terça-feira, 10 de março de 2015

Importância da Matéria Orgânica do Solo


Muitos cálculos se faz para descrever o comportamento físico de um solo. Para isto, se faz antes uma coleta de amostra deste solo. Tão importante é a coleta de amostra de solo como é o resultado da análise físico-química. As amostras de solo devem representar uma média da fertilidade da área onde o produtor vai explorar uma cultura de interesse econômico. Não basta ir no local e retira uma amostra de solo de qualquer jeito, de qualquer área e de qualquer profundidade. Numa mesma área nós podemos encontrar diferentes tipos de solo:
áreas onde a vegetação cresce bem, áreas onde ela não cresce quase nada, áreas onde as plantas apresentam desenvolvimento raquítico, áreas mortas, áreas com declividade, etc. Por isto o agricultor, o produtor rural tem que se conscientizar que é muito importante coletar corretamente uma amostra de solo sob pena de receber um resultado que não condiz com a real fertilidade do solo. O resultado da análise é o espelho da amostra de solo coletada e enviada ao laboratório. Um resultado falso conduz à recomendação de calagem e adubação também errada. Para isto, a assistência técnica deve estar ao lado do produtor para acompanhar uma boa coleta de amostra de solo.

Carbono e Matéria Orgânica

Alguns laboratórios expressam no resultado o teor de carbono (C) e outros o teor de matéria orgânica do solo (MOS). Quando se tem somente o teor de carbono, expresso em g/kg ou %, é fácil encontrar o teor de matéria orgânica. Para isto usa-se a fórmula de cálculo abaixo:
MOS = C g/kg ou % x 1,72
Se o elemento é expresso em g/kg para se tê-lo em % basta dividir por 10.  
% = g/kg / 10

Exemplo: C = 20 g/kg
MOS = 20 x 1,72 = 34,4 g/kg  .'. 34,4 / 10 = 3,44%.
O coeficiente 1,72 representa o teor médio de carbono na matéria orgânica. Isto representa 58%
Ou seja, 34,4g/kg x 58% .'. 34,4 g/kg x 0,58 = 20 g/kg C

A matéria orgânica do solo em decomposição, sob a influência do clima e do meio ambiente, libera CO2 e compostos orgânicos. O solo é o maior reservatório de carbono e representa uma grande papel na estocagem do mesmo no solo (sequestro), minimizando a liberação de gases para atmosfera.
O complexo argila-húmus está associado:
a) a argila protege o húmus da ação dos micro organismos, ou seja, minimizando sua mineralização;
b) o húmus protege a argila com a retenção de água.
Quanto maior o número de cargas negativas neste complexo, maior será a retenção de cátions na sua superfície.
A capacidade total de cátions (CTC) de um solo determina qual a quantidade de cátions que este solo pode reter. Portanto, é importante para a alimentação das plantas a absorção dos nutrientes essenciais disponíveis na solução do solo. A CTC do solo depende do complexo argila-húmus. A CTC é maior nos solos argilosos e mais baixa nos solos arenosos.
A aplicação de matéria orgânica num solo arenoso tem a função de aumentar esta CTC, enquanto num solos argiloso ela visa estabilizar as argilas, diminuir a lixiviação e aumentar a CTC.

FUNÇÕES DA MATÉRIA ORGÂNICA NO SOLO

1. sendo um depósito de nutrientes, a matéria orgânica do solo, por mineralização, disponibiliza às plantas os nutrientes que elas têm necessidades;
2. ele estimula a vida microbiana, sendo fonte de energia e alimentação para os organismos do solo;
3. ela tem um papel importante na estruturação e estabilização do solo;
4. ela aumenta a permeabilidade, a aeração e a capacidade do solo de reter água;
5. ela proporciona maior estocagem de carbono no solo.

HUMIFICAÇÃO

Uma das características importante da humificação é incorporar o nitrogênio (N) sob a forma orgânica. A qualidade do húmus vai depender do pH do solo, da aeração e do teor de cátions básicos trocáveis.

MINERALIZAÇÃO

É a transformação do orgânico em mineral. A mineralização inicial se verifica muito rapidamente com as matérias orgânicas mais jovens: CO2, nitratos, fosfatos e sulfatos sob ação da fauna e micro organismos do solo. As matérias minerais podem ser absorvidas pelas plantas, sofrerem lixiviação ou imobilizadas pelos micro organismos do solo ou serem adsorvidas ao complexo coloidal.
A mineralização secundária, ao contrário, é mais lenta. Ela age no húmus e libera quantidades anuais de nutrientes que são colocados à disposição das plantas.

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