terça-feira, 27 de outubro de 2009

Adubação dos Citros nos Estados de Sergipe e Bahia

Os citros, no Brasil, são encontrados do Norte e Nordeste, ao Sudeste e Sul. Pelas características do solos brasileiro serem pobres em nutrientes e ácidos, a produtividade das laranjas ainda é muito baixa. Os citros desenvolvem-se melhor em solos com pH entre 6,0 e 6,5 e uma saturação por bases (V%) de 60 a 65. Por isto, esta cultura merece uma atenção melhor do produtor, com adoção de práticas modernas, visando o aumento da produtividade. Já publicamos, anteriormente, uma matéria sobre a calagem em citros mostrando os benefícios desta prática. Resta agora a adubação: e os Estados de Sergipe e Bahia serão o alvo desta matéria.

Adubação:
Para a recomendação de adubação é necessário que o citricultor tenha em mãos a análise do solo das áreas dos pomares. A análise do solo serve para conhecer o nível de fertilidade de um solo, e assim recomendar corretamente os fertilizantes. Quanto maior o número de amostras simples (subamostras) maior é a possibilidade de se ter uma amostra representativa. As plantas absorvem os nutrientes durante todo o ano, principalmente na época de floração e formação de novos ramos e folhas.Quando se aumenta a aplicação de potássio (K), utilizando o cloreto de potássio, aumenta-se a concentração de K disponível no solo.

ESTADO DE SERGIPE:

Pomar em formação:
Como aporte de fósforo (P2O5) usa-se 500 g/cova de superfosfato triplo, no plantio. Como fonte de matéria orgânica, usa-se o esterco de bovino ou torta de mamona ou esterco de galinha poedeira. O volume de esterco de bovino não deve ultrapassar 30% do volume da cova; a torta de mamona e o esterco de galinha não deve ultrapassar 10%. Quando se usa uma fonte orgânica deve-se esperar 30 dias para o plantio da muda, pois a mineralização da matéria orgânica libera calor. Em relação ao N recomendado pode-se substituir 1/3 da dose por produtos orgânicos, no plantio: 5 a 10 kg de esterco curtido, ou 3 a 5 kg de esterco de aves, ou 1 a 2 kg de torta de mamona por cova. O nitrogênio é o nutriente mais exigido pela planta cítrica durante a fase vegetativa. Na tabela abaixo sobre a recomedação de nutrientes aplicando matérias-primas, em vermelho está expressa a quantidade de supersimples, uréia e cloteto de potássio; logo abaixo, em preto, estão expressas as quantidades de nutrientes em N, P2O5 e K2O recomendadas, e baseadas na interpretação de P e K no solo. Em lugar do supersimples pode-se usar supertriplo corrigindo a quantidade a aplicar. A vantagem do supersimples é ele possuir enxofre (S) na sua composição.

Na tabela a seguir temos exemplos de como usar as fórmulas prontas de fertilizantes: basta saber em que faixas estão o P e o K no solo. Sabendo isto, usa-se a dose recomendada de P2O5 e K2O para tal faixa de interpretação e mais o N; tudo conforme a idade da planta. Obtém-se as necessidades de nutrientes, as relações simplificadas que multiplicadas por números (coeficientes) vão nos dar as fórmulas similares; e a partir destas as quantidades a aplicar.

Pomar em produção:
O nitrogênio deve ser aplicado com base na recomendação feita através de uma análise foliar; o fósforo (P2O5) e o potássio (K2O) com base no resultado da análise do solo. A quantidade de nitrogênio e de potássio deve ser fracionada em duas aplicações: no início e no final do período chuvoso; o fósforo deve ser aplicado numa única vez, no início das chuvas. Já nos pomares em formação ou em produção, pode-se usar 5 a 20 t/ha de esterco de curral, ou a 1 a 5 t/ha de torta de mamona. Os nutrientes devem ser aplicados em faixas, ao lado ou ao redor da planta. A faixa inicia 20 cm do tronco até 1,80 m do mesmo.O plantio de leguminosas entre as linhas pode ser uma opção como fornecimento de nitrogênio. O enxofre pode ser aplicado na adubação foliar – menos de 2 g/kg, usando sulfato de amônio (12% S) ou superfosfato simples (24% S). Quando o teor de magnésio, no solo, é menor que 1 cmolc/dm³, e na folha menor que 3 g/kg deve-se usar calcário dolomítico ou aplicação foliar de sulfato de magnésio de 4 g/L.
Micronutrientes:

ESTADO DA BAHIA:

Adubação de plantio:
É feita no sulco ou na cova usando-se calcário e superfosfato simples. Deficiência de boro (B) no solo - menor que 0,2 mg/dm³ - usar 1 g/m de B
Deficiência de zinco (Zn) no solo - menor que 1,2 mg/dm³ - usar 2 g/m de sulfato de zinco que pode ser aplicado junto com o supersimples.

Adubação de formação:
Inicia-se após o pegamento da muda até a idade de cinco anos. As quantidades de fertilizantes variam conforme o resultado da análise do solo e idade da planta. Pode se usar fertilizantes simples, misturas de grânulos, misturas granuladas. A uréia não deve ser aplicada em solo úmido e se seguido por mais de três dias de estiagem, pois há volatilização da amônia e perdas de N. Evitar a incorporação dos fertilizantes, por gradagem, pois danifica as raízes, cortando-as.
Adubação de produção
Começa a partir do sexto ano. Os fertilizantes são parcelados em quantidades e épocas de aplicação. Na Bahia, esta prática vai de março a agosto ou durante todo o ano se houver irrigação. Os fertilizantes devem ser colocados ao alcance das raízes para que haja um melhor aproveitamento dos nutrientes pelas mesmas. Nos citros, as adubações orgânicas e verde são recomendáveis. Os adubos orgânicos são capazes de fornecer N para as plantas. Os orgânicos nas quantidades abaixo fornecem, cada um, 10 kg de N:
2.000 kg de esterco de curral
500 kg de esterco de aves
200 kg de torta de mamona
Micronutrientes:
Nos pomares de produção os micronutrientes zinco (Zn), boro (B) e manganês (Mn) podem ser aplicados no solo ou via foliar: o boro, de preferência, por via solo; o zinco e o manganês, via foliar; utiliza-se a uréia e o cloreto de potássio como coadjuvantes nas aplicações foliares, pois melhoram a absorção dos micronutrientes. A melhor época para aplicá-los, via foliar, é durante o processo vegetativo da planta: em 3 a 4 aplicações parceladas. Na fase de produção, a primeira ocorre nos meses de janeiro e fevereiro. Quando a deficiência de boro for intensa aplicar 2 kg/ha de B em duas aplicações anuais.
Doses de micronutrientes por 100 litros de água
Zn – 300 g – sulfato de zinco
Mn – 300 g – sulfato de manganês
Cu - 250 g – hidróxido de cobre
B - 50 g – ácido bórico; ou 100 g borax
Mo - 30 g – molibdato de sódio

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