terça-feira, 27 de julho de 2010

Fórmulas Similares de Fertilizantes

As tabelas de recomendação de adubação, nos diversos Estados brasileiros, para diferentes culturas, são baseadas nos níveis de N, P, K do solo, conhecidos pelo resultado da análise de uma amostra média de terra representativa da lavoura. As quantidades dos principais nutrientes vêm expressas em N, P2O5 e K2O. por outro lado, as formulações de adubos expressam os teores de P e K em P2O5 e K2O, respectivamente. Assim, para uma lavoura de feijão, por exemplo, as recomendações seriam, por hectare: 20 kg N, 80 kg de P2O5 e 40 kg de K2O. " Qual seria a fórmula, ou fórmulas, de fertilizante mineral que forneceria estas quantidades exatas?"

1º Passo:
Encontrar uma relação simplificada. Para obtê-la divide-se todos os nutrientes da fórmula pelo menor.
20-80-40; dividindo por 20 teremos: 1 - 4 - 2
Esta é a relação simplificada da recomendação 20-80-40.
2º Passo:
Multiplica-se a relação simplificada por números inteiros:
Multiplicando por 3: teremos 03-12-06
por 4: 04-16-08
por 5: 05-20-10
por 6: 06-24-12
E assim por diante, até obter fórmulas que sejam possíveis a formulação pela indústria, visto que altas concentrações de nutrientes podem impedir a fabricação, porque as matérias-primas, limitadas nas quantidades usadas, podem não fornecer os maiores teores de nutrientes. Por exemplo, no cálculo do P2O5 sobrou 400 kg/1000 kg de adubo para compor a fórmula. Um supertriplo com 42% de P2O5, o máximo que contribuiria é 16,8% de fósforo.
3º Passo
Achar a quantidade/ha da fórmula encontrada e que aplicada vai fornecer os 20-80-40. "Divide-se a quantidade recomendada de qualquer nutriente pelo seu respectivo valor na fórmula, e multiplica-se por 100".
03-12-06; 20/3 x 100 = 670 kg/ha
04-16-08; 20/4 x 100 = 500 kg/ha
05-20-10; 20/5 x 100 = 400 kg/ka
06-24-12; 20/6 x 100 = 335 kg/ha
Se usar a quantidade de P2O5 recomendada, deve ter o cuidado de dividir pelo seu respectivo valor na fórmula, ou seja:
04-16-08: 80/16 x 100 = 500 kg/ha
05-20-10; 80/20 x 100 = 400 kg/ha
Cabe ao técnico escolher a fórmula que melhor se adapte e que tenha o melhor custo benefício para o produtor. Se o técnico, por exemplo, escolheu a fórmula 04-16-08 na base de 500 kg/ha,  o produtor quer saber qual a quantidade de adubo no sulco por metro linear, com um espaçamento entre sulcos de 0,5 m.
g/m linear = (kg/ha adubo x espaçamento metros) / 10
g/m linear = (500 x 0,5) /10
g/m linear = 25
em 10 metros lineares = 250 g

7 comentários:

  1. Caro Colega

    Trata-se este assunto da adubação,como bem se sabe,
    um assunto eminentemente local. Por isso, "Cabe ao técnico escolher a fórmula que melhor se adapte e que tenha o melhor custo benefício para o produtor".
    É,na verdade,a adubação um problema muito delicado,e a dubação correcta,pode dizer-se,uma utopia,tantos são os factores que estão em jogo. É a culivar,com as suas próprias exigências,é o solo,com as suas características,químicas,físicas e biológicas,em íntima relação,influenciando-se,é o clima vário. A acrescentar a tudo isto,há as fórmulas,obrigando a cálculos.
    Nesta complexa prespectiva,e como o óptimo é inimigo do bom,tem aqui um importante papel o bom senso de todos os intervenientes.

    Pedindo muitas desculpas por esta incursão em seara alheia,desejo-lhe muito boa saúde,Caro Colega.

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  2. Caro Colega

    Como bem se sabe,há quem relacione os adubos minerais,quase que em exclusividade,com a eutrofização das águas. Ora,as fontes de poluição são várias,pelo que há que distribuir o mal pelas aldeias. A meia dúzia de linhas adiante vão nesse sentido.

    A PROPÓSITO DA POLUIÇÃO DAS ÁGUAS
    O aumento exagerado dos teores de alguns elementos nutritivos das águas,muito em especial do azoto e do fósforo,provoca,como se sabe,uma aceleração da sua vida vegetal,sobretudo,das algas. Da sua decomposição aeróbia,por via bacteriana,resulta consumo de oxigénio,o que pode afectar gravemente a vida animal,para além de toxinas,associadas às algas.
    Porque o azoto e o fósforo são dois elementos que mais frequentemente entram na composição dos adubos minerais,há alguma tendência para os considerar factores importantes na poluição das águas. Não se pode negar que estes adubos tenham alguma responsabilidade nesta poluição,
    quer por lixiviação,quer por escorrimento superfical,sobretudo,quando se trata de adubações excessivas,ou não oportunas. A lixiviação afecta,principalmente,o azoto,em particular,na forma nítrica,por os solos não terem,no geral,mecanismos para o reter. Devido à forte retenção do fósforo pelos solos,o seu arrastamento ocorre,na sua maior parte,por escorrimento superficial.
    Para além dos adubos minerais,outros materiais podem intervir também no processo de poluição das águas por nutrientes,nos quais se incluem os efluentes urbanos,industriais e agrícolas,a matéria orgânica do solo,os adubos orgânicos,as explorações pecuárias intensivas,os componentes minerais dos próprios solos,bem como os vegetais e animais em decomposição,que neles tenham vivido. No caso dos efluentes,e do fósforo,há que temer,em especial,a acção de detergentes fosfatados,que, felizmente,têm vindo a ser retirados da comercialização.

    É fraca a defesa,mas foi o que se pôde arranjar. Muito boa saúde,Caro Colega.

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  3. Prezado Gastão Braga, gostaria de saber se as moléculas nas fórmulas (P2O5 e K2O)têm influência nas formulações das quantidades de fertilizantes a serem aplicadas, ou se é só uma representação de fósforo e potássio, respectivamente. Continuando, "por exemplo, no cálculo do P2O5 sobrou 400 kg/1000 kg de adubo para compor a fórmula. Um supertriplo com 42% de P2O5, o máximo que contribuiria é 16,8% de fósforo". Não entendi o cálculo, e também, gostaria,se possível, uma pequena explanação na quantidade de material inerte para complementar o peso total das formulações indicadas. Desde já, agradeço.

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  4. A legislação brasileira de fertilizantes preconiza como garantia de fósforo e potássio as expressões P2O5 e K2O. Quanto aos 400 kg se sobrou esta quantidade para ser usada com supertriplo, o máximo de P2O5 que será atingido é os 16,8%. Estas misturas mais comuns é apropriada para os produtores que têm matérias-primas sobrando na propriedade e querem utilizá-las através de uma mistura delas. O post acima explica isto. Para fórmulas mais concentradas e complexas ler o link anexado no fim do post. Quanto ao enchimento, ele é mais próprio das misturas feitas na propriedade, em que vc usa materiais inertes para completar os 1.000 quilos. Na indústria, os químicos conseguem obter fórmulas com os 1.000 quilos somente de matérias-primas, sem enchimento.

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  5. Professor, no meu caso na tabela de correção para videira, não tem o N. só P = 400 e K = 50. Desta forma dividindo pelo menor ficaria 1-8?

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    Respostas
    1. isto se refere a uma adubação corretiva de P e K. A fórmula simplificada será 8-1 e não 1-8, ou seja 400/50 50/50. Talvez vc encontre no comércio uma fórmula similar, mas devido ao alto valor de P e baixo K, acho difícil encontrá-la. Aconselho a fazer a mistura dos fertilizantes simples fosfatados como superfosfato tripo mais cloreto de potássio. Quanto ao N, ele será aplicado na adubação de manutenção.

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