Na Parte I tivemos a oportunidade de comentar a extração e exportação de nutrientes do colmo e folhas da cana-de-açúcar, a importância dos mesmos, as deficiências dos macros e micronutrientes, a necessidade da correção do solo.
Cana-de-açúcar - Nutrientes e adubação (Parte 1)
A recomendação de calcário para a cana planta, no Estado de São Paulo, baseia-se na percentagem de saturação por bases (V%).
NC = (V2 - V1) T / PRNT, onde
V2 = % saturação por bases que se quer atingir (60%)
V1 = % saturação por bases conforme análise do solo
T = capacidade de troca de cátions em cmolc/dm³
NC = necessidade de calcário em t/ha
Para quem não se lembra:
T = S + (H+Al) em cmolc/dm³
S = Ca+Mg+K em cmolc/dm³1 cmolc/dm³ = 10 mmolc/dm³
Por exemplo: V1 = 12% ; V2 = 60% ; T = 15 cmolc/dm³ ; PRNT = 80, logo
NC = (60-27) x 15 / 80 = 6, 18 t/ha
Vitti & Mazza apresentam uma fórmula para o cálculo da necessidade de calagem (NC) levando em consideração os resultados das amostras colhidas de 0-20 cm e de 20-40 cm.
NC = (V2-V1)CTC¹ + (V2-V1)CTC² / PRNT
CTC¹ = T¹ = capacidade de troca de cátions da camada de solo de 0-20 cm
CTC² = T² = capacidade de troca de cátions da camada 20-40 cm
Nesta fórmula, a NC t/ha seria a quantidade de calcário para aplicar na camada de 0-40 cm de solo.Luz & Martins, citados por Vitti, apresentam a seguinte fórmula para a cana planta.
NC = (V2-V1)CTC¹ /PRNT + 1/2(V2-V1)CTC² /PRNT
A NC encontrada em t/ha é para a incorporação do calcário na camada de 0-40 cm.
A COPERSUCAR, recomenda para solos arenosos a seguinte fórmula para encontrar a NC.
NC = 3 - (Ca+Mg) x 100 / PRNT
NC = t/ha para a camada de 0-20 cm.
Na cana soca, Vitti & Mazza indicam a seguinte fórmula para calcular a necessidade de calagem.
NC t/ha = (V2-V1)T / PRNT . A dose máxima deve ser de 3 t/ha.Na fabricação do superfosfato simples, há uma grande produção de um subproduto - o gesso ou sulfato de cálcio dihidratado. O gesso é mais solúvel e mais móvel que o calcário e fornece nutrientes como o Ca e S para as plantas, corrige áreas sódicas e é um ótimo condicionador para estercos reduzindo as perdas de N por volatilização. Na correção das áreas sódicas, o Ca do gesso substitui o sódio (Na) adsorvido à argila com formação de sulfato de sódio que é móvel no solo. Por ser mais solúvel que o calcário, o gesso corrige a acidez do solo mais rapidamente além de liberar cálcio para absorção pelas plantas e desenvolver o sistema radicular com grandes benefícios para os cultivos. O gesso pode ser utilizado nas áreas de depósito da vinhaça as quais apresentam excesso de potássio. Neste caso, haverá formação de sulfato de potássio que é bastante móvel no perfil do solo. A aplicação e incorporação do gesso, com irrigação, promove uma substituição do potássio (K) adsorvido aos coloides do solo pelo cálcio (Ca) contido no subproduto. O gesso deve ser usado quando a amostragem de 20-40 cm apresentar teores de Ca menor que 0,5 cmolc/dm³ ou 5,0 mmolc/dm³, alumínio (Al) maior que 0,5 cmolc/dm³ ou 5,0 mmolc/dm³, saturação por alumínio (m%) maior que 30% e saturação por bases (V%) menor que 35%. No cálculo da necessidade de gesso busca-se atingir V2 = 50%. na camada de 20-40 cm.
NG = (V2-V1)T / 100
NG (t/ha) = (50-V1).T / 100
Os valores V1, T são os encontrados nos resultados de análise das amostras colhidas na profundidade de 20-40 cm.A fosfatagem é uma prática que proporciona maiores volumes de P no solo, mas o problema é a maior fixação. Esta prática promove um melhor desenvolvimento radicular das plantas com melhor absorção dos nutrientes e da água do solo. Pelo desenvolvimento, as raízes vão mais longe, explorando um maior volume de solo, encontrando nutrientes e água para suportar melhor os períodos de estiagem. Os produtores devem buscar as recomendações de um técnico quanto às necessidades e quantidades de fósforo nos canaviais.
Na adubação verde preferir sempre uma leguminosa devido a fixação do nitrogênio do ar pelas bactérias fixadoras que vivem em simbiose nas raízes. Isto faz com que a adubação nitrogenada seja dispensada. A utilização da adubação verde assegura um melhor controle e menor perdas de solo carregado de nutrientes, pela erosão. A incidência de ervas daninhas é diminuída.
Quanto à adubação orgânica, os dois principais resíduos orgânicos da cana-de-açúcar são a torta de filtro e a vinhaça. A torta de filtro é rica em P2O5 e CaO e é utilizada na cana planta, em toda a área, nas dosagens de 30 a 60 t/ha. A torta substitui, total ou parcialmente, a adubação fosfatada, sempre procurando verificar a dosagem de P2O5 recomendada.
A vinhaça é empregada na cana soca fornecendo todo o K2O e parte de N. O restante do N deve ser aplicado em cobertura através dos adubos nitrogenados existentes no mercado.
Quanto à adubação de plantio, deve ser processada através da análise do solo. No sulco usa-se P e K. O nitrogênio (N) é aplicado na dose de 30 a 40 kg/ha. Se foi feita a rotação de culturas com uma leguminosa, dispensa-se o uso deste nutriente. A ureia aplicada em solos cobertos por palhada provoca perdas elevadas de N por volatilização de 50 a 94%. A chuva ou a irrigação com vinhaça pode reduzir esta taxa, pois arrastam o fertilizante para as profundidades do solo diminuindo a volatilização. O sulfato de amônio não sofre grandes perdas por volatilização mas a desnitrificação se faz presente. Quanta à palhada, as altas relações C/N, C/P e C/S indicam uma baixa de nutrientes N, P e S, e a planta responderá à adubação nitrogenada.
Vitti recomenda em solos com menos de 25% de argila, usar 100 a 150 kg/ha de P2O5 em toda a área e 100 kg/ha de P2O5 no sulco de plantio. Já em solos arenosos, aplicar 100 kg/ha de K2O no sulco de plantio e o restante em cobertura.
Na adubação da cana soca, para cada tonelada de colmos esperada, aplicar a dose de 1 kg/ha de N. Se a produção esperada é de 100 toneladas de colmos, aplicar 100 kg/ha de N. Quanto ao K, aplicar quantidades de acordo com a produção esperada e conforme os teores do nutriente nas amostragens de solos das soqueiras. Manter a relação N:K2O de 1:1 ou 1:1,5.
Cana-de-açúcar - Nutrientes e adubação (Parte 1)
A recomendação de calcário para a cana planta, no Estado de São Paulo, baseia-se na percentagem de saturação por bases (V%).
NC = (V2 - V1) T / PRNT, onde
V2 = % saturação por bases que se quer atingir (60%)
V1 = % saturação por bases conforme análise do solo
T = capacidade de troca de cátions em cmolc/dm³
NC = necessidade de calcário em t/ha
Para quem não se lembra:
T = S + (H+Al) em cmolc/dm³
S = Ca+Mg+K em cmolc/dm³1 cmolc/dm³ = 10 mmolc/dm³
Por exemplo: V1 = 12% ; V2 = 60% ; T = 15 cmolc/dm³ ; PRNT = 80, logo
NC = (60-27) x 15 / 80 = 6, 18 t/ha
Vitti & Mazza apresentam uma fórmula para o cálculo da necessidade de calagem (NC) levando em consideração os resultados das amostras colhidas de 0-20 cm e de 20-40 cm.
NC = (V2-V1)CTC¹ + (V2-V1)CTC² / PRNT
CTC¹ = T¹ = capacidade de troca de cátions da camada de solo de 0-20 cm
CTC² = T² = capacidade de troca de cátions da camada 20-40 cm
Nesta fórmula, a NC t/ha seria a quantidade de calcário para aplicar na camada de 0-40 cm de solo.Luz & Martins, citados por Vitti, apresentam a seguinte fórmula para a cana planta.
NC = (V2-V1)CTC¹ /PRNT + 1/2(V2-V1)CTC² /PRNT
A NC encontrada em t/ha é para a incorporação do calcário na camada de 0-40 cm.
A COPERSUCAR, recomenda para solos arenosos a seguinte fórmula para encontrar a NC.
NC = 3 - (Ca+Mg) x 100 / PRNT
NC = t/ha para a camada de 0-20 cm.
Na cana soca, Vitti & Mazza indicam a seguinte fórmula para calcular a necessidade de calagem.
NC t/ha = (V2-V1)T / PRNT . A dose máxima deve ser de 3 t/ha.Na fabricação do superfosfato simples, há uma grande produção de um subproduto - o gesso ou sulfato de cálcio dihidratado. O gesso é mais solúvel e mais móvel que o calcário e fornece nutrientes como o Ca e S para as plantas, corrige áreas sódicas e é um ótimo condicionador para estercos reduzindo as perdas de N por volatilização. Na correção das áreas sódicas, o Ca do gesso substitui o sódio (Na) adsorvido à argila com formação de sulfato de sódio que é móvel no solo. Por ser mais solúvel que o calcário, o gesso corrige a acidez do solo mais rapidamente além de liberar cálcio para absorção pelas plantas e desenvolver o sistema radicular com grandes benefícios para os cultivos. O gesso pode ser utilizado nas áreas de depósito da vinhaça as quais apresentam excesso de potássio. Neste caso, haverá formação de sulfato de potássio que é bastante móvel no perfil do solo. A aplicação e incorporação do gesso, com irrigação, promove uma substituição do potássio (K) adsorvido aos coloides do solo pelo cálcio (Ca) contido no subproduto. O gesso deve ser usado quando a amostragem de 20-40 cm apresentar teores de Ca menor que 0,5 cmolc/dm³ ou 5,0 mmolc/dm³, alumínio (Al) maior que 0,5 cmolc/dm³ ou 5,0 mmolc/dm³, saturação por alumínio (m%) maior que 30% e saturação por bases (V%) menor que 35%. No cálculo da necessidade de gesso busca-se atingir V2 = 50%. na camada de 20-40 cm.
NG = (V2-V1)T / 100
NG (t/ha) = (50-V1).T / 100
Os valores V1, T são os encontrados nos resultados de análise das amostras colhidas na profundidade de 20-40 cm.A fosfatagem é uma prática que proporciona maiores volumes de P no solo, mas o problema é a maior fixação. Esta prática promove um melhor desenvolvimento radicular das plantas com melhor absorção dos nutrientes e da água do solo. Pelo desenvolvimento, as raízes vão mais longe, explorando um maior volume de solo, encontrando nutrientes e água para suportar melhor os períodos de estiagem. Os produtores devem buscar as recomendações de um técnico quanto às necessidades e quantidades de fósforo nos canaviais.
Na adubação verde preferir sempre uma leguminosa devido a fixação do nitrogênio do ar pelas bactérias fixadoras que vivem em simbiose nas raízes. Isto faz com que a adubação nitrogenada seja dispensada. A utilização da adubação verde assegura um melhor controle e menor perdas de solo carregado de nutrientes, pela erosão. A incidência de ervas daninhas é diminuída.
Quanto à adubação orgânica, os dois principais resíduos orgânicos da cana-de-açúcar são a torta de filtro e a vinhaça. A torta de filtro é rica em P2O5 e CaO e é utilizada na cana planta, em toda a área, nas dosagens de 30 a 60 t/ha. A torta substitui, total ou parcialmente, a adubação fosfatada, sempre procurando verificar a dosagem de P2O5 recomendada.
A vinhaça é empregada na cana soca fornecendo todo o K2O e parte de N. O restante do N deve ser aplicado em cobertura através dos adubos nitrogenados existentes no mercado.
Quanto à adubação de plantio, deve ser processada através da análise do solo. No sulco usa-se P e K. O nitrogênio (N) é aplicado na dose de 30 a 40 kg/ha. Se foi feita a rotação de culturas com uma leguminosa, dispensa-se o uso deste nutriente. A ureia aplicada em solos cobertos por palhada provoca perdas elevadas de N por volatilização de 50 a 94%. A chuva ou a irrigação com vinhaça pode reduzir esta taxa, pois arrastam o fertilizante para as profundidades do solo diminuindo a volatilização. O sulfato de amônio não sofre grandes perdas por volatilização mas a desnitrificação se faz presente. Quanta à palhada, as altas relações C/N, C/P e C/S indicam uma baixa de nutrientes N, P e S, e a planta responderá à adubação nitrogenada.
Vitti recomenda em solos com menos de 25% de argila, usar 100 a 150 kg/ha de P2O5 em toda a área e 100 kg/ha de P2O5 no sulco de plantio. Já em solos arenosos, aplicar 100 kg/ha de K2O no sulco de plantio e o restante em cobertura.
Na adubação da cana soca, para cada tonelada de colmos esperada, aplicar a dose de 1 kg/ha de N. Se a produção esperada é de 100 toneladas de colmos, aplicar 100 kg/ha de N. Quanto ao K, aplicar quantidades de acordo com a produção esperada e conforme os teores do nutriente nas amostragens de solos das soqueiras. Manter a relação N:K2O de 1:1 ou 1:1,5.