quinta-feira, 27 de maio de 2010

A Contabilidade nas Operações Rurais

Um aspecto que considero importante na agropecuária é a contabilidade. Todo o produtor deve fazê-la para ter uma idéia real do que gasta e recebe com o desenvolvimento do processo de produção. A idéia de somente gastar e receber sem saber se os resultados são bons ou ruins, e se está tendo lucro com o empreendimento, não pode ser mais aceita nos dias de hoje. Encontramos no Gestópole um excelente artigo do Sr. Carlos José Pedrosa - Contabilidade e Consultoria - que orienta muito bem o produtor rural a lançar mão da contabilidade na sua propriedade. Pode ser o marco inicial para trilhar este caminho. Abaixo transcrevemos o referido artigo de Carlos José Pedrosa que gentilmente autorizou a sua publicação no blog.

A contabilidade nas operações rurais
Autor Carlos José Pedrosa - C. J. Pedrosa Consultoria

Nem todas as pessoas têm uma compreensão exata de como a contabilidade se insere no mundo dos negócios. Entretanto, é  uma  necessidade  imperiosa  para  quem  exerce  alguma  atividade, seja comercial,
industrial, bancária, de serviços, agrícola ou qualquer outra. Ao contrário do que muitos empresários pensam, contabilidade não é luxo nem é burocracia: é uma necessidade para qualquer empreendimento. No setor agro-pecuário, inclusive, a contabilidade é um imperativo para bem controlar as atividades e os resultados, seja uma grande propriedade, um minifúndio ao estilo catarinense, ou até mesmo um fundo de quintal. Onde quer que alguém explore alguma atividade produtiva, a contabilidade será uma ferramenta da maior importância para colocar em destaque como as operações estão se desenvolvendo e qual o custo dos itens produzidos.
Tomemos como exemplo uma empresa agropecuária, que bem poderá ser uma granja avícola e de suínos, uma produtora de hortaliças ou uma grande plantação de soja. É compreensível que, nessas condições, nossa empresa tenha suas atividades setorizadas (ou departamentalizadas), compreendendo atividade-meio e atividades-fim. Assim teremos os setores de apoio – como mecanização rural (tratores, grades, arados, etc.), irrigação (bombas e tubulações), transportes, oficinas (manutenção) e outros acaso necessários – e os setores mais especificamente ligados às atividades-fim, que serão as explorações agro-pecuárias. Nessas condições, esses setores serão tantos quantas forem as explorações. Assim poderemos ter a exploração agrícola, pecuária, avícola, suinícola, etc. A exploração pecuária precisa ser subdividida em corte, leite, produção de matrizes e reprodutores, etc. A exploração agrícola deverá destacar as espécies trabalhadas, como tomate, pimentão, cenoura, soja, arroz, milho, feijão, etc.
Todos os insumos utilizados em cada exploração deverão ser apropriados na respectiva conta, ou grupo de contas. Assim, as sementes, adubos, mudas e os fertilizantes e defensivos utilizados na lavoura de soja serão separados dos utilizados na lavoura de feijão, de milho ou de hortaliças. Cada atividade terá seus custos destacados das demais, de modo que uma não poderá se misturar com as outras. De igual modo, cada exploração agrícola utilizará diversos serviços de apoio, como mecanização, transporte, irrigação, etc. O custo desses serviços será rateado pelas explorações que os utilizaram, na proporção da utilização. Cada exploração pecuária, ou avícola, ou suinícola, utilizará insumos que lhes são própria, como vacinas e medicamentos diversos, ração, materiais de embalagem, etc. O somatório de todos os custos em determinado período indicará quanto custou a produção obtida.
A divisão do total dos custos pelo total de unidades produzidas – toneladas de soja, ou de feijão, ou de hortaliças de determinada espécie – indicarão o custo unitário. Esse será o custo de produção para essa espécie, que poderá ser soja, feijão, milho, frangos de corte, ovos, suínos, etc. Nesse ponto o produtor saberá exatamente quanto lhe custou cada unidade produzida: cada tonelada de soja, ou de milho, ou de feijão, ou cada frango, cada peru, cada dúzia de ovos, etc. Se quiser avançar um pouco, poderá adotar o custo-padrão e aí, terá um outro elemento para analisar seus custos e confronta-los com sua realidade, não apenas os custos incorridos, mas também todas as mutações que ocorrerem no empreendimento.
O agricultor necessitará manter algum controle, no mínimo para atender às exigências do imposto de renda, separando as informações de forma ordenada, por espécie e por período. Será o caso, entre outros, das safras fundadas, quando os custos irão sendo acumulados desde um determinado ano e a produção só ocorrerá no exercício seguinte ou em exercícios futuros. Por exemplo, uma lavoura de café, ou de laranja, que necessitam de vários anos para a plena produção. Também será o caso de adiantamentos recebidos por conta de entregas futuras, como o exige a escrituração do livro caixa da atividade rural. As vendas também deverão ser contabilizadas segundo os itens de produção: venda de soja, de milho, de feijão, de hortaliças, de frangos, de ovos, etc. Também será possível desdobrar as vendas segundo os prazos de pagamento, podendo ser à vista, a prazo – e a diversos prazos – etc.
O confronto dos custos com os preços de venda obtidos no mercado indicará a viabilidade ou não de continuar determinada exploração. A decomposição dos custos em todos os seus elementos fornecerá instrumentos para uma análise profunda: se esses custos são ou não imprescindíveis à operação. De igual modo, conhecendo os custos o produtor rural poderá saber se os preços de mercado são atrativos ou se não estão sequer cobrindo o custo da ração ou do fertilizante utilizado, como tem sido praxe em nosso País, onde geralmente o agricultor paga para produzir. Mas, para saber quanto está pagando, nosso herói agro-pecuário precisará da contabilidade agrícola. Sem esse instrumento, ele continuará às cegas, trabalhando e perdendo dinheiro, sem saber aonde quer chegar. Ou se realmente quer chegar!
Sobre o autor: Carlos José Pedrosa é catarinense de Biguaçu, radicado em Alagoas. Tem formação em contabilidade, sendo um profissional autônomo oriundo da iniciativa privada. Com mais de 40 anos de atuação em banco, na indústria siderúrgica, metalúrgica, mecânica e de laticínios, no comércio, no setor jornalístico, em estatal de abastecimento e no setor público.
http://www.cjpedrosaconsultoria.com/ 
cjpedrosa@cjpedrosaconsultoria.com

terça-feira, 25 de maio de 2010

Solubilidade X Assimilabilidade das Fontes de Fósforo

Antigamente, uma corrente de agrônomos considerava que apenas o fósforo proveniente dos fosfatos solúveis em água seria aproveitado pela planta durante o seu desenvolvimento. O que não era solúvel em água não seria absorvido pela planta, e, consequentemente, não tinha nenhuma eficiência agronômica. Eles consideravam o solo como um mero suporte do vegetal para ele não cair. E parece que ainda existem os que defendem esta teoria. O solo não teria vida. Mas o que se sabe é que o solo é um meio dinâmico formado de estruturas coloidais, com a presença de ácidos fracos, de microorganismos, de CO2, de secreções ácidas liberadas pelas raízes, e que teriam a propriedade de solubilizar as fontes de fósforo liberando-o para as plantas. 
Para uma melhor compreensão, abaixo temos uma ilustração do ciclo dos fosfatos solúveis em água.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Adubação da Citricultura no Estado do ACRE

Na citricultura é importante a adoção de práticas que visem dar condições essenciais ao desenvolvimento das mudas, e, consequentemente, a maior produção de frutas por árvore. No preparo da cova, a adubação é necessária para assegurar o fornecimento de nutrientes indispensáveis ao crescimento das árvores. As covas devem ter as dimensões de 60x60x60 cm e devem ser preparadas com antecedência de 30 dias antes do plantio. A adubação na cova é feita com a seguinte mistura:

terça-feira, 18 de maio de 2010

Aspectos Importantes e Adubação da Cana-de-Açúcar

A produção de cana-de açúcar em Minas Gerais, destinada às Usinas de açúcar e álcool, deverá ser em 2010 da ordem de 56,2 milhões de toneladas: um aumento de 12,6% em relação à safra passada. Por sua vez a safra nacional deverá alcançar 664 milhões de toneladas com um crescimento de 9,9%. Minas Gerais é a segunda maior área plantada com cana, ou seja, 648 mil hectares; o primeiro lugar é do Estado de São Paulo com 4,89 milhões de hectares. Uma das hipóteses para este crescimento é o aumento nos números de novas usinas instaladas: Minas Gerais teve três novas usinas; Goiás e São Paulo, duas; Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rio de Janeiro, uma em cada Estado. Em Minas Gerais, a maior produção de cana-de-açúcar está concentrada no triângulo mineiro: Uberaba, Conceição das Alagoas, Ituiutaba, Frutal e Iturama.

sábado, 15 de maio de 2010

Feira Brasileira de Reciclagem 2010

Recebemos da Agência de Notícias do Terceiro Setor um release que transcrevemos a seguir.

Feira Brasileira de Reciclagem 2010
Preservação e Tecnologia Ambiental
Reciclagem e preservação ambiental tema de evento em Curitiba.
O Tema reciclagem e preservação ambiental consolida cada vez mais Curitiba como a capital ecológica do Brasil. A prova esta no evento RECICLAÇÃO  Feira Brasileira de Reciclagem, Preservação e Tecnologia Ambiental que pelo quinto ano consecutivo é realizado na capital paranaense. Em 2010 acontecerá no período de 16 a 19 de junho, no centro de eventos Expo Unimed Curitiba.
Evento patrocinado pela AMBISOL Soluções Ambientais e apoio de realização da 3R AMBIENTAL promete mais uma vez cumprir o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável a geração de negócios e a integração entre a comunidade científica e as empresas privadas atuantes no segmento ambiental e de reciclagem. A organização estima um crescimento superior a 40% em relação aos expositores da edição anterior, pois com a superação da crise internacional que assolou a economia em 2009, as indústrias voltam a investir e incentivar a preservação ambiental.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

As Reações dos Fertilizantes Fosfatados e o Solo

Os fertilizantes fosfatados, no solo, sofrem uma série de reações que podem limitar a absorção do fósforo: diz-se que apenas 15 a 25% do fósforo, aplicado no solo, é absorvido pelas plantas. Daí o porquê das formulas NPK apresentarem alto teor de fósforo para compensar as perdas que se verificam, no solo, por causa dos processos de retrogradação e fixação do nutriente. Devido à alta reatividade dos fertilizantes fosfatados solúveis em água, o fósforo move-se no solo a pequenas distâncias a partir do ponto de aplicação: desta maneira um volume de solo que é enriquecido com a aplicação de P2O5 é pequeno; tende a ser menor quando se faz a aplicação em sulcos do que quando se procede à cobertura total do solo.

RETROGRADAÇÃO DO FÓSFORO:
Em solos com altos teores de cálcio (Ca) sob a forma livre de carbonato de cálcio, pela retrogradação, o fósforo do adubo é convertido em fosfato tricálcico que não é aproveitado pela planta. É uma forma semelhante à da rocha fosfatada. Esta forma de fósforo é de baixa disponibilidade para as plantas. Entretanto na retrogradação o fósforo não fica perdido, mas torna-se disponível lentamente para as plantas.


FIXAÇÃO DE FÓSFORO:
É um problema sério que ocorre nos solos ácidos. O fósforo é fixado pelo ferro e pelo alumínio. O fósforo torna-se indisponível para as plantas. A aplicação de calcário é uma maneira de melhorar esta indisponibilidade. Os íons (OH‾),gerados pelo calcário,tomam o lugar dos íons de fósforo fixado liberando-os para a solução do solo. Este é um dos maiores benefícios indiretos da calagem.
A reação com as argilas, principalmente aquelas com relação 1:1 (1 sílica:alumínio) – as caulinitas, é outra maneira de fixação do fósforo.

O oxigênio (aeração) é necessário para o crescimento das plantas e para a absorção dos nutrientes. Também é importante na decomposição da matéria orgânica do solo que é uma das fontes de fósforo. A compactação reduz a aeração e o espaço poroso das raízes. Isto reduz a absorção de fósforo e, consequentemente, afeta o crescimento das plantas. A compactação impede, também, as raízes de ocuparem uma maior área de solo pela penetração, limitando o acesso aos nutrientes. O aumento da umidade, até níveis ótimos, faz com que o fósforo fique mais disponível. Entretanto, o excesso de umidade reduz a aeração. Temperaturas adequadas facilitam a decomposição da matéria orgânica. Mas quando elas são muito altas ou muito baixas, limitam a absorção de fósforo.
Os fertilizantes fosfatados solúveis em água apresentam uma solubilidade alta. Isto explica o conceito de que somente os fosfatados solúveis em água são aproveitados pelas plantas. Por causa desta solubilidade, o fósforo move-se a pequenas distâncias a partir do ponto de aplicação. Assim sendo, o volume de solo enriquecido com fósforo é pequeno. Isto tende a ser menor quando se faz uma aplicação nos sulcos do que quando se aplica em cobertura total.
No solo, o fósforo encontra-se fixado, imobilizado, adsorvido e disponível.


1) FIXADO – é aquela forma de fósforo mineral que se encontra combinada a outros elementos como cálcio, ferro e alumínio, formando compostos não assimiláveis pelas plantas. Esta fixação depende das condições inerentes a cada solo e pode ocorrer com maior ou menor intensidade.
2) IMOBILIZADO – é aquela forma de fósforo que se apresenta na fórmula orgânica não assimilável pelas plantas. Este fósforo torna-se disponível para a planta pela mineralização da matéria orgânica.
3) ADSORVIDO – é aquela fração de fósforo que se encontra presa ao complexo coloidal do solo tornando-se disponível através de trocas com as raízes.
4) ASSIMILÁVEL – é aquela parte do fósforo que se encontra diluída na solução do solo sendo facilmente absorvida pelas plantas.
FÓSFORO DISPONÍVEL = FÓSFORO ADSORVIDO + FÓSFORO ASSIMILÁVEL

OUTROS ASSUNTOS
Fertilidade do Solo e Nutrição das Plantas
As Funções do Fósforo para as Plantas
Tipos e Obtenção dos Fertilizantes Fosfatados
Interpretando os Conceitos Básicos da Análise de Solo

terça-feira, 11 de maio de 2010

As Reações dos Fertilizantes Nitrogenados e o Solo

A principal ideia quando se aplicam fertilizantes é que eles vão adicionar nutrientes ao solo e que este, através das raízes, proverá a planta dos nutrientes necessários ao seu desenvolvimento vegetativo e à produção de grãos. Entretanto, quando aplicamos fertilizantes, inúmeras reações ocorrem entre os seus compostos e o solo. No caso dos fertilizantes nitrogenados, as reações mais importantes serão descritas a seguir:

quinta-feira, 6 de maio de 2010

As Formas de Absorção de Nitrogênio pelas Plantas

As plantas usam duas formas de absorção de nitrogênio (N): o "nítrico - NO3-" e o "amoniacal - NH4+". A preferência é pela forma nítrica.
As vantagens e desvantagens de ambas formas são as seguintes:

terça-feira, 4 de maio de 2010

Tipos e Obtenção dos Fertilizantes Fosfatados

Na  produção de fertilizantes fosfatados, a rocha fosfática é a matéria-prima essencial utilizada pelas indústrias. Como na rocha fosfatada o P2O5 é insolúvel em água, há necessidade de submetê-la ao ataque por ácidos fortes - "acidulação" - com a finalidade de tornar o fósforo solúvel em água e, assim, disponível para as plantas. É bom lembrar que existem rochas fosfatadas, como Arad, Carolina do Norte, Gafsa e

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Os Fertilizantes Nitrogenados

Os fertilizantes nitrogenados são produzidos, importados e comercializados no Brasil em grandes quantidades. Eles provêm da amônia que possui o nitrogênio na sua composição. E todo o nitrogênio vêm da atmosfera; o ar contém 82.000 toneladas de N para cada um hectare de superfície terrestre; é muito N.