quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Agrotóxicos - Lembretes Importantes

Destino final dos resíduos.

O preparo da calda deve ser planejado para que, após a aplicação, não sobrem resíduos, a fim de evitar desperdícios e sobras. Mas, apesar de todos os cuidados, ou quando o agricultor resolve preparar a calda sem a orientação de um técnico responsável, sempre há casos de sobras de produto; nestes casos, como proceder? O volume de calda que sobrar (o recomendado é que sobre um pequeno volume) deve ser diluído em água e aplicado nas bordaduras da área tratada e nos carreados; se o produto for um herbicida, não o repasse nas áreas tratadas, pois poderá causar fitotoxicidade. Os restos dos produtos não devem ser jogados em fontes de água – rios, lagos, etc – na estrada, ou em áreas de preservação permanente, ou perto das residências e locais dos animais. Tratando-se de produtos concentrados, o mesmo deve ser mantido na embalagem original; fechar bem a embalagem e certificar-se que assim o foi feito; após armazená-la em lugar seguro.

Produto que está vencido ou impróprio para a comercialização.
Os agrotóxicos, geralmente, têm um prazo de validade de 2 a 3 anos. Isto é tempo suficiente para serem aplicados na lavoura e serem comercializados. Mas a compra de grandes quantidades, errar na rotação de estoque, poderá fazer com que os produtos fiquem com o prazo de validade vencido; caso isto aconteça, o produtor agrícola deve consultar o fabricante no telefone que aparece no rótulo; ou o revendedor para o caso de devolução ou destino das embalagens.

Cuidados no vestir e retirar os EPI’s.
É importante a série de cuidados que devem ser tomados quando se usam produtos químicos tóxicos. O uso de uma manipulação correta dos agrotóxicos evita uma série de transtornos prejudiciais à saúde humana, dos animais e riscos ao meio ambiente. Usando cuidados corretos no manuseio e manipulação dos agrotóxicos minimizam-se bastante estes riscos. Entretanto, muitas vezes, o empregador e trabalhadores estão conscientes dos cuidados a serem tomados; os fazem corretamente; mas no final da aplicação, na hora de se despir dos equipamentos de proteção há um descuido; e os trabalhadores são expostos diretamente à contaminação pelo produto. Sabemos que podemos ser contaminados através dos olhos, nariz, boca e pele. E a retirada dos equipamentos de proteção sem uma sequência ideal pode contaminar o aplicador. A retirada dos equipamentos de proteção individual – EPI’s obedece a uma ordem que deve ser fiscalizada e orientada pelo empregador aos seus trabalhadores.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Adubação dos Citros nos Estados de Sergipe e Bahia

Os citros, no Brasil, são encontrados do Norte e Nordeste, ao Sudeste e Sul. Pelas características do solos brasileiro serem pobres em nutrientes e ácidos, a produtividade das laranjas ainda é muito baixa. Os citros desenvolvem-se melhor em solos com pH entre 6,0 e 6,5 e uma saturação por bases (V%) de 60 a 65. Por isto, esta cultura merece uma atenção melhor do produtor, com adoção de práticas modernas, visando o aumento da produtividade. Já publicamos, anteriormente, uma matéria sobre a calagem em citros mostrando os benefícios desta prática. Resta agora a adubação: e os Estados de Sergipe e Bahia serão o alvo desta matéria.

Adubação:
Para a recomendação de adubação é necessário que o citricultor tenha em mãos a análise do solo das áreas dos pomares. A análise do solo serve para conhecer o nível de fertilidade de um solo, e assim recomendar corretamente os fertilizantes. Quanto maior o número de amostras simples (subamostras) maior é a possibilidade de se ter uma amostra representativa. As plantas absorvem os nutrientes durante todo o ano, principalmente na época de floração e formação de novos ramos e folhas.Quando se aumenta a aplicação de potássio (K), utilizando o cloreto de potássio, aumenta-se a concentração de K disponível no solo.

ESTADO DE SERGIPE:

Pomar em formação:
Como aporte de fósforo (P2O5) usa-se 500 g/cova de superfosfato triplo, no plantio. Como fonte de matéria orgânica, usa-se o esterco de bovino ou torta de mamona ou esterco de galinha poedeira. O volume de esterco de bovino não deve ultrapassar 30% do volume da cova; a torta de mamona e o esterco de galinha não deve ultrapassar 10%. Quando se usa uma fonte orgânica deve-se esperar 30 dias para o plantio da muda, pois a mineralização da matéria orgânica libera calor. Em relação ao N recomendado pode-se substituir 1/3 da dose por produtos orgânicos, no plantio: 5 a 10 kg de esterco curtido, ou 3 a 5 kg de esterco de aves, ou 1 a 2 kg de torta de mamona por cova. O nitrogênio é o nutriente mais exigido pela planta cítrica durante a fase vegetativa. Na tabela abaixo sobre a recomedação de nutrientes aplicando matérias-primas, em vermelho está expressa a quantidade de supersimples, uréia e cloteto de potássio; logo abaixo, em preto, estão expressas as quantidades de nutrientes em N, P2O5 e K2O recomendadas, e baseadas na interpretação de P e K no solo. Em lugar do supersimples pode-se usar supertriplo corrigindo a quantidade a aplicar. A vantagem do supersimples é ele possuir enxofre (S) na sua composição.

Na tabela a seguir temos exemplos de como usar as fórmulas prontas de fertilizantes: basta saber em que faixas estão o P e o K no solo. Sabendo isto, usa-se a dose recomendada de P2O5 e K2O para tal faixa de interpretação e mais o N; tudo conforme a idade da planta. Obtém-se as necessidades de nutrientes, as relações simplificadas que multiplicadas por números (coeficientes) vão nos dar as fórmulas similares; e a partir destas as quantidades a aplicar.

Pomar em produção:
O nitrogênio deve ser aplicado com base na recomendação feita através de uma análise foliar; o fósforo (P2O5) e o potássio (K2O) com base no resultado da análise do solo. A quantidade de nitrogênio e de potássio deve ser fracionada em duas aplicações: no início e no final do período chuvoso; o fósforo deve ser aplicado numa única vez, no início das chuvas. Já nos pomares em formação ou em produção, pode-se usar 5 a 20 t/ha de esterco de curral, ou a 1 a 5 t/ha de torta de mamona. Os nutrientes devem ser aplicados em faixas, ao lado ou ao redor da planta. A faixa inicia 20 cm do tronco até 1,80 m do mesmo.O plantio de leguminosas entre as linhas pode ser uma opção como fornecimento de nitrogênio. O enxofre pode ser aplicado na adubação foliar – menos de 2 g/kg, usando sulfato de amônio (12% S) ou superfosfato simples (24% S). Quando o teor de magnésio, no solo, é menor que 1 cmolc/dm³, e na folha menor que 3 g/kg deve-se usar calcário dolomítico ou aplicação foliar de sulfato de magnésio de 4 g/L.
Micronutrientes:

ESTADO DA BAHIA:

Adubação de plantio:
É feita no sulco ou na cova usando-se calcário e superfosfato simples. Deficiência de boro (B) no solo - menor que 0,2 mg/dm³ - usar 1 g/m de B
Deficiência de zinco (Zn) no solo - menor que 1,2 mg/dm³ - usar 2 g/m de sulfato de zinco que pode ser aplicado junto com o supersimples.

Adubação de formação:
Inicia-se após o pegamento da muda até a idade de cinco anos. As quantidades de fertilizantes variam conforme o resultado da análise do solo e idade da planta. Pode se usar fertilizantes simples, misturas de grânulos, misturas granuladas. A uréia não deve ser aplicada em solo úmido e se seguido por mais de três dias de estiagem, pois há volatilização da amônia e perdas de N. Evitar a incorporação dos fertilizantes, por gradagem, pois danifica as raízes, cortando-as.
Adubação de produção
Começa a partir do sexto ano. Os fertilizantes são parcelados em quantidades e épocas de aplicação. Na Bahia, esta prática vai de março a agosto ou durante todo o ano se houver irrigação. Os fertilizantes devem ser colocados ao alcance das raízes para que haja um melhor aproveitamento dos nutrientes pelas mesmas. Nos citros, as adubações orgânicas e verde são recomendáveis. Os adubos orgânicos são capazes de fornecer N para as plantas. Os orgânicos nas quantidades abaixo fornecem, cada um, 10 kg de N:
2.000 kg de esterco de curral
500 kg de esterco de aves
200 kg de torta de mamona
Micronutrientes:
Nos pomares de produção os micronutrientes zinco (Zn), boro (B) e manganês (Mn) podem ser aplicados no solo ou via foliar: o boro, de preferência, por via solo; o zinco e o manganês, via foliar; utiliza-se a uréia e o cloreto de potássio como coadjuvantes nas aplicações foliares, pois melhoram a absorção dos micronutrientes. A melhor época para aplicá-los, via foliar, é durante o processo vegetativo da planta: em 3 a 4 aplicações parceladas. Na fase de produção, a primeira ocorre nos meses de janeiro e fevereiro. Quando a deficiência de boro for intensa aplicar 2 kg/ha de B em duas aplicações anuais.
Doses de micronutrientes por 100 litros de água
Zn – 300 g – sulfato de zinco
Mn – 300 g – sulfato de manganês
Cu - 250 g – hidróxido de cobre
B - 50 g – ácido bórico; ou 100 g borax
Mo - 30 g – molibdato de sódio

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A Calagem nos Pomares de Citros

Os pomares de citros também se situam em solos com baixa fertilidade: baixo teor de matéria orgânica; solos, como em Sergipe, em que predomina as argilas caulinitas, 1:1, de baixa reatividade; deficiências de fósforo (P). Na maioria dos pomares não há adubação e, consequentemente, as produtividades são baixas.
Para elevar a produtividade, que traga lucro para o produtor, é necessário, primeiramente, conhecer os níveis de nutrientes do solo. Para isto é preponderante realizar uma análise do solo e análise foliar.
Os citros se desenvolvem melhor em solos com pH 6,0-6,5 e uma saturação por bases (V) de 60 a 65%. Além disto, o cálcio e o magnésio são importantes nutrientes para as plantas; daí a preferência por calcários dolomíticos. O teor de magnésio deve ser mantido, no mínimo, em 0,9 cmolc/dm3.
Coleta de amostras de solo: A análise do solo serve para conhecer o nível de fertilidade de um solo, e assim recomendar corretamente os fertilizantes. Deve-se coletar o maior número de sub-amostras para que se tenha no final, após bem misturadas, uma amostra média representativa da área do pomar.
1) em pomares instalados: as amostras devem ser colhidas na área de projeção da copa das árvores. Para isto retirar amostras 60 dias após a última adubação, na profundidade de 0-20 cm; todavia, se a amostra de solo vai ser colhida com a finalidade de conhecer as limitações de nutrientes ao desenvolvimento das raízes, a profundidade deverá ser de 20-40 cm, pois com isto vai se buscar as deficiências de cálcio (Ca), e a presença de alumínio (Al).
2) na instalação dos pomares: divide-se a área em talhões, retirando-se cerca de 20 a 25 subamostras de cada um; misturadas bem vão originar uma amostra média que deverá refletir o estado de nutrição do solo. Na coleta das sub-amostras, a área deve ser percorrida em ziguezague.
Coleta de amostras para análise foliar:
As folhas devem ser coletadas em ramos com ou sem frutos. As folhas devem ser coletadas na altura média da planta – 1,6 a 1,8 m – em cada um dos quatro lados. Os frutos dos ramos devem ter quatro cm de diâmetro; deve ser colhida a 3ª folha depois do fruto e não pode estar danificada. Para cada dez hectares de um pomar homogêneo, coletar 25 amostras. As folhas coletadas são colocadas em um saco de papel e enviadas imediatamente ao laboratório; caso não for possível, guardá-las em um refrigerador no máximo três dias.

Calagem:

Estado de Sergipe:
Para calcular a necessidade de calagem (NC) usam-se os seguintes métodos:
1) Método do alumínio (Al) trocável e elevação dos teores da Ca e Mg
Como em Sergipe, os solos são de baixo teor de matéria orgânica, presença de argilas de baixa reatividade e presença de óxidos de ferro e alumínio, este método é o mais indicado, pois o alumínio é o principal causador da acidez destes solos. Por outro lado, este método, além de neutralizar o alumínio tocável, garante um aporte de Ca e Mg, no mínimo, 3 cmolc/dm³.
NC (t/ha) = 3 x Al x f  (1)
NC (t/ha) = 2 x [3-(Ca²+Mg²)] x f  (2)
f = fator de correção do PRNT do calcário utilizado. As recomendações de calagem são para um calcário que tenha 100% de PRNT. Quando o calcário comprado não tem este valor de PRNT deve-se fazer a correção. Logo se usa f= 100/PRNT.
Calculada as duas fórmulas (1) e (2), utiliza-se, como recomendação, a dose mais elevada.
2) Método de saturação por bases (V%):
NC = (V2-V1) x T x f
T = capacidade de troca de cátions a pH 7,0
Para citros, o V2 deve ser de 70% na profundidade de 0-10 cm.
Modo de aplicação do calcário:
1) em pomares implantados, o calcário deve ser distribuído em toda área e incorporado através de gradagem superficial.
2) na implantação de pomares, o calcário deve ser distribuído em toda a área antes de ser feita a aração e a gradagem.
Quantidade de calcário por cova:
Pode-se, também, misturar parte do calcário à terra da cova.
Exemplo: tamanho da cova 40 cm x 40 cm x 40 cm (LxAxP)
40x40x40 = 64.000 cm³ = 0,064 m³
O volume de 1 ha na profundidade de 10 cm é:
10 cm = 0,1m ; 1 ha = 100 m x 100 m = 10.000 m²
10.000 m² x 0,1 m = 1.000 m³
Se a calagem recomenda 3.000 kg/ha, a quantidade por cova será:
Em 1.000 m³ --------- 3.000 kg
0,064 m³-------------------X----
X = 0,064 x 3.000 / 1.000 = 0,192 kg = 192 g/cova
Se o calcário usado tem um PRNT de 80% devemos fazer a correção do mesmo. f = 80/100 = 1,25
Então: 192 g x 1,25 = 237,5 g/cova
Utilização do gesso agrícola:
A acidez superficial apresenta alta saturação por Al³, e baixos teores da Ca² nas camadas mais profundas. Isto limita o desenvolvimento radicular da árvore. O recomendado é a utilização de gesso agrícola para corrigir a acidez superficial, pois há uma percolação, junto com a água das chuvas, dos íons Ca² e SO4². Pesquisadores, como Alvarez, indicam o uso de gesso na proporção de 25% da necessidade de calcário. Se for recomendado 4 t/ha de calcário, usa-se 1 t/ha de gesso agrícola para a camada de 10 cm. Como se busca melhorar as condições do solo até a profundidade de 40 cm, a quantidade de gesso será de quatro vezes mais, ou seja, 4 t/ha. Entretanto, em solos com menos de 20% de argilas de baixa reatividade e com baixos teores de matéria orgânica, a quantidade de gesso não deve ultrapassar 2.000 kg/ha.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Calagem e Adubação do Milho no RS e SC

A área plantada com milho no RS é de 1,28 milhão de hectares com uma produção de 5,1 milhões de toneladas alcançando uma produtividade média de 3.984 kg/ha. A FARSUL calcula que serão plantados na safra 2009/2010, 800 mil hectares; uma redução de 35%.
O baixo preço da saca de milho e a alta dos insumos estão desencorajando os produtores. Com isto, o milho vai ceder área para a soja que ganhará 500.000 para seu incremento. Há esperanças que a situação melhore nos próximos meses. O milho é uma cultura muito importante para o Estado: alimentação humana, e de animais (suinocultura e aves).

Calagem:
Os solos do Rio Grande do Sul são ácidos e para um bom desenvolvimento das plantas, que se traduza em aumento de rendimentos, é necessária a prática da calagem.
Leia mais sobre a determinação da calagem nos solos do RS.(clique aqui)

Adubação do Milho:

Nitrogênio (N):
No milho, o nitrogênio é recomendado em função do teor de matéria orgânica e da cultura antecedente.
Utiliza-se 15 kg/ha de N para cada expectativa de produção de 1.000 kg/ha. Se a cultura antecedente foi uma consorciação ou pousio utiliza-se a média de N recomendada para leguminosas e gramíneas, dentro de cada faixa de teor de matéria orgânica, e expectativa de produção.
As expectativas de rendimentos de 4, 6, 8 t/ha vão depender: do clima; disponibilidade de chuvas; semeadura em época ideal; alta densidade de plantas; irrigação; variedades de alto potencial de produção; correção da fertilidade do solo com todos os nutrientes aportados. Todas estas qualidades concorrem para uma expectativa de produção de mais de 8 t/ha.
Leia mais sobre inoculação de sementes de milho

Sistema convencional:
Recomenda-se de 10 a 30 kg/ha de N na semeadura, de acordo com a expectativa de rendimento; e o restante, em cobertura, quando as plantas apresentarem de 4 a 8 folhas; ou 40 a 60 cm de altura. Se o período for de chuvas e a dose de N for elevada, pode-se dividir a adubação de cobertura em duas partes com intervalo de 15 a 30 dias entre cada uma.

Sistema Plantio Direto (SPD):
Recomenda-se aplicar 20 a 30 kg/ha de N na semeadura quando for em resíduos de gramíneas, e 10 a 15 kg/ha de N quando o cultivo for em resíduos de leguminosas. Antecipando-se a adubação de cobertura com N para quando a planta possuir 4-6 folhas, consegue-se bons resultados. Quanto às fontes nitrogenadas, tanto o sulfato de amÔnio como a uréia proporcionaram rendimentos iguais, em aplicações superficiais. A escolha de uma ou outra fonte vai depender do custo da unidade de N de cada uma; a uréia tem 42-45% de N, e o sulfato de amônio 20% de N.

Fósforo (P) e Potássio (K)
No RS+SC, as recomendações de adubação em fósforo e potássio são estabeleciads para dois cultivos sucessivos: milho depois trigo; trigo depois soja; soja depois trigo. No caso do milho, as recomendações são estabelecidas para expectativas de produção de 4, 6 e 8 t/ha. A partir de 4 t/ha, acrescenta-se 15 kg/ha de P2O5 e 10 kg/ha de K2O para cada 1.000 kg de expectativa de rendimento. Elaboramos, abaixo, uma tabela onde o milho é plantado no 1° cultivo e novamente em sucessão, no 2° cultivo.


Na tabela abaixo, temos dois cultivos sucessivos: milho, no 1° cultivo; e trigo no 2° cultivo. Há, ainda, as necessidades de N, P2O5 e K2O em kg/ha e as fórmulas similares que podem ser utilizadas; elas fornecem as mesmas quantidades de nutrientes, apenas variando na quantidade de aplicação. A expectativa de produção de milho é de 6 t/ha, e a do trigo de 2 t/ha.


Após dois anos, uma nova análise de solo deve ser feita para verificar as condições de fertilidade do solo. É muito importante!.

Leia mais sobre "como calcular fórmulas similares"

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Adubação e Calagem da Soja no RS

Calagem:
A recomendação de calagem, no sistema convencional baseia-se no índice SMP; no sistema de plantio direto a recomendação é determinada pela análise dos critérios principais: pH em água e V%; não havendo concordância entre os dois critérios, analisa-se a porcentagem de saturação por Al (m%), e o teor de fósforo no solo. Leia mais sobre isto

Adubação da Soja:

Nitrogênio:
Devido ao processo de fixação biológica do N do ar pelas bactérias do gênero Risobium, não é recomendada a aplicação de fertilizantes nitrogenados na cultura da soja.

Fósforo e Potássio:
As recomendações para fósforo (P) e potássio (K) são determinadas pela Comissão de Química e Fertilidade do Solo – RS/SC. Os assistentes técnicos das lavouras, os escritórios de extensão rural, etc, devem estar cientes das tabelas elaboradas por esta Comissão, para as diversas culturas, e assim recomendar as necessidades de adubação. A Comissão elabora tabelas visando dois cultivos em sucessão, e preconiza a prática de ser feita nova análise do solo após dois anos.
Vamos mostrar abaixo as recomendações para duas culturas em sucessão: no primeiro cultivo a soja, e no segundo cultivo, o trigo; conforme o teor de matéria orgânica e a interpretação de P e K no solo.


No trigo, a recomendação de nitrogênio (N) no plantio é de acordo com o teor de matéria orgânica; as quantidades levam em conta se a cultura antecedente foi uma leguminosa ou uma gramínea.
Convém chamar a atenção que as recomendações da Comissão para o trigo, a soja, são para uma expectativa de produção de 2.000 kg/ha.

Nosso objetivo aqui é mostrar que com as recomendações de nutrientes podemos chegar a diversas fórmulas que são similares, variando apenas a quantidade em kg/ha. Vamos supor cinco áreas de terra em que será feito um planejamento: plantio de soja no primeiro cultivo e trigo no segundo cultivo. Os dados de matéria orgânica e interpretação de P e K são hipotéticos.
Para a soja adotamos uma expectativa de produção média de 3.000 kg/ha. Para cada 1.000 kg/ha de expectativa de produção de soja, deve-se adicionar à recomendação a quantia de 15 kg/ha de P2O5 e 25 kg/ha de K2O, como fizemos no exercício. Na postagem já publicada "Encontrando fórmulas similares de adubo" mostramos como chegar às mesmas: leia aqui sobre este assunto



Como a cultura antecedente foi uma leguminosa (soja no primeiro cultivo) as doses de N, variam de 60 a 20 kg/ha conforme o teor de matéria orgãnica no solo. Mas quanto ao nitrogênio aplicado por ocasião do plantio do trigo, adotamos a dosagem de 20 kg/ha - pode-se usar de 15 a 20 kg/ha - e o restante deverá ser aplicado em cobertura.

Enxofre:
A soja responde à aplicação de enxofre (S). Em solos que apresentam teores de S inferiores a 10 mg/dm³ devem receber 20 kg/ha de S.

Micronutrientes:
A aplicação de molibdênio (Mo) deve ser feita em solos com pH em água menor que 5,5 , e quando a soja apresenta, no desenvolvimento inicial, uma coloração amarelecida generalizada das folhas; isto acontece porque o processo de fixação biológica ainda não está completamente eficiente. Uma maneira para evitar esta deficiência é, antes do plantio, misturar 12 a 25 g/ha de molibdênio com as sementes; ou quando a deficiência aparece na lavoura, aplica-se 25 a 50 g/ha de Mo, via foliar. Utilizam-se os molibdatos solúveis em água: molibdato de amônio que contém 54% de Mo; ou molibdato de sódio que possui 39% de Mo. A mistura de molibdato com as sementes deve ser feita antes da inoculação das mesmas. As aplicações foliares devem ocorrer 30 a 45 dias após a emergência.
Outros micronutrientes devem ser aplicados somente quando a análise do solo constatar deficiências de um ou mais elementos.
Entretanto, cuidados devem ser tomados quanto aos micronutrientes molibdênio e cobalto (Co): nas áreas que existe integração lavoura-pecuária, o teor de Mo nas pastagens deve ser avaliado constantemente. Sabe-se que a calagem eleva o pH, e isto aumenta a disponibilidade de Mo; por sua vez, o Mo pode afetar o metabolismo do cobre (Cu) em ruminantes. A aplicação de Mo no solo deve ser suspensa quando o teor do micronutriente, na parte aérea das plantas, atingir 5 mg/kg de Mo.
Quanto ao cobalto (Co), as quantidades a serem aplicadas não devem ultrapassar 3 g/ha de Co, para evitar a fitotoxidez para a soja.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Dia Mundial da Alimentação - 16 de Outubro

Recebi do Planeta Voluntários um artigo "16 de Outubro - Dia Mundial da Alimentação". É um artigo que escreve sobre a fome no Mundo: 1 bilhão de pessoas passam fome; 30 mil crianças morrem de fome por dia; um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresenta atraso intelectual. Você sabia que o Brasil é o 9° país com maior número de pessoas com fome? Que 15 milhões de crianças são mal nutridas?
Leia o artigo! Ele é rico em dados estatísticos sobre a fome e tire suas conclusões.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A Qualidade dos Inoculantes

A produtividade da soja aumentou muito nos últimos anos graças à recomposição da fertilidade do solo; à utilização de fertilizantes compostos e micronutrientes; ao aparecimento de variedades mais produtivas; ao uso de fungicidas e inseticidas; isto se traduz em maior aporte de nitrogênio. Daí a necessidade da indústria de buscar inoculantes com maior concentração de bactérias.
As bactérias do gênero Rhysobium têm a propriedade de fixar o nitrogênio do ar (N2) em amoníaco e assim ser aproveitado pelas plantas das famílias das leguminosas: as plantas, por sua vez, o transformam em proteínas; e proteína é nitrogênio; os grãos de soja possuem mais de 40% de proteína. Este processo simbiótico se chama " Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN)".
A simbiose, entre a planta e as bactérias, promove a formação de nódulos nas raízes das leguminosas, como é o caso da soja. As leguminosas fornecem hidratos de carbono para os microorganismos; estes fornecem o nitrogênio necessário para a formação de proteínas.
Este processo, fornecendo nitrogênio para as plantas, dispensa o uso total ou parcial de fertilizantes nitrogenados, e diminuindo os custos de produção da lavoura. Por outro lado, o aporte de nitrogênio faz com que as plantas aumentem a sua produção: porque a soja responde muito bem em produtividade ao aporte de nitrogênio.
Mas para se conseguir estes resultados são necessárias técnicas de inoculação, que devem ser aplicadas para se obter a máxima eficiência dos inoculantes:

  1. alta concentração de bactérias sobre as sementes - hoje a tecnologia industrial permite obter mais de 10 bilhões de bactérias por mL de inoculante;


  2. usar estirpes com alta capacidade de fixar biologicamente mais nitrogênio do ar e incorporar ao solo - graças à seleção de estirpes, consegue-se produzir inoculantes com alto grau de eficiência das bactérias;


  3. manter sobrevivente o maior número de bactérias que vão promover maior quantidade de nódulos nas raízes - o uso de protetores bacterianos têm garantido alta sobrevivência das bactérias sobre as sementes, protegendo-as de condições desfavoráveis; graças a estes protetores já é possível inocular as sementes vários dias antes do plantio. Além disto: uma maior aderência das bactérias nas sementes; maior umectação das células bacterianas; maior nutrição com fontes energéticas e minerais que alongam a vida das bactérias.

Hoje a qualidade dos inoculantes no Brasil é muito boa: no início da década de 80 foi elaborada a primeira legislação: a concentração mínima era de 100 milhões de bactérias por gramo, no momento da produção, e 10 milhões no fim do prazo de validade. Na década de 90, uma nova legislação exigia a esterilização da turfa, e elevando a concentração mínima para um bilhão de bactérias por gramo. Por outro lado, a pesquisa nacional busca estirpes de risóbio cada vez mais eficientes.
A ANPII (Associação Nacional de Produtores e Importadores de Inoculantes) quer no próximo ano, um processo de certificação de inoculantes produzidos pelas empresas. Dentro de dois a três anos, todo o inoculante comercializado terá um selo de qualidade que garantirá que o agricultor está usando, em sua lavoura, um produto de grande qualidade.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Determinação da Necessidade de Calagem no RS

Os solos do Rio grande do Sul, são ácidos o que compromete o rendimento das culturas. Daí a necessidade de se proceder a calagem nestes solos a fim de buscar uma elevação do rendimento das culturas.
Para determinar a necessidade de calagem utiliza-se os critérios principais: pH em água, e o valor V%. A saturação por bases (V) de 65% corresponde a um pH 5,5; V= 80% a um pH 6,0; e V = 85% a um pH 6,5. No RS, 15% dos solos apresentam pH em água menor que 5,5 e V% maior que 65.
A recomendação deve ser feita usando-se a média dos cálculos obtidos com o índice SMP e a saturação por bases (V%). O critério de usar o cálculo da necessidade de calagem pelo método de saturação por bases é muito usado nas lavouras do sistema de plantio direto (SPD).

Sistema de plantio direto (SPD)
Para determinar a calagem usa-se o pH em água e a saturação por bases da CTC a pH 7,0 (V%). Se não houver concordância entre estes dois critérios considerados principais, utiliza-se o teor de fósforo (P) no solo, e a saturação por alumínio da CTC a pH 7,0 : m% =100 x Al / t .
A seguir vamos demonstrar quatro exemplos de como avaliar isto na prática. Chamamos a atenção que os dados são hipotéticos.
Exemplo 1:


Esta amostra apresenta pH menor que 5,5 o que indicaria a necessidade de calagem. Entretanto como o valor V é igual a 65%, por este critério, não se indicaria a calagem. Verificamos que não há concordância entre os dois critérios: pH em água e valor V%; precisamos analisar o teor de P e m%.
Quando se analisa os teores de P e de m% devemos ter em mente que não se recomenda calagem quando a porcentagem de saturação por alumínio da CTC efetiva (m) for menor que 10% e o teor de P está interpretado na faixa “alto ou muito alto”. Neste exemplo 1, o vamor "m" é menor que 10%, mas o P está na faixa muito baixo; logo a calagem deve ser recomendada.

Exemplo 2:

Neste exemplo, os critérios de pH em água menor que 5,5 e V =42% levam à indicação de necessidade de calagem. Há concordância entre os dois critérios.

Exemplo 3:
Novamente não há concordância entre os dois critérios principais: pH é baixo, mas o V é 68%. Como não há concordância, é preciso analisar a porcentagem de saturação por Al da CTC efetiva e o teor de P no solo. Ora, a saturação por Al (m) é menor que 10%; o teor de P está enquadrado na faixa “muito alto”. Logo, nesta área do SPD, a calagem não é recomendada.

Exemplo 4:
Esta é outra área que não se recomenda a calagem porque o pH em água está acima de 5,5 e o valor V é igual a 68%. Há concordância entre os dois critérios principais.

Sistema convencional
No sistema convencional em que se busca atingir um pH 6,0, para culturas que o exigem, em todos exemplos acima se recomendaria a calagem pelo método SMP, e até mesmo pela saturação por bases da CTC a pH 7,0 (V%)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Adubação da Cultura do Milho

O milho responde muito bem à correção da acidez e à aplicação de nutrientes através dos fertilizantes. A medida que aumenta a produção, as exigências de N e K são maiores; depois o Ca, Mg e P. É muito importante que o produtor de milho atente para o fato de aplicar no solo as técnicas modernas a fim de obter altas produções em suas lavouras que compensem os gastos com os insumos aplicados, mão de obra, investimentos, e principalmente a remuneração do seu trabalho. Hoje não se pode pensar mais em aventurar na lavoura: temos sementes de alta capacidade de produção desde que os produtores utilizem e apliquem as técnicas modernas, orientados por agrônomos e técnicos.
Nitrogênio (N):
É o nutriente mais absorvido pela planta de milho. Sua deficiência limita a produtividade. Entretanto, o N está sujeito a uma série de perdas: volatilização, desnitrificação, lixiviação. A sua eficiência na utilização pelas plantas é de 60%, motivada por estas perdas.
O nitrogênio (N), como o fósforo (P), é mais exigido na fase de desenvolvimento e no período de formação da espiga; a menor absorção se verifica no período compreendido entre a emissão do pendão e o início da formação da espiga. O importante são os solos apresentarem alto teor de matéria orgânica. Solos com baixos teores de matéria orgânica apresentam baixas produções ou torna-se oneroso a compensação com maiores quantidades de adubos nitrogenados. A mineralização da matéria orgânica, a reciclagem de resíduos de culturas e a aplicação de fertilizantes nitrogenados minerais ou orgânicos são as fontes de fornecimento de N para o milho. Podemos reduzir as aplicações de N se contarmos com bons teores de matéria orgânica no solo: para isto devemos dar ênfase à rotação de culturas; a integração lavoura-pecuária; a cobertura verde, etc. O plantio do milho sobre a palhada, de culturas anteriores, contribui para economia na aplicação de nitrogenados.
Para se determinar a quantidade de N recomendada para o milho deve-se levar em consideração o teor de matéria orgânica do solo, e a expectativa de produtividade.





O produtor deve planejar a sua lavoura: o essencial do negócio é a rentabilidade; deve-se levar em conta: os riscos; a ocorrência de geadas; a utilização de híbridos de alto potencial produtivo; a fertilidade do solo nas camadas de 0-20 e 20-40. Isto tudo satisfeito e havendo condições favoráveis, pode o produtor pensar em doses de N superiores a 150 kg/ha.
Para evitar a lixiviação, recomenda-se parcelar as doses de N nas seguintes condições:
1) solos arenosos – baixa matéria orgânica, baixa fertilidade, mal drenados:
até 30 kg/ha de N no plantio, e cobertura no estádio de duas a quatro folhas (V2-V4)
2) solos com menores perdas de N:
antecipar até 45 kg/ha de N; adubação de base na semeadura, e adubação de cobertura no estádio (V2-V4).
O milho, por remover grandes quantidades de N, precisa de adubação de cobertura com nitrogenados. E o milho responde à aplicação de nitrogenados com altas produções. A adubação nitrogenada antecipada deve ser feita no mesmo dia da semeadura para evitar perdas por lixiviação. A adubação em cobertura deve ser realizada até o estágio de 4 folhas, pois é nesta fase que se define o potencial produtivo do milho. Para a produção de cada 1.000 kg de grãos são exportados 16 kg/ha de N.
A adubação em cobertura do milho sequeiro deve ser feita com 40 a 80 kg/ha. Nas culturas irrigadas, devido às condições favoráveis para altas produtividades, deve-se aplicar de 100 a 150 kg/ha.

Fósforo:
O fósforo (P) é limitante à produção em solos da Região dos Cerrados. As exigências de P são menores que as de N e K. Mas sabe-se que do P aplicado ao solo, a planta aproveita de 15 a 25% devido à fixação do P no solo.

Potássio (K):
O potássio, após o N, é o segundo nutriente mais absorvido pelas plantas. Como nos demais Estados da Região Central, o teor deste nutriente, no solo, é pequeno: insuficiente para suprir as quantidades exigidas pelas culturas em sucessão. O milho também responde muito bem à aplicação de potássio (K). Aplica-se de 120 a 150 kg/ha de K2O. Em solos arenosos, a aplicação de doses superiores a 80 kg/ha de K2O, recomenda-se parcelar: metade da dose no plantio, e a outra metade junto com a adubação de cobertura nitrogenada. O potássio (K) é importante no período de 30 a 40 dias de desenvolvimento quando se verifica a máxima absorção; daí a necessidade de K como arranque neste período.



Enxofre (S):
Os solos do MS e dos Cerrados são deficientes em enxofre (S). A diminuição dos teores de matéria orgânica; o uso contínuo de fertilizantes cujas matéria primas apresentam pouco ou nenhum S; as quantidades extraídas pelas culturas contribuem para esta deficiência do nutriente no solo. Para se verificar a necessidade de enxofre é preciso fazer a análise do solo nas camadas de 0-20 e 20-40 porque este nutriente é muito móvel no solo e se acumula nas camadas mais profundas
A manutenção é feita com 5 kg de S para cada 1.000 kg de grãos de milho como expectativa de produção.
Micronutrientes:
No Brasil, o zinco (Zn) é o mais limitante à produção: principalmente na Região Central, em vegetação de cerrado. No caso de correção de deficiências, utiliza-se, via foliar, 400 l/ha de solução a 0,5% de sulfato de zinco neutralizada, com 0,25% de cal extinta.
As aplicações de calagens de maneira superficial (0-10 cm) ou rasa têm proporcionado problemas de deficiências de manganês (Mn).

Fonte: Embrapa. Fundação MS

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Inoculação das Sementes de Milho e Arroz

A inoculação de sementes não é somente privilégio da soja. Outras sementes, como o milho, o trigo e o arroz podem ser inoculadas com bactérias que fixam o nitrogênio (N) do ar tornando-o disponível para as plantas. O processo foi desenvolvido pela EMBRAPA Soja, de Londrina - PR, em parceria com a Universidade Federal do Paraná - UFPR. O certo é que, além de aumentar a produtividade das lavouras, haverá uma economia decorrente do menor emprego de fertilizantes nitrogenados. A bactéria Azospirillum brasiliense promove, não somente a fixação de N, mas o crescimento das raízes através da produção de hormônios; e isto facilita uma maior absorção de água e de nutrientes.
A inoculação com Azospirillum brasiliense é feita com a aplicação do produto na forma sólida – turfa, ou na forma líquida, nas sementes. Há necessidade de cuidados com a temperatura e exposição ao solo, pois trata-se de organismos vivos. A inoculação não pode ser feita, também, juntamente com a aplicação de agrotóxicos. Na safra 2009/2010, o inoculante já poderá ser utilizado no arroz e no milho.
No Rio Grande do Sul foi demonstrado por Caio Vidor e Jessi Pereira que a inoculação do trigo, da aveia, antes da cultura da soja, com bactérias Bradyrhizobium aumentou a população desta bactéria no solo aonde não se plantava soja por mais de dez anos. Marcio Voss e José Renato Ben demonstraram que inoculando a aveia preta com Bradyrhizobium, em campo nativo e depois plantando soja em sucessão, a massa e número de nódulos eram em quantidades semelhantes às proporcionadas pela inoculação da soja. Agostinho Didonet e outros concluíram que a inoculação de sementes de variedades de arroz em Terras Altas com Azospirillum lipoferum Sp 59 e Azospirillum brasiliense Sp 245 provocou um aumento significativo no comprimento da raiz e no número de raízes secundárias.
A utilização de bactérias diazotróficas, como alternativa para a nutrição de N em diversas gramíneas, tem apresentado papel importante que deverá se confirmar nos próximos anos.
Em média, a soja deixa 27 kg/ha de N para a cultura seguinte. No RS, quando cultivado arroz irrigado após a soja, reduz-se a aplicação de nitrogênio em 30%.
Segundo a EMBRAPA, na soja, uma população de 1.200.000 bactérias por semente promove um acréscimo de 253 kg/ha em relação à semente não inoculada. Para chegar ao número de 1.200.000, a pesquisa observou que a produtividade das culturas vinham aumentando ano a ano; cada vez mais se produz maior quantidade de grãos; o consumo de N para atingir estas produtividades é cada vez maior; o emprego de fungicidas, inseticidas, micronutrientes nas sementes causa uma mortalidade das bactérias; então, há necessidade de se colocar um maior número de bactérias: e este número acima foi aprovado pela pesquisa em 2008. O número de bactérias por semente é função da concentração de bactérias por grama e da dosagem utilizada. A fórmula é a seguinte:
N° bactérias/semente = (Concentração x dose) / 350.000
Concentração: é aquela do inoculante
Dose: a recomendada pelo fabricante
350.000 = número médio de sementes por saco de 50 kg.

O nitrogênio atmosférico é indisponível para as plantas porque ele ocorre na forma de uma molécula com tríplice ligação: esta molécula é muito pouco reativa.
Para romper esta ligação há necessidade de grande quantidade de energia. Nas tempestades, quando ocorrem descargas elétricas na atmosfera, moléculas de N2 são rompidas, e o N, na forma de óxido, é levado pelas chuvas para o solo: a média do aporte de N é de 10 kg/ha. As bactérias diazotróficas possuem a capacidade de combinar N com amônia tornando-o disponível para as plantas. Estas bactérias têm enzimas – nitrogenase – que catalisam a reação.

Cuidados na inoculação
1) realizar a prática da inoculação à sombra;
2) quando não se usar produtos para o tratamento de sementes, umedecê-las com 200 a 300 ml de água por saca de 50 kg. Para aumentar a aderência, usar solução açucarada (10%);
3) semear o mais rápido: não passar de 18 h. Caso não for possível, aumentar a dose do inoculante. Se forem usados fungicidas ou micronutrientes nas sementes, semear rápido;
4) em solos com primeiro ano de plantio deve-se dobrar a dose do inoculante;
5) os sais de molibdênio (molibdato de sódio, ou molibdato de potássio), os sais de cobalto (sulfato ou cloreto) devem ser usados com muito cuidado porque causam uma taxa de mortalidade muito grande das bactérias: preferir formas compatíveis com as bactérias do inoculante e que existe no mercado; outra forma é aplicá-las via foliar;
6) os micronutrientes zinco, cobre, manganês, quando aplicados nas sementes, causam uma mortalidade quase total das bactérias, reduzindo a produtividade da lavoura;
7) evitar o emprego de doses elevadas de N no plantio porque reduzem a nodulação; como se diz: as bactérias ficam preguiçosas; caso for preciso usar N, a dosagem deve ser, no máximo, de 15 kg/ha;
8) o uso de grafite, para facilitar o fluxo das sementes, deve ser utilizado na dosagem recomendada; muitas vezes como é um produto barato, o produtor abusa de grandes quantidades: isto pode desidratar as bactérias e prejudicar a nodulação.