quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Goiabeira - Parte 2 - Adubações de Plantio e Formação


Na Parte 1 sobre goiabeira abordamos sobre calagem e noções de adubação com resultados alcançados pelos órgãos de pesquisa. Esta postagem pode ser visualizada acessando o link abaixo:
Goiabeira - Parte 1 - Noções de Calagem e Adubação
.
No artigo presente analisaremos as adubações de plantio e de formação da
goiabeira.

ADUBAÇÃO DE PLANTIO

No plantio, em cada cova, Souza et al. recomendam a aplicação de 20 a 25 L de esterco de curral ou 8 L de cama de frango, 100 g de P2O5, 1 kg de calcário dolomítico, 28 g de N, 12 g de K2O e 50 g de FTE. Para obter 100 g de P2O5 utiliza-se o superfosfato simples na ordem de 500 g/cova ou 240 g/cova de superfosfato triplo. A vantagem do superfosfato simples é que ele possui, na sua composição, o enxofre (S). O superfosfato triplo é mais oncentrado e o custo da unidade de fósforo (P2O5) deve ser mais barata, mas não possui enxofre. Os 140 g/cova de sulfato de amônio vão fornecer 28 g de N e contém, na sua composição, o enxofre (S). No caso de preferência pelo menor custo, a uréia seria aplicada na quantidade de 60 a 70 g/cova. O cloreto de potássio na quantidade de 20 g/cova forneceria 12 g de K2O.
O fósforo, pela sua baixa mobilidade, deve ser preferida a sua aplicação na cova. Em relação aos micronutrientes, o boro e o zinco são aplicados na cova, a razão de 1 g e 2 g, respectivamente. Esta aplicação deve ser feita 30 dias antes do plantio das mudas.
Natale et al. (1996)  apresentam uma tabela, baseada nas faixas de P resina, em mg/dm³ e a quantidade, em g/cova, de P2O5 que deverá ser aplicado por ocasião da implantação do pomar de goiabeira. Tomamos a liberdade de indicar as respectivas quantidades de superfosfatos simples e triplo em g/cova. Ver a Tabela 2.

ADUBAÇÃO DE FORMAÇÃO

A adubação de formação é aquela realizada a partir do pegamento da muda até a idade de três anos. Esta é feita em decorrência da análise do solo. A recomendação de adubação é feita de acordo com o resultado da análise, em função da variedade e da idade da planta. Veja Tabela 1.


Conforme a Tabela 1 de Natale et al. (1996), as quantidades sugeridas de N, P2O5 e K2O podem ser transformadas nos respectivos fertilizantes minerais e suas dosagens.
N - para 120 g/planta de N pode ser utilizada a uréia na dose de 270 g/planta ou sulfato de amônio 600 g/planta. Para 240 g/planta de N, o uso de 540 g/planta de uréia ou 1.200 g/planta de sulfato de amônio. Para a dosagem de 480 g/planta de N, uréia na quantidade de 1.080 g/planta ou sulfato de amônio na dose de 2.400 g/planta. Esta dosagem vai aumentando em função do aumento na idade da planta.
Para a variedade Paluma, o raciocínio é o mesmo. Entretanto para não alongar a postagem, basta dividir a quantidade recomendada de N g/planta e dividir pelo teor de N% do produto e multiplicar por 100.
Para 100 g/planta de N, na idade de 0 - 1 anos,
Uréia (45% N) = (100/45) x 100 = 220 g/planta
Sukfato de amônio (20% de N) = (100/20) x 100 = 500 g/planta

P2O5 - neste caso são utilizados os adubos fosfatados como o superfosfato simples ou superfosfato triplo. Para uma dose de 120 g/planta de P2O5, planta com idade de 1-2 anos e P resina < 6 mg/dm³:
Superfosfato simples (18% P2O5) = (120/18) x 100 = 670 g/planta
Superfosfato triplo (42% P2O5) = (120/42) x 100 = 285 g/planta
Para uma dosagem de 160 g/planta de P2O5 para uma planta com idade de 2-3 anos e P resina entre 6 e 12 mg/dm³
Superfosfato simples (18% P2O5) = (160/18) x 100 = 890 g/planta
Superfosfato triplo (42% P2O5) = (160/42) x 100 = 380 g/planta
E assim sucessivamente para as outras dosagens.

K2O - neste caso o fertilizante mais empregado é o cloreto de potássio com 60% de K2O. Um cuidado deve ser tomado é com a salinidade deste produto que é muito alta, um índice de 115. Se colocado em contato direto com as raízes e tronco provoca sérios danos e lesões às plantas.
Para uma dosagem de  120 g/planta de K2O, planta com idade de 0-1 ano e K < 0,8 mmolc/dm³:
Cloreto de potássio (60% K2O) = (120/60) x 100 =  200 g/planta
Para uma dosagem de 180 g/planta de K2O, planta com idade de 2-3 anos e K entre 1,6 e 3,0 mmolc/dm³:
Cloreto de potássio (60% K2O) = (180/60) x 100 =  300 g/planta

Na Tabela 3. temos a idéia de parcelamento da adubação de formação, no caso de ser usado o sistema de fertirrigação..


Por exemplo: na Tabela 1 para uma planta com idade 1 - 2 anos , em relação ao nitrogênio (N) é recomendada 240 g/planta, ou seja, 540 g/planta de uréia. Pela Tabela 3, as 540 g/planta de uréia serão aplicadas em 4 parcelas nos meses referidos e na proporção de 25% da dose total por parcela. Então: 540 x 25/100 = 135 g/planta/parcela. O fósforo, P2O5, seria aplicado 100%, isto é, toda a dose recomendada a partir da idade de 1 - 2 anos. O potássio (K2O) seria a dose total dividida em quatro partes, pois a recomendação é aplicar 25% em cada fase. Para plantas de 0 - 1 ano de idade seriam em percentuais diferentes, aos 30, 60, 120 e 180 dias após o pegamento. As adubações devem ser aplicadas na projeção da copa num raio de 30 cm.

LEIA MAIS:  Goiabeira - Parte 3 - adubação de produção, fertirrigação

REFERÊNCIAS

FACHINELLO, J. C.; NACHTIGAL, J.C.; KERSTEN, E. Adubação de plantas frutíferas. IN. Fruticultura, Fundamentos e Práticas. Nutrição e Adubação. Cap. 5. Embrapa - Clima Temperado. Disponível em:<http://www.cpact.embrapa.br/publicacoes/download/livro/fruticultura_fundamentos_pratica/index.htm> Acesso em; 27 de Ago. 2012.

NATALE, W.; ROZANE, D. E.; PRADO, R. M.; ROMUALDO, L.M.; SOUZA, H. A.; HERNANDES, A. Viabilidade econômica do uso do calcário na implantação de pomar de goiabeiras. Ciênc. agrotec. vol.34 no.3 Lavras May/June 2010. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-70542010000300025> Acesso em: 26 de Ago. 2012.

NATALE, W.; PRADO, R. M.; ROZANE, D. E.; ROMUALDO, L. M. Efeitos da calagem na fertilidade do solo e na nutrição e produtividade da goiabeira. R. Bras. Ci. Solo, 31:1475-1485, 2007. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v31n6/24.pdf> Acesso em: 26 de Ago. 2012.

NATALE, W.; PRADO, R. M.; QUAGGIO, J. A.; MATTOS JUNIOR, D. Goiabeira. UNESP. Jaboticabal, São Paulo. Disponibilizado em:<http://www.ipipotash.org/udocs/FRUTEIRAS_6_Goiabeira.pdf> Acesso em: 26 de Ago. 2012.

NATALE. W. Calagem, adubação e nutrição da cultura da goiabeira. FCAV, Jaboticabal, São Paulo. Disponível em:<http://www.nutricaodeplantas.agr.br/site/ensino/pos/Palestras_William/Livrogoiaba_pdf/1_Calagemadubacaonutricao.pdf Acesso em: 26 de Ago. 2012.
NATALE, W.; PRADO, R. M.; Fertirrigação em Goiabeira. FCAV. Jaboticabal, São Paulo. p. 494-535. Disponível em:<http://www.nutricaodeplantas.agr.br/site/culturas/goiaba/goiaba_4_5.pdf. Acesso em: 26 de Ago. 2012.
PIZA JUNIOR, C. T.; KAVATI, R. Goiaba de mesa (Psidium guajava L.). Disponível em:<http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/artigo_2453.pdf> Acesso em: 27 de Ago. 2012.

ROZANE, D. E. Curso de Formação de responsáveis técnicos e auditores em PI. Módulo Goiaba. CATI - Campinas, São Paulo. 07 a 11 de novembro de 2011.


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