O macronutriente secundário enxofre (S) é exigido em quantidades elevadas pelas culturas, como àquelas do fósforo (P). O enxofre tem um papel importante na nutrição das plantas, pois é o constituinte das proteínas e essencial na fotossíntese, na fixação simbiótica do N do ar e conferir maior resistência às plantas em relação ao frio. No solo de Cerrado, 90% do enxofre está na forma orgânica. Sob condições de solos bem drenados, todo o enxofre mineral está na forma de sulfato, que provém da mineralização da matéria orgânica. As raízes das plantas absorvem o enxofre na forma de sulfato. Hoje em dia, o enxofre está se tornando um nutriente limitante da produtividade das culturas, pois quanto
mais produzem mais o exigem; a aplicação de grandes quantidades de fertilizantes, cujas matérias-primas não contêm nenhum ou pouco enxofre, e a mineralização da matéria orgânica reduzem as quantidades de S do solo, bem como os efeitos da erosão, cultivos em solos arenosos e regime pluviométrico intenso. Lavouras bem providas de enxofre podem apresentar rendimentos maiores, de 5 a 70%. Além do aumento da produtividade, o enxofre proporciona aumento nos teores de proteína, digestibilidade e palatabilidade das forrageiras, teor de óleo das oleaginosas e melhor qualidade na panificação do trigo.
Na soja, a absorção de S pela planta é de 10 kg para cada 1.000 kg de grãos produzidos, quantidade adicionada anualmente na manutenção. Mas a determinação da necessidade correta de S é feita pela análise do solo ou pela análise foliar, ou ambas. Num solo argiloso, os níveis críticos são de 10 mg/dm³ na profundidade de 0-20 cm e de 35 mg/dm³ na camada de 20-40. Nos solos arenosos, 3 mg/dm³ na camada de 0-20 cm e de 9 mg/dm³ na de 20-40 cm. Na análise foliar, é de 2,1 a 4,0 g/kg. Como o S encontra-se em maiores concentrações na camada de 20-40 cm, é necessário a análise do solo nas profundidades de 0-20 cm e de 20-40 cm, devido a mobilidade do nutriente no solo e seu acúmulo nas camadas profundas.
Rein & Souza (2004) recomendaram que a quantidade de S a ser aplicada vai depender do teor médio na camada 0-40 cm. Para isto, se observam os teores do S nas análises correspondentes a 0-20 cm e 20-40 cm e se faz uma média. Nas áreas em que a disponibilidade de S, na camada 0-40 cm, é baixa (menor ou igual a 4 mg/dm³) eles recomendam 30 kg S/ha nesta camada; quando o teor médio está compreendido entre 5 e 9 mg/dm³, aplicar 15 kg S/ha; quando o teor médio de S for igual ou maior que 10 mg/dm³ não é necessária a aplicação. Entretanto, se na camada de 0-20 cm o teor de S for igual ou menor que 4 mg/dm³, aplicar 5 kg S/ha. Uma fórmula empregada, na cultura do milho, para calcular a quantidade a ser aplicada de S, é a seguinte:
S (kg/ha) = 40 - (teor médio de S no solo x 4)
As fontes de S que podem ser utilizadas na fertilização são:
gesso agrícola que contém 15% de S;
enxofre elementar (flor de enxofre) com 98% de S;
superfosfato simples com 10 a 12% de S;
sulfato de amônio com 24% de S;
sulfato de potássio e magnésio com 22% de S;
fosfato parcialmente acidulado com 0 a 6% de S;
sulfato de potássio com 15 a 17% de S;
sulfato de magnésio com 12 a 14% de S;
sulfato de cobre com 16 a 18% de S.
Existem, ainda, algumas adubos NPK com S: as indústrias, além de expressar as garantias de NPK expressam, também, a garantia de S. É bom conferir, no momento da adubação, os valores expressos como garantia das diversas fontes e calcular o quanto está se aplicando de enxofre (S). Para lembrar, as garantias dos nutrientes são expressos em porcentagem, ou seja, em cada 100 kg do produto. Por exemplo, em 100 kg de sulfato de amônio existem 24 kg S. Uma formula NPK com 8% de S, quer dizer que em cada 100 kg da formulação vão ser aplicados 8 kg de S. Assim, se faltar S se pode completar com o gesso agrícola, que em cada 100 kg têm 15 kg de S.
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