resultados de matéria orgânica (MO) serão apresentados em g/dm³ ou g/kg se as alíquotas forem medidas em peso, sendo os valores dez vezes maiores que os anteriormente expressos em porcentagem. Eventualmente, poderá ser utilizado o dg/dm³ ou dag/kg os quais equivalem aos valores expressos em percentagem;
7. Apesar da possibilidade de ser usado o cmolc/dm³ (centimol de carga), que é igual ao meq/100cm³, é recomendada a utilização do mmolc/dm³.



DICAS
meq/100cm³ (antigo) = cmolc/dm³3
meq/100cm³(antigo) x 10 = mmolc/ dm³
cmolc/dm³ x 10 = mmolc/ dm³
mg/dm³ = ppm (antigo)
% matéria orgânica x 10 = g/dm³ ou g/kg (se o laboratório usou a medida em volume ou peso)
K mg/dm³ x 0,0025641 = cmolc/dm3
K mg/dm³ x 0,025641 = mmolc/ dm3
A utilização do cmolc/dm³ ou mmolc/dm³ depende da tabela de adubação que será usada baseada nos dados expressos pelo Laboratório de Solos.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Fatores a Considerar na Escolha do Corretivo

Na escolha de um corretivo para aplicar no solo devemos levar em conta uma série de fatores pois somente o preço não é o suficiente. A Legislação Brasileira sobre Fertilizantes e Corretivos estabelece padrões mínimos para a comercialização dos corretivos. As vezes, a oferta pelo preço pode nos levar a erros na colocação das necessidades corretas para controlar a acidez do solo.

PRNT - O que é?
PRNT significa Poder Relativo de Neutralização Total é avaliado pelo Poder de Neutralização (PN) e pelo tamanho das partículas (Reatividade).

PRNT (%) = PN x RE / 100

PN - capacidade potencial total de bases neutralizantes contidas em corretivos de acidez, expresso em equivalente de carbonato de cálcio puro ( % ECaCO3). O valor mínimo de PN para comercialização de um produto é de 67%.
RE - reatividade das partículas. Valor que expressa o percentual (%) do corretivo que reage no solo no prazo de 12 a 36 meses.

Quanto à granulometria, as características físicas mínimas são:
· 95% das partículas devem passar em peneira de 2 mm (ABNT – 10);
· 70% das partículas devem passar em peneira de 0,84 mm (ABNT – 20);
· 50% das partículas devem passar em peneira de 0,30 mm (ABNT – 50).

A reatividade das partículas do corretivo é calculada da seguinte maneira:

· reatividade zero (0) para a fração retida na peneira ABNT 10. Estas partículas não têm efeito corretivo no período de 12 a 36 meses;
· reatividade 20% para a fração que passa na peneira ABNT 10 e fica retida na peneira ABNT 20;
· reatividade 60% para a fração que passa na peneira ABNT 20 e fica retida na peneira ABNT 50;
· reatividade 100% para a fração que passa na peneira ABNT 50.

RE = 0 x(ABNT10)+20x(ABNT10-20)+60x(ABNT20-50)+100x(ABNT50) /100

O valor mínimo de PRNT para a comercialização é 45% e o do PN é 67%
CLASSIFICAÇÃO DOS CALCÁRIOS QUANTO AO PRNT

Grupo A – PRNT de 45 – 60%
Grupo B – PRNT de 60,1 – 75%
Grupo C – PRNT de 75,1 – 90%
Grupo D – PRNT acima de 90,1%

QUANTO À CONCENTRAÇÃO DE MAGNÉSIO
· calcítico – menos que 5%
· magnesianos – de 5 a 12%
· dolomítico – maior que 12%
TIPOS DE CORRETIVOS – TEORES MÍNIMOS EXIGIDOS
Calcário agrícola – PN = 67; CaO+MgO = 38%; PRNT= 45%
Cal virgem agrícola – PN = 125; CaO=MgO = 68; PRNT = 120
Cal hidratada agrícola – PN = 94; CaO=MgO = 50; PRNT = 90
Calcário calcinado agrícola – PN = 80; CaO=MgO = 43; PRNT = 54
Outros – PN = 67; CaO=MgO = 38; PRNT = 45
A legislação brasileira determina que o mínimo para a soma de CaO e MgO é de 38%.

EXERCÍCIO:

Li na Internet num site de venda de calcário, um consumidor cotando preço para aquisição de calcário com as seguintes características:
CaO = maior que 38% ; MgO maior que 6% ; PN maior que 82% e um PRNT maior que 70%.
O consumidor queria um calcário dolomítico (CaO + MgO) pois a soma destes dois óxidos é igual a 44%. Vamos calcular RE, PRNT
Quanto à granulometria as exigências eram:
a) maior que peneira ABNT 10 - 0,10%
b) entre peneira ABNT 10 e 20 - 2%
c) entre peneiras ABNT 20 e 50 - 17%
d) menor que peneira ABNT 50 - 80%

RE = 0 x (0,10) + 20 x (2) + 60 x (17) + 100 x (80) / 100 = RE = 90,6
PRNT (%) =
PN x RE / 100 = 82 x 90,6 / 100 = PRNT (%) = 74,29
Isto significa que 74,29% deste corretivo reagirá com os ácidos do solo de 1 a 3 anos.

QUALIDADE E USO DO CALCÁRIO:
Na escolha do calcário deve ser levado em consideração uma série de fatores:
· deve-se dar preferência a calcários dolomíticos ou magnesianos que contenham CaO e MgO. A soma destes dois óxidos deve ser maior que 38%;
· solos com teores de magnésio (Mg) abaixo de 0,8 cmoc/dm3 deve se dar preferência aos corretivos que contenham Ca e Mg para evitar um desequilíbrio entre os nutrientes;
· a má distribuição e/ou incorporação do calcário muito rasa pode causar ou agravar a deficiência de manganês (Mn).

terça-feira, 21 de abril de 2009

Influência do pH no Desenvolvimento das Culturas

O pH ou potencial de hidrogênio ionico está ligado à concentração de íons H+ no solo. Serve para avaliar se um solo é ácido, neutro ou alcalino. A escala do pH vai de 1 a 14 onde o índice 7,0 significa que o solo é neutro. Abaixo de 7,0 o solo é ácido e acima de 7,0 dizemos que o solo é alcalino. A faixa 6,0 a 7,0 é a ideal para o desenvolvimento das plantas.
Nos solos ácidos, pH menor que 7,0, as plantas não desenvolvem bem porque a disponibilidade de nutrientes é muito pequena. Nestes solos o nutriente com maior problemas é o fósforo. Dizem que em solos ácidos somente 25% do fósforo aplicado no solo, através dos fertilizantes, é aproveitado pela planta. Daí porque nas formulações de fertilizantes NPK, o fósforo (P) aparece em maior quantidade: 5-30-15, 6-36-12, 0-30-15, etc...

Mas a faixa de 6,0 a 7,0 é a que apresenta melhor disponibilidade dos nutrientes para as plantas. Entretanto, a batatinha prefere os solos ácidos porque em solos próximo da neutralidade (pH=7,0) há o aparecimento da doença “murchadeira”, de graves consequencias para a produção da planta. No caso da batatinha, a dosagem de calcário recomendada é a metade das necessidades por hectare. Já a alfafa prefere solos com pH próximo de 7,0. A dosagem recomendada é 1,5 da necessidade de calcário.
Acima de pH 5,6 não se encontra mais alumínio (Al) devido a sua precipitação na forma de óxido.

Al³+ + 3H2O = Al(OH)3 + 3H+

Quando aumenta o teor de matéria orgânica (MO) aumenta a CTC a pH 7,0 (T). O teor de Ca é maior que Mg que é maior que o K que é maior que o sódio (Na).

Nos solos ácidos verifica-se a “fixação” do fósforo (P) pelo ferro (Fe) e alumínio (Al) formando compostos insolúveis. Os solos ácidos apresentam baixos teores de cálcio (Ca), magnésio (Mg) e potássio (K). Possuem, ainda, baixa capacidade de troca de cátions efetiva (t) – CTC efetiva, o que provoca uma alta lixiviação de cátions. Baixa saturação por bases (V%) e alta saturação por Al (m%) devido a presença de alumínio trocável e baixa CTC efetiva Há limitações na decomposição da matéria orgânica.
Nos solos alcalinos verifica-se deficiência de fósforo (P) devido à formação de compostos insolúveis com cálcio (Ca). Aparecem, nestes solos, altos teores de Ca, Mg e K e deficiências de micronutrientes com exceção do molibdênio (Mo). Alta saturação por bases (V%) chegando a 90-100% e ausência de AL3+ trocável. Alta capacidade efetiva (t) a qual em solos arenosos é baixa. O nitrogênio (N) perde-se por volatilização. Os solos podem ser salinos ou sódicos.

MELHOR INDICE DE pH PARA A DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES:

a) O nitrogênio (N) tem melhor aproveitamento pela planta a partir do pH 5,5 atingindo o máximo entre pH 6 e 7,5 e depois vai diminuindo;
b) O fósforo (P2O5) apresenta melhor disponibilidade em solos com pH ente 6,5 e 7,5;
c) O potássio (K2O) é melhor aproveitado a partir de 5,5.

FAIXA APROPRIADA DE pH PARA AS CULTURAS

Algodão – 5,7 a 7,0 ; arroz – 4,7 – 5,2
Batatinha – 5,0 – 5,5 ; café – 5,2 – 6,0
Cana de açúcar – 5,7 – 6,5; feijão – 5,5 – 6,5
Laranja – 6,0 – 6,5 ; milho – 5,5 – 7,0
Soja – 5,7 – 7,0 ; tomate – 5,5 – 6,8
Trigo – 5,5 – 6,7 ; videira – 6,0 – 7,5

Com a calagem busca-se elevar o pH aos níveis de 6,0 – 6,5.

domingo, 19 de abril de 2009

Classificação das Misturas de Fertilizantes

Os fertilizantes se classificam:

1. Mistura de Grânulos – cada nutriente principal está contido em grãos separados e resultam da mistura de fertilizantes simples como verificamos na figura a baixo.

Pode haver casos em que o N e o P estão no mesmo grão. Isto ocorre quando se usa fertilizantes simples chamados nitrogenados-fosfatados (DAP e MAP).

2. Mistura Granulada ou Complexa -

Chama-se mistura granulada ou complexa quando os nutrientes estão contidos no mesmo grão (fig. à direita). O produto em pó é submetido a uma granulação.
Apresenta vários benefícios como:

a) maior resistência ao empedramento;
b) maior uniformidades dos nutrientes;
c) produto com granulometria homogênea;
d) maior uniformidade na aplicação a lanço ou em linha;
e) grãos mais duros e resistentes à quebra;
f) maior eficiência agronômica;
g) melhor aproveitamento dos nutrientes pelas plantas.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA FÍSICA

1) – fertilizante na forma de pó;
2) Farelado – fertilizante com grânulos desuniformes;
3) Granulado – fertilizante na forma de grânulos;
4) Líquido – fertilizante na forma líquida.

CLASSIFICAÇÃO DOS FERTILIZANTES SIMPLES QUANTO AOS NUTRIENTES:

1) Fertilizantes simples nitrogenados – são aqueles que contém na sua composição o nitrogênio (N). Exemplos: uréia, sulfato de amônio, nitrato de amônio, nitrocálcio, etc.
2) Fertilizantes simples fosfatados – são aqueles que contém na sua composição o fósforo (P). Exemplos: superfosfatos simples e triplo, fosfatos naturais, fosfatos naturais reativos, termofosfatos, escórias, etc.
3) Fertilizantes simples nitrogenados-fosfatados – são aqueles que contém na sua composição o nitrogênio (N) e o fósforo (P). Exemplos: fosfato diamônio (DAP), fosfato monoamônio (MAP);
4) Fertilizantes simples potássicos – são aqueles que contém na sua composição o potássio (K). Exemplos: cloreto de potássio, sulfato de potássio, etc.

CLASSIFICAÇÃO DOS FERTILIZANTES QUANTO À CONCENTRAÇÃO DE NUTRIENTES:

1) Baixa concentração: menos de 25% de nutrientes. Exemplo: a fórmula 5 – 10 – 09 cuja soma N+P+K = 24%;
2) Média concentração – de 25 a 40% de nutrientes. Exemplo: a fórmula 0 – 30 – 10 cuja soma NPK = 40%;
3) Alta concentração – mais de 40% de nutrientes. Exemplo: a fórmula
Exemplo: a fórmula 5 – 30 – 15 cuja soma NPK = 45%

sábado, 18 de abril de 2009

Obtenção Adubos Nitrogenados e Potássicos

A. NITROGENADOS:
O ar que nos rodeia possui 80% de nitrogênio. Este nitrogênio do ar pode combinar-se com outros elementos químicos dando origem à produtos fornecedores de nutrientes aproveitáveis pelas plantas.
Assim, na indústria, a combinação do N do ar com o hidrogênio (H), sob temperatura elevada e pressão, produz a amônia anidra (NH3). E esta amônia é o produto de partida para a obtenção de outros adubos nitrogenados. A amônia contem 82% de N.
O gás natural é a maior fonte de hidrogênio para a produção de amônia, requerendo cerca de 1.030 m³ de gás por tonelada de amônia. Este gás fornece, também, o dióxido de carbono (CO2) para a produção de urea.
Na presença de catalisador de níquel e temperatura alta (660°C) o gás natural reage com o vapor, produzindo monóxido de carbono e hidrogênio.
O Nitrogênio tirado do ar é adicionado ao hidrogênio e a mistura é passada em outro catalisador mediante alta temperatura e pressão produzindo a amônia.

N2 + 3H2 = 2 NH3

a) Ureia - o monóxido de carbono produzido pela decomposição do gás natural é convertido em dióxido de carbono. Este reage com a amônia para formar a ureia CO(NH2)2, à alta temperatura e pressão. A solução é evaporada para dar a ureia.

CO2 + 2NH3 = CO(NH2)2 + H2O

A uréia tem 45% de nitrogênio. É o produto com maior teor de nitrogênio.

b) Nitrato de amônio - uma parte da amônia é queimada para produzir ácido nítrico que, por sua vez, reage com a amônia para dar nitrato de amônio (NH4NO3) em solução. Este é evaporado até um licor concentrado fundido e após granulado.

NH3 + HNO3 = NH4NO3

O nitrato de amônio tem um teor de 32% de nitrogênio.

c) Sulfato de amônio - a amônia combina-se com o ácido sulfúrico oriundo da indústria do aço e forma o sulfato de amônio.

2NH3 + H2SO4 = (NH4)2SO4

O sulfato de amônio possui 20% de nitrogênio (N) e 22% de enxofre (S).

d) MAP e DAP - a amônia combinando-se com o ácido fosfórico produz os fosfatos de amônio. São produtos com altos teores de fósforo, alta solubilidade e muito utilizados pelas indústrias de fertilizantes por fornecerem N e P, minimizando os custos.
O fosfato diamônio (DAP) apresenta 17% de N e 47% de P2O5. O fosfato monoamônio apresenta 11% de N e 60% de P2O5.

B. POTÁSSICOS:

São originados de minérios. Diferente das rochas fosfatadas, os minérios de potássio podem ser usados diretamente no solo sem necessidade de tratamento químico ou térmico. Formaram-se pela evaporação de antigos mares e lagos, que secaram em tempos antigos, depositando no fundo sais de potássio e sódio. Entretanto, estes depósitos foram sendo cobertos por camadas de rocha e solo. Disto resultou a exploração do minério até profundidades de 2.000 metros. Os maiores depósitos estão nos Estados Unidos e Canadá, com algumas ocorrências na Rússia.
O cloreto de potássio possui 60% de K2O.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Encontrando Fórmulas Similares de Adubos

Temos a recomendação de nutrientes NPK, conforme a análise do solo, e no mercado existe uma enorme quantidade de fórmulas. Como escolhermos as que se adaptam à recomendação? Outras vezes nos é recomendada uma fórmula de fertilizante e não a encontramos no mercado. Como escolher outras que nos dêem a mesma quantidade de nutrientes variando apenas na quantidade a ser aplicada ao solo? Vamos tentar explicar como diversas fórmulas que estão na mesma relação de nutrientes podem ser usadas sem prejuízo na dose NPK.

Seja uma mistura de grânulos com fórmula comercialmente vendida como 05-30-15.
Isto quer dizer que esta mistura contém: 5% de Nitrogênio;30% de Fósforo (P2O5); 15% de Potássio (K2O) .
Isto quer dizer que em cada 100 kg deste adubo (2 sacos) teremos: 5 kg de N; 30 kg de P2O5 e 15 kg de K2O. Em 1.000 kg ou 1 tonelada teremos: 50 kg de N ; 300 kg de P2O5 e 150 kg de K2O .
Se somarmos os nutrientes da fórmula acima veremos que existe 50% de nutrientes ou seja 50 kg de NPK em 100 kg de adubo ou 500 kg de NPK numa tonelada.
Então vem a pergunta: Eu compro 100 kg de adubo e têm somente 50 kg de NPK. E os restantes 50 kg ?
Como não existem matérias primas que possuem 100% de N, 100% de P2O5 e 100% de K20, os restantes 50% são outros nutrientes que fazem parte da composição das mesmas. Por exemplo: o sulfato de amônio não contém somente nitrogênio (N) mas contém, também, na sua composição carbono (C.) e oxigênio (O).
O superfosfato simples além do fósforo (P) contém cálcio (Ca), hidrogênio (H) e oxigênio (O). O cloreto de potássio contém também, além do potássio, o cloro (Cl).

ESCOLHA DAS FÓRMULAS DE ADUBO BASEADO NA RELAÇÃO DE NUTRIENTES:
1. Vamos escolher uma cultura de milho e dentro das recomendações para o RS+SC, as referentes a um solo, com 2% de matéria orgânica, baixo teor de fósforo e muito baixo teor de potássio, correção gradual (1° cultivo).
Os valores encontrados foram:
Nitrogênio: 80 kg/ha ou seja 20 kg no plantio e 60 kg em cobertura;
Fósforo (P2O5): 85 kg/ha
Potássio (K2O): 110 kg/ha
Teremos então no plantio, na seqüência NPK :
20 (N) – 85 (P2O5) – 110 (K2O)
Dividindo estes números pelo menor (20), teremos uma relação: 1 – 4,25 – 5,5

Multiplicando-se estes índices por coeficientes, teremos diversa fórmulas NPK compatíveis que poderão ser usadas mas, é claro, em quantidades diferentes.
X 4 = 4 – 17 – 22
X 5 = 5 – 22 – 28
X 6 = 6 – 26 – 33
Todas são formulações compatíveis que podem ser usadas pois estão numa relação perfeita com as necessidades de nutrientes.
Se permite uma variação de ± 10% nas quantidades recomendadas para se adequarem às formulações de adubos existentes no mercado.
Para saber a quantidade de cada uma destas formulações para ser aplicada por hectare a operação é a seguinte: como os números das fórmulas estão numa relação perfeita entre eles, podemos usar qualquer um deles para calcular a quantidade.
Relembramos, como já vimos anteriormente, uma fórmula 5-30-15 quer dizer que em cada 100 kg teremos 5 kg de N, 30 kg de P2O5 e 15 kg de K2O .
Por exemplo a fórmula 04 – 17 – 22 encontrada acima: tem 4 kg de N, 17 kg de P2O5 e 22 kg de K2O em cada 100 quilos.
A fórmula matemática a ser empregada é:
N.A (kg/ha) = (Dose de nutriente recomendada x 100) / Teor do nutriente na fórmula (%)



N.A. (kg/ha) = (20 x 100) / 4 = 500kg/ha
N.A (kg/ha = necessidade de adubo em kg/ha.
Portanto teríamos que usar 500 kg/ha desta formulação.
Se utilizarmos o teor de fósforo na formulação chegaríamos ao mesmo resultado.
N.A. (kg/ha) = (85 x 100) / 17 = 500 kg/ha

E se a escolha for a fórmula 5 – 22 – 28 ?
N.A (kg/ha) = = 400 kg/ha (baseado no teor de N) 5
N.A (kg/ha) = (20 x 100) / 5 = 400 kg/ha

E se a escolha for a fórmula 6 – 26 – 33 ?
N.A (kg/ha) = (20 x 100) / 6 = 335 kg/ha
Quanto mais concentrada a fórmula menor a quantidade de adubo por hectare.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

LODO DE ESGOTO - ASSUNTO DE WORKSHOP

Um workshop sobre o " Uso agrícola de lodo de esgoto ", será realizado de 19 a 20 de maio em Campinas - SP, patrocinado pelo IAC e pela EMBRAPA Meio Ambiente.O lodo de esgoto tem apresentado bons resultados como fonte de nutrientes NPK, Cálcio, Magnésio e Zinco para as plantas. As quantidades usadas devem estar de acordo com às necessidades das plantas. Além disto, o lodo de esgoto deve apresentar teores baixos de patógenos e metais pesados. O tratamento com cal hidratada diluida à concentração de 40% eleva o pH a 12 e serve no controle dos patógenos.

Na fazenda Motorola, situada em Jaguariúna - SP, o lodo é aplicado na forma líquida. O IAC recomenda que a quantidade não deve ultrapassar 40 kg/ha de nitrogênio (N) disponível por ano. Após 5 anos de aplicação do lodo a fertilidade do solo melhorou.

Entretanto há uma preocupação na aplicação do lodo em relação à saúde pública embora reconhecido os benefícios que acarreta para a agricultura. Por isto a resolução 375 do CONAMA estabelece critérios e procedimentos para o uso, em áreas agrícolas, de lodo de esgoto gerado em estação de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, visando benefícios à agricultura e evitando riscos à saúde pública e ao ambiente. E neste workshop, a resolução do CONAMA vai ser apreciada para uma melhor adequação ao que ela dispõe.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Importância da Análise do Solo

Os treze nutrientes que a planta retira do solo são classificados em Macronutrientes e Micronutrientes.
Os macronutrientes são assim chamados porque a planta precisa em grandes quantidades. Dividem-se em macronutrientes primários (N, P, K) e macronutrientes secundários (Ca, Mg, S).
Os micronutrientes são assim chamados porque a planta precisa em pequenas quantidades mas, são importantes e necessários ao crescimento dos vegetais e não podem faltar no solo. São eles: B, Cu, Fe, Mn, Mo, Zn e Cl.
Como os solos do Brasil são, em geral, deficientes em nutrientes é preciso repô-los através de aplicações de fertilizantes.
Mas o primeiro passo para aplicar os nutrientes nas dosagens corretas é fazer a análise do solo.

ANÁLISE DO SOLO:
A falta de um nutriente no solo se manifesta pelo aparecimento de sintomas nas plantas que podem ser vistos a um simples exame “a olho”. A falta de nitrogênio, por exemplo, produz o amarelecimento da planta. A falta de fósforo provoca uma cor arroxeada nas folhas e a falta de potássio provoca um amarelecimento e morte das folhas a partir das bordas. Entretanto, este método de perceber deficiência apresenta uma série de dificuldades. Ou são confundidos com danos causados pelos insetos ou doenças, por produtos químicos e, muitas vezes, quando aparecem os sintomas a deficiência já é crítica e muito tarde para corrigí-la.
Entre os métodos usados para avaliar a fertilidade do solo o mais usado é a “Análise da Terra”.
Para um correto resultado da análise do solo, é preciso que as amostras de solo sejam representativas da área que vai ser analisada. Uma amostragem mal feita conduz a erros de 50% ou mais na avaliação da fertilidade do solo.
Se o produtor rural coleta uma amostra de solo para ser analisada isto significa que ele tem a intenção de colocar na terra os nutrientes que ela precisa. Este é o verdadeiro sentido da análise do solo: repor os nutrientes que estão limitando o desenvolvimento e produção das plantas.
Uma amostra de solo representativa de uma área deve levar em conta os seguintes fatores:

1. Quando retirar a amostra de solo?
A amostra de solo deve ser retirada com antecedência possibilitando que o calcário seja incorporado 90 dias antes da semeadura.
Nas áreas já calcariadas a amostragem, com finalidade de indicar os fertilizantes, poderá ser feita logo após a colheita anterior ao plantio da nova cultura;

2. Amostragem e número de amostras:
O número de amostras depende dos tipos de solos que constituem a área a ser cultivada.
Numa mesma região pode ocorrer solos de fertilidade e composição variáveis, o que se pode evidenciar pelo desenvolvimento desigual da cultura.
Quando a área a ser cultivada for constituída por um mesmo tipo de solo e não apresentar diferenças marcantes na produção das culturas, deverá ser enviada uma amostra média. Se houver diferentes tipos de solos (coloração diferente), deve ser enviada uma amostra média de cada tipo de solo.
Uma amostra média é aquela que é retirada de uma mistura de diversas amostras de um mesmo tipo de solo.
Por exemplo, se o produtor vai plantar uma área de trigo e esta área só tem um tipo de solo ele procederá da seguinte forma. Ele vai coletar 20 ou mais amostras desta área, misturá-las bem e tirar uma única amostra (amostra média) e enviá-la ao laboratório de análise de solos.
Se o terreno é ondulado, ele deverá coletar uma amostra média da baixada e uma amostra média da encosta.

3. Como retirar a amostra de solo:

Percorrer a lavoura em ziguezague, coletando as amostras.
· o produtor deve abrir um buraco em forma de cunha, até 20 cm de profundidade. Para culturas anuais, utilizar a profundidade de 20 cm e para as culturas perenes (como frutíferas) usar de 0-20 e de 20-40 cm. Adubação superficial em culturas já estabelecidas usar a profundidade de 20 cm;
· retirar uma fatia de terra;
· dividir a fatia em três partes;
· aproveitar a parte do meio e colocá-la dentro de um balde. Em cada local proceder desta forma e você vai colocando no balde a fatia;
· após percorrer toda a área, misturar bem a terra do balde e tirar uma amostra que será a chamada amostra média. Portanto você terá uma quantidade grande de terra colhida mas enviará apenas uma pequena quantidade, 300 a 500 g para o laboratório de solos. Esta amostra representa uma média da fertilidade do solo.

Em áreas que você nota uma diferença no desenvolvimento da planta, você deve enviar mais de uma amostra média representativa das áreas. Cuide para identificar bem para não perder os dados quando receber o resultado da análise.
Nunca usar sacos vazios de cimento ou de adubo para enviar as amostras pois contaminará a amostra e influindo no resultado dos teores de nutrientes. Outro ponto importante é o preenchimento do questionário. Este deve ser bem preenchido para dar todas as informações sobre o que já foi feito em termos de adubação no solo que será cultivado.
A cultura que vai ser plantada deve ser indicada pelo produtor. No caso de pastagens informar que tipo de pastagem (inverno ou verão), se é gramínea ou leguminosa ou consorciação das duas.
De posse dos resultados da análise do solo coletado, o produtor deve consultar um técnico que vai estabelecer um plano de recomendação para o solo ou diferentes solos buscando, através da calagem e adubação, elevar a produtividade da cultura.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Fatores de Conversão entre os Nutrientes

Parece ser difícil de entender mas é muito importante para as postagens posteriores quando faremos cálculos de interpretação de análise de solos e outros exercícios. Estes índices auxiliam bastante na simplificação de cálculos e muitas vezes precisamos deles nas nossas atividades e não estão a nossa mão.

NITROGÊNIO (N):
cmolc . equivale 1cmolc ; 0,1401g N; 0,6201g NO3‾; 0,1804g NO4+
g N equivale 7,1377cmolc; 1gN; 4,42680g NO3‾; 1,28783g NO3‾
g NO3‾ equivale 1,6126 cmolc; 0,25589g N ; 1 g NO3‾; 0,29092 g NO4+
g NO4+ equivale 5,5432cmolc ; 0,77650 g N ; 3,43740 g NO3‾; 1 g NO4+

FÓSFORO (P):
cmolc equivale 1 cmolc ; 0,1032 g P; 0,2367 g P2O5; 0,3166 g PO4---;
g P equivale 9,6899 cmolc ; 1 g P ; 2,29136 g P2O5 ; 3,06618 g PO4---;
g P2O5 equivale 4,2265 cmolc ; 0,43642 g P ; 1 g P2O5 ; 1,33812 g PO4---;
g PO4--- equivale 3,1589 cmolc ; 0,32614 g P ; 0,74732 g P2O5 ; 1 g PO4---;

POTÁSSIO (K):
cmolc equivale 1 cmolc ; 0,3909 g K ; 0,4709 g K2O ;
g K equivale 2,5582 cmolc ; 1 g K ; 1,20458 g K2O ;
g K2O equivale 2,1236 cmolc ; 0,83016 1 g K ; 1 g K2O ;

CÁLCIO (Ca):
cmolc equivale 1 cmolc ; 0,2004g Ca ; 0,2804 g CaO ; 0,5004 g CaCO3 ;
g Ca equivale 4,9900 cmolc ; 1 g Ca ; 1,39920 g CaO ; 2,49726 g CaCO3 ;
g CaO equivale 3,5663 cmolc ; 0,71470 g Ca ; 1 g CaO ; 1,78477 g CaCO3 ;
g CaCO3 equivale 1,9984 cmolc ; 0,40044 g Ca ; 0,56023 g CaO ; 1 g CaCO3 ;

MAGNÉSIO (Mg):
cmolc equivale 1 cmolc ; 0,1215 g Mg ; 0,2015g Mg O ; 0,4216 g MgCO3 ;
g Mg equivale 8,2304 cmolc; 1 g Mg ; 1,65807 g Mg O ; 3,46829 g MgCO3 ;
g Mg O equivale 4,9628 cmolc ; 0,60311 g Mg ; 1 g Mg O ; 2,09100 g MgCO3 ;
g MgCO3 equivale 2,3719 cmolc ; 0,28833 g Mg ; 0,47807 g Mg O; 1 g MgCO3 ;

ENXOFRE (S):
cmolc equivale 1 cmolc; 0,1603 g S; 0,4803 g SO42-; 0,6807 g CaSO4 ;
g S equivale 6,2375 cmolc; 1 g S ; 2,99588 g SO42- ; 4,24588 g CaSO4 ;
SO42- equivale 2,0820 cmolc; 0,33379 g S; 1 g SO42- ; 1 ,41724 g CaSO4 ;
g CaSO4 equivale 1,4691cmolc; 0,23552 g S; 0,70560 g SO42 1 g CaSO4 ;

domingo, 12 de abril de 2009

Acidez do Solo

O grau de acidez de um solo é expresso em termos de pH, que é a concentração do íon H+ na solução do solo. Os valores do pH aumentam a medida que decresce a concentração de H+.
O calcário reduz a acidez do solo porque diminui a concentração de íons H+, aumentando o pH e convertendo uma parte dos íons H+ em água.

TIPOS DE ACIDEZ:

1. Acidez ativa:
É a concentração do de H+ na solução do solo e é expressa em pH numa escala que varia de 4,0 a 7,5. A correção deste tipo de acidez é feita pela adição de calcário. Entretanto, outros tipos de acidez se formam como a acidez trocável que tende a manter altos índices de acidez ativa.

2. Acidez trocável:
Também chamada “acidez nociva” é a concentração de Al³+ e H+ trocáveis e adsorvidos nos coloides. É expressa em cmolc/dm³ ou mmolc/dm³. Pode ser expressa, também, “Al trocável” visto que os solos minerais apresentam pouco H+ trocável enquanto os orgânicos apresentam altos níveis de H+ trocável.
Portanto, “acidez trocável” e “Al trocável” são equivalentes.
Solos com toxidez de alumínio significa que apresentam altos índices de acidez trocável ou acidez nociva. A calagem tem por objetivo eliminar esta acidez.

3. Acidez não trocável:

É expressa em cmolc/dm³ ou mmolc/dm³. É a quantidade de acidez que ainda permanece no solo com a eliminação da acidez trocável.
Na acidez não trocável, o H+ está em ligação covalente com as frações minerais e orgânicas do solo, difícil de ser rompida. É prejudicial ao desenvolvimento das plantas e as necessidades de calagem são maiores ocorrendo uma neutralização total ou parcial.
A acidez não trocável nos dá uma estimativa das cargas negativas que podem ser liberadas quando o pH do solo for 7,0.

Acidez não trocável = Acidez potencial ou total - Acidez trocável.4. Acidez potencial ou acidez total:
É expressa, também cmolc/dm³ ou mmolc/dm³. É o total de H+ em ligação covalente mais H+ e Al³+ trocáveis.
Acidez Trocável + Acidez Não Trocável = Acidez Potencial

SOMA DE BASES TROCÁVEIS:

É expressa em cmolc/dm³ ou mmolc/dm³. É a soma (S) cálcio, magnésio, potássio, algumas vezes o sódio (Na), na forma trocável. A soma de bases trocáveis (S) dá uma indicação do número de cargas negativas do coloide que está coberta por cátions.
É importante pois junto com os valores de Capacidade de Troca de Cátions (CTC) efetiva e Al trocável permite calcular a percentagem de saturação de Al e percentagem de saturação de bases desta CTC. Em comparação com a Capacidade de Troca de Cátions (CTC) a pH 7,0, permite avaliar a Percentagem de Saturação de Bases (V%) desta CTC, importante para o cálculo da calagem.

Cálculo da Soma de Bases Trocáveis (S):

S= Ca²+ + Mg²+ + K+ + (Na+)

CAPACIDADE DE TROCA DE CÁTIONS EFETIVA (t):


É expressa em cmolc/dm³ ou mmolc/dm³. Indica a capacidade efetiva de troca de cátions do solo. É a capacidade do solo em reter cátions em pH próximo de 7,0.

CTC efetiva (t) = S + Al³+

PERCENTAGEM DE SATURAÇÃO POR ALUMÍNIO (m%):

Indica quanto por cento da CTC efetiva estão ocupados por Al trocável ou acidez trocável. Expressa a toxidez do alumínio (Al). Quanto mais ácido é um solo maior é o teor de alumínio trocável e menor os teores de bases, menor a soma de bases e maior a percentagem de saturação de alumínio. Os prejuízos para as plantas, neste caso, são significativos.


m% = (100 x Al³+) /(t)

O valor m% é classificado assim:
muito baixo – “m” menor que 1%;
baixo – “m” entre 1 a 10%;
médio – “m” entre 10,1 a 20%;
alto – “m” maior que 20%


PERCENTAGEM DE SATURAÇÃO DE ÁCIDOS DA CTC EFETIVA:
% saturação de bases da CTC efetiva = 100 - m%

onde m% é o valor da percentagem de saturação por alumínio.

CAPACIDADE DE TROCA DE CÁTIONS A pH 7,0 (T):

É expressa em cmolc/dm³ ou mmolc/dm³. Também chamada Capacidade de Troca Potencial do solo, significa a quantidade de cátions adsorvidos a pH 7,0.
É o nível da CTC de um solo que seria atingida quando a calagem for usada para elevar o pH a 7,0. Em outras palavras, o máximo de cargas negativas que seriam liberadas a pH 7,0 e que seriam ocupadas por cátions.
A CTC a pH 7,0 diferencia-se da CTC efetiva porque ela inclui o H+ em ligação covalente com o oxigênio nos colóides do solo.

T = S + (H+ + Al³+)

A CTC a pH 7,0 se divide em :
baixa – valor T igual ou menor que 5,0 cmolc/dm3;
média - quando o valor “T” está entre 5,1 a 15 cmolc/dm3 ;
alta – quando o “T” é maior que 15 cmolc/dm3.
A CTC também é usada para interpretar os valores de K no solo.

PERCENTAGEM DE SATURAÇÃO POR BASES DA CTC A pH 7,0 (V%):


Indica quanto por cento dos pontos de troca de cátions estão ocupados por bases, ou seja, quanto por cento de cargas negativas a pH 7,0 estão ocupadas por Ca²+, Mg²+, K+, (Na+), em comparação com os pontos ocupados por H+ e Al³+.
Solos com V% maior que 50 são considerados solos férteis. Os solos com V% menor que 50 são solos de baixa fertilidade.
Este índice (V%) serve para o cálculo da calagem para elevar a saturação de bases.

V% = (100 x S) /(T) = 100 x (Ca+Mg+K+(Na)) / {Ca+Mg+K+Na+(H+Al)}

No Rio Grande do Sul, o V% é classificado em quatro níveis:
muito baixo – V menor que 45%;
baixo – V entre 45 a 64%;
médio – V entre 65 a 80%;
alto – valor de V maior que 80%.

No RS, 15% dos solos apresentam pH menor que 5,5 e valor V% maior que 65%. A recomendação de calagem pelo método SMP e pelo V% podem ser diferentes. Quando as diferenças forem grandes pode-se usar a média das quantidades.

PERCENTAGEM DE SATURAÇÃO DE ÁCIDOS DA CTC A pH 7,0 (M%):

M (%) = 100 - S

A elevação da saturação de bases da CTC a pH 7,0 significa:

• Elevar o pH;

• Diminuir a saturação de Al;

• Gerar mais pontos de troca de cátions dependentes de pH.

Fontes: ANDA - BT N° 2: Manual de adubação e calagem para o RS e SC - 2004

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A PRODUÇÃO DE SOJA DEVERÁ RECUAR NO BRASIL

Os agricultores na safra 2008/2009 contemplarão uma queda na produção de soja no Brasil. A produção deve alcançar quase 58 milhões de toneladas ou seja 4% a menos que a safra anterior. O rendimento médio esperado é de 2.700 kg/ha ou quase 5% menos que a anterior.

O Paraná apresentará queda de 3% colhendo na atual safra 9,9 milhões de toneladas ou seja 18% a menos que a safra passada.
O Mato Grosso deverá colher 17,4 milhões de toneladas e uma queda de 3%. O Mato Grosso é o Estado brasileiro maior produtor de soja.
No Rio Grande do Sul, a falta de chuvas em algumas regiões está comprometendo a produção. Há agricultores que estão colhendo 600 kg/ha nas áreas atingidas pela seca. A safra prevista é de 8,6 milhões de toneladas. É uma previsão otimista pois representa um acréscimo de 9% em relação ao ano passado. Vamos esperar que as chuvas voltem e amenizem os efeitos adversos na lavoura.
Fonte: Safras&Mercados

quinta-feira, 9 de abril de 2009

NOVO FUNGO SE ALASTRA NO TRIGO

O agricultor no dia-a-dia luta contra uma série de fatores na sua plantação de trigo. Excesso de umidade que favorece o ataque de fungos, excesso ou falta de chuvas, granizo, ventos fortes, ataque de pragas e doenças, falta de crédito, ataque de pragas aos grãos armazenados, perdas na colheita, e tantos outros fatores que causam uma diminuição na produtividade. Através dos seus derivados o trigo é uma dos principais grãos na mesa dos brasileiros.
Agora, um fungo "laranja mortal" vem aparecendo em lavouras ocasionando ataques em plantações ao redor do mundo deixando os produtores de prontidão no controle da evolução da marcha deste fungo em direção a outras lavouras.
A pesquisa, por sua vez, comenta progresso no combate a este fungo, ou seja, a clonagem de dois genes que combateriam o mesmo. Estes genes são encontrados em uma variedade de trigo silvestre e apresentam defesas contra fungos ocasionadores da "ferrugem" .
Esta operação de obter variedades resistentes a este fungo poderá levar anos. O importante é descobrir quem são estes genes e onde eles se localizam no genoma.
O fungo, chamado Ug 99, apareceu na Uganda e se espalhou em direção ao Irã e China.. O veículo principal de disseminação é o vento que carrega os "esporos" para outras regiões contaminando as lavouras.
Portanto, mais uma luta dos pesquisadores em obter variedades de trigo resistentes à doença.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Agrotóxicos - Um pouco de História

A mais antiga referência do uso de produtos químicos vem do antigo Egito com o uso de fumigação para reduzir as manifestações em grãos armazenados.

1000 AC - Homero, na Odisséia, recomenda o uso de enxofre na forma de fumigação. Isto é usado até hoje. Na China, era usado o arsênico em tratamento de sementes.

200 AC - Cato, em Roma, descreve o uso de betume (asfalto) para produzir inseticida para controlar pestes em videiras. Também, em Roma, o extrato de várias ervas era utilizado no combate às pulgas.

400 – 500 DC até a Renascença - Continua a ser usado o enxofre e o arsênico. Não há referências a outro produto químico.

1755 - Os alemães passaram a usar o arsênico e o cloreto de mercúrio no tratamento das sementes de trigo contra às doenças “cárie” e “carvão”.

1798 - Malthus descreve o “ Princípio da População “: os alimentos crescem em progressão aritmética enquanto a população cresce em progressão geométrica “. Resultado – FOME INEVITÁVEL.

1845 - A alimentação básica na Irlanda era a batata. Fazia-se de tudo com a batata. Para aumentar a produtividade, importaram batatas do Peru que vieram infestadas com um fungo (Phythophthora infestans). Nos anos chuvosos de 1845 a 1847, o fungo destruiu os batatais irlandeses e impossibilitou novos plantios devido à infestação nos solos. Por causa disto, um milhão de pessoas morreram e outras tantas migraram para os Estados Unidos. Esta crise irlandesa despertou na comunidade européia a pesquisa e o uso de agrotóxicos.

1883 - O médico Pierre Alexis Millardet descobre a calda bordaleza, um fungicida a base de cobre.

1915 - Surge o primeiro produto produzido pela Bayer com o nome comercial de Uspulum.

1930 – 1940 - Desenvolvimento de uma série de fungicidas do grupo ditiocarbamato. Se verifica o primeiro controle parcial da doença que devastara os batatais da Irlanda.

1942 - Descoberta do DDT. Foi a mais espetacular descoberta por eliminar todos os insetos conhecidos na época, embora 28 anos mais tarde (1970) já tinha sido detectado 450 espécies de insetos resistentes ao DDT.
Neste mesmo ano, na Índia, uma doença causada por fungo (Helminthosporium orysae) no arroz, destrói todas as plantações levando 2 milhões de pessoas à morte por fome.

1943 - Começa a Revolução Verde. A Fundação Rockfeller envia uma equipe de fitopatologistas e geneticistas para o México. Dentre eles, estava Norman Borlang que receberia em 1966 o prêmio Nobel da Paz. Esta equipe conseguiu variedades de alta produtividade. Como conseqüência, o México que era antes importador de cereais passou a ser grande exportador de seus excedentes de milho e trigo.

1962 - A Fundação Rockfeller se associa a Ford e repete a mesma atuação na Ásia com a cultura do arroz, fundando nas Filipinas um Instituto de Pesquisa do Arroz. Chegara o período da prosperidade.
A Revolução Verde incrementou o uso de fertilizantes, irrigação e o uso de agrotóxicos. A produtividade das culturas aumentou. As lavouras que continuavam no sistema tradicional apresentavam produções insignificantes se comparadas àquelas da Revolução Verde.

1988 - A Índia produziu mais arroz por habitante do que em 1966 a despeito da população, neste período, ter crescido 100 milhões.

Mas a partir da Revolução Verde começaram os impactos ambientais e
a natureza passou a mostrar-se “frágil”.
Segundo o Ministério da Saúde, a venda de agrotóxicos cresceu 250% no período de 1966 a 1981.
Mas como acontece com tudo, há necessidade de serem tomadas medidas de proteção. E os agrotóxicos usados com as precauções necessárias não oferecem perigo.
Até a 2ª Guerra Mundial, as quantidades de agrotóxicos usadas eram muito pequenas e os equipamentos de aplicação muito rústicos.








Após o final da 2ª Guerra, as lavouras dos Estados Unidos apresentaram um grande desenvolvimento. Isto favoreceu para que os pilotos de aviões-caça que estavam desempregados tornarem-se pilotos agrícolas. Os aviões de treinamento e combate foram transformados em aviões pulverizadores. As adaptações de tambores e mangueiras foram as mais rústicas bem como os equipamentos que utilizavam na época. Tecnologia de aplicação não existia e os agrotóxicos eram usados indiscriminadamente.
A falta de informação sobre o perigo dos produtos era grande. No preparo da calda do DDT, recomendava-se que fosse misturado com água em um recipiente e a calda era agitada com o braço e com a mão aberta para facilitar a mistura. Os problemas oriundos desta prática só iriam aparecer 20 a 30 anos após o contato com a pele pois o DDT precisa ser bastante absorvido pelo organismo para fazer mal à saúde.
Quando o trabalhador fazia o preparo da calda com um organofosforado, como fazia com o DDT, caía morto na hora sem tempo para receber atendimento médico. O organofosforado para fazer mal à saúde precisa pouco produto.
Nos anos 70, a aviação agrícola explodiu no Brasil e os agrotóxicos passaram a ser usados mais tecnicamente.


Nos anos 80 e 90 os produtos químicos evoluíram rapidamente. Apareceram os carbamatos, os piretróides, etc. As doses recomendadas foram reduzidas em 80% se comparadas aos anos 60 e 70.

Trabalho no Campo - NR 31

A NR – 31, “Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura” foi aprovada pela Portaria No. 86 de 03.03.2005, publicada no Diário Oficial da União em 04.03.2005.

Esta NR-31 obriga os empregadores rurais e equiparados, inclusive os constituídos sob a forma de microempresa ou empresa de pequeno porte.

A NR-31 tem como objetivo estabelecer normas a serem observadas na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e meio ambiente do trabalho. Se aplica a quaisquer atividades no campo relacionadas acima, verificadas as formas de relação de trabalho e emprego e o local de atividades.

A NR-31 também se aplica às atividades de exploração industrial desenvolvidas em estabelecimentos agrários.

Compete à Secretaria de Inspeção do Trabalho – SIT, através do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho – DSST, definir, coordenar, orientar e implementar a política nacional em segurança e saúde no trabalho rural.

A NR-31, em relação aos agrotóxicos, estabelece uma série de normas, providências, proibições, responsabilidades tanto para o empregador como para os empregados no que tange aos meios de utilização para proteção não só do trabalhador como outras pessoas, animais , fontes de água e o meio ambiente. Como transportar, armazenar as embalagens, o destino destas embalagens quando vazias e a descontaminação, as medidas a serem adotadas no caso de intoxicações pelos produtos, o uso obrigatório dos equipamentos de proteção individual, os cuidados no preparo da calda e nas aplicações do produto nas lavouras, os primeiros socorros às vítimas de contaminação são enfoques da NR-31. O treinamento do pessoal que trabalha com agrotóxicos é uma obrigação do empregador ou do equiparado. Isto vem de encontro daqueles que anseia uma atividade rural mais segura e uma melhor saúde daqueles que trabalham no campo com reflexos no meio ambiente.
A NR - 31 tinha prazo de até 90 dias e dois anos, conforme a atividade, para entrar em funcionamento. Em 08/03/2007 pela Portaria N° 29 do Ministro do Trabalho e Emprego os dois anos foram alterados para dois anos e nove meses.
É importante que os empregadores no campo se mantenham atentos ao que pede a NR - 31 pois a fiscalização está agindo nos Estados.