quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Boi Orgânico

A pecuária orgânica considera o bem estar dos animais. A propriedade que adota este manejo deve estar certificada: os animais nascem e se criam nestas propriedades. Assim sendo, elas recebem o "selo orgânico". A aquisição de animais externos é permitida, desde que não ultrapasse 10% do total do rebanho. Mas outras condições são inerentes à obtenção do selo orgânico. A alimentação são as pastagens e forrageiras volumosas, como a cana, capim elefante, leguminosas, silagens, fenos. O uso de rações e concentrados somente podem ser empregados se forem originados de produções orgânicas. Entretanto, nos monogástricos, pode-se usar até 20% da matéria seca (MS) fornecida aos animais com produtos não orgânicos.
No caso dos ruminantes, o índice cai para 15% . As rações e concentrados não podem conter antibióticos, uréia, aditivos, conservantes químicos, promotores de crescimento, corantes artificiais, e restrições no uso de vitaminas e suplementos. Por outro lado, podem ser usadas vitaminas de origem natural, ervas, leveduras, sal mineral, algas, provenientes de sistemas de produção orgânica. A inseminação artificial é permitida. O uso de farinhas de peixe e de ossos é proibida. No controle das doenças, somente é liberada o uso de medicamentos de origem natural. As vacinas são autorizadas e devem ser aplicadas conforme as exigências da Lei e nos prazos determinados. O uso da homeopatia veterinária, da fitoterapia e microorganismos benéficos são consentidas no manejo do gado orgânico.
Devemos diferenciar "boi verde" de "boi orgânico". Não é a mesma coisa, pois existem diferenças muito grandes nas práticas de manejo entre as duas categorias. Boi orgânico é o animal criado na pastagem. Sua alimentação principal é o pasto. Mas pastagens que não recebam fertilizantes químicos, nem agrotóxicos, somente adubos verdes. É o boi ecológico. O boi verde é criado no pasto, mas pastagens que recebem fertilizantes químicos e agrotóxicos. São utilizados, no boi verde, a uréia, alimentos 100% de origem vegetal, antibióticos e medicamentos alopáticos.
O manejo das pastagens, no boi orgânico, é baseada nos princípios de André Voisin, pesquisador francês, que consiste no rodízio de pastos. É feita a divisão da área de pastagem em diversos talhões (potreiros), onde os animais, com uma lotação adequada, pastejam durante um tempo suficiente, e passam para o talhão seguinte, e assim sucessivamente. Há um período de descanso, para que o pasto se recomponha. A pastagem tem que ficar longe de depósitos de produtos químicos. As áres de pastagens são naturais do Pantanal.
Quando os animais têm a necessidade de medicamentos, eles são de natureza homeopática. A criação do boi orgânico é mais cara porque as propriedades têm que ter um certificado: o "selo orgânico". É uma exigência para a criação e qualidade da carne. Para o consumidor, os cortes nobres chegam com preços de 50 a 100% mais caros que os cortes tradicionais. No Brasil, existem mais de 50.000 cabeças de gado orgânico e mais 50% esperam a emissão de certificado. O volume de abate é de 30 cab./dia ou 12.000 cab./ano. O boi orgânico leva até 4 anos para estar pronto para o abate, enquanto os bois criados no sistema convencional levam 3 anos. Os bois orgânicos têm um peso menor do que os bois do sistema tradicional. Mas é um mercado que está crescendo no Brasil, e a estimativa de crescimento é de 30% ao ano.
































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