Mostrando postagens com marcador pH. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pH. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 3 de março de 2015

Papel dos Cátions na Fertilidade do Solo



Cátions e ânions podem ser retidos pelo complexo coloidal do solo. Os coloides do solo possuem cargas negativas (-) e positivas (+). Os íons trocáveis do complexo coloidal estão em equilíbrio com a solução do solo. Qualquer modificação da solução do solo provoca uma mudança neste equilíbrio. O poder absorvente é a capacidade que possui o complexo de adsorção de reter íons que provém da solução dom solo. Os cátions (carga positiva) são retidos na superfície dos coloides pelos pontos de carga negativa. 
Uma argila montmorilonita tem mais capacidade de adsorção do que uma argila caulinita. O aumento de pH do solo provoca um aumento de cargas negativas na superfície dos coloides. Por outro lado, quando há uma diminuição de pH do solo, há uma menor adsorção de cátions devido ao menor número de cargas negativas. Os

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Leitura do pH do Solo em Água e Cloreto de Cálcio

Os métodos de determinação do pH da acidez do solo são os mais variados. Existem laboratórios que fazem a determinação em pH em água, outros pH em CaCl2 0,01M. O Rio Grande do Sul e Santa Catarina utilizam o método SMP. O pH em água foi considerado durante muito tempo como o método padrão. O pH em água indica a acidez ativa. Portanto, surgiu o problema de que os ácidos fracos contidos no solo não apareciam na determinação do pH em água. Além disto, como as amostras de solo chegavam úmidas aos laboratórios, a concentração

terça-feira, 19 de junho de 2012

O pH na Análise do Solo

Interpretação da Análise do Solo (1)



O solo é considerado ácido quando possui muitos íons H+ (acidez ativa). Conhecendo-se a concentração de H+ na solução do solo pode-se calcular a CTC a pH 7,0 que junto com a percentagem de saturação por bases (V%) indica a necessidade de calagem. Nesta situação, há uma pobreza de cátions básicos trocáveis que estão adsorvidos nos coloides do solo. Um solo ácido, portanto, possui pobreza de nutrientes, alto teor de Al tóxico, excesso de Mn, alta deficiência de P e de alguns nutrientes. Existem vários

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Necessidade Calagem no Plantio Direto, RS e SC

No sistema de plantio direto, os métodos para determinar a necessidade de calagem, no RS e SC, são o pH em água e a saturação por bases da CTCa pH7,0 e o valor V%; é o chamado critério principal. Mas isto para áreas consolidadas, de uso contínuo e por período maior que cinco anos. Quando eles não são concordantes, há necessidade de adotar o critério complementar que leva em consideração o teor de fósforo (P) e a saturação por Al (alumínio) ou m%.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A Acidez do Solo - Ativa e Potencial

Um dos fatores limitantes ao desenvolvimento das culturas é a acidez do solo. Os solos brasileiros são, em geral, solos ácidos e com baixa disponibilidade de nutrientes necessários ao maior rendimento das lavouras. Portanto, uma prática, que ser torna necessária, é a correção desta acidez criando condições melhores tanto na fertilidade do solo como nas plantas. O alumínio (Al) e o manganês (Mn) são tóxicos devido a maior solubilidade nos solos ácidos. A acidez diminui a população de microorganismos que são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Adubação Foliar - Parte II

Na Parte I abordamos sobre a importância da adubação foliar na correção de deficiências, os tipos de adubação via folha e a lei do mínimo. Continuaremos, nesta parte II, a tecer comentários sobre a importância desta prática que vem crescendo ano a ano o interesse dos produtores pela adoção da mesma.

Leia a parte 1 desse artigo em:
Adubação foliar - Parte 1

Na adubação foliar, dois mecanismos se processam:
1) penetração do nutriente através da cutícula para o interior da folha. Isto se faz de maneira rápida. É a “fase passiva”.
2) o nutriente penetra no interior da célula. É um processo demorado. É a “fase ativa”.
A menor quantidade de ceras presentes na cutícula favorece a absorção dos nutrientes. As cutículas devem estar bem hidratadas. Substâncias lipoidais penetram mais facilmente nas folhas mais velhas. A absorção de nutrientes é mais intensa nas folhas novas do que nas folhas adultas e velhas.
Em relação aos nutrientes, a mobilidade dos mesmos é um dos fatores que influi na absorção de nutrientes:
Íons móveis; sódio (Na), nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), enxofre (S), cloro (Cl).
Íons parcialmente móveis: os micronutrientes - zinco (Zn), cobre (Cu), ferro (Fe), molibdênio (Mo) e manganês (Mn).
Íons imóveis: cálcio (Ca) e magnésio (Mg).

Vantagens x benefícios da adubação foliar
1) dosagem precisa
– traz importantes benefícios como: menor custo na aplicação; não há desperdício de nutrientes; a aplicação é homogênea; melhor aproveitamento dos nutrientes;
2) maior uniformidade na aplicação – a lavoura apresenta-se mais homogênea; o ponto de maturação torna-se igual; e maior produtividade são os benefícios desta vantagem;
3) redução na mão-de-obra – importantes benefícios como a diminuição de custos; aplicação simultânea com herbicidas fungicidas e inseticidas.

No emprego dos fertilizantes foliares deve-se levar em consideração uma série de cuidados quanto às condições de aplicação:
Os fertilizantes foliares devem ser aplicados:
1) em dias frescos e nublados;
2) de manhã cedo e no final da tarde;
3) quando as plantas estiverem túrgidas. Quando há boa disponibilidade de água no solo, a planta mantém as células túrgidas favorecendo a penetração dos nutrientes via foliar;
4) depois da irrigação.
Os fertilizantes foliares não devem ser aplicados:
1) em dias claros e quentes;
2) nas horas mais quentes do dia;
3) quando as plantas estão murchas;
4) antes da irrigação.
O uso de agentes molhantes ou adesivos melhoram a cobertura das pulverizações sobre a superfície das folhas.
Os surfactantes são substâncias que adicionadas às soluções, suspensões ou emulsões, diminuem as tensões interfaciais e funcionam como estabilizadores das mesmas. São usados em pequenas quantidades (0,1 a 2 %). Entre eles encontramos:
Espalhantes – diminuem o ângulo de contato da água com a superfície das folhas.
Molhantes – promovem um contato maior da solução com a superfície das folhas. É o caso do uso de sabões, detergentes, lecitina de soja.
Adesivos – têm as propriedades dos molhantes mas de maneira mais acentuada. Eles formam um película protetora impedindo que a solução escorra.
Humectantes – dificultam a evaporação da água.
Dispersantes – são usados como estabilizadores de suspensões sólidas em água. É o caso da lecitina de soja.
Emulsionantes – também são estabilizadores de emulsões de óleo e água.

Efeito do pH
O pH do solo além de influir na absorção de nutrientes pode agir na disponibilidade dos mesmos. O fósforo é absorvido pela planta em pH ácido como H2PO4-, enquanto os íons HPO4-² e PO4-³ em pH alcalino.

Fontes de nutrientes
Ácidos – ácido fosfórico e ácido bórico.
Hidróxidos – hidróxido de cálcio.
Quelatos – quelatos de ferro (Fe-EDTA).
Óxidos – óxido de zinco e óxido manganoso (MnO).
Nos solos com alto teor de manganês, o ferro encontra-se em baixa disponibilidade. Fazer pulverizações com zinco.
Em citros as deficiências de zinco são corrigidas com aplicações de compostos de zinco.
No café, em solos argilosos, as deficiências de zinco são corrigidas com sulfato de zinco.
A adubação foliar é uma forma mais eficiente de corrigir deficiências de ferro (Fe) em solos alcalinos.


INCOMPATIBILIDADE
Chama-se incompatibilidade de fertilizantes a utilização de dois ou mais materiais que produzam uma deterioração de suas propriedades físicas e/ou químicas, diminuindo a eficiência dos mesmos.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O arroz e feijão irrigados

Das fontes de nitrogênio (N) usadas na adubação de arroz e feijão irrigados, nos cerrados, não houve diferenças significativas entre a aplicação de uréia e sulfato de amônio. A uréia, por sua maior concentração de N (45%) leva vantagens do ponto de vista econômico, ou seja, custo/benefício. O custo do kg de N é muito mais barato na uréia. Para se calcular o custo do kg do nutriente contido num determinado produto segue-se as seguintes etapas:
1ª Etapa: devemos conhecer o custo de cada produto colocado na propriedade;
2ª Etapa: devemos conhecer as garantias do nutriente em cada produto, lembrando que o teor expresso do nutriente em porcentagem (%) significa para 100 kg. Por exemplo: a uréia está com uma garantia de 45% de N. Isto significa que em 100 kg de produto teremos 45 kg de N. Em 1 tonelada de uréia, isto é, 1.000 kg teremos 450 kg de N.
Por sua vez, o sulfato de amônio está sendo vendido com uma garantia de 20% de N. Em 100 kg teremos 20 kg de N. Em 1.000 kg teremos 200 kg de N;
3ª Etapa: devemos saber quanto custa a uréa e o sulfato de amônio colocado na propriedade do cliente, ou seja, preço CIF;
4ª Etapa: para saber o custo da unidade de N dos dois produtos, basta dividir o preço da tonelada de cada produto pela respectiva quantidade de N contido nestes 1.000 kg.
kg N = preço tonelada produto / quantidade de N na tonelada.
Deve-se levar em conta na adubação nitrogenada, o histórico da área, ou seja a cutura precedente, sua quantidade de biomassa e sua relação C/N
. No caso da cultura precedente seja uma gramínea, as exigências de nitrogênio serão bem maiores do que se fosse uma leguminosa. As gramíneas têm uma relação C/N maior. As leguminosas têm a capacidade de fixar o nitrogênio do ar através de bactérias do gênero risóbio que vivem em simbiose com as raízes das plantas. As leguminosas têm uma relação C/N menor e com isto podem disponibilizar mais N para a cultura posterior. Por isto é que se busca que a cultura antecedente ao plantio de lavouras de arroz e feijão irrigados seja uma leguminosa.
Quanto ao fósforo e potássio basear-se nas recomendações dos laboratórios e orgãos de pesquisa a fim de suprir o solo com as doses adequadas que garantam alcançar as produtividades esperadas. A análise do solo é importante para indicar os teores destes nutrientes no solo e ser base para a reposição dos mesmos buscando um perfeito desenvolvimento da cultura.
Devido ao baixo teor natural dos micronutrientes, nos solos de cerrados, é importante, na adubação, a inclusão dos mesmos e não pode ser esquecida. O importante é prevenir antes o aparecimento de deficiências destes micronutrientes. Uma análise de solo vai nos dar condições de verificar a fertilidade destes solos e suprir as deficiências naturais de maneira correta.
O arroz tolera mais a acidez do solo. Mas isto não quer dizer que devemos dispensar a aplicação de corretivos. Pelo contrário, o cálcario dolomítico é importante como fonte de cálcio (Ca) e magnésio (Mg). A correção da acidez de maneira inadequada tem contribuido para a redução dos micronutrientes. As deficiências de zinco (Zn) e ferro (Fe) são as mais comuns em arroz quando plantado após feijão e soja. O calcário aplicado em excesso eleva o pH do solo tornando menor a disponibilidade dos micronutrientes. "A medida que aumenta o pH diminui a disponibilidade dos micronutrientes". Recomenda-se a aplicação de calcário para manter o pH na faixa de 5,8 - 6,0 para culturas precedentes como milho, soja, feijão que são exigentes em Ca e Mg.
Para maior resistência às doenças, como a bruzone, está sendo estudada a aplicação de silício (Si) na forma de silicatos. Além de diminuir o grau de severidade da doença tem proporcionado aumento no crescimento da planta.

sábado, 25 de abril de 2009

Interpretação da Análise do Solo - Parte 2 - Calagem

A análise do solo é o principal item para quem quer obter alta produtividade em suas lavouras. Somente corrigindo a acidez e repondo os nutrientes, além de outras práticas agrícolas, como o uso de sementes certificadas, combate às pragas e doenças, cuidados na colheita, etc... é que poderemos alcançar boas produções nas lavouras. É claro, se o clima ajudar.
Na 1ª parte do assunto “interpretação de análise do solo” comentamos como interpretar a análise aliada às recomendações de calagem e fertilizantes.
Interpretação da análise do solo - Parte 1

Vamos abordar nesta postagem a calagem. Esta prática da calagem é importante para “matar” a acidez do solo. Quem vai nos dizer a quantidade que devemos usar é a análise do solo.

1° PASSO
Teremos que ter em mãos os seguintes índices encontrados ou não no resultado da análise do solo: V%, T, m%, teores de Ca, Mg e K, teor de Al e (H+Al), valor S (soma de bases), teor de argila do solo e PRNT do calcário. Se a análise não apresentar todos eles, teremos que calculá-los.
Seja uma análise de solo que apresenta os seguintes resultados:
pH em água – 4,4; pH em CaCl2 – 4,0
P (Mehlich) – 1 mg/dm³ ; P (resina) = 6 mg/dm³
K = 25 mg/dm³ ; Ca = 0,8 cmolc/dm³; Mg = 0,2 cmolc/dm³
Al = 1,6 cmolc/dm³ ; (H+Al) = 5,2 cmolc/dm³

Cálculo da soma de bases (S ou SB)

S = Ca + Mg + K + (Na)
ADVERTÊNCIA: a soma de bases é expressa em cmolc/dm³ ou mmolc/dm³. Na análise acima, o Ca e Mg estão expressos em cmolc/dm³. O K está expresso em mg/dm³. Para calcular Soma de bases (S ou SB), os elementos devem estar expressos da mesma forma, ou seja, em cmolc/dm³.
Portanto, é preciso transformar os 25 mg/dm³ de K em cmolc/dm³.
A expressão mg/dm³ é o mesmo ppm (unidade antiga) que significa “partes por milhão” = 1.000.000 g de solo.
Então, 25 mg/dm³ de K ------------------- 1.000.000 g de solo
......................X ----------------------------- 100 g

X= g K = 100 x 25 / 1.000.000 = 0,0025 g de K


Pode-se usar a tabela II para achar este resultado, bastando multiplicar os 25 mg/dm³ de K por 0,0001 = 0,0025
Agora devemos transformar 0,0025 g de K em cmolc/dm³
A fórmula a ser usada é:

Cmolc K = Massa atômica em g/Valência/1.000

A valência do K = 1
Logo,
1 cmolc K = 39 / 1 / 1.000 = 0,039 g/dm³ K
1 cmolc K -----------0,039 g K
.......Y ---------------- 0,0025 g K
Y = 0,0025 x 1 / 0,039 = 0,06 cmolc/dm³ de K
Portanto, 25 mg/dm³ K = 0,06 cmolc/dm³ de K

Sobre conversões de nutrientes da análise do solo, leia mais:
Tabela de conversão de unidades da análise do solo
Interpretação da análise do solo - cmolc e mg/dm³
Converter cmolc/dm³ de K, Ca, Mg e Na em mg/dm³
Converter dag/kg em g/kg e vice-versa

Soma de bases (S)
S= K + Ca + Mg + Na
S = 0,8+0,2+0,06
S = 1,06 cmolc/dm³

CTC efetiva (t)
t = S + Al 
t = 1,06 + 1,6
t = 2,66 cmolc/dm³

Porcentagem de saturação por Al (m%)
m (%) = 100 x Al / t
m (%) = 100 x 1,6 / 2,66;
m = 60,15%

CTC a pH 7,0 (T)
T = S + (H+Al) T 
T = 1,06 + 5,2;
T = 6,26 cmolc/dm³

Porcentagem de Saturação por Bases da CTC a pH 7,0 (V%)
V (%)= 100 x S /T
V (%) = 100 x 1,06 / 6,26
V = 16,93% (solo de muito baixa fertilidade)

Porcentagem de Saturação por Ácidos da CTC a pH 7,0 M%)
M(%) = 100 - V
M (%) = 100 - 16,93 
M = 83,07 %

2° PASSO
De posse dos dados do passo anterior estamos aptos a calcular a necessidade de calcário específica para cada estado conforme as fórmulas que apresentamos a seguir. Convém chamar a atenção que a fórmula para cálculo da necessidade de calagem pelo método V% é diferente quando o valor "T" está expresso em cmolc/dm³ ou em mmolc/dm³.
No caso de T expresso em cmolc/dm³, a fórmula é a seguinte:
NC (t/ha) = (V2-V1) x T / 100
No caso do valor "T" expresso em mmolc/dm³, a fórmula é a seguinte:
NC (t/ha) = (V2-V1) x T / 10 x 100
No cálculo da necessidade de calagem é importante a atenção no uso correto da fórmula no que diz respeito aos valores expressos da Capacidade de Troca de Cátions a pH 7.0 (CTC a pH7.0) ou valor "T".
Recomendo ler: 
Valor CTC mal aplicado superestima a necessidade de calagem

No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a Comissão de Química e Fertilidade do Solo publicou uma tabela para recomendação de calcário e adubação para diversas culturas destes Estados. A calagem é baseada no índice tampão SMP.

No Paraná e Mato Grosso, a necessidade de calagem baseia-se no valor da porcentagem de saturação por bases (V%). A recomendação é aplicada em solos que apresentam V% menor que 50% procurando atingir 60%. A fórmula a ser aplicada é a seguinte (baseada nos valores em cmolc/dm³ da análise acima):

NC (t/ha) = (
V2-V1) x T x f / 100
NC significa necessidade de calcário em t/ha;
T = capacidade de troca de cátions.
V2 = 60% (valor que buscamos)
V1 = valor V na análise. Pode ser calculada, também, V = 100 x S/T
f = 100/PRNT (foi incluído o fator "f" para calcular diretamente a correção do PRNT)
Pelos dados que já calculamos teríamos:
NC (t/ha) = (60 – 16,93) x 6,26 x 1,25 /100
NC = 3,37 t/ha
Calcário com 80% de PRNT, logo f = 100/80 = 1,25

No Mato Grosso do Sul é recomendada a calagem quando a porcentagem de saturação por Al (m%) for maior que 10%. No nosso exemplo m= 60,15%

NC (t/ha)= Al x 2 x f

NC (t/ha) = 1,6 x 2 x 1,25 = 4 t/ha

Em São Paulo aplica-se calcário para elevar o valor V a 70%. A fórmula de cálculo é a mesma usada no Paraná.

NC (t/ha)= (
V2-V1) x T x f / 100

Onde V2 será 70 e V1 o encontrado no resultado da análise.
NC (t/ha) = (70 – 16,93) x 6,26 x 1,25 / 100 = 4,15 t/ha
O teor de Mg deve ser elevado a um valor mínimo de 5. Daí a escolha de um calcário magnesiano ou dolomítico.

Nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso, a calagem é recomendada em função do teor de argila.
Para solos argilosos (mais de 20% de argila) a fórmula é:

NC (t/ha) = [(Al x 2) + 2 – (Ca + Mg)] x f


NC (t/ha) = [1,6 x 2) + 2 – (0,8+0,2)] x 1,25
NC = 5,25 t/ha

Em solos arenosos, em que o teor de argila é menor que 20%, usam-se duas fórmulas de cálculo e escolhe-se a que apresentar maior quantidade.

NC (t/ha) = (Al x 2) x f  
       (1)
NC (t/ha) = [2- (Ca + Mg)] x f      (2)

NC = (1,6 x 2) x 1,25       (1)
NC = 4 t/ha
NC (t/ha) = [2-(0,8+0,2)] x 1,25     (2)
NC = 1,25 t/ha Escolhe-se a maior quantidade: 4 t/ha.

Leia a Parte 3:
Interpretação da análise do solo - Parte 3

ATUALIZAÇÃO
Recomendo ler, também, os artigos da "Série Interpretação da  Análise do Solo" onde os conceitos da análise do solo são abordados individualmente.

O pH do solo na análise do solo - Interpretação da análise do solo (1)
Argila e matéria orgânica na análise do solo - Interpretação da análise do solo (2)
Cátions trocáveis e as CTC's na análise do solo - Interpretaçao da análise do solo (3)
Cátions ácidos e saturação por alumínio na análise do solo - Interpretação da análise do solo (4)
Percentagem de saturação por bases (V%) na análise do solo - Interpretação da análise do solo (5)
Necessidade de calagem pela análise do solo - Interpretação da análise do solo (6)
Percentagem de saturação dos cátions básicos na análise do solo - Interpretação da análise do solo (7)
Relação Ca:Mg na análise do solo - Interpretação da análise do solo (8)
Escolha do calcário para saturar Ca e Mg pela análise do solo - Interpretação da análise do solo (9)
Recomendação de adubação PK pela análise do solo - Interpretação da análise do solo (10)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Influência do pH no Desenvolvimento das Culturas

O pH ou potencial de hidrogênio ionico está ligado à concentração de íons H+ no solo. Serve para avaliar se um solo é ácido, neutro ou alcalino. A escala do pH vai de 1 a 14 onde o índice 7,0 significa que o solo é neutro. Abaixo de 7,0 o solo é ácido e acima de 7,0 dizemos que o solo é alcalino. A faixa 6,0 a 7,0 é a ideal para o desenvolvimento das plantas.
Nos solos ácidos, pH menor que 7,0, as plantas não desenvolvem bem porque a disponibilidade de nutrientes é muito pequena. Nestes solos o nutriente com maior problemas é o fósforo. Dizem que em solos ácidos somente 25% do fósforo aplicado no solo, através dos fertilizantes, é aproveitado pela planta. Daí porque nas formulações de fertilizantes NPK, o fósforo (P) aparece em maior quantidade: 5-30-15, 6-36-12, 0-30-15, etc...

Mas a faixa de 6,0 a 7,0 é a que apresenta melhor disponibilidade dos nutrientes para as plantas. Entretanto, a batatinha prefere os solos ácidos porque em solos próximo da neutralidade (pH=7,0) há o aparecimento da doença “murchadeira”, de graves consequencias para a produção da planta. No caso da batatinha, a dosagem de calcário recomendada é a metade das necessidades por hectare. Já a alfafa prefere solos com pH próximo de 7,0. A dosagem recomendada é 1,5 da necessidade de calcário.
Acima de pH 5,6 não se encontra mais alumínio (Al) devido a sua precipitação na forma de óxido.

Al³+ + 3H2O = Al(OH)3 + 3H+

Quando aumenta o teor de matéria orgânica (MO) aumenta a CTC a pH 7,0 (T). O teor de Ca é maior que Mg que é maior que o K que é maior que o sódio (Na).

Nos solos ácidos verifica-se a “fixação” do fósforo (P) pelo ferro (Fe) e alumínio (Al) formando compostos insolúveis. Os solos ácidos apresentam baixos teores de cálcio (Ca), magnésio (Mg) e potássio (K). Possuem, ainda, baixa capacidade de troca de cátions efetiva (t) – CTC efetiva, o que provoca uma alta lixiviação de cátions. Baixa saturação por bases (V%) e alta saturação por Al (m%) devido a presença de alumínio trocável e baixa CTC efetiva Há limitações na decomposição da matéria orgânica.
Nos solos alcalinos verifica-se deficiência de fósforo (P) devido à formação de compostos insolúveis com cálcio (Ca). Aparecem, nestes solos, altos teores de Ca, Mg e K e deficiências de micronutrientes com exceção do molibdênio (Mo). Alta saturação por bases (V%) chegando a 90-100% e ausência de AL3+ trocável. Alta capacidade efetiva (t) a qual em solos arenosos é baixa. O nitrogênio (N) perde-se por volatilização. Os solos podem ser salinos ou sódicos.

MELHOR INDICE DE pH PARA A DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES:

a) O nitrogênio (N) tem melhor aproveitamento pela planta a partir do pH 5,5 atingindo o máximo entre pH 6 e 7,5 e depois vai diminuindo;
b) O fósforo (P2O5) apresenta melhor disponibilidade em solos com pH ente 6,5 e 7,5;
c) O potássio (K2O) é melhor aproveitado a partir de 5,5.

FAIXA APROPRIADA DE pH PARA AS CULTURAS

Algodão – 5,7 a 7,0 ; arroz – 4,7 – 5,2
Batatinha – 5,0 – 5,5 ; café – 5,2 – 6,0
Cana de açúcar – 5,7 – 6,5; feijão – 5,5 – 6,5
Laranja – 6,0 – 6,5 ; milho – 5,5 – 7,0
Soja – 5,7 – 7,0 ; tomate – 5,5 – 6,8
Trigo – 5,5 – 6,7 ; videira – 6,0 – 7,5

Com a calagem busca-se elevar o pH aos níveis de 6,0 – 6,5.