quinta-feira, 23 de maio de 2013

Adubação das Uvas Viníferas para os Estados do RS e SC


A adubação de manutenção das viníferas começa no 4º ano do plantio do porta-enxerto ou no 3º ano após a muda enxertada. A análise do solo é feita antes da instalação do parreiral. A quantidade de calcário é aplicada a lanço e incorporada na camada de 0-20 cm do solo. Se o parreiral já está implantado, a calagem é feita superficialmente e sem incorporação. Os adubos fosfatados e potássicos são utilizados no pré-plantio, aplicados em toda a área e com incorporação na camada de 0-20 cm. De acordo com os teores de P no solo, a recomendação da pesquisa de RS/SC indica uma quantidade de P2O5 que varia de 50 a 150 kg/ha; já o K, a indicação é de aplicar de 30 a 90 kg/ha
de K2O. Caso se deseje adubar uma camada mais profunda, deve-se fazer a análise do solo desta profundidade e aumentar a dose proporcionalmente à profundidade da camada. As recomendações de adubação são para a camada de 0-20 cm, numa camada de 0-40 cm a quantidade de adubação deve ser duplicada.

Adubação de manutenção em uvas viníferas


A adubação de manutenção da videira começa à partir do 4º de plantio da muda e é feita com os macronutrientes NPK. Um cuidado deve ser tomado com a adubação nitrogenada, pois o excesso de N é prejudicial à floração e à frutificação, além de tornar a planta mais suscetível às doenças e prejudicar a qualidade dos frutos. Em relação às uvas de mesa e viníferas, a dose de N deve ser menor nas uvas para vinho. Nas uvas de mesa pode-se aplicar de zero a 100 kg/ha de N, enquanto nas uvas viníferas a dosagem será menor, ou seja, de zero a 50 kg/ha de N. A adubação nitrogenada será parcelada em duas aplicações: a primeira no início da brotação e a segunda logo após a fecundação. O adubo nitrogenado deve ser aplicado entre as linhas de plantas, em faixas de 15 a 20 cm.
A adubação fosfatada e potássica depende dos teores de P e K nos tecidos das plantas e aplicados na época hibernal. Como as adubações nitrogenada e fosfatada, a adubação potássica depende do teor do nutriente nos tecidos das plantas.

Interpretação dos resultados das análises de tecidos das plantas


Para recomendar a adubação de manutenção para as uvas viníferas, a primeira coisa é enquadrar os resultados das análises de tecidos (pecíolos e folhas completas) na Tabela 1. Assim, saberemos em que faixa se enquadram os teores de NPK das análises de tecidos.


A Tabela 1 contempla, também, os teores de micronutrientes nos tecidos. Nessa tabela existem, para pecíolos, cinco faixas que vão do teor insuficiente ao excessivo. Nas folhas completas encontramos três faixas.
Por exemplo, um resultado de análise de tecido (pecíolos) apresenta o N com teor de 0,5%, o P com 0,18% e o K com 1,4%. Pela Tabela 1, esses teores se enquadram nas seguintes faixas:
N = 0,5% = abaixo do normal
P = 0,18% = normal
K = 1,4% = abaixo do normal

Cálculo daAdubação de Manutenção para uvas viníferas


Conhecendo as faixas de enquadramento ou interpretação, podemos recomendar a adubação NPK. Para isto, devemos visualizar a Tabela 2 que se refere à recomendação de adubação.


Nessa tabela 2, a adubação é recomendada em função da expectativa de produção. Quanto maior a produção esperada, maior será a necessidade da planta em nutrientes. O fósforo (P) independe da produção, apenas da faixa de enquadramento para recomendação da quantidade do adubo fosfatado.
No caso do N, abaixo do normal, para uma produtividade esperada de 15 a 25 t/ha, será necessário aplicar de 20 a 40 kg/ha de N. Se usarmos a ureia, a quantidade desse fertilizante nitrogenado será de 50 a 100 kg/ha. Para uma expectativa de produção de 20 t/ha, usaremos a média, ou seja, 75 kg/ha de ureia.
Para o P enquadrado na faixa normal, a dose será de zero a 40 kg/ha de P2O5  ou seja, de zero a 100 kg/ha de superfosfato triplo. Para uma produtividade de 20 t/ha, uma aplicação média de 50 kg/ha de superfosfato triplo (0-100/2). Como já frisamos, a dose de fosfato independe da produção.
Em relação ao K, esse é enquadrado na interpretação abaixo do normal, e para uma produção de 15 a 25 t/ha de uvas viníferas, a quantidade de K2O necessária é de 80 a 120 kg/ha. O fertilizante a ser adotado será o cloreto de potássio (KCl) na dose de 135 a 200 kg/ha. Para uma produtividade de 20 t/ha, uma quantidade média de 170 kg/ha de cloreto de potássio (KCl).
No caso, de optarmos por um fertilizante de formulação pronta, devemos partir das necessidades em nutrientes. No exemplo acima, as necessidades de N P e K são de 40, 40 e 120, respectivamente.
Temos uma proporção: 40-40-120
Para achar uma relação simplificada, dividimos tudo por 40, isto é, 40/40-40/40-120/40.
A relação simplificada será 1 - 1 - 3
À partir dessa relação simplificada, podemos chegar à várias formulações prontas de fertilizantes. São as chamadas "Fórmulas Similares". A diferença entre elas vai ser a quantidade a aplicar por hectare.
Já escrevi um artigo sobre isso e que ensina como encontrar essas fórmulas similares. Para saber como calcular, o leitor deve acessar o link abaixo:
Encontrando fórmulas similares de adubos

REFERÊNCIAS

COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO - RS/SC. Manual de adubação e calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10ª ed. Porto Alegre, 2004. 400p. 

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