Continuando com a nossa série de postagens sobre a cultura da goiaba, vamos abordar, neste artigo, a recomendação de adubação de produção, a utilização da fertirrigação e o uso de micronutrientes. Já comentamos, em postagens anteriores, sobre a calagem na implantação de um pomar de goiabeiras, adubação na cova. por ocasião do plantio, adubação de formação e utilização da fertirrigação. Estes artigos, os leitores poderão
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ADUBAÇAO DE PRODUÇÃO
A adubação de produção da goiabeira inicia após o terceiro ano da implantação. A adubação visa atender as exigências em nutrientes da planta, bem como repor os nutrientes exportados na produção dos frutos. A análise do solo é o instrumento importante para avaliar a fertilidade e a necessidade da planta em nutrientes. Aliada a isto, a análise foliar é um componente auxiliar para uma avaliação mais concreta das necessidades de nutrientes e deficiências nutritivas das plantas.
Os resultados da análise de P resina em mg/dm³ e de K em mmolc/dm³ devem ser enquadrados na Tabela 1. Conforme a expectativa de produção de frutos, menos de 40 a mais de 80 t/ha, temos as necessidades de P2O5 e K2O em g/planta. Para achar as quantidades de adubos nitrogenados, fosfatados e potássico, adotamos o raciocínio mostrado no artigo referente à Parte 2. Assim, no caso do N, para uma produção de 50 t/ha, precisa-se aplicar 1.040 g/planta, ou de uréia ou de sulfato de amônio ou outro adubo nitrogenado. Para achar a quantidade do fertilizante, divide-se a dose recomendada (1.040 g/planta) pelo teor de N do nitrogenado e multiplica-se por 100. Então:
uréia (45% N) = (1.040/45) x 100 = 2.300 g/planta
sulfato de amônio (20% N) = (1.040/20) x 100 = 5.200 g/planta
Para os adubos fosfatados e o cloreto de potássio, o raciocínio é o mesmo.
Por exemplo, uma análise apontou um teor de P de 15 mg/dm³ e um teor de K de 1,2 mmolc/dm³, para uma expectativa de produção de 70 t/ha, com o cultivar Paluma.
Por exemplo, uma análise apontou um teor de P de 15 mg/dm³ e um teor de K de 1,2 mmolc/dm³, para uma expectativa de produção de 70 t/ha, com o cultivar Paluma.
15 mg/dm³ P enquadra-se na faixa de 13 a 30 mg/dm³ de P, e para uma produção de 70 t/ha a recomendação é de 70 g/planta de P2O5.
Superfosfato triplo (42% P2O5) = (70/42) x 100 = 170 g/planta
Superfosfato simples (18% P2O5) = (70/18) x 100 = 390 g/planta
No caso dos 1,2 mmolc/dm³ de K, ele se enquadra na faixa de 1.040 g/planta.
Cloreto de potássio (60% K2O) = (1.040/60) x 100 = 1.735 g/planta
FERTIRRIGAÇÃO
No caso de aplicação dos nutrientes por fertirrigação, a Tabela 2 indica as fases e as percentagens a serem aplicadas em relação à quantidade total.
No caso de aplicação dos nutrientes por fertirrigação, a Tabela 2 indica as fases e as percentagens a serem aplicadas em relação à quantidade total.
Nas lavouras irrigadas, o nitrogênio pode ser aplicado mensalmente e o potássio a cada dois meses. Na fertirrigação, o parcelamento na aplicação dos nutrientes é muito importante. Uma fertirrigação frequente se traduz numa maior quantidade de aplicação do nutriente que pode levar à perdas por lixiviação. A irrigação deve ser suspensa 30 dias antes da poda de frutificação. Com isto a planta é submetida a um estresse hídrico.
Nas áreas irrigadas, as raízes das plantas têm uma área maior para explorar a absorção dos nutrientes. Na aplicação via solo, as raízes têm uma área mais limitada para absorver os nutrientes o que indica que uma quantidade maior de fertilizantes deve ser aplicada no solo para uma melhor absorção dos nutrientes. Na fertirrigação, os nutrientes são aplicados à medida que as plantas precisam, o que torna mais eficiente a fertilização e possibilita maior número de parcelamentos.
Na adubação de produção, o parcelamento, na fertirrigação, deve iniciar 30 dias antes da poda. O período da poda até a colheita é considerado 6 meses, conforme descrito na Tabela 2. Isto, é claro, vai depender das condições do solo, das condições climáticas de cada região e do cultivar que está sendo explorado.
Quando na adubação de produção, a análise foliar de K, na variedade Rica, for maior que 19 g/kg de K, reduzir a adubação potássica e suspender o último parcelamento de K. O mesmo, quando na variedade Paluma a análise foliar for maior que 17 g/kg de K
Maciel et al. estudando a resposta da goiabeira à lâmina de água e à adubação nitrogenada chegaram à conclusão que o déficit e o excesso de água e nitrogênio provocaram redução na produtividade da planta. A resposta da goiabeira foi significativa, ou seja, 43.583,5 kg/ha, com a combinação lâmina de 1.785 mm e 200 kg/ha N. A produtividade máxima econômica 35.594 kg/ha e a combinação lâmina de 1.721 mm e 167 kg/ha N. A combinação de lâmina de 1.465 mm de água com 200 kg/ha N resultou numa eficiência de uso de água de 2,62 kg/m³.
Atenção: os leitores devem, sempre, procurar as tabelas de recomendação de calagem e adubação para o seu Estado ou Região, para cada cultura, e enquadrar o resultado da análise do solo na referida tabela. O que nos propomos, aqui, é transmitir subsídios e informações como proceder com estas tabelas na recomendação de calagem e adubação das plantas. Os órgãos de Pesquisa estão sempre atualizando as tabelas frente às respostas das plantas à fertilização e de acordo com o lançamento de novas variedades e com potencial melhor de produção.
Atenção: os leitores devem, sempre, procurar as tabelas de recomendação de calagem e adubação para o seu Estado ou Região, para cada cultura, e enquadrar o resultado da análise do solo na referida tabela. O que nos propomos, aqui, é transmitir subsídios e informações como proceder com estas tabelas na recomendação de calagem e adubação das plantas. Os órgãos de Pesquisa estão sempre atualizando as tabelas frente às respostas das plantas à fertilização e de acordo com o lançamento de novas variedades e com potencial melhor de produção.
ADUBAÇÃO APÓS PODA DE FRUTIFICAÇÃO
Após a poda de frutificação, é recomendado uma única aplicação anual de esterco de curral bem curtido mais adubo fosfatado, calcário e FTE. A aplicação de nitrogênio (N) e potássio (K) não pode ser esquecida, pois eles são essenciais na formação abundante de ramos produtivos, fortes e com muitos botões que vão dar origem às flores e, consequentemente, aos frutos. Na época do desbaste e ensacamento dos frutos é recomendada uma nova adubação nitrogenada e potássica para aumentar o peso dos frutos e melhorar a qualidade dos mesmos. Outra aplicação de nitrogênio e potássio é feita após a colheita para repor os nutrientes retirados pela cultura. Aqui temos a idade da planta, a variedade, a irrigação e a expectativa de produção. Quanto mais alta for a expectativa de produção maior será a necessidade de nutrientes para fazer frente a este aumento de produção, até chegar a um limite que a planta não responde mais ao aumento de fertilizantes. Além da fertilização, a fertirrigação e a poda controlada são importantes para otimizarem a produção.
MICRONUTRIENTES
A aplicação de micronutrientes é muito importante, principalmente o boro (B) e o zinco (Zn). Os frutos exportam muito estes micronutrientes. A aplicação pode ser feita nos meses de setembro e novembro, com a utilização de ácido bórico na concentração de 0,06% e o sulfato de zinco a 0,5%. As quantidades serão, para cada 100 L de água, 60 g de ácido bórico e 500 g de sulfato de zinco. Outra maneira de aplicar o boro (B) é via solo, na dose de 10 g/planta de bórax. A cada dois meses deve-se complementar esta adubação, através de pulverizações com ácido bórico 0,1% e sulfato de zinco 0,3%, os quais podem ser misturados com uma calda de defensivos.
REFERÊNCIAS
FACHINELLO, J. C.; NACHTIGAL, J.C.; KERSTEN, E. Adubação de plantas frutíferas. IN. Fruticultura, Fundamentos e Práticas. Nutrição e Adubação. Cap. 5. Embrapa - Clima Temperado. Disponível em:<http://www.cpact.embrapa.br/publicacoes/download/livro/fruticultura_fundamentos_pratica/index.htm> Acesso em; 27 de Ago. 2012.
MACIEL, J. L.; DANTAS NETO, J.; FERNANDES, P. D. Resposta da goiabeira à lâmina de água
e à adubação nitrogenada. R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, v.11, n.6, p.571–577, 2007. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/rbeaa/v11n6/v11n06a04.pdf> Acesso em: 27 de Ago. 2012.
e à adubação nitrogenada. R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, v.11, n.6, p.571–577, 2007. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/rbeaa/v11n6/v11n06a04.pdf> Acesso em: 27 de Ago. 2012.
NATALE, W.; PRADO, R. M.; ROZANE, D. E.; ROMUALDO, L. M. Efeitos da calagem na fertilidade do solo e na nutrição e produtividade da goiabeira. R. Bras. Ci. Solo, 31:1475-1485, 2007. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v31n6/24.pdf> Acesso em: 26 de Ago. 2012.
NATALE, W.; PRADO, R. M.; QUAGGIO, J. A.; MATTOS JUNIOR, D. Goiabeira. UNESP. Jaboticabal, São Paulo. Disponibilizado em:<http://www.ipipotash.org/udocs/FRUTEIRAS_6_Goiabeira.pdf> Acesso em: 26 de Ago. 2012.
NATALE. W. Calagem, adubação e nutrição da cultura da goiabeira. FCAV, Jaboticabal, São Paulo. Disponível em:<http://www.nutricaodeplantas.agr.br/site/ensino/pos/Palestras_William/Livrogoiaba_pdf/1_Calagemadubacaonutricao.pdf Acesso em: 26 de Ago. 2012.
NATALE, W.; PRADO, R. M.; Fertirrigação em Goiabeira. FCAV. Jaboticabal, São Paulo. p. 494-535. Disponível em:<http://www.nutricaodeplantas.agr.br/site/culturas/goiaba/goiaba_4_5.pdf. Acesso em: 26 de Ago. 2012.
PIZA JUNIOR, C. T.; KAVATI, R. Goiaba de mesa (Psidium guajava L.). Disponível em:<http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/artigo_2453.pdf> Acesso em: 27 de Ago. 2012.
ROZANE, D. E. Curso de Formação de responsáveis técnicos e auditores em PI. Módulo Goiaba. CATI - Campinas, São Paulo. 07 a 11 de novembro de 2011.
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