quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Queda no Consumo Mundial de Fertilizante Potássico



A crise não é por falta de potássio no mundo, mas pelo preço do produto que aumentou consideravelmente nos últimos anos. O uso de fertilizantes potássicos, no Brasil, começou a crescer a partir dos últimos anos da década de 60. O programa de neutralização da acidez do solo pela calagem, a correção de fósforo e potássio no intuito de elevar os níveis destes nutrientes no solo, mais a adubação de manutenção com formulações NPK, visando repor os nutrientes retirados pelas culturas, favorecerem o aumento considerável de uso do potássio nas lavouras. A calagem e a correção do solo com PK eram consideradas como
investimento e o financiamento abrangia um período de cinco anos para amortizá-lo. A adubação de manutenção era considerada como custeio. A cada cinco anos era preconizada uma nova análise do solo para repor o que faltava para atingir o ideal proposto pelos órgãos que recomendavam a calagem e adubação em diversos Estados brasileiros. 
Com isto, o consumo de potássio, no Brasil, teve um aumento considerável. No campo, as lavouras que adotavam estas práticas apresentavam altos rendimentos. O milho passou a triplicar de produção. Em lavouras do minifúndio, o milho que era colhido na base de 20 sacas/ha passou, com a adoção da calagem, mais correção do solo, mais adubação de manutenção, a produzir até 100 sacas/ha.
O preço do potássio passou a aumentar nos últimos anos. Mais alimento é produzido e mais fertilizante potássico é necessário para atender este crescimento da produção. As grandes produtoras mundiais ampliaram as suas minas para atender o crescente aumento no consumo de potássio. Nos últimos dez anos, a capacidade mundial de produção de potássio cresceu 30%, atingindo quase 64 milhões de toneladas/ano.
Com a suba elevada do preço, o consumo de potássio, nas lavouras, caiu significativamente. Os produtores rurais mundiais foram atrás de alternativas mais econômicas. A Índia, que era um mercado favorável, teve um decréscimo no consumo por causa deste aumento no preço do potássio. Os produtores rurais passaram a substituir o fertilizante potássico pela ureia, que era mais barata e custava a metade do preço do potássio. 
Com a queda do consumo, o preço do produto caiu consideravelmente e algumas indústrias de exploração das jazidas de potássio fecharam, enquanto outras reduziram a produção ou diminuíram a sua capacidade.
O Brasil, com o incentivo ao desenvolvimento das reservas de potássio, poderá abastecer o mercado por mais de trinta anos.
O que chama a atenção é como um nutriente pode ser substituído por outro com funções para a planta completamente diferentes. A ureia é um fertilizante nitrogenado, ou seja, o nutriente principal é o nitrogênio (N). As funções do N são completamente diferentes das funções do potássio para as plantas. Enquanto o N garante o crescimento da planta, a coloração verde, o vigor, o potássio é responsável pela qualidade dos grãos e frutos e resistência da planta ao frio, às geadas, à seca, às pragas e doenças.
As funções do potássio para as plantas
As funções do nitrogênio para as plantas

Os nutrientes N e K são os mais absorvidos pelas plantas. Porquê as plantas necessitam deles para completarem seu ciclo de vida. A falta de potássio ocasiona queda na produtividade. A famosa lei de Liebig, ou Lei do Mínimo - "a produção de uma cultura é limitada pelo nutriente que estiver em deficiência". Portanto, é de se esperar que estes produtores rurais, que substituíram o potássio pela ureia, tenham um decréscimo muito grande na produção de suas culturas. 
A tendência será a volta do uso de potássio nestas plantações e, consequentemente, o preço deverá subir.

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