terça-feira, 26 de maio de 2009

Produtos orgânicos X fertilizantes minerais - Parte I

A adubação orgânica vem tendo uma importância muito grande quando se fala em nutrição do solo. Os adubos orgânicos provém de estercos de animais, restos de culturas e adubo verde. Vem ganhando força, no cenário agrícola, o lodo de esgoto como fonte de nutrientes para as plantas. É óbvio que a adubação orgânica pela baixa concentração de nutrientes não substitui totalmente os fertilizantes minerais. Mas os adubos orgânicos contribuem para uma melhor aeração do solo, armazenamento de água e drenagem do solo. Os estercos sólidos e os restos orgânicos apresentam uma relação carbono/nitrogênio mais alta. Há uma decomposição mais lenta no solo liberando menores quantidades de nutrientes para as plantas.
Os agricultores de Londrina/PR terão à disposição 300 m³ de lodo de esgoto (LE). O produto já vem sendo usado pelos agricultores da região metropolitana de Curitiba/PR. Eles falam do aumento na produção de 30 a 40% e de economia na aplicação de calcário e fertilizantes. Existem duas Estações de Tratamento de Esgoto - ETE -, uma em Londrina e outra em Cambé. Elas geram 15.000 m³ de esgoto por ano. Os agricultores estão satisfeitos visto a diminuição dos custos em fertilizantes e calcários, já que o LE possui estes nutrientes. O LE é rico em matéria orgânica e tem quantidade significativa de nutrientes como é o caso do nitrogênio (N). Pode ser usado nas culturas de trigo, milho e soja. Todavia não é indicado para hortaliças e plantas cuja parte destinada à alimentação humana se desenvolva em contato direto com a terra. Além do N, o lodo de esgoto contém fósforo (P), micronutrientes e cálcio. O cálcio é proveniente do tratamento do produto com cal para higienização. A cal usada pode substituir, em parte, a quantidade de calcário recomendada para aplicação no solo. Há um controle da existência de metais pesados antes da liberação do produto. Na região metropolitana de Curitiba já foram distribuídos, no período de 2000-2008, 175.300 m³ de lodo de esgoto. Em Foz do Iguaçú, 1.500 m³.
CARVALHO & BARRAL (1981) disseram que pelo processo de mineralização da matéria orgânica (M.O), há uma lenta liberação de nutrientes ocasionando um melhor aproveitamento para as plantas. LESLIE (1970) e MAYS et al (1973) demonstraram que o crescimento das plantas e a produção de grãos foram iguais ou maiores que àquelas que receberam fertilizantes químicos. CUNNINGHAN et al (1973) obteram aumento na produção de milho relacionada à liberação de nutrientes NPK. SABEY et al (1977) verificaram que as plantas de trigo tiveram maior desenvolvimento em solos que receberam lodo de esgoto, misturado com restos de madeira, em comparação à fertilização mineral. F.C.Oliveira e outros (1995) verificaram que o LE liberou nutrientes que foram absorvidos pelas plantas de sorgo e que há uma necessidade de complementar o LE com potássio (K). Verificaram, também, que aplicações de LE acima de 20 t/ha pode apresentar resultados melhores no desenvolvimento do sorgo.

1 - Produtos orgânicos sólidos

Para calcular a quantidade de nutrientes contidas em um material orgânico usa-se a fórmula:

Qn = A x B/100 x C/100 x D
, onde

A = quantidade de material aplicado em kg/ha;
B = % de matéria seca (MS) do material aplicado;
C = % do nutriente na matéria seca;
D = índice de eficiência de cada nutriente.
Por exemplo, seja 1.000 kg/ha de material orgânico com 70% de MS, teor de nitrogênio (N) de 3,8% e um índice de eficiência do nitrogênio de 0,5


N kg/ha = 1.000 x 70/100 x 3,8/100 x o,5 ; N = 13 kg/ha

2 - Produtos orgânicos líquidos

Qn = A x B x C


A = quantidade de material aplicado em m³
B = concentração do nutriente no produto em kg/m³
C = índice de eficiência de cada nutriente

A utilização de restos orgânicos e fertilizantes minerais são capazes de otimizar a produção das plantas. Como já escrevemos, somente o material orgânico não é suficiente para elevar a produtividade pois a relação de nutrientes existente no material é diferente daquela exigida pela cultura. Há necessidade de complementar com o uso de adubos minerais.
Leia as Partes 2 e 3
Produtos orgânicos x fertilizantes minerais - Parte 2
Produtos orgânicos x fertilizantes minerais - Parte 3

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