terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Cuidados com a Calagem

A calagem tem como objetivo elevar o pH do solo até um determinado valor visando reduzir os níveis de alumínio tóxico e de manganês do solo, e melhorar o desenvolvimento radicular das plantas com a melhor absorção dos nutrientes disponíveis para o crescimento das mesmas.
A maior quantidade de calcário para aplicação está ligada ao teor de alumínio, de matéria orgânica, e de argila no solo: são as principais fontes de acidez do solo e do tamponamento do pH do solo.
As culturas sensíveis à acidez do solo devem ser submetidas à pratica da calagem. Mas somente realizar a calagem não é importante: é necessário aplicar a quantidade recomendada; realizar a mistura homogênea com o solo; teor de umidade do solo; e nível de contato do calcário com o solo.
O calcário deve ser aplicado com antecedência ao cultivo, pois o efeito da calagem, na correção da acidez do solo, atinge um ponto máximo entre 3 a 12 meses após a aplicação.
Coletada a amostra de solo, encaminhada ao laboratório, o produtor tem a posse dos resultados da referida amostra. São recomendados a calagem, e a aplicação de fertilizantes tanto para corrigir a fertilidade do solo como manutenção da cultura; isto é, os nutrientes que ela precisa para o seu desenvolvimento e produtividade.
Ao proceder a calagem, no intuito de eliminar a acidez do solo criando condições favoráveis de pH para o desenvolvimento das plantas, o produtor deve levar em conta uma série de fatores para que a sua finalidade tenha bom êxito:

Escolha do Calcário
Quando se escolhe um corretivo deve-se considerar o custo da tonelada do produto levando em consideração o PRNT do produto. O preço deve ser aquele posto na propriedade (CIF) para fazer a comparação na escolha quando existe mais de um do produto comercializado.
Veja um exemplo prático: um agricultor tem que aplicar 4 t/ha de calcário dolomítico conforme a recomendação do consultor técnico e de acordo com o resultado da análise do solo.
O agricultor encontrou no mercado dois produtos: um deles ao preço de R$ 130,00 a tonelada posto na sua propriedade, e com um PRNT de 95%; o outro produto custava R$ 120,00 a tonelada e um PRNT de 75%. (os preços usados são hipotéticos)
O agricultou optou pela compra do calcário de preço mais baixo e adquiriu 1.000 toneladas para corrigir 250 hectares.
Agiu corretamente o agricultor nesta compra? A resposta é NÃO? Por que?
1) a recomendação oficial de calcário, para fazer a calagem, é que seja um produto com 100% de PRNT;
2) usando o calcário com 95% de PRNT deve fazer a correção para 100% de PRNT.
(4 x 100) / 95 = 4,2 t/ha de calcário com 95% de PRNT.
Nos 250 ha aplicaria (250 x 4,2) 1.050 toneladas do produto. O custo total sairia: 1.050 x 130,00 = R$ 136.500,00
3) usando o produto com 75% de PRNT, a correção seria:
(4 x 100) / 75 = 5,3 t/ha de calcário com PRNT de 75%.
Nos 250 ha, (250 x 5,3) 1.325 toneladas do produto. O custo total deste segundo produto seria 1.325 x 120,00 = R$ 159.000,00
4) portanto, optando por um produto mais barato o agricultor gastará R$ 22.500,00 a mais em relação ao primeiro. Imagine em 1.000 ha, seria 4 vezes mais ou seja R$ 90.000,00.
Quanto ao PRNT, um produto que tem 95% de PRNT estima-se que 95% deste corretivo reagirá com os ácidos do solo dentro de um a três anos; um produto com 80% de PRNT, estima-se que 80% deste corretivo reagirá com os ácidos do solo dentro de um a três anos.

Qualidade do calcário
Em solos deficientes em magnésio (Mg) deve-se procurar calcários que contenham magnésio na sua composição. São os calcários dolomíticos. Além do PRNT, a escolha de calcários com magnésio é muito importante quando se deseja acertar a relação Ca/Mg.

Evitar depósitos de calcário à granel na lavoura
É comum observar-se, em algumas propriedades, depósitos de calcário à granel na lavoura. Isto pode provocar o aparecimento de " manchas de solo " com pH mais elevado que podem prejudicar o desenvolvimento das plantas tanto no desequilíbrio de nutrientes como na incidência de doenças nas lavouras.

A próxima postagem (25/02) abordará a aplicação e incorporação do calcário na lavoura.

Um comentário:

  1. Boa Tarde.
    Tenho acompanhado as postagens do blog, e dali retirado várias informações para o dia a dia.
    Quero desde então, parabenizá-lo, e agradecer pela contribuição a nos prestada.
    Valério Santos.
    Tec Agrícola.
    Vianópolis-Go.

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