terça-feira, 21 de junho de 2011

Importância dos Micronutrientes na Citricultura

Os micronutrientes, embora requeridos pelas plantas em pequenas quantidades, são elementos essenciais ao crescimento e desenvolvimento dos vegetais. Nos citros, o boro (B), manganês (Mn) e zinco (Zn) são micronutrientes exigidos e aplicados no solo ou via foliar, ou ambas formas. Nas tabelas abaixo, encontramos as faixas de interpretação dos teores de nutrientes no solo e nas folhas. Os parâmetros caracterizam os teores baixo a alto. São importantes para a recomendação dos micronutrientes e analisá-los do ponto de vista da necessidade de inclui-los num plano de fertilização com fontes de micronutrientes, via solo ou foliar.
A verificação dos teores na análise das folhas é importante para uma tomada de decisão, quanto ao emprego dos micronutrientes para corrigir uma deficiência.
1. Interpretação de uma análise de solo:
2. Interpretação de uma análise foliar com base na matéria seca das folhas:
A deficiência de B vem ocorrendo em função da disponibilidade do micronutriente e da ocorrência de períodos prolongados de seca ou excesso de chuvas, que são fatores que diminuem a absorção pelas plantas. O frio também é um fator de redução da absorção do B, porque a transpiração das plantas é menor. Um dos sintomas da deficiência de B aparece nos frutos. Os frutos são duros e caem precocemente, podendo ocorrer sementes mal formadas. Nos pomares, onde se constata uma grande deficiência de B, a recomendação é aplicar 2kg B/ha, na forma de ácido bórico, em duas aplicações anuais. Isto corresponde à uma aplicação de 12 kg/ha de ácido bórico.
O cobre (Cu) vem apresentando deficiências nos últimos anos, nos pomares novos de citros.
A deficiência de zinco (Zn) é constante nos pomares, cujos sintomas são a baixa brotação, enfolhamento velho e sem vigor, redução no crescimento da copa e da produção.
A deficiência de manganês (Mn) também é comum nas laranjeiras, e, quando severa, reduz a produtividade das plantas. Na cultivar Pêra, os sintomas são mais frequentes nos solos recém corrigidos ou quando ocorre um veranico no verão.
Segundo Boaretto, A.E.; et al., os resultados de campo indicam que menos de 10% das quantidades de Zn, Mn e B aplicados na superfície das folhas de citros são absorvidas, mas esta absorção é suficiente para aumentar os teores dos micronutrientes nas folhas. Por outro lado, menos de 1% da quantidade de Zn e Mn, aplicada nas folhas, é translocada para as partes da laranjeira em crescimento. Estes pesquisadores citam que, segundo Shelp (1988), a relação de concentração de certo nutriente entre as folhas novas e as velhas é que vai indicar se este nutriente está sendo redistribuído via floema. Quando a relação é menor que 1, ela espelha que o nutriente não está sendo redistribuído pelo floema e o caracteriza como imóvel. Quando maior que 1, é uma indicação que o nutriente está sendo redistribuído pelo floema. No experimento que conduziram com laranjeiras cultivadas em solução nutritiva sem B, verificaram que a relação nas folhas mais novas foi 0,7 e nas folhas mais velhas, 0,5. Estes índices são indicativos que o B não se redistribui, nas laranjeiras, via floema. Em laranjeiras cultivadas em solução nutritiva com B, a relação nas folhas novas foi de 0,9 e nas folhas mais velhas foi de 1,0. As conclusões a que chegaram foram: o Boro contido na laranjeira teve redistribuição muito restrita na planta; o Boro absorvido pelas folhas ficou restrito às folhas onde foi aplicado; o Boro absorvido pelas raízes se translocou por toda a parte aérea da laranjeira; o Boro aplicado no substrato foi mais eficiente em aumentar o seu teor nas folhas jovens, quando comparado à aplicação via foliar.
Por isto a recomendação de que o B, na citricultura, deve ser feita, preferencialmente, por via solo. A adição de B nos fertilizantes NPK é um problema devido a segregação. Entretanto a adição de B em fertilizantes complexos, ou seja nutrientes no mesmo grão, é a melhor prática e a mais vantajosa do ponto de vista de eficiência agronômica. Entretanto, são produtos que apresentam custo mais elevado. Uma alternativa é a aplicação de ácido bórico dissolvido na calda de herbicidas de contato, os quais são aplicados de duas a três vezes ao ano, num volume de 200 L/ha.
A adubação com manganês e zinco deve ser feita via foliar, enquanto o boro deve ser aplicado via solo, onde tem demonstrado maior eficiência. A época para melhor aplicação foliar é durante o período de vegetação das plantas, parcelando de 3 a 4 pulverizações. Nas aplicações foliares, incluir a uréia ou cloreto de potássio que ajudam na maior eficiência das pulverizações, pois funcionam como coadjuvantes. Uma mistura de fontes de micronutrientes recomendada pela Embrapa é a seguinte:
Sulfato de zinco  300g
Sulfato de manganês - 300 g
Hidróxido de cobre - 250g
Ácido bórico - 50g ou ácido bórico - 100g

2 comentários:

  1. bom dia!
    essa mistura de fontes de micro nutrientes recomendada pela embrapa é para quantos litros de agua?
    Sulfato de zinco 300g
    Sulfato de manganês - 300 g
    Hidróxido de cobre - 250g
    Ácido bórico - 50g ou ácido bórico - 100g
    Molibdato de sódio - 30 g
    sou meio leigo no asunto se pudfer me ajudar eu agradeço.
    obrigado!

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