terça-feira, 13 de setembro de 2011

Salinidade dos Fertilizantes Potássicos

O uso excessivo de fertilizantes provoca a salinidade do solo pela elevada concentração de sais. O cloreto de potássio, que contém 60% de K2O, tem alta salinidade que causa prejuízos ao sistema radicular das plantas. Neste caso, a absorção de água e nutrientes é comprometida. Doses elevadas e contínuas de cloreto de potássio aplicadas no solo podem elevar o teor de cloreto nas plantas. As folhas apresentam clorose e necrose, bem como queda da produtividade. A literatura cita que as plantas podem conter de 2 a 20 mg/g de cloro na matéria seca. A maioria, porém, requer de 0,2 a 0,4 mg/g de cloreto na matéria seca, para um ótimo crescimento. É mais comum a toxidez de cloro do que
a sua deficiência. Plantas sensíveis, como as hortaliças, são prejudicadas quando os teores atingem 20 a 30 mg/g de cloro.
Silva, M.A. et al. estudando o "efeito do cloreto de potássio na salinidade de um solo cultivado com pimentão em ambiente protegido" concluíram que doses de K de 16,6 g/m² aplicadas como cloreto de potássio, correspondentes a teores no solo maiores que 4,4 mmolc/dm³ e saturação de K acima de 5%, aumentaram a condutividade elétrica e a salinidade num LV mesoférrico, até a profundidade de 40 cm. Os maiores teores de cloreto foram encontrados nas folhas, mas não apareceram sintomas visuais de salinidade. O cloreto acumulou mais nos frutos do pimentão, enquanto o caule apresentou menor acúmulo.
Os 16,6 g/m² de K correspondem a 20 g/m² de K2O. Os fertilizantes que apresentam o maior índice salino são: Nitrato de sódio, 100; nitrato de amônio, 104,7 e cloreto de potássio, 116,3. Os danos causados pela salinização estão relacionados à germinação das sementes, pela posição inadequada dos adubos químicos. Algumas plantas são resistentes ou tolerantes à salinização. Esta resistência ou tolerância vai depender de cada espécie e do estágio de desenvolvimento. Outras são mais sensíveis, como a cevada. Os sais presentes na germinação das sementes impedem a absorção de água pelas mesmas dificultando a sua germinação. O fertilizante colocado muito próximo ou junto com a semente inibe a ação das enzimas que convertem substâncias de reserva em carboidratos durante a germinação. Entretanto, a plantinha necessita de nutrientes próximos a suas raízes para poder absorvê-los e reduzir as perdas por lixiviação, o que enfatiza a posição do fertilizante em relação à germinação.
Os pesquisadores Bevilaqua, Broch, Possenti e Villela, da UFPEL estudando a "posição do fósforo e do potássio na adubação da semente e no crescimento de plântulas de milho" concluíram que a posição do fertilizante que propicia maior percentagem e velocidade de emergência, peso de matéria seca em milho, foi entre 4,5 e 6,0 cm ao lado e abaixo das sementes. Houve maior absorção de fósforo e potássio com o fertilizante colocado a 3,3 e 4,4 cm, respectivamente, ao lado e abaixo das sementes. O fertilizante potássico mostrou efeito mais prejudicial às plântulas de milho quando em posição muito próxima da semente.
No caso da soja, a literatura recomenda não aplicar mais de 50 kg/ha de K2O no sulco de semeadura, para evitar a concentração de sais. A adubação no sulco de semeadura é própria para teor baixo de K no solo. Quando é necessário dose maior, ou o solo possuir menos de 20% de argila, ou a CTC for menor que 4 cmolc/dm³, recomenda-se parcelar a aplicação de potássio, ou seja, 1/3 na semeadura e o restante em cobertura 30 dias após a germinação dos cultivares precoces e 40 dias após a germinação de cultivares tardios. A adubação potássica pode ser feita, também, a lanço nos solos de textura argilosa e com teor de K de médio a alto, antes da semeadura. Já nos solos de textura arenosa, este procedimento não pode ser realizado devido às perdas por lixiviação. Neste caso, utiliza-se o parcelamento da dose conforme é feito para adubação no sulco.
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Saturação de potássio da CTC a pH 7,0
O teor de potássio (K) do solo
As reações dos fertilizantes potássicos

3 comentários:

  1. Professor, boa noite. Para o milho, também seria 50 kg de K2O ?

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  2. Boa noite professor! Qual seria a dose máxima de KCl por hectare em cobertura para solos argilosos e arenosos?

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    Respostas
    1. A recomendação vai depender do teor de K na análise dom solo e de acordo com o que é aconselhado pela pesquisa oficial para a sua região. Existe Estado brasileiro que recomenda não aplicar mais de 100 kg/ha de k2O. A adubação de cobertura é recomendada para o caso de solos arenosos, onde a aplicação de K é parcelada, uma parte na base e o resto em mais uma ou duas aplicações. Consulte o manual de recomendação de calagem e adubação para o seu Estado para verificar as quantidades recomendadas em função do teor de K no solo, e no caso dos solos arenosos o parcelamento e época de aplicar a cobertura.

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