A calagem representa uma prática importante para recuperar a fertilidade dos solos brasileiros. Em geral, os solos são pobres em nutrientes e muito ácidos. Nessas condições as plantas não encontram um meio ideal para que seu sistema radicular encontre os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento e produção, além da presença de alumínio tóxico (Al³+) que provoca grandes prejuízos à produtividade de grãos, frutos, etc. O sistema radicular se desenvolve superficialmente e suas poucas raízes não atingem as camadas profundas onde poderiam encontrar nutrientes e água
para atravessar um período de estiagem. Então, a calagem torna-se, como a adubação, um elemento primordial para mudar esse panorama. A calagem neutraliza a acidez do solo e fornece os nutrientes cálcio (Ca) e magnésio (Mg) que serão absorvidos pelos vegetais. Com a aplicação dessas práticas, a fertilidade do solo, pela calagem e adubação, é melhorada e as condições ideais são colocadas à disposição das plantas.
LEIA: Alumínio tóxico o inimigo das plantas
Mas, para realizar uma calagem correta é necessária, antecipadamente ao plantio, uma ou mais análises de solo para uma correta recomendação de calcário e fertilizantes. Uma ou mais análises porque numa mesma lavoura a gente pode encontrar vários tipos de solos, conforme a coloração, manchas na lavoura onde não cresce nada ou o desenvolvimento da planta é fraco, ondulações, erosão, etc.
Coleta de amostras de solo
Muitos produtores aplicam calcário sem uma análise de solo. Assim o fizeram uma vez e obtiveram produções maiores. É claro, a aplicação do calcário proporcionou uma melhoria da fertilidade. Mas até quanto ele foi suficiente ou insuficiente. Nesse pensamento, os produtores não abrem mão de aplicar o calcário todos os anos. Isso pode se tornar perigoso, pois poderá haver uma super calagem que é tão prejudicial quanto a não aplicação.
Problemas causados pela super calagem
Coleta de amostras de solo
Muitos produtores aplicam calcário sem uma análise de solo. Assim o fizeram uma vez e obtiveram produções maiores. É claro, a aplicação do calcário proporcionou uma melhoria da fertilidade. Mas até quanto ele foi suficiente ou insuficiente. Nesse pensamento, os produtores não abrem mão de aplicar o calcário todos os anos. Isso pode se tornar perigoso, pois poderá haver uma super calagem que é tão prejudicial quanto a não aplicação.
Problemas causados pela super calagem
Outras vezes, a quantidade de calcário recomendada pela assistência técnica é realizada de acordo. Mas, às vezes, o calcário é de baixa qualidade com um PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total) muito baixo. Isso faz com que a recomendação original não seja suficiente para assegurar uma perfeita neutralização da acidez. Por que isso? Porque a recomendação de calcário, baseada na análise do solo, é feita considerando um calcário com 100% de PRNT. Então, se você compra um calcário com teor de PRNT menor que 100%, será preciso fazer a correção da quantidade de calcário. A lógica é que calcários com PRNT menor que 100% demandarão quantidades maiores em relação àquela recomendada. Em contra partida, corretivos com PRNT maior que 100% pedirão quantidades menores na calagem.
Qual a importância do PRNT do calcário
Qual a importância do PRNT do calcário
Vê-se a importância de basear a recomendação de calagem pela qualidade do calcário. Calcários de baixo qualidade custam menos. Quanto maior a qualidade do calcário maior o preço. A diferença é que quanto mais baixa a qualidade maior a quantidade necessária de corretivo. Isso vai custar mais caro, pois o calcário mais caro demandará uma quantidade menor e o custo benefício será mais baixo. Portanto, na escolha do calcário é importante considerar o PRNT.
Por que não comprar calcário pelo preço?
Por que não comprar calcário pelo preço?
Para fazer a correção da quantidade recomendada de 5,0 t/ha baseada num corretivo com PRNT 100%, procede-se da seguinte maneira:
a) Seja um calcário com PRNT de 79%.
100/79 = 1,2658
5,0 t/ha x 1,2658 = 6,33 t/ha
b) Calcário com PRNT de 85%
100/85 = 1,1765
5,0 t/ha x 1,1765 = 5,88 t/ha
c) Corretivo com 120% de PRNT
100/120 = 0,83
5,0 t/ha x 0,83 = 4,15 t/ha
Professor, em algumas literaturas vi que não é recomendado aplicar mais do que 4 ton/ha de calcário. No caso de uma recomendação ultrapassar este valor, devo aplicar apenas as 4 ton/ha e deixar o resto para o ano seguinte ou aplico tudo?
ResponderExcluirAbraço e parabéns pela postagem!!
Tem corrente de técnicos que recomenda não aplicar mais de 5 t/ha/ano.
ExcluirCaro professor, em uma analise de solo para fins de calculo de calagem obtive dois resultados diferentes:
ResponderExcluirSaturação por bases = 5,71 t/ha a PRNT 100%
Neutralização por Aluminio = 1,2 t/ha a PRNT 100%
Qual dos 2 deve aplicar?
OBS:. Minha propriedade fica em área de chapada no Cerrado Maranhese.
O cálculo da quantidade de calcário pelo método de saturação por bases visa repor Ca e Mg para atingir níveis ideais. A neutralização por Al visa apenas a calagem com base no teor deste elemento sem levar em conta Ca e Mg.
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