quinta-feira, 6 de março de 2014

Vantagens dos Sistemas de Integração Agrossilvipastoril

Os Sistemas Agroflorestais são uma alternativa para o uso sustentável do solo. Estes sistemas são formados de áreas com lavouras, com áreas de pomares ou florestas mais animais, submetidos à técnicas de manejo para o melhor aproveitamento, tanto do ponto de vista econômico como da melhoria da fertilidade do solo. Existe um número muito grande de áreas de pastagens degradadas no país, e os sistemas agroflorestais são uma opção para a melhoria destas áreas. As áreas com pastagens degradadas produzem pastos de má qualidade e baixa produção de forragens. Temos, então, uma baixa produção de leite e carne que se acentua nos períodos de seca. Na agricultura, a monocultura está presente em grande parte da área cultivada, com solos ácidos e uma pobreza de nutrientes: as produções são baixas.

Os sistemas agroflorestais se dividem em três tipos:


1) Agrossilvicultura



Neste sistema as árvores são consorciadas com as lavouras de grãos;


2) Silvipastoril



São as árvores consorciadas com pastagens e/ou animais;


3) Agrossilvipastoril


Este sistema engloba lavouras, florestas, pastagens e/ou animais. Ele deu origem ao que chamamos de Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (SILPF).
 
No sistema ILPF o produtor rural pode explorar grãos, carne, leite e madeira. Pode-se plantar o milho para silagem, renovar pastagens e plantar eucalipto ou seja obter renda através da produção de grãos a curto prazo, produção de carne, leite  a médio prazo e  produção de madeira a longo prazo. Portanto, três fontes de renda à disposição do produtor rural.
A adoção do sistema de integração de lavoura-pecuária-floresta (ILPF)  traz grandes benefícios para o produtor: aumento da fertilidade do solo, proteção contra a erosão, minimizando a degradação do solo, conservação das florestas, aumento da produtividade, tanto na pecuária como na agricultura.
Um solo sem proteção, descoberto, está mais sujeito à erosão com perdas dacamada superficial que possui matéria orgânica e nutrientes essenciais às plantas. As árvores por possuírem raízes mais profundas fazem a reciclagem de nutrientes, retirando os nutrientes das camadas de solo mais profundas e devolvendo-os através da morte e decomposição de folhas, galhos, frutos, etc. A fertilidade do solo é mantida.
Os resíduos da árvores formam uma camada rica em nutrientes que serão aproveitados pelas culturas posteriores. Na literatura encontramos dados de que as perdas de solo descoberto, pela erosão, pode chegar a 125 t/ha/ano. É muito solo e com ele vai embora a matéria orgânica e os nutrientes. No sistema ILPF as perdas podem chegar a 0,3 t/ha/ano e na floresta nativa as perdas chegam a 0,1 t/ha/ano. É uma diferença muito grande. Por isso a vantagem dos sistemas ILPF na manutenção da fertilidade do solo.
A pastagem consorciada com eucalipto vem apresentando ótimos resultados. A reciclagem de nutrientes permite o melhor desenvolvimento do pasto, melhor qualidade da forragem e os eucaliptos permitem a formação de sombra. A manutenção da umidade do solo é maior. Em seis anos, o eucalipto está pronto para ser vendido, acarretando uma outra renda para o produtor.
A EMBRAPA desenvolveu o sistema Santa Fé que consiste na implantação das forrageiras com as lavouras econômicas (milho, soja, etc). Após a colheita das lavouras de grãos, a pastagem está formada nas entrelinhas das florestas.
Na implantação do eucalipto usa-se espaçamentos maiores (10x4) e, nas entrelinhas, é plantada as culturas de grãos. No terceiro ano implantam-se as forrageiras. É claro, que para o sucesso do empreendimento, o produtor deve pensar que é importante a neutralização da acidez do solo pelo calcário ou outro corretivo similar, e a adubação com fósforo (fosfatagem).
Para a implantação do sistema ILPF, o produtor encontra linhas de crédito para fazer frente ao investimento.
Na escolha das espécies arbóreas o produtor rural deve buscar orientação da assistência técnica na indicação das melhores espécies arbóreas, evitando a utilização de espécies que podem intoxicar os animais ou de espécies alelopáticas,  as quais liberam substâncias que podem comprometer as outras plantas e mesmo inibir a germinação das sementes.

2 comentários:

  1. Professor bom dia! tenho dúvida sobre a questão, Um produtor está de posse de uma recomendação técnica para a adubação de sua pastagem que recomenda as seguintes quantidades: 50 kg/ha de N; 80 kg/ha de P2O5 e 40 kg/ha de K2O. Considerando que ele tem disponível na propriedade 500 kg da fórmula NPK 4-14-8, mais as fontes Sulfato de Amônio – S.A. (20% N), Superfosfato Simples – S.T. (20% P2O5) e Cloreto de Potássio - KCl (60% K2O) em boa disponibilidade. Indique para ele as quantidades a serem utilizadas, considerando que ele quer utilizar toda a formulação NPK e depois complementar com os adubos simples.

    respondi, em 500kg da fórmula 4-14-8 eu tenho 20 - 70 e 40 kg de NPK vou subtrair do que foi recomendado 50 80 e 40 achei a resposta 500 kg de 4-14-8, 30 kg de S.A.; 10 kg de S.S. e zero de KCl

    onde errei?

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  2. Alexandre, você precisa para completar as quantidades após o cálculo dos 500 kg de 04-14-08, mais 30 kg de SA e 10 kg de Supersimples para fechar as quantidades 50N, 80P2O5 e 40K
    Ora 100 kg de SA tem 20 kg de N, então para obter 30 kg N você precisa 150 kg de Sulfato de amônio. Em 100 kg de suoerfosfato simples temos 20 kg de P2O5, ou seja, 50 kg de supefosfato simples vai fornecer os 10 kg de P2O5. Caso opte pelo Superfosfato triplo ele tem, no mínimo, 42% de P2O5, ou seja 25 kg de supertriplo vão fornecer os 10 kg de P2O5. Um abraço.

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