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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Hortaliças - Cálculo da adubação recomendada

As hortaliças são exigentes em nutrientes os quais devem estar disponíveis no solo. São plantas que esgotam o solo pois toda ela é colhida por inteiro. As adubações nitrogenadas contribuem para reacidificar o solo. Por isto, torna-se necessário um controle desta acidez através de análises de solos mais frequentes. A reaplicação do calcário é indispensável quando o pH do solo for menor que 6,0 e/ou V% menor que 80. A preferência deve ser para um calcário dolomítico que contém cálcio (Ca) e magnésio (Mg) e incorporado na profundidade de 20 cm de solo. A adubação pode ser feita em toda a área ou em sulcos. Para calcular a quantidade de adubo utiliza-se fórmulas conforme abaixo:

Cálculo da quantidade em g/m²: as recomendações de adubos são feitas em kg/ha. Para transformar em g/m² basta dividir a dose recomendada por 10.
Exemplo: 600 kg/ha de adubo 8-24-12 ; 600/10 = 60 g/m²
200 kg/ha de P2O5 = 200/10 = 20 g/m²
150 kg/ha de K2O = 150/10 = 15 g/m²

Cálculo para o plantio em camalhões: a adubação é feita em sulcos antes da confecção dos camalhões. Neste caso, transforma-se a recomendação de kg/ha para g/m linear de sulco. A fórmula é a seguinte:
g/m linear de sulco = (kg/ha*e) / 10
e
= espaçamento entre camalhões, em metro
Exemplo: 600 kg/ha de 8-24-12; espaçamento (e) entre sulcos: 0,80 metro
g/m linear de sulco = (600 x 0,80) / 10 = 4,8 g/m linear.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Os macronutrientes secundários

O cálcio, o magnésio e o enxofre são macronutrientes importantes para o crescimento e produção das culturas. O cálcio e o magnésio estão presentes no calcário dolomítico e são indispensáveis na correção da acidez do solo. Já o enxofre (S) tem um efeito primordial em solos alcalinos.

Cálcio - este nutriente ajuda a aumentar a produtividade das culturas pelo melhor crescimento das raízes, aumento da atividade microbiana, aumento da disponibilidade de molibdênio (Mo) e a absorção de alguns nutrientes. O aumento da área das raízes favorece uma melhor absorção de nutrientes que estão disponíveis numa área maior de solo. O cálcio reduz a solubilidade e a toxidez do manganês, cobre e alumínio. As plantas bem supridas de cálcio suportam melhor a toxidez causada pelo alumínio. O calcário é a principal fonte de cálcio junto com o gesso. A deficiência de cálcio provoca uma má formação dos grãos e folhas novas enroladas no milho. Os sintomas de deficiência deste nutriente se manifesta pelo desenvolvimento de um sistema radicular pequeno, as raízes ficam escuras e apodrecem. Como é pouco móvel na planta aparecem sintomas de deficiência nas folhas jovens. Daí a necessidade de um suprimento de cálcio contínuo pelo solo. Os solos argilosos apresentam maiores teores de cálcio do que os solos arenosos. Para os solos ácidos recomenda-se o calcário e para os solos alcalinos, o gesso (sulfato de cálcio) ou fertilizantes que apresentam os nutrientes no grão (NPK no grão) que contenham o cálcio para liberação rápida. O cálcio é absorvido na forma Ca²+.

Magnésio - o teor de magnésio no solo é menor que o de cálcio. Por ser muito solúvel está sujeito às perdas por lixiviação. O magnésio faz parte da clorofila. Sua deficiência provova um amarelecimento entre as nervuras das folhas velhas. No algodão, aparece uma cor avermelhada entre as nervuras verdes. Em forragens pobres de magnésio, os animais sofrem a "tetania dos pastos". Sua deficiência é mais nítida em solos ácidos.

Enxofre - a matéria orgãnica do solo é a maior fonte de enxofre (S), bem como o íon sulfato presente no complexo de trocas. O enxofre é absorvido pelas plantas como íon sulfato (SO3). O enxofre contido na atmosfera é uma das maiores fontes . Em solos com pH acima de 7,0 o enxofre não é facilmente aproveitado pelas plantas. Ele precipita-se como sulfato de cálcio insolúvel. Sua deficiência nas folhas é semelhante à do nitrogênio, com um amarelo pálido ou verde suave. O enxofre pode ser fornecido pelo óxido de enxofre, do ar, que entra nas folhas pelos estômatos. O enxofre ajuda a desenvolver enzimas, promove a nodulação para a fixação do N do ar pelas leguminosas, melhora a qualidade das sementes e é a fonte de proteínas e aminoácidos, como cistina, cisteína e metionina.
O superfosfato simples, além do fósforo, contém , também, enxofre na sua composição com um teor de 10-12% . O gesso, que é um sub-produto da fabricação do super simples, apresenta 12-18% de enxofre. Recomenda-se combinar a aplicação em cobertura de N e S conjuntamente. Existe no mercado nacional, fertilizantes que são a combinação de uréia com uma fonte de enxofre para ser usado em cobertura. Esta mistura fertilizante garante benefícios pois há um melhor aproveitamento do nitrogênio (N) do que quando a uréia é aplicada isoladamente, diminui as perdas por volatilização do N e apresenta menor custo benefício por hectare.
No solo 90% do enxofre está na forma orgânica. Solos com baixa matéria orgânica apresentam deficiências de enxofre. Os solos no Brasil são de baixo teor de enxofre, possivelmente causado pelas altas produções da culturas, de modo contínuo, pelas queimadas que causam a volatilização do S, pela alta relação C/S que dificulta a mineralização. Na mineralização, muitos fungos e bactérias atuam no processo que é muito importante. A utilização da matéria orgânica pelos microorganismos pode ocorrer tanto em condições aeróbias, cujo produto final são SO4²- e condições anaeróbias com H2S. As formas de enxofre encontradas no ar como SO2, H2S e SO2²- são formas gasosas e fontes muito importantes de S para as plantas. A decomposição das plantas libera dióxido de enxofre na atmosfera que aumenta a acidez da água da chuva, conhecida como "chuva ácida".
As plantas de milho apresentam maior absorção radicular de enxofre do que as plantas de soja, além de reter grande parte deste nutriente na raíz. Davi José Silva e outros, concluiram através de pesquisas que as plantas de milho apresentam maior absorção radicular de S do que as plantas de soja, além de reter grande parte deste nutriente na raiz. No milho, o enxofre aplicado a uma folha é transportado para o caule e para as raízes. Na soja, o enxofre absorvido tanto pela raiz quanto pela folha é transportado, em maior proporções, para as folhas superiores redistribuindo para outras partes da planta.
Em solos bem drenados, formas reduzidas são oxidadas a SO4²-, forma inorgânica e absorvida pelo sistema radicular. Porém as formas reduzidas, os sulfetos e H2S são importantes nos solos alagados e anaeróbios. Em condições de má drenagem existe o acúmulo de sais solúveis de enxofre. Nos solos alcalinos ou calcários existe as formas insolúveis.
As entradas de S no solo se dá através das chuvas e irrigação, pela mineralização das formas orgânicas, pelo intemperismo das rochas, e através dos fertilizantes.
As saidas de S do solo se verifica pela emissão de gases, pela adsorção, pela erosão, pela lixiviação, pela imobilização e pela absorção pelas plantas.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Produtos orgânicos X fertilizantes minerais - Parte I

A adubação orgânica vem tendo uma importância muito grande quando se fala em nutrição do solo. Os adubos orgânicos provém de estercos de animais, restos de culturas e adubo verde. Vem ganhando força, no cenário agrícola, o lodo de esgoto como fonte de nutrientes para as plantas. É óbvio que a adubação orgânica pela baixa concentração de nutrientes não substitui totalmente os fertilizantes minerais. Mas os adubos orgânicos contribuem para uma melhor aeração do solo, armazenamento de água e drenagem do solo. Os estercos sólidos e os restos orgânicos apresentam uma relação carbono/nitrogênio mais alta. Há uma decomposição mais lenta no solo liberando menores quantidades de nutrientes para as plantas.
Os agricultores de Londrina/PR terão à disposição 300 m³ de lodo de esgoto (LE). O produto já vem sendo usado pelos agricultores da região metropolitana de Curitiba/PR. Eles falam do aumento na produção de 30 a 40% e de economia na aplicação de calcário e fertilizantes. Existem duas Estações de Tratamento de Esgoto - ETE -, uma em Londrina e outra em Cambé. Elas geram 15.000 m³ de esgoto por ano. Os agricultores estão satisfeitos visto a diminuição dos custos em fertilizantes e calcários, já que o LE possui estes nutrientes. O LE é rico em matéria orgânica e tem quantidade significativa de nutrientes como é o caso do nitrogênio (N). Pode ser usado nas culturas de trigo, milho e soja. Todavia não é indicado para hortaliças e plantas cuja parte destinada à alimentação humana se desenvolva em contato direto com a terra. Além do N, o lodo de esgoto contém fósforo (P), micronutrientes e cálcio. O cálcio é proveniente do tratamento do produto com cal para higienização. A cal usada pode substituir, em parte, a quantidade de calcário recomendada para aplicação no solo. Há um controle da existência de metais pesados antes da liberação do produto. Na região metropolitana de Curitiba já foram distribuídos, no período de 2000-2008, 175.300 m³ de lodo de esgoto. Em Foz do Iguaçú, 1.500 m³.
CARVALHO & BARRAL (1981) disseram que pelo processo de mineralização da matéria orgânica (M.O), há uma lenta liberação de nutrientes ocasionando um melhor aproveitamento para as plantas. LESLIE (1970) e MAYS et al (1973) demonstraram que o crescimento das plantas e a produção de grãos foram iguais ou maiores que àquelas que receberam fertilizantes químicos. CUNNINGHAN et al (1973) obteram aumento na produção de milho relacionada à liberação de nutrientes NPK. SABEY et al (1977) verificaram que as plantas de trigo tiveram maior desenvolvimento em solos que receberam lodo de esgoto, misturado com restos de madeira, em comparação à fertilização mineral. F.C.Oliveira e outros (1995) verificaram que o LE liberou nutrientes que foram absorvidos pelas plantas de sorgo e que há uma necessidade de complementar o LE com potássio (K). Verificaram, também, que aplicações de LE acima de 20 t/ha pode apresentar resultados melhores no desenvolvimento do sorgo.

1 - Produtos orgânicos sólidos

Para calcular a quantidade de nutrientes contidas em um material orgânico usa-se a fórmula:

Qn = A x B/100 x C/100 x D
, onde

A = quantidade de material aplicado em kg/ha;
B = % de matéria seca (MS) do material aplicado;
C = % do nutriente na matéria seca;
D = índice de eficiência de cada nutriente.
Por exemplo, seja 1.000 kg/ha de material orgânico com 70% de MS, teor de nitrogênio (N) de 3,8% e um índice de eficiência do nitrogênio de 0,5


N kg/ha = 1.000 x 70/100 x 3,8/100 x o,5 ; N = 13 kg/ha

2 - Produtos orgânicos líquidos

Qn = A x B x C


A = quantidade de material aplicado em m³
B = concentração do nutriente no produto em kg/m³
C = índice de eficiência de cada nutriente

A utilização de restos orgânicos e fertilizantes minerais são capazes de otimizar a produção das plantas. Como já escrevemos, somente o material orgânico não é suficiente para elevar a produtividade pois a relação de nutrientes existente no material é diferente daquela exigida pela cultura. Há necessidade de complementar com o uso de adubos minerais.
Leia as Partes 2 e 3
Produtos orgânicos x fertilizantes minerais - Parte 2
Produtos orgânicos x fertilizantes minerais - Parte 3

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Cálculo de quantas unidades de Ca e Mg foram aplicadas ao solo pela calagem

A aplicação de 6 toneladas de calcário/ha com teores de 39% CaO e 12% de MgO corresponderia a quantos cmolc/+/dm³ de Ca²+ e a quantos cmolc /dm³ de Mg ?

Já sabemos (ver postagens anteriores) que em 1 tonelada aplicada de calcário, cada 1% de CaO corresponde o fator 0,01783. Então,39 x 0,01783 = 0,69537 cmolc Ca²+/dm³.
Como são 6 toneladas,
6 x 0,69537 = 4,17 cmolc /dm³ Ca²Em relação ao MgO, para cada 1% de MgO corresponde o fator 0,0248.
12 x 0,0248 = 0,2976 cmolc /dm³ Mg²+
Como são 5 toneladas: 6 x 0,2976 = 1,78 cmolc /dm³ Mg²+
As fórmulas abaixo também podem ser usadas e darão os mesmos resultados, quando a aplicação de calcário for maior de 1 tonelada :

cmolc Ca²+/dm³ = teor de CaO %/t x (n) x 0,01783
cmolc Mg²/dm³ = teor de MgO %/t x (n) x 0,0248


onde (n) = quantidade de calcário em toneladas.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Quantidade de Ca e Mg Aplicado ao Solo por Dois Diferentes Calcários

Vamos calcular a quantidade de Ca e Mg expressos em cmolc/dm³ de duas fontes de calcário: o calcítico com 60% de CaO e o calcário dolomítico com 36% de CaO e 15% de MgO.

1° PASSO: transformar CaO em Ca
Pela Tabela 2.A, teremos:

1 kg CaO x 0,71470 = 0,71470 kg de Ca

1% de CaO equivale a 1 kg CaO/100kg de calcário ou 10 kg de CaO/1000 kg.
Pela Tabela 2A, 10 kg CaO x 0,71470 = 7,1470 kg de Ca ou 7.147,3 g de Ca.

2° PASSO:  Transformar g Ca em cmolc Ca
Na mesma Tabela 2.A, para transformar g Ca em cmolc de Ca basta multiplicar g x 4,9900.
Então:
1 cmolc Ca = 7.147,3 x 4,9900 = 35.665,027 cmolc Ca

Conclui-se que para cada 1% de CaO, aplicando 1 t/ha corresponde a 35.665,027 cmolc Ca/ha. Ou, se nosso calcário tem 60% de CaO.
35.665,027 cmolc Ca x 60 = 2.139.901,6 cmolc Ca /ha.
1 hectare = 10.000 m² = 1.000.000 dm²

Considerando uma camada de solo arável de 20 cm que é igual a 2 dm, teremos:
1 hectare = 1.000.000 dm² x 2 dm = 2.000.000 dm³. Logo,
2.139.901,6 cmol Ca/dm³.......... 2.000.000 dm³
X  cmolc/dm³ de Ca em ................... 1 dm³
X = (2.139.901,6 x 1) / 2.000.000 = 1,07 cmolc/dm³ de Ca

Com o calcário dolomítico, o mesmo raciocínio nos leva:
35.665,027 cmolc Ca x 36 = 12.839.409 cmolc Ca ou 0,64cmolc/dm³ de Ca

3° PASSO: Transformar g MgO em g Mg
1 kg MgO x 0,60311 = 0,60311 kg de Mg
No caso do MgO, 1% de MgO equivale a 1 kg MgO/100 kg ou 10 kg MgO/1000 kg.
Pela Tabela 2.A, vamos transformar MgO em Mg.
10 kg MgO x 0,60311 = 6,0311 kg Mg ou 6.031,1 g Mg
1 cmolc Mg = 6.031,1 x 8,.2304 = 49.638,365 cmolc Mg

Cada 1% MgO corresponde, numa aplicação de 1 t/ha de calcário dolomítico,
à 49.638,365 cmolc de Mg.
O calcário dolomítico possui 15% de MgO.
49.638,365 x 15 = 744.575,47 cmolc de Mg/ha ou 0,37 cmolc/dm³ de Mg.

744.575,47 cmolc/dm³ Mg ......2.000.000 dm³
................X cmolc/dm³...................1 dm³

X = (1 x 744.575,47) / 2.000.000 = 0,37 cmolc/dm³ Mg

Conclusão:

1.000 kg de calcário calcítico fornece – 1,07 cmolc/dm³ de Ca
1.000 kg de calcário dolomítico fornece – 0,64 cmolc/dm³ de Ca e 0,37 cmolc/dm³ de Mg

Os cálculos acima foram para você se familiarizar com o raciocínio e relembrar como chegar aos mesmos. Existe uma maneira simplificada que você chega aos mesmos resultados.
Os fatores abaixo são para ser lembrados pois chegam aos mesmos resultados acima de uma maneira mais rápida. Para cada 1 tonelada/ha aplicada de calcário:

Para cada 1% de CaO o fator a ser usado é: 0,01784 cmolc/dm³ de Ca²+
Para cada 1% de MgO o fator a ser usado é: 0,02481 cmolc/dm³ de Mg²+

Nos perguntamos, agora, donde veio esses coeficientes e como recuperá-los se os esquecermos.
Em 100 kg de calcário temos 1 kg de CaO, logo em 1000 ton. de calcário teremos 10 kg de CaO.
10 kg equivale a 10.000 g.
Pela tabela 2.A, g CaO para ser transformado em cmolc o fator é 3,5663. Então, 10.000 g CaO será 35.663 cmolc. 35.663 / 2.000.000 = 0,0178

O MgO encontramos 4, 9628 cmolc = 49628 / 2.000.000 = 0,02841

Aplicando estes fatores no exercício anterior, encontramos:
Calcário calcítico (60%CaO) = 60 x 0,01783 = 1,07 cmolc /dm³ de Ca²+
Calcário dolomítico (36% CaO e 15% MgO)
36 x 0,01783 = 0,64 cmolc/dm³ de Ca²+
15 x 0,02481 = 0,37 cmolc/dm³ de Mg²+

Portanto, mesmos resultados obtidos de uma maneira rápida. É só memorizar os fatores acima e os cálculos saem com rapidez.

Como já dissemos, estes resultados referem-se a 1 t/ha de calcário. se a quantidade for maior, os resultados encontrados devem ser multiplicados pela respectiva quantidade de produto a ser aplicado ao solo.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Fatores a Considerar na Escolha do Corretivo

Na escolha de um corretivo para aplicar no solo devemos levar em conta uma série de fatores pois somente o preço não é o suficiente. A Legislação Brasileira sobre Fertilizantes e Corretivos estabelece padrões mínimos para a comercialização dos corretivos. As vezes, a oferta pelo preço pode nos levar a erros na colocação das necessidades corretas para controlar a acidez do solo.

PRNT - O que é?
PRNT significa Poder Relativo de Neutralização Total é avaliado pelo Poder de Neutralização (PN) e pelo tamanho das partículas (Reatividade).

PRNT (%) = PN x RE / 100

PN - capacidade potencial total de bases neutralizantes contidas em corretivos de acidez, expresso em equivalente de carbonato de cálcio puro ( % ECaCO3). O valor mínimo de PN para comercialização de um produto é de 67%.
RE - reatividade das partículas. Valor que expressa o percentual (%) do corretivo que reage no solo no prazo de 12 a 36 meses.

Quanto à granulometria, as características físicas mínimas são:
· 95% das partículas devem passar em peneira de 2 mm (ABNT – 10);
· 70% das partículas devem passar em peneira de 0,84 mm (ABNT – 20);
· 50% das partículas devem passar em peneira de 0,30 mm (ABNT – 50).

A reatividade das partículas do corretivo é calculada da seguinte maneira:

· reatividade zero (0) para a fração retida na peneira ABNT 10. Estas partículas não têm efeito corretivo no período de 12 a 36 meses;
· reatividade 20% para a fração que passa na peneira ABNT 10 e fica retida na peneira ABNT 20;
· reatividade 60% para a fração que passa na peneira ABNT 20 e fica retida na peneira ABNT 50;
· reatividade 100% para a fração que passa na peneira ABNT 50.

RE = 0 x(ABNT10)+20x(ABNT10-20)+60x(ABNT20-50)+100x(ABNT50) /100

O valor mínimo de PRNT para a comercialização é 45% e o do PN é 67%
CLASSIFICAÇÃO DOS CALCÁRIOS QUANTO AO PRNT

Grupo A – PRNT de 45 – 60%
Grupo B – PRNT de 60,1 – 75%
Grupo C – PRNT de 75,1 – 90%
Grupo D – PRNT acima de 90,1%

QUANTO À CONCENTRAÇÃO DE MAGNÉSIO
· calcítico – menos que 5%
· magnesianos – de 5 a 12%
· dolomítico – maior que 12%
TIPOS DE CORRETIVOS – TEORES MÍNIMOS EXIGIDOS
Calcário agrícola – PN = 67; CaO+MgO = 38%; PRNT= 45%
Cal virgem agrícola – PN = 125; CaO=MgO = 68; PRNT = 120
Cal hidratada agrícola – PN = 94; CaO=MgO = 50; PRNT = 90
Calcário calcinado agrícola – PN = 80; CaO=MgO = 43; PRNT = 54
Outros – PN = 67; CaO=MgO = 38; PRNT = 45
A legislação brasileira determina que o mínimo para a soma de CaO e MgO é de 38%.

EXERCÍCIO:

Li na Internet num site de venda de calcário, um consumidor cotando preço para aquisição de calcário com as seguintes características:
CaO = maior que 38% ; MgO maior que 6% ; PN maior que 82% e um PRNT maior que 70%.
O consumidor queria um calcário dolomítico (CaO + MgO) pois a soma destes dois óxidos é igual a 44%. Vamos calcular RE, PRNT
Quanto à granulometria as exigências eram:
a) maior que peneira ABNT 10 - 0,10%
b) entre peneira ABNT 10 e 20 - 2%
c) entre peneiras ABNT 20 e 50 - 17%
d) menor que peneira ABNT 50 - 80%

RE = 0 x (0,10) + 20 x (2) + 60 x (17) + 100 x (80) / 100 = RE = 90,6
PRNT (%) =
PN x RE / 100 = 82 x 90,6 / 100 = PRNT (%) = 74,29
Isto significa que 74,29% deste corretivo reagirá com os ácidos do solo de 1 a 3 anos.

QUALIDADE E USO DO CALCÁRIO:
Na escolha do calcário deve ser levado em consideração uma série de fatores:
· deve-se dar preferência a calcários dolomíticos ou magnesianos que contenham CaO e MgO. A soma destes dois óxidos deve ser maior que 38%;
· solos com teores de magnésio (Mg) abaixo de 0,8 cmoc/dm3 deve se dar preferência aos corretivos que contenham Ca e Mg para evitar um desequilíbrio entre os nutrientes;
· a má distribuição e/ou incorporação do calcário muito rasa pode causar ou agravar a deficiência de manganês (Mn).