terça-feira, 9 de novembro de 2010

A Essência para o Sucesso do Plantio Direto

Muito se tem falado sobre a compactação e erosão do solo, lixiviação dos nutrientes, rotação de culturas, adubação verde, como meios de recuperação da fertilidade do solo, aumento do seu teor em matéria orgânica e em nutrientes. Surge, no Brasil, o plantio direto na década de 70 para reduzir estes problemas. O marco inicial foram os Estados do Rio Grande do Sul e do Paraná. Mas somente no início da década de 80 é que o plantio direto tomou impulso em nosso País. Na literatura existem muitas definições, "o que é", para o plantio direto. Mas todas elas convergem para a essência do sistema: uso da palha, sem revolvimento do solo, rotação de culturas e combate às pragas, doenças e plantas invasoras.
Podemos definir o plantio direto como sendo o plantio de uma cultura sobre a palha ou resto de cultura que cobre a superfície do solo, sem uso de preparo do solo com máquinas e equipamentos, revolvendo o solo apenas onde vai ser feito a semeadura. Portanto, o solo vai ser revolvido apenas no local, onde sementes e fertilizantes serão aplicados. As ervas daninhas serão controladas com o uso de herbicidas. O maior gasto com herbicidas é na implantação do Sistema de Plantio Direto - SPD. Entretanto, o SPD mostra um custo total de produção menor que o do sistema de plantio convencional - SPC. "Não há preparo do solo". Pode haver, apenas, uma escarificação em solos compactados. É uma importante técnica na agricultura sustentável. Perde-se menos camada de terra, menos matéria orgânica e nutrientes do solo. Portanto, o sucesso do sistema de plantio direto (SPD) está alicerçado no trinômio: semear sem revolver o solo - sem gradagem e sem aração (sem preparo do solo), e manutenção dos restos de culturas (palhada) na superfície do solo e rotação de culturas.
O sistema de plantio direto (SPD) consiste em manter a palhada no solo protegendo a superfície contra o calor e a água das chuvas, tendo como benefícios a redução dos efeitos da erosão, mantendo a camada fértil, onde está concentrada a matéria orgânica e os nutrientes indispensáveis ao desenvolvimento e produção das plantas.
Qual a diferença do plantio direto em relação ao convencional? O plantio convencional é o contrário do plantio direto. No sistema convencional, usado em larga escala, os restos de culturas são incorporados pela aração e gradagem, durantes anos e anos, continuamente, provocando uma degradação da matéria orgânica, compactação do solo, perda da camada fértil - pela ação da água das chuvas e pelos ventos poluindo rios e lagos com resíduos orgânicos e químicos. O solo submetido a um preparo, por meio de aração e gradagens, é um solo descoberto sujeito à erosão causada pelo vento e pela água da chuva.
O plantio direto elimina a aração e a gradagem, tornando-se uma prática mais econômica. Como não revolve o solo, a cobertura vegetal protege o solo mantendo a camada fértil, composta de matéria orgânica e de nutrientes, evitando danos ao ambiente. O agricultor pode plantar soja, trigo, milho, pastagem, sem necessidade de preparar o solo. O agricultor, na época de plantio, aplica herbicidas e aguarda as plantas secarem; passa uma roçadeira, para espalhar a palha, e faz a semeadura. Grande parte da área fica com cobertura morta ou "mulch", que protege contra a erosão do solo.
O SPD mantém a fertilidade do solo, a umidade, a matéria orgânica e, ano após ano, vai promovendo uma maior produtividade das culturas. Já no sistema convencional, as produções vão diminuindo, ao longo do tempo, havendo necessidade de repor uma maior quantidade de insumos, que vão contribuir para a degradação do solo. Continua na "Segunda Parte" a ser publicada dia 11 de novembro próximo.

OUTROS ASSUNTOS PARA LER
O problema dos solos compactados
Recuperação de solos degradados
Necessidade de calagem no plantio direto - RS+SC
A matéria orgânica do solo

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