Os materiais orgânicos são divididos em quatro tipos:
1. Simples – são aqueles originados de plantas ou de animais. É o caso dos estercos de bovinos e suínos, camas de frango, torta de mamona, vermicomposto, turfa, linhita, etc... O esterco fresco, que contém microorganismos causadores de doenças no homem, não é permitido o seu uso em culturas, em que a parte comestível pela população humana possa entrar em contato direto com ele. Para isto, ele deve ser “curtido”, processo que pode levar até 90 dias dependendo das condições climáticas. O esterco fresco, durante o curtimento, deve ficar protegido e ser evitado o escorrimento de água que levaria embora os nutrientes contido neles.
2. Mistos – são originados da mistura de dois ou mais orgânicos simples;
3. Compostos – estes não são um orgânico natural. São obtidos por processos químicos, físico, físico-químicos ou biológicos. Podem ser, ainda, enriquecidos com nutrientes minerais. Formados por restos de vegetais e animais são obtidos por via aeróbica (presença de ar). Sua utilização é importante, pois melhora as condições físicas, químicas, físico-químicas e biológicas do solo favorecendo o enraízamento das plantas. Nos compostos se usa restos de vegetais, ricos em carbono (C), e de animais. O esterco é rico em nitrogênio (N). Isto é importante para estabelecer a relação C/N, que inicialmente deve ser 30/1. Devem-se usar mais resíduos vegetais ricos em carbono. O processo para formar o composto é distribuir camadas alternadas de restos vegetais e de animais. Cada camada vai sendo umedecida com água evitando-se o escorrimento para não haver perda de nutrientes. Pode ser enriquecida com fosfato natural, calcário, torta de mamona, etc... A cada 15 dias se faz o reviramento das camadas e umedecendo-as. O produto deve ficar protegido, por plástico ou lona, da chuva e do solo. O composto está pronto quando ele apresentar uma redução de volume de 1/3 e não ser possível distinguir os componentes iniciais. O vermicomposto é um orgânico composto resultante da digestão da matéria orgânica proveniente de estercos, restos vegetais e outros resíduos orgânicos pelas minhocas. O lodo de esgoto é um orgânico composto resultante do tratamento de esgotos sanitários dando origem a um produto de utilização segura na agricultura atendendo aos limites estabelecidos para contaminantes.
4. Organo-minerais – são misturas de fertilizantes minerais com orgânicos simples ou compostos. Não sofrem nenhum tratamento. No caso dos fertilizantes minerais, estes devem ser naturais e de baixa solubilidade. É o caso dos fosfatos naturais, calcário, que são produtos originados de rochas apenas moídas e não sofreram nenhum tratamento químico. O superfosfato simples, fonte de P2O5, não pode ser usado, apesar de a origem ser um fosfato natural, pois é tratado com ácido sulfúrico para aumentar a solubilidade. Apenas com autorização é permitido o uso de termofosfatos que são fosfatos naturais submetidos a um tratamento térmico a temperaturas acima de 1.000 ºC.
Seja uma cultura que exige, conforme recomendação técnica, 150 kg/ha de N, 250 kg/ha de P2O5 e 180 kg/ha de K2O.
Vamos partir do N que contém o esterco bovino. A fórmula a ser usada é:
Qp = Qr x fQp = quantidade de produto em kg/ha
f = 100/%MS
Qp = 150 x 20 = 3.000 kg/ha de esterco bovino
Estes 3.000 kg/ha fornecem em fósforo e potássio, o seguinte:
Fórmula: qdade de nutriente = Qp/f
P2O5 = 3.000/40 = 75 kg/ha
K2O = 3.000/20 = 150 kg/ha
Portanto, o déficit é no fósforo (250 – 75 = 175) e potássio (180 – 150 = 30). Vamos usar o produto cinzas que fornece potássio:
Qp = 30 x 10 = 300 kg/ha de cinzasA cinzas, por sua vez, fornece fósforo:
P2O5 = 300/40 = 7 kg/ha
Até agora, o esterco de bovino e as cinzas forneceram 75+7 = 82 kg/ha de P2O5 O déficit é: 250 – 82 = 168 kg/ha
Utilizemos o fosfato natural:
Qp = 168 x 3,3 = 554 kg/ha
Chegamos ao resultado final de 3.000 kg/ha de esterco bovino; 300 kg/ha de cinzas e 554 kg/ha de fosfato natural.
Leia os outros artigos Parte 1 e Parte 2
Produtos orgânicos x fertilizantes minerais - Parte 1
Produtos orgânicos X fertilizantes minerais - Parte 2
1. Simples – são aqueles originados de plantas ou de animais. É o caso dos estercos de bovinos e suínos, camas de frango, torta de mamona, vermicomposto, turfa, linhita, etc... O esterco fresco, que contém microorganismos causadores de doenças no homem, não é permitido o seu uso em culturas, em que a parte comestível pela população humana possa entrar em contato direto com ele. Para isto, ele deve ser “curtido”, processo que pode levar até 90 dias dependendo das condições climáticas. O esterco fresco, durante o curtimento, deve ficar protegido e ser evitado o escorrimento de água que levaria embora os nutrientes contido neles.
2. Mistos – são originados da mistura de dois ou mais orgânicos simples;
3. Compostos – estes não são um orgânico natural. São obtidos por processos químicos, físico, físico-químicos ou biológicos. Podem ser, ainda, enriquecidos com nutrientes minerais. Formados por restos de vegetais e animais são obtidos por via aeróbica (presença de ar). Sua utilização é importante, pois melhora as condições físicas, químicas, físico-químicas e biológicas do solo favorecendo o enraízamento das plantas. Nos compostos se usa restos de vegetais, ricos em carbono (C), e de animais. O esterco é rico em nitrogênio (N). Isto é importante para estabelecer a relação C/N, que inicialmente deve ser 30/1. Devem-se usar mais resíduos vegetais ricos em carbono. O processo para formar o composto é distribuir camadas alternadas de restos vegetais e de animais. Cada camada vai sendo umedecida com água evitando-se o escorrimento para não haver perda de nutrientes. Pode ser enriquecida com fosfato natural, calcário, torta de mamona, etc... A cada 15 dias se faz o reviramento das camadas e umedecendo-as. O produto deve ficar protegido, por plástico ou lona, da chuva e do solo. O composto está pronto quando ele apresentar uma redução de volume de 1/3 e não ser possível distinguir os componentes iniciais. O vermicomposto é um orgânico composto resultante da digestão da matéria orgânica proveniente de estercos, restos vegetais e outros resíduos orgânicos pelas minhocas. O lodo de esgoto é um orgânico composto resultante do tratamento de esgotos sanitários dando origem a um produto de utilização segura na agricultura atendendo aos limites estabelecidos para contaminantes.
4. Organo-minerais – são misturas de fertilizantes minerais com orgânicos simples ou compostos. Não sofrem nenhum tratamento. No caso dos fertilizantes minerais, estes devem ser naturais e de baixa solubilidade. É o caso dos fosfatos naturais, calcário, que são produtos originados de rochas apenas moídas e não sofreram nenhum tratamento químico. O superfosfato simples, fonte de P2O5, não pode ser usado, apesar de a origem ser um fosfato natural, pois é tratado com ácido sulfúrico para aumentar a solubilidade. Apenas com autorização é permitido o uso de termofosfatos que são fosfatos naturais submetidos a um tratamento térmico a temperaturas acima de 1.000 ºC.
Seja uma cultura que exige, conforme recomendação técnica, 150 kg/ha de N, 250 kg/ha de P2O5 e 180 kg/ha de K2O.
Vamos partir do N que contém o esterco bovino. A fórmula a ser usada é:
Qp = Qr x fQp = quantidade de produto em kg/ha
f = 100/%MS
Qp = 150 x 20 = 3.000 kg/ha de esterco bovino
Estes 3.000 kg/ha fornecem em fósforo e potássio, o seguinte:
Fórmula: qdade de nutriente = Qp/f
P2O5 = 3.000/40 = 75 kg/ha
K2O = 3.000/20 = 150 kg/ha
Portanto, o déficit é no fósforo (250 – 75 = 175) e potássio (180 – 150 = 30). Vamos usar o produto cinzas que fornece potássio:
Qp = 30 x 10 = 300 kg/ha de cinzasA cinzas, por sua vez, fornece fósforo:
P2O5 = 300/40 = 7 kg/ha
Até agora, o esterco de bovino e as cinzas forneceram 75+7 = 82 kg/ha de P2O5 O déficit é: 250 – 82 = 168 kg/ha
Utilizemos o fosfato natural:
Qp = 168 x 3,3 = 554 kg/ha
Chegamos ao resultado final de 3.000 kg/ha de esterco bovino; 300 kg/ha de cinzas e 554 kg/ha de fosfato natural.
Leia os outros artigos Parte 1 e Parte 2
Produtos orgânicos x fertilizantes minerais - Parte 1
Produtos orgânicos X fertilizantes minerais - Parte 2
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