quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Uso dos Aminoácidos está Avançando na Agricultura

O que são aminoácidos?
Os aminoácidos formam as proteínas e possuem um grupo nitrogenado chamado de amina (NH2) e um grupo carboxílico (COOH). Todos os seres vivos (homem, animais e plantas) precisam de aminoácidos para sua existência, pois a partir deles serão sintetizadas as proteínas, enzimas e hormônios tão necessários à manutenção da vida. As proteínas das plantas são formadas a partir de um grande número de aminoácidos: L-Fenillamina, L-Tirosina, L-Treonina, L-Hidroxiprolina, L-Leucina, L-Triptofano, L-Isoleucina, L-Xiprolina, L-Metionina, L-Ornitina, L-Alanina, L-Valina, L-Arginina, L-Aspartato, L-Aspargina, L-Cisteina, L-Glutamato, L-Glutamina, L-Glicina, L-Prolina, L-Serina, L-Histidina, L-Lisina e L-Hidroxilisina. Os aminoácidos são sintetizados pelas plantas a
partir do N inorgânico absorvido da solução do solo, de ácidos orgânicos, requerendo uma quantidade considerável de energia pela planta. Quando se fornece aminoácidos livres para uma planta, ela os absorve diretamente e faz uso imediato deles. Isto é muito importante porque nas fases de floração, frutificação, maturação, associado aos estresses, sejam eles, falta de água, calor, transplante, a planta fica livre do trabalho de sintetizar os aminoácidos. O emprego de aminoácidos está crescendo na agricultura, em razão dos benefícios que vêm apresentando para as plantas. O emprego dos aminoácidos tem proporcionado aumento de produtividade e melhoria na qualidade de grãos e frutos, como hortaliças, café, citros, algodão, frutíferas, feijão, soja, etc.
Renato Passos Brandão, da Bio Soja, cita uma série de benefícios proporcionados às plantas, pelo uso de aminoácidos:
1 - metabolismo mais equilibrado das plantas, estimulando a síntese das proteínas;
2 - os aminoácidos atuam na germinação, no crescimento da planta, na florada e na maturação dos frutos;
3 - nas leguminosas, favorecem um maior desenvolvimento da nodulação;
4 - ativam e tornam mais eficiente o processo de fotossíntese das plantas, ativando-a  e aumentando as reservas de carboidratos;
5 - atrasam o envelhecimento das folhas prolongando o ciclo produtivo;
6 - reduzem a fitotoxicidade de certos defensivos agrícolas;
7 - proporcionam maior tolerância das plantas às pragas e doenças, conferindo um papel imunológico;
8 - reduzem os compostos solúveis nas plantas que conferem suscetibilidade às pragas e doenças;
9 - aumentam a absorção e translocação de nutrientes (cátions positivos) aplicados na parte aérea das plantas, pela ação quelatizante;
10 - proporcionam um sistema radicular mais desenvolvido e vigoroso que favorece a absorção de nutrientes e da água nas camadas mais profundas;
11 - proporcionam recuperação mais rápida do sistema radicular quando em condições de estresses das plantas;
12 - estimulam as plantas na produção de proteínas, enzimas e hormônios;
13 - aumentam a floração, com consequente aumento de produtividade das lavouras;
14 - favorecem a uniformidade das colheitas, a qualidade e peso dos grãos e frutos;
15 - melhoram a prevenção das plantas contra as geadas.
De acordo com Taiz e Zeiger (2004), o triptofânio, fornecido em pequenas quantidades, é precursor do hormônio de crescimento das plantas, a auxina ácido-indol-acético. A metionina é precursor do hormônio etileno, responsável pela maturação dos frutos. A tirosina e fenilanina são os precursores dos fenólicos, ou sejam, o ácido cinâmico, o ácido cumário e flavonas, responsáveis na defesa das plantas e na dormência das sementes; são precursores, também, da síntese da lignina na planta, conferindo resistência da planta ao acamamento. O glutâmico tem função importante no metabolismo do nitrogênio, dando origem às amidas glutamina e asparagina. A glicina é precursor da síntese da clorofila e quelante de metais.
Aumentar a produtividade das plantas é um desafio no mundo, e a utilização de novos produtos, novas tecnologias, novas pesquisas, etc, é fator determinante para alcançar este objetivo. A utilização de apenas fertilizantes com macronutrientes, primários e secundários, mais micronutrientes, está sendo complementada com a utilização de biorreguladores, bioestimulantes e bioativadores, ou seja, fertilizantes organo-minerais de última geração. Isto requer uma preocupação dos órgãos de pesquisa para avaliar a eficiência e a maneira como funcionam nas plantas. Inúmeros produtos estão no mercado, via solo ou foliar, com significativos resultados no aumento da produtividade das plantas. É claro que clima, fertilidade do solo, potencial das culturas são, também, importantes, para proporcionarem altos rendimentos.

11 comentários:

  1. Muito bom o assunto abordado. Existe algum trabalho com oleaginosas? obrigado

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  2. Gostaria de saber se é possível o uso de aminoácidos na agricultura orgânica, como fica a legislação?

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    1. Estou lhe encaminhando um link para acessar sobre o assunto:
      http://www.iapar.br/arquivos/File/agricultura_organica.pdf

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    2. Professor, na verdade, este arquivo é uma síntese da instrução normativa do MAPA n 64; a legislação da produção orgânica é muito confusa... o uso de determinados agentes depende muitas vezes da autorização das OACs e OPACs, isto é, há uma margem discricionária para as certificadoras...como no caso do etileno. Eu gostei desse material, está bem conciso e claro...

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    3. PROFESSOR,ONDE ESTÁ O ERRO DESTA ASSERTIVA?
      A estimativa da necessidade de calagem pode ser obtida tanto pelo processo de saturação por bases, quanto pelo teor de cálcio e magnésio, associado à neutralização do alumínio tóxico. Já o cálculo da quantidade de nutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio) que deve ser aplicada para atingir uma determinada produtividade, pode ser obtido pelo método DRIS, ou seja, “Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação”, que se baseia no cálculo de índices para cada nutriente, considerando sua relação com os demais.
      EU ENTENDO QUE NÃO HAVERIA UMA RECOMENDAÇÃO PRÉVIA POR ESSE MÉTODO, NO MAIS PARECE ESTAR TUDO CERTO...

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    4. PROFESSOR,DESCULPE-ME,SINCERAMENTE,HÁ UM BOM TEMPO VENHO FAZENDO PROVAS DE CONCURSOS E NÃO TENHO A QUEM PEDIR AJUDA...SE O SENHOR PUDER DAR UMA FORÇA...É ADMIRÁVEL A SABEDORIA QUE O SENHOR DETÉM, OUTROSSIM É A SUA VOCAÇÃO EM ENSINAR...
      Um técnico foi encarregado de conferir a regulagem das máquinas e implementos que serão utilizados na semeadura de 300 ha de arroz, em linhas espaçadas de 0,4 m. Para isso, ele dispõe das seguintes informações: a roda motriz da semeadora tem diâmetro de 0,5 m e apresenta patinhagem de 5%; a semeadura será realizada em turnos de trabalho de oito horas diárias.
      Em face dessa situação, julgue os itens subseqüentes.
      64)Caso se utilize uma semeadora com 15 discos de semeadura, se o conjunto trator-implemento se deslocar à velocidade de 5 km/h, o trabalho será concluído em aproximadamente uma semana.
      62)Deve-se observar aproximadamente 165 g de adubo a cada dez voltas da roda compactadora para cada 250 kg de adubo a ser distribuído por hectare.
      MEU CÁLCULO NÃO ESTÁ BATENDO COM O GABARITO...AS DUAS ASSERTIVAS ESTÃO CERTAS...

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    5. O DRIS indica os nutrientes que estão em excesso ou deficientes. Ele não dá as quantidades de nutrientes que devem ser aplicadas. Isto se obtém através das tabelas de recomendação de adubação, de cada Estado.

      Quanto ao seu comentário sobre máquinas agrícolas, infelizmente esta não é minha especialização. Faz muitos anos que não trabalho com isto. mas, estou lhe enviando um link que talvez possa lhe ajudar.

      http://www.dmb.com.br/ImageBank/FCKEditor/file/manual%20adubador%20disco%202300%20a.pdf

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  3. Parabéns Dr. Gastão! Excelente artigo.

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  4. Professor, excelente abordagem. Pressuponho que o uso excessivo de aminoácidos podem ocasionar algum efeito reverso...o senhor teria algum dado ou informações a esse respeito. Grata.

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