quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Projeto Biomas

Com a discutida Reformulação do Código Florestal, aprovado em 06/07/2010 pela Comissão Especial da Câmara, criando as Reservas Legais e as Áreas de Preservação Permanente - APP's houve um impasse entre os Ministérios do meio Ambiente e da Agricultura, para levar a cabo esta mudança. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) recorreu a uma parceria com a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), para por fim a esta polêmica, e lançou o "Projeto Biomas". Este projeto visa identificar os potenciais de uso da terra, considerando o ambiente, e estabelecendo parâmetros para o desenvolvimento de uma agropecuária sustentável. O projeto visa à criação de seis unidades de 500
ha, em cada um dos biomas brasileiros: Floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa. Estas unidades serão padrões e servirão para mostrar, às demais pessoas, o resultado do empreendimento. A CNA liberará 20 milhões de reais para a Embrapa, distribuídos em nove anos de pesquisa. A Embrapa colocará 60 pesquisadores do seu quadro técnico no projeto e pretende contar, no total, com 240 técnicos oriundos de universidades parceiras. A EMBRAPA Florestas (Colombo/PR) será a coordenadora do trabalho. Até o fim deste ano, o trabalho será aprofundado em dois biomas: a Mata Atlântica e o Cerrado, pois são as áreas de maior concentração na produção de alimentos. O principal objetivo do Projeto Biomas é a proteção e uso sustentável de paisagens dos biomas brasileiros. A proposta é aliar a produção agropecuária e a preservação do meio ambiente, com ênfase no uso do componente arbóreo. A busca para alcançar modelos de sistemas produtivos mais sustentáveis. O projeto permitirá que o Brasil consiga manter a liderança global na produção agropecuária e a preservação do meio ambiente.
O Brasil não será apenas um produtor de alimentos, mas terá uma produção de alimentos embasada em técnicas científicas e ambientalmente sustentáveis, como disse a Senadora Kátia Abreu, Presidente da CNA.
O Projeto Biomas está dividido em cinco etapas: gestão, seleção, caracterização e interpretação de potencialidades, e fragilidades das paisagens rurais. Para isto será preciso proteção e uso sustentável das APP's, rede de experimentação extensiva, transferência de tecnologias, com a capacitação de multiplicadores e agentes locais. O homem do campo precisa de conhecimentos técnicos aliados a uma preservação da natureza. A população mundial cresce a cada dia, a cada mês, a cada ano; maior quantidade de alimentos é necessária; maior número de hectares de terra é necessário para produzir alimentos; cerca de um bilhão de pessoas, no mundo, passam fome. Mas a caminhada desenfreada para produzir mais não pode acabar com as florestas. É possível produzir mais sem provocar danos ao meio ambiente. E para levar os conhecimentos até os produtores rurais será necessária a ação dos disseminadores dos conhecimentos adquiridos com a implantação do Projeto Biomas. E estes devem falar a linguagem dos produtores rurais e não uma linguagem científica; os produtores precisam compreender os objetivos e as orientações transmitidas. Os extensionistas rurais, dos serviços de extensão em cada Estado, estão acostumados a isto e falam a linguagem do produtor. Eles aprenderam a falar uma linguagem simples, sem usar os termos técnicos. Para executar a disseminação das orientações, o SEBRAE será o parceiro. Segundo o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, aproximadamente um milhão de propriedades rurais está em desacordo, no momento atual, com a legislação ambiental do País.
"Respeitar o meio ambiente é função de todos os brasileiros e não só dos produtores rurais. O Projeto Biomas vai chegar a todos os lugares onde houver produtores rurais, independente do seu porte", disse a Senadora Kátia Abreu no lançamento do Projeto.

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Os Biomas Brasileiros

Um comentário:

  1. Caro Colega

    "A população mundial cresce a cada dia,a cada mês,a cada ano;maior quantidade de alimentos é necessária;
    ...cerca de um bilhão de pessoas,no mundo,passam fome".
    É o que vem no seu texto. Ora isto exige uma maior quantidade de azoto,um elemento vital,quer ele resulte de fixação de azoto atmosférico por via bacteriana,quer de adubos.
    Quererá isto dizer que haverá mais "perda de azoto nitroso para a atmosfera",o título de um outro texto seu,de 6 de Agosto de 2009.

    Parece então vir a propósito o

    A PROPÓSITO DO ÓXIDO NITROSO

    Como se sabe,da redução de nitratos,resulta óxido nitroso,um dos gases de efeito de estufa. E é frequente atribuir à agricultura,por via de adubações, um importante papel na sua produção. Ora,nitratos,a bem dizer,sempre existiram.
    É na atmosfera,como é sabido,também,que reside o manancial de azoto necessário à vida. A sua utilização vem por intervenção de bactérias que o fixam na forma de amoníaco. Trata-se,ou de bactérias que têm vida livre,do género azotobacter,ou de bactérias que vivem em simbiose com leguminosas,do género rizobium.
    O amoníaco é, depois, oxidado por outras bactérias,produzindo-se,primeiro,nitrito,e a seguir, nitrato. Quer dizer,nitratos formaram-se desde a criação destas bactérias,e andam por aí,pelos solos,desde há muito. Para a sua formação, intervêm,também,como se sabe,os relâmpagos.
    Por razões de subsistência,que a família não pára de aumentar,houve necessidade de produzir,de modo industrial,nitratos,que,simplesmente,vieram somar-se aos que já existiam. Assim,para além de óxido nitroso resultante de adubos,há que contar com o derivado de nitratos produzidos naturalmente. Ora,não têm conta as fontes deste óxido nitroso natural.
    Efectivamente,quando há nitratos e condições de redução, gera-se óxido nitroso. E condições de redução é o que não falta. Uma das principais são os terrenos alagados,onde quer que eles estejam,de norte a sul,de leste a oeste,nos trópicos,em zonas frias. Outra,são as camadas geladas de regiões árticas,o "permafrost". Os combustíveis fósseis,carvão mineral,petróleo e gás natural,que tiveram a sua origem em meios redutores,são mais uma fonte. Os oceanos dão,igualmente,a sua contribuição.
    Quer dizer,os nitratos dos adubos estão bem acompanhados quanto à produção de óxido nitroso. O que se espera,o que é de pedir,é que a atmosfera continue a eliminar óxido nitroso,um redutor, como o fez durante milénios,por via dos seus radicais livres.

    Esperando não estar a abusar do seu precioso espaço,e da sua tolerância,desejo-lhe,Caro Colega,muito boa saúde.

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