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terça-feira, 21 de julho de 2009

Formas de aplicação do Fósforo

Dos três nutrientes NPK aplicados no solo, o fósforo (P) é aproveitado pelas plantas em menor quantidade. Entretanto, nas formulações de adubos, o fósforo é o que apresenta o teor mais elevado. Exemplo: 05-30-15; 10-30-10; 08-24-12. Isto se deve ao fato de que, no solo, o fósforo é fixado pela acidez e pela presença dos íons Fe e Al forma compostos insolúveis de ferro e alumínio que não são aproveitáveis para as plantas. Estima-se de que do fósforo aplicado no solo, a planta aproveita de 15 a 25%. Daí, a necessidade de ser feita uma calagem prévia para corrigir a acidez do solo criando condições melhores para a disponibilidade do fósforo para as plantas. Nos solos naturais dos cerrados, o fósforo é o principal fator limitante da produtividade. Os superfosfatos, simples ou triplo, quando são aplicados no solo, todo o fósforo é retido na fase sólida dando origem a compostos pouco solúveis. Entretanto, uma parte deste fósforo é absorvida pelas plantas. O fósforo é pouco móvel no solo e chega até a planta por difusão. Quando os fosfatos solúveis em água são aplicados, a reação é rápida e mantém a solução do solo saturada de P ao redor do grânulo do adubo. Isto cria um gradiente de concentração fazendo com que a água se movimente até a sua direção, e existe uma difusão da solução das regiões mais concentradas para as menos concentradas. Isto garante soluções com fósforo suficiente para atender à absorção pelas plantas através das raízes. Uma alternativa para melhorar este quadro é o produtor aplicá-los de maneira correta. As formas de aplicação mais utilizadas são: no sulco, na cova, em faixas, a lanço, na superfície com ou sem incorporação.
A aplicação localizada tem uma série de vantagens:
1. aplicação de doses menores do que a usada a lanço;
2. em virtude da menor área de contato, a fixação do fósforo também é menor;
3. os grânulos dos adubos fosfatados ficam ao alcance das raízes quando as plantas estão desenvolvendo o sistema radicular;
4. para quem é arrendatário a aplicação localizada é mais econômica porque diminui os custos do uso de fertilizantes. A aplicação em toda a área, no intuito de aumentar a fertilidade, beneficia somente o proprietário.
Por sua vez, a aplicação a lanço permite, também, uma série de vantagens:
a. ela permite a aplicação de doses elevadas de fósforo, como no caso da correção do solo (fosfatagem) elevando a produtividade das culturas;
b. a aplicação a lanço e depois a incorporação promovem um maior desenvolvimento do sistema radicular da planta que facilita uma melhor absorção dos nutrientes e a busca por água;
c. nas pastagens formadas, a única maneira de aplicar o fósforo é a lanço.
Entretanto, em solos de baixa fertilidade a aplicação antecipada do fósforo parece não ser recomendada. Em lavouras de primeiro ano, pior ainda. Resultados de pesquisa mostram que, nestes solos, o melhor é aplicar na linha de semeadura. Nos solos que se faz a fosfatagem, pode-se aplicar o fósforo a lanço, no momento da correção, e depois fazer as adubações de manutenção aplicando-o no sulco.
Surge uma interrogação. A aplicação a lanço, pala maior área de contato, não aumentaria a fixação do fósforo?. Existe um trabalho de Souza e Volkweiss onde o volume de solo que entra em contato com o grânulo de fertilizante fosfatado foi estimado. Dose de 200 kg/ha de P2O5, aplicada a lanço, com grânulos de 2, 4, 6 mm, o volume de solo ocupado com fósforo foi de 25, 15 e 9%, respectivamente
Há recomendações de que nos cerrados, as doses de P2O5 superiores a 100 kg/ha devem ser aplicadas a lanço. Nas doses inferiores, a recomendação é para aplicação em sulco.
Em pastagens estabelecidas, os fosfatos solúveis em água podem ser lançados em cobertura. Souza e outro, mostraram que a aplicação de dosagens de fósforo de 30 kg/ha, a cada dois anos, permitiram uma maior produtividade dos pastos de 98 a 110%. Isto foi benéfico no aumento da quantidade de matéria seca.
No sistema de plantio direto, o comportamento do fósforo é diferente porque não houve um revolvimento do solo e isto diminui o contato entre os íons de P e os coloides do solo. A fixação do fósforo é amenizada. A mineralização lenta da matéria orgânica promove a liberação de formas orgânicas de fósforo, diminuindo a fixação do mesmo. Devido a maior decomposição da matéria orgânica, são liberadas cargas negativas orgânicas que sequestram as cargas positivas, como Fe e Al, diminuindo o processo de fixação do fósforo. Se conclui, então, que a adoção de práticas para aumentar os níveis de matéria orgânica promovem um benefício para um maior aproveitamento do fósforo pelas plantas. Por isto, o aproveitamento do fósforo aplicado em áreas de plantio direto é maior do que aquele aplicado em áreas convencionais. No plantio direto, como o fósforo é pouco móvel no solo, verifica-se uma maior concentração entre 0-5 cm de solo. Porém, as raízes das plantas encarregam-se de distribuir o fósforo à camadas mais profundas aumentando a disponibilidade

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Cana-de-açúcar - Nutrientes e adubação (I)

A planta executa os processos de extrair e exportar nutrientes. Extrair ou extração é a quantidade de nutrientes que ela precisa para o seu desenvolvimento desde a germinação até a produção. Exportar ou exportação é a quantidade de nutrientes que fica retido em suas partes verdes ou na palhada.
G.Vitti cita a tabela de Orlando F° que dá uma ideia da quantidade de nutrientes macros e micros extraídos e exportados por 100 toneladas de colmos de cana-de-açúcar.
Como o P e o K nos fertilizantes estão expressos em P2O5 e K2O teremos que transformá-los:
Para transformar P em P2O5 multiplica-se P por 2,29.
P2O5 __________ P2
(31x2) + 16x5______31x2
142 ________ 62 = 142/62 = 2,29
Para transformar K em K2O
K2O ___________ K2
39x2 + 16 ________ 39x 2
94 ________ 78 = 94/78 = 1,20

Assim sendo, na tabela ao lado temos o total de 19 P. Logo, 19 X 2,29 = 43 kg/ha de P2O5  Quanto ao potássio (K), teremos 174 X 1,20 = 210 kg/ha de K2O.
Na instalação do canavial, na adubação de plantio usa-se mais fósforo (P2O5) e potássio (K2O) e menos nitrogênio. As coberturas serão de K2O  Por sua vez, na cana soca, usa-se mais nitrogênio (N) e potássio (K2O) e menos fósforo (P2O5).
Deve ser feita a calagem da área de modo a se atingir V= 60%. A fosfatagem deve ser realizada quando o teor de P é menor que 15 mg/dm³ e CTC menor que 6 cmolc/dm³. No sulco de plantio, o trio N-P2O5-K2O deve ser aplicado conforme a recomendação técnica baseada na amostragem do solo, mais aplicação de micronutrientes e uma adubação orgânica. Em cobertura usa-se K2O quando a recomendação ultrapassar a 100 kg/ha. As coberturas de N devem ser feitas eventualmente.
Na cana soca, utiliza-se cobertura NPK com baixas quantidades de P2O5  Os micronutrientes são aplicados via foliar e a ureia adicionada ao molibdênio.
Como toda planta cultivada em solos deficientes de um ou mais nutrientes, a cana-de-açúcar apresenta, também, sintomas de deficiências nutritivas. As deficiências são:
Nitrogênio: são reconhecidas pelo amarelecimento geral das folhas que inicia pelas folhas mais velhas. Os colmos são mais finos.
Fósforo: inicia-se nas folhas mais velhas que diminuem de tamanho. Há uma clorose avermelhada com morte das folhas. O crescimento da planta é reduzido. O sistema radicular é pouco desenvolvido não suportando períodos de seca.
Potássio: aparece nas folhas mais velhas uma mistura de áreas verde-claras e escuras, clorose nas bordas e áreas necróticas. O teor de açúcar no colmo é baixo.
Cálcio: surge nas folhas mais novas. As folhas ficam esbranquiçadas, enroladas e com uma necrose escura nas pontas. Muitas vezes, a deficiência de cálcio é originária de uma aplicação de vinhaça em excesso. A vinhaça é rica em potássio que compete pela absorção de cálcio.
Magnésio: aparecem manchas amareladas e longas entre as nervuras das folhas mais velhas.
Enxofre: há uma clorose generalizada das folhas jovens.
Boro: as folhas apresentam manchas cloróticas estriadas. Há morte da gema terminal. A incidência de Fusarium é maior. As folhas do topo se amarram umas às outras.
Cobre: aparecem clorose nas folhas mais jovens e pequenas manchas verde-escuras. As folhas caem e aparecem touceiras.
Manganês: estriamento ao longo das nervuras e folhas mais finas.
Zinco: há uma redução de crescimento dos entrenós, as nervuras das folhas com clorose e o crescimento do topo paralisa.

A correta aplicação da quantidade de nutrientes vai se basear nos indícios de fertilidade do solo demonstrados pelos resultados de análises deste solos. Na cana planta a melhor época para retirada de amostra de solo é três meses antes do plantio. As amostras devem ser retiradas nas profundidades de 0 - 20 cm e de 20 - 40 cm. A área deve ser percorrida em zig-zag e colendo-se de 15 a 20 sub-amostras. Na cana soca, a melhor época é logo após o corte. As amostras de solo devem ser retiradas de 20-25 cm da linha. Deve-se cuidar isto porque amostras retiradas na linha super estimarão os teores de P e K. As amostras retiradas nas entre-linhas super estimarão os resultados de Ca e Mg e os valores de soma de bases (S) e saturação por bases (V%). Por outro lado, os valores de P e K serão subestimados.
A calagem fornece cálcio e magnésio. O cálcio promove um maior desenvolvimento do sistema radicular e com isto as raízes das plantas vão buscar mais longe os nutrientes do solo e as plantas suportam melhor os períodos de estiagem e veranicos. Pela calagem, os nutrientes são melhor disponibilizados numa faixa de pH de 6 a 6,5. A fixação do fósforo é amenizada porque o ferro (Fe), o alumínio (Al) e o manganês (Mn) que são tóxicos para as plantas, são menos disponibilizados formando compostos insolúveis que não são aproveitados pelas plantas. A palhada possui fósforo e com a mineralização da matéria orgânica este nutriente é liberado para as plantas. Este fósforo húmico é fracamente retido pelo solo. A fixação do nitrogênio do ar pelas bactéria do gênero Beijerinckia têm uma atividade maior quando o pH situa-se entre 5,5 - 6,0. Assim sendo, há liberação de nitrogênio (N) em grandes quantidades para as plantas. Por isto, a recomendação de N em cana planta é em doses baixas. Os toletes usados devem ter alta quantidade de açúcar que fornece energia para as bactérias. Com a calagem, a compactação do solo é menor porque o cálcio tem um efeito de agregação. E, com isto, a calagem, por todos os fatores descritos antes, propicia um aumento da produtividade de cana-de-açúcar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O arroz e feijão irrigados

Das fontes de nitrogênio (N) usadas na adubação de arroz e feijão irrigados, nos cerrados, não houve diferenças significativas entre a aplicação de uréia e sulfato de amônio. A uréia, por sua maior concentração de N (45%) leva vantagens do ponto de vista econômico, ou seja, custo/benefício. O custo do kg de N é muito mais barato na uréia. Para se calcular o custo do kg do nutriente contido num determinado produto segue-se as seguintes etapas:
1ª Etapa: devemos conhecer o custo de cada produto colocado na propriedade;
2ª Etapa: devemos conhecer as garantias do nutriente em cada produto, lembrando que o teor expresso do nutriente em porcentagem (%) significa para 100 kg. Por exemplo: a uréia está com uma garantia de 45% de N. Isto significa que em 100 kg de produto teremos 45 kg de N. Em 1 tonelada de uréia, isto é, 1.000 kg teremos 450 kg de N.
Por sua vez, o sulfato de amônio está sendo vendido com uma garantia de 20% de N. Em 100 kg teremos 20 kg de N. Em 1.000 kg teremos 200 kg de N;
3ª Etapa: devemos saber quanto custa a uréa e o sulfato de amônio colocado na propriedade do cliente, ou seja, preço CIF;
4ª Etapa: para saber o custo da unidade de N dos dois produtos, basta dividir o preço da tonelada de cada produto pela respectiva quantidade de N contido nestes 1.000 kg.
kg N = preço tonelada produto / quantidade de N na tonelada.
Deve-se levar em conta na adubação nitrogenada, o histórico da área, ou seja a cutura precedente, sua quantidade de biomassa e sua relação C/N
. No caso da cultura precedente seja uma gramínea, as exigências de nitrogênio serão bem maiores do que se fosse uma leguminosa. As gramíneas têm uma relação C/N maior. As leguminosas têm a capacidade de fixar o nitrogênio do ar através de bactérias do gênero risóbio que vivem em simbiose com as raízes das plantas. As leguminosas têm uma relação C/N menor e com isto podem disponibilizar mais N para a cultura posterior. Por isto é que se busca que a cultura antecedente ao plantio de lavouras de arroz e feijão irrigados seja uma leguminosa.
Quanto ao fósforo e potássio basear-se nas recomendações dos laboratórios e orgãos de pesquisa a fim de suprir o solo com as doses adequadas que garantam alcançar as produtividades esperadas. A análise do solo é importante para indicar os teores destes nutrientes no solo e ser base para a reposição dos mesmos buscando um perfeito desenvolvimento da cultura.
Devido ao baixo teor natural dos micronutrientes, nos solos de cerrados, é importante, na adubação, a inclusão dos mesmos e não pode ser esquecida. O importante é prevenir antes o aparecimento de deficiências destes micronutrientes. Uma análise de solo vai nos dar condições de verificar a fertilidade destes solos e suprir as deficiências naturais de maneira correta.
O arroz tolera mais a acidez do solo. Mas isto não quer dizer que devemos dispensar a aplicação de corretivos. Pelo contrário, o cálcario dolomítico é importante como fonte de cálcio (Ca) e magnésio (Mg). A correção da acidez de maneira inadequada tem contribuido para a redução dos micronutrientes. As deficiências de zinco (Zn) e ferro (Fe) são as mais comuns em arroz quando plantado após feijão e soja. O calcário aplicado em excesso eleva o pH do solo tornando menor a disponibilidade dos micronutrientes. "A medida que aumenta o pH diminui a disponibilidade dos micronutrientes". Recomenda-se a aplicação de calcário para manter o pH na faixa de 5,8 - 6,0 para culturas precedentes como milho, soja, feijão que são exigentes em Ca e Mg.
Para maior resistência às doenças, como a bruzone, está sendo estudada a aplicação de silício (Si) na forma de silicatos. Além de diminuir o grau de severidade da doença tem proporcionado aumento no crescimento da planta.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Fatores a Considerar na Escolha do Corretivo

Na escolha de um corretivo para aplicar no solo devemos levar em conta uma série de fatores pois somente o preço não é o suficiente. A Legislação Brasileira sobre Fertilizantes e Corretivos estabelece padrões mínimos para a comercialização dos corretivos. As vezes, a oferta pelo preço pode nos levar a erros na colocação das necessidades corretas para controlar a acidez do solo.

PRNT - O que é?
PRNT significa Poder Relativo de Neutralização Total é avaliado pelo Poder de Neutralização (PN) e pelo tamanho das partículas (Reatividade).

PRNT (%) = PN x RE / 100

PN - capacidade potencial total de bases neutralizantes contidas em corretivos de acidez, expresso em equivalente de carbonato de cálcio puro ( % ECaCO3). O valor mínimo de PN para comercialização de um produto é de 67%.
RE - reatividade das partículas. Valor que expressa o percentual (%) do corretivo que reage no solo no prazo de 12 a 36 meses.

Quanto à granulometria, as características físicas mínimas são:
· 95% das partículas devem passar em peneira de 2 mm (ABNT – 10);
· 70% das partículas devem passar em peneira de 0,84 mm (ABNT – 20);
· 50% das partículas devem passar em peneira de 0,30 mm (ABNT – 50).

A reatividade das partículas do corretivo é calculada da seguinte maneira:

· reatividade zero (0) para a fração retida na peneira ABNT 10. Estas partículas não têm efeito corretivo no período de 12 a 36 meses;
· reatividade 20% para a fração que passa na peneira ABNT 10 e fica retida na peneira ABNT 20;
· reatividade 60% para a fração que passa na peneira ABNT 20 e fica retida na peneira ABNT 50;
· reatividade 100% para a fração que passa na peneira ABNT 50.

RE = 0 x(ABNT10)+20x(ABNT10-20)+60x(ABNT20-50)+100x(ABNT50) /100

O valor mínimo de PRNT para a comercialização é 45% e o do PN é 67%
CLASSIFICAÇÃO DOS CALCÁRIOS QUANTO AO PRNT

Grupo A – PRNT de 45 – 60%
Grupo B – PRNT de 60,1 – 75%
Grupo C – PRNT de 75,1 – 90%
Grupo D – PRNT acima de 90,1%

QUANTO À CONCENTRAÇÃO DE MAGNÉSIO
· calcítico – menos que 5%
· magnesianos – de 5 a 12%
· dolomítico – maior que 12%
TIPOS DE CORRETIVOS – TEORES MÍNIMOS EXIGIDOS
Calcário agrícola – PN = 67; CaO+MgO = 38%; PRNT= 45%
Cal virgem agrícola – PN = 125; CaO=MgO = 68; PRNT = 120
Cal hidratada agrícola – PN = 94; CaO=MgO = 50; PRNT = 90
Calcário calcinado agrícola – PN = 80; CaO=MgO = 43; PRNT = 54
Outros – PN = 67; CaO=MgO = 38; PRNT = 45
A legislação brasileira determina que o mínimo para a soma de CaO e MgO é de 38%.

EXERCÍCIO:

Li na Internet num site de venda de calcário, um consumidor cotando preço para aquisição de calcário com as seguintes características:
CaO = maior que 38% ; MgO maior que 6% ; PN maior que 82% e um PRNT maior que 70%.
O consumidor queria um calcário dolomítico (CaO + MgO) pois a soma destes dois óxidos é igual a 44%. Vamos calcular RE, PRNT
Quanto à granulometria as exigências eram:
a) maior que peneira ABNT 10 - 0,10%
b) entre peneira ABNT 10 e 20 - 2%
c) entre peneiras ABNT 20 e 50 - 17%
d) menor que peneira ABNT 50 - 80%

RE = 0 x (0,10) + 20 x (2) + 60 x (17) + 100 x (80) / 100 = RE = 90,6
PRNT (%) =
PN x RE / 100 = 82 x 90,6 / 100 = PRNT (%) = 74,29
Isto significa que 74,29% deste corretivo reagirá com os ácidos do solo de 1 a 3 anos.

QUALIDADE E USO DO CALCÁRIO:
Na escolha do calcário deve ser levado em consideração uma série de fatores:
· deve-se dar preferência a calcários dolomíticos ou magnesianos que contenham CaO e MgO. A soma destes dois óxidos deve ser maior que 38%;
· solos com teores de magnésio (Mg) abaixo de 0,8 cmoc/dm3 deve se dar preferência aos corretivos que contenham Ca e Mg para evitar um desequilíbrio entre os nutrientes;
· a má distribuição e/ou incorporação do calcário muito rasa pode causar ou agravar a deficiência de manganês (Mn).

terça-feira, 21 de abril de 2009

Influência do pH no Desenvolvimento das Culturas

O pH ou potencial de hidrogênio ionico está ligado à concentração de íons H+ no solo. Serve para avaliar se um solo é ácido, neutro ou alcalino. A escala do pH vai de 1 a 14 onde o índice 7,0 significa que o solo é neutro. Abaixo de 7,0 o solo é ácido e acima de 7,0 dizemos que o solo é alcalino. A faixa 6,0 a 7,0 é a ideal para o desenvolvimento das plantas.
Nos solos ácidos, pH menor que 7,0, as plantas não desenvolvem bem porque a disponibilidade de nutrientes é muito pequena. Nestes solos o nutriente com maior problemas é o fósforo. Dizem que em solos ácidos somente 25% do fósforo aplicado no solo, através dos fertilizantes, é aproveitado pela planta. Daí porque nas formulações de fertilizantes NPK, o fósforo (P) aparece em maior quantidade: 5-30-15, 6-36-12, 0-30-15, etc...

Mas a faixa de 6,0 a 7,0 é a que apresenta melhor disponibilidade dos nutrientes para as plantas. Entretanto, a batatinha prefere os solos ácidos porque em solos próximo da neutralidade (pH=7,0) há o aparecimento da doença “murchadeira”, de graves consequencias para a produção da planta. No caso da batatinha, a dosagem de calcário recomendada é a metade das necessidades por hectare. Já a alfafa prefere solos com pH próximo de 7,0. A dosagem recomendada é 1,5 da necessidade de calcário.
Acima de pH 5,6 não se encontra mais alumínio (Al) devido a sua precipitação na forma de óxido.

Al³+ + 3H2O = Al(OH)3 + 3H+

Quando aumenta o teor de matéria orgânica (MO) aumenta a CTC a pH 7,0 (T). O teor de Ca é maior que Mg que é maior que o K que é maior que o sódio (Na).

Nos solos ácidos verifica-se a “fixação” do fósforo (P) pelo ferro (Fe) e alumínio (Al) formando compostos insolúveis. Os solos ácidos apresentam baixos teores de cálcio (Ca), magnésio (Mg) e potássio (K). Possuem, ainda, baixa capacidade de troca de cátions efetiva (t) – CTC efetiva, o que provoca uma alta lixiviação de cátions. Baixa saturação por bases (V%) e alta saturação por Al (m%) devido a presença de alumínio trocável e baixa CTC efetiva Há limitações na decomposição da matéria orgânica.
Nos solos alcalinos verifica-se deficiência de fósforo (P) devido à formação de compostos insolúveis com cálcio (Ca). Aparecem, nestes solos, altos teores de Ca, Mg e K e deficiências de micronutrientes com exceção do molibdênio (Mo). Alta saturação por bases (V%) chegando a 90-100% e ausência de AL3+ trocável. Alta capacidade efetiva (t) a qual em solos arenosos é baixa. O nitrogênio (N) perde-se por volatilização. Os solos podem ser salinos ou sódicos.

MELHOR INDICE DE pH PARA A DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES:

a) O nitrogênio (N) tem melhor aproveitamento pela planta a partir do pH 5,5 atingindo o máximo entre pH 6 e 7,5 e depois vai diminuindo;
b) O fósforo (P2O5) apresenta melhor disponibilidade em solos com pH ente 6,5 e 7,5;
c) O potássio (K2O) é melhor aproveitado a partir de 5,5.

FAIXA APROPRIADA DE pH PARA AS CULTURAS

Algodão – 5,7 a 7,0 ; arroz – 4,7 – 5,2
Batatinha – 5,0 – 5,5 ; café – 5,2 – 6,0
Cana de açúcar – 5,7 – 6,5; feijão – 5,5 – 6,5
Laranja – 6,0 – 6,5 ; milho – 5,5 – 7,0
Soja – 5,7 – 7,0 ; tomate – 5,5 – 6,8
Trigo – 5,5 – 6,7 ; videira – 6,0 – 7,5

Com a calagem busca-se elevar o pH aos níveis de 6,0 – 6,5.