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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Adubação Foliar - micronutrientes nas culturas da soja e milho

Cultura da soja
De todos os micronutrientes necessários ao desenvolvimento da soja, o molibdênio (Mo) e o cobalto (Co) são os mais importantes. Eles exercem um papel fundamental na fixação do nitrogênio (N) do ar pelas bactérias do gênero Rhysobium que necessitam de ambos nutrientes. Os solos brasileiros, em geral, são pobres em molibdênio e cobalto. 0s solos dos cerrados são os mais pobres. Já os solos do Rio Grande do Sul e Paraná apresentam teores maiores de cobalto (Co) e menores de molibdênio (Mo). Daí a utilização de maiores concentrações de molibdênio. A soja responde muito bem às aplicações de molibdênio com altas produtividades. Em solos com pH abaixo de 5,5 e a soja apresentando sintomas de deficiência na fase incial de desenvolvimento, pelo amarelecimento das folhas, ocasionada pela baixa eficiência das bactérias Rhysobium na fixação do nitrogênio do ar, é resolvido com aplicações de molibdênio. A utilização em excesso de cobalto provoca um amarelecimento das folhas da soja na fase inicial de desenvolvimento. O excesso de cobalto inibe a ação do ferro (Fe).
A pesquisa, através da Embrapa, recomenda a utilização destes micronutrientes, seja no tratamento de sementes ou via foliar.
O tratamento de sementes é feito com 12 a 25 g/ha de Mo e 1 a 5 g/ha de Co. Uma aplicação média de cobalto de até 3 g/ha, é uma dose segura para evitar a fitotoxidez para a soja. Quando o molibdênio é aplicado nas sementes, ele deve preceder a inoculação das mesmas. Na aplicação foliar, utiliza-se 30 g/ha de Mo, 20-35 dias após a emergência. Uma aplicação é ótimo, se bem que os dois tratamentos (sementes e foliar) sejam importantes. Em solos arenosos deve-se usar a dose mais elevada. No caso da soja destinar-se à produção de sementes é recomendável fazer mais uma aplicação na época de enchimento dos grãos, pois estaremos garantindo teores maiores de molibdênio na semente, o que garantirá uma melhor fixação de nitrogênio do ar na próxima germinação das mesmas. Os teores de molibdênio devem ser maiores que 2 mg/kg de semente, já que de 1 a 2 mg/kg é considerado baixo. Como fonte de molibdênio solúvel em água pode-se utilizar o molibdato de amônio (54% de Mo) e o molibdato de sódio (39% de Mo). Os produtos devem ser quelatizados, pois garantem a maior estabilidade, compatibilidade com defensivos e melhor aproveitamento pelas bactérias Rhysobium e, consequentemente, pela planta.
ATENÇÃO: como o molibdênio não pode ser quelatizado isoladamente, o melhor é fazê-lo com o cobalto.
Atentar para o fato de que algumas matérias-primas de molibdênio e cobalto não podem ser utilizadas quanto a sua compatibilidade com o Rhysobium. Ler os rótulos e bulas dos produtos.
Onde existe integração lavoura-pecuária deve-se cuidar o teor de molibdênio nas pastagens. Com a elevação do pH do solo quando se faz a calagem, o Mo tem a sua disponibilidade aumentada podendo afetar o metabolismo do cobre (Cu) em ruminantes. Quando o teor de Mo nas partes aéreas das plantas atingir 5 mg/ha, deve-se suspender a sua adição ao solo.
Como no Brasil os solos são ácidos, a calagem torna-se necessária. A elevação do pH do solo torna o manganês (Mn) menos disponível para as plantas, ocorrendo os sintomas de deficiência traduzida pelo amarelecimento da planta. O manganês é responsável pelo aumento da produtividade, melhor germinação, pelos teores de proteína e óleo. Para corrigir a deficiência de manganês utiliza-se aplicações foliares de 500 g de Mn no início do florescimento. Isto soluciona o problema. Poderão ser necessárias até duas aplicações. Por sua vez, o manganês pode ser quelatizado. Entretanto, o quelato deve estar especificado no rótulo. Na complementação foliar, as doses recomendadas são de 150g/ha de quelatizado na forma de nitrato ou cloreto de manganês; 250 g/ha Mg-EDTA à base de sulfato.
Outro micronutriente, o boro (B) é aplicado via foliar na flor da soja. Isto melhora a fecundação prevenindo o abortamento de flores e vagens. Este abortamento ocasiona uma redução drástica da produtividade e a prevenção com boro evitará este sério problema. O produto deve ser aplicado antes da florada. O nutriente cálcio ajuda na função do boro. Podem ser aplicados até 500 g de boro.
Quanto aos micronutrientes cobre (Cu), ferro (Fe) e zinco (Zn) devem ser aplicados até o florescimento da plantas. O zinco emprega-se de 50 a 150 g/ha. Quanto ao cobre, a dosagem é de 50 a 100 g/ha.
Os adubos foliares que contêm Mn na sua composição, quando em misturas com herbicidas, provocam uma reação química no tanque de pulverização formando precipitados que causam entupimentos dos filtros e dos bicos dos pulverizadores. Há um prejuízo na operacionalidade das pulverizações. Consulte o seu técnico – existem no mercado produtos que foram testados e que melhoram a incompatibilidade.

A adubação foliar não é somente para a cultura da soja. O crescimento da área cultivada com algodão nos cerrados, o aumento do uso de zinco na cultura do milho, o aumento do número de pulverizações fitossanitárias na laranja e o uso de fertilizantes minerais têm contribuído para o aumento do consumo de fertilizantes foliares.

Cultura do milho
O manganês (Mn) é aplicado quelatizado e na forma de sais. Deve ser aplicado quando a planta de milho apresentar 6 folhas. Em híbridos de milho que são suscetíveis à deficiência de Mn, deve-se fazer duas aplicações.
O cobre (Cu) é empregado na dose de 400g/ha divididos em três (3) aplicações:
200g/ha no estágio de 4-5 folhas;
100g/ha no estágio de 7 folhas;
100 g/ha no estágio de 8 folhas.
Quanto ao zinco (Zn) usam-se doses de 100 a 400g/ha quelatizado e na forma de sais que são aplicados junto com inseticida para a lagarta do cartucho (entre a 4ª e 5ª folha).

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Eficiência dos Fertilizantes - Parte II - perdas de Fósforo e Potássio

Na postagem Parte I sobre a Eficiência dos Fertilizantes em relação às perdas de nutrientes no solo, comentamos sobre o Nitrogênio: Ciclo do N, processos que ocorrem no solo, perdas do nutriente. Vamos prosseguir, nesta postagem, comentando as perdas de fósforo e o potássio.
Para acessar o artigo Eficiência dos fertilizantes - Parte I - perdas de nitrogênio 
(Clique aqui)

O FÓSFORO:
Dos três macronutrientes primários (NPK) exigidos pelas plantas, o fósforo é absorvido em pequenas quantidades. Mas sua presença no solo é indispensável para o crescimento e produção de grãos e frutos. Afirma-se que quando as plantas atingirem 25% da altura total, elas já armazenaram 78% de suas necessidades totais em fósforo. Isto explica porque deve haver um suprimento adequado de fósforo no momento que as plantas começam a germinar, particularmente em plantas de ciclo curto. Os fertilizantes fosfatados, sob a forma solúvel em água, reagem, no solo, com o ferro, alumínio, argilas, matéria orgânica, formando compostos insolúveis não aproveitáveis pelas plantas. Por isto, uma cultura aproveita apenas 15 a 30% do fósforo aplicado como fertilizante. Isto explica o porquê das fórmulas de fertilizantes (NPK) apresentarem o teor, relacionado ao fósforo, em maior quantidade se as plantas exigem pequenas quantidades deste nutriente. Por exemplo: a fórmula 5-30-25 é um adubo NPK contendo 5% de nitrogênio (N), 30% de fósforo (P) e 15% de potássio (K). Nesta fórmula, o maior nutriente em quantidade é o fósforo (P=30). Por que? Como vimos as plantas aproveitam de 15 a 30% do fósforo aplicado no solo. Portanto, a necessidade de se utilizar fórmulas com altas concentrações de fósforo para liberar aquela quantidade que a planta necessita para o seu desenvolvimento até à maturação. O restante do fósforo que foi fixado no solo será liberado com aplicações de calcário (calagem).

Lavagem do P: no solo, o fósforo é pouco móvel pois é firmemente retido não sofrendo com a percolação. Mesmo em campos irrigados, a água de drenagem apresenta valores de fósforo que não excedem a 1 mg/dm3. Sendo assim, as perdas de fósforo por percolação são desprezíveis.

Erosão: é a responsável pelas maiores perdas de fósforo. Na erosão, verifica-se perdas de matéria orgânica e partículas coloidais com fósforo. Além do fósforo, outros nutrientes, como o nitrogênio e o potássio, sofrem grandes perdas pelo carregamento do solo onde estão contidos.

Fósforo fixado: – é aquela forma de fósforo mineral que se encontra combinada a outros elementos como cálcio, ferro e alumínio, formando compostos não assimiláveis pelas plantas. Esta fixação depende das condições inerentes a cada solo e pode ocorrer com maior ou menor intensidade. É um problema muito sério em solos ácidos. A calagem é uma das formas de minimizar a fixação. Os íons OH, gerados pela reação do calcário no solo, ocupam o lugar dos íons de P liberando o nutriente para a solução do solo. As argilas, do tipo caulinitas, com relação 1:1 (sílica e alumínio) contribuem para a fixação do fósforo. A taxa de recuperação do P pelas culturas é baixa (15 a 30%).
Fósforo imobilizado: é aquela forma de fósforo que se apresenta na fórmula orgânica não assimilável pelas plantas. Este fósforo torna-se disponível para a planta pela mineralização da matéria orgânica.
Fósforo adsorvido: é aquela fração de fósforo que se encontra preso ao complexo coloidal do solo tornando-se disponível através de trocas com as raízes.
Fósforo assimilável:– é aquela parte de fósforo que se encontra diluído na solução do solo sendo facilmente absorvida pelas plantas.
Fósforo disponível  =  fósforo adsorvido  +  fósforo assimilável
CICLO DOS FOSFATOS SOLÚVEIS


1. O fosfato solúvel em água em contato com a solução do solo, solubiliza-se tornando-se imediata e totalmente disponível. Parte deste fósforo fica diluído na solução do solo e parte fica adsorvido ao complexo coloidal (argilas), por troca iônicas com OH-;
2. Nossos solos sendo ácidos apresentam elevados teores de ferro, e alumínio e outras bases e, portanto, grande parte do fósforo disponível é fixada, formando compostos de ferro e alumínio insolúveis;
3. Parte do fósforo disponível é absorvida pelos vegetais e pelos microorganismos do solo para obterem a energia para viverem. Temos, então, o fósforo imobilizado;
4. O fósforo fixado poderá voltar a ser disponível pela ação dos ácidos orgânicos provenientes da mineralização da matéria orgânica e pela acidez livre do solo (H+), pelas secreções ácidas das raízes e pelo gás carbônico do ar do solo;
5. Com a morte dos microorganismos do solo e dos restos de culturas, o fósforo imobilizado pode tornar-se, novamente, disponível para as plantas pelo processo de mineralização da matéria orgânica. O número de microorganismos no solo é grande. Apenas em 1 grama de solo encontramos de milhares a milhões de fungos, bactérias, algas e protozoários, etc...Nesta ação de desdobramento da matéria orgânica do solo pelos microorganismos, resultam ácidos fracos ( acético, cítrico, fórmico e outros) os quais podem solubilizar as formas de fósforo fixado. Parte do fósforo é aproveitado pelos microorganismos e parte fica disponível na solução do solo para ser absorvida pelas plantas ou ser novamente fixada.

Retrogradação do P:

ocorre em solos com alto teores de cálcio (Ca). O fósforo do fertilizante é convertido em fosfato tricálcico de baixa disponibilidade para as plantas. É como se o fósforo do fertilizante voltasse à forma de rocha fosfatada. A indústria de fertilizantes utiliza a rocha fosfatada para a obtenção de superfosfatos (fosfatos acidulados) pelo ataque dos ácidos sulfúrico e fosfórico, com a finalidade de transformar o fósforo insolúvel em fósforo disponível para as plantas. O fósforo retrogrado não é perdido mas sua disponibilidade torna-se lenta.

O POTÁSSIO:
Fixação do K: o potássio (K) não reage no solo como fósforo. O potássio está presente na solução do solo ou adsorvido aos coloides. Nos processos de troca, ele é deslocado das posições de trocas dos colóides do solo e ingressa na solução do solo onde é absorvido pelas plantas. Algumas argilas têm a capacidade de fixar o potássio. Este K fixado pode ser trocado por outros cátions.

Lavagem do K:
na solução do solo o K é móvel e sujeito às perdas por lavagem. Entretanto, como a concentração de K na solução do solo é muito baixa, as perdas por lavagem são muito pequenas. Exceto em solos arenosos e de baixa capacidade de retenção de cátions (CTC), onde elas são maiores.

CONCLUSÃO:
Em função de todos os processos que comentamos nas postagens I e II, de todas as perdas sofridas pelos macronutrientes NPK, foi estimada um percentual de aproveitamento dos nutrientes, com fatores específicos para cada um, conforme quadro abaixo:


Das quantidades ne NPK aplicadas no solo, coloca-se duas vezes mais N, de três a cinco vezes mais P2O5 e 1,5 vezes mais K2O.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Cana-de-açúcar - Nutrientes e adubação (2)

Na Parte I tivemos a oportunidade de comentar a extração e exportação de nutrientes do colmo e folhas da cana-de-açúcar, a importância dos mesmos, as deficiências dos macros e micronutrientes, a necessidade da correção do solo.
Cana-de-açúcar - Nutrientes e adubação (Parte 1)

A recomendação de calcário para a cana planta, no Estado de São Paulo, baseia-se na percentagem de saturação por bases (V%).
NC = (V2 - V1) T / PRNT, onde
V2 = % saturação por bases que se quer atingir (60%)
V1 = % saturação por bases conforme análise do solo
T = capacidade de troca de cátions em cmolc/dm³
NC = necessidade de calcário em t/ha
Para quem não se lembra:
T = S + (H+Al) em cmolc/dm³
S = Ca+Mg+K em cmolc/dm³
1 cmolc/dm³ = 10 mmolc/dm³
Por exemplo: V1 = 12% ; V2 = 60% ; T = 15 cmolc/dm³ ; PRNT = 80, logo
NC = (60-27) x 15 / 80 = 6, 18 t/ha

Vitti & Mazza apresentam uma fórmula para o cálculo da necessidade de calagem (NC) levando em consideração os resultados das amostras colhidas de 0-20 cm e de 20-40 cm.
NC = (V2-V1)CTC¹ + (V2-V1)CTC² / PRNT
CTC¹ = T¹ = capacidade de troca de cátions da camada de solo de 0-20 cm
CTC² = T² = capacidade de troca de cátions da camada 20-40 cm
Nesta fórmula, a NC t/ha seria a quantidade de calcário para aplicar na camada de 0-40 cm de solo.Luz & Martins, citados por Vitti, apresentam a seguinte fórmula para a cana planta.
NC = (V2-V1)CTC¹ /PRNT + 1/2(V2-V1)CTC² /PRNT
A NC encontrada em t/ha é para a incorporação do calcário na camada de 0-40 cm.
A COPERSUCAR, recomenda para solos arenosos a seguinte fórmula para encontrar a NC.
NC = 3 - (Ca+Mg) x 100 / PRNT
NC = t/ha para a camada de 0-20 cm.
Na cana soca, Vitti & Mazza indicam a seguinte fórmula para calcular a necessidade de calagem.
NC t/ha = (V2-V1)T / PRNT . A dose máxima deve ser de 3 t/ha.Na fabricação do superfosfato simples, há uma grande produção de um subproduto - o gesso ou sulfato de cálcio dihidratado. O gesso é mais solúvel e mais móvel que o calcário e fornece nutrientes como o Ca e S para as plantas, corrige áreas sódicas e é um ótimo condicionador para estercos reduzindo as perdas de N por volatilização. Na correção das áreas sódicas, o Ca do gesso substitui o sódio (Na) adsorvido à argila com formação de sulfato de sódio que é móvel no solo. Por ser mais solúvel que o calcário, o gesso corrige a acidez do solo mais rapidamente além de liberar cálcio para absorção pelas plantas e desenvolver o sistema radicular com grandes benefícios para os cultivos. O gesso pode ser utilizado nas áreas de depósito da vinhaça as quais apresentam excesso de potássio. Neste caso, haverá formação de sulfato de potássio que é bastante móvel no perfil do solo. A aplicação e incorporação do gesso, com irrigação, promove uma substituição do potássio (K) adsorvido aos coloides do solo pelo cálcio (Ca) contido no subproduto. O gesso deve ser usado quando a amostragem de 20-40 cm apresentar teores de Ca menor que 0,5 cmolc/dm³ ou 5,0 mmolc/dm³, alumínio (Al) maior que 0,5 cmolc/dm³ ou 5,0 mmolc/dm³, saturação por alumínio (m%) maior que 30% e saturação por bases (V%) menor que 35%. No cálculo da necessidade de gesso busca-se atingir V2 = 50%. na camada de 20-40 cm.
NG = (V2-V1)T / 100  
NG (t/ha) = (50-V1).T / 100
Os valores V1, T são os encontrados nos resultados de análise das amostras colhidas na profundidade de 20-40 cm.A fosfatagem é uma prática que proporciona maiores volumes de P no solo, mas o problema é a maior fixação. Esta prática promove um melhor desenvolvimento radicular das plantas com melhor absorção dos nutrientes e da água do solo. Pelo desenvolvimento, as raízes vão mais longe, explorando um maior volume de solo, encontrando nutrientes e água para suportar melhor os períodos de estiagem. Os produtores devem buscar as recomendações de um técnico quanto às necessidades e quantidades de fósforo nos canaviais.
Na adubação verde preferir sempre uma leguminosa devido a fixação do nitrogênio do ar pelas bactérias fixadoras que vivem em simbiose nas raízes. Isto faz com que a adubação nitrogenada seja dispensada. A utilização da adubação verde assegura um melhor controle e menor perdas de solo carregado de nutrientes, pela erosão. A incidência de ervas daninhas é diminuída.
Quanto à adubação orgânica, os dois principais resíduos orgânicos da cana-de-açúcar são a torta de filtro e a vinhaça. A torta de filtro é rica em P2O5 e CaO e é utilizada na cana planta, em toda a área, nas dosagens de 30 a 60 t/ha. A torta substitui, total ou parcialmente, a adubação fosfatada, sempre procurando verificar a dosagem de P2O5 recomendada.
A vinhaça é empregada na cana soca fornecendo todo o K2O e parte de N. O restante do N deve ser aplicado em cobertura através dos adubos nitrogenados existentes no mercado.
Quanto à adubação de plantio, deve ser processada através da análise do solo. No sulco usa-se P e K. O nitrogênio (N) é aplicado na dose de 30 a 40 kg/ha. Se foi feita a rotação de culturas com uma leguminosa, dispensa-se o uso deste nutriente. A ureia aplicada em solos cobertos por palhada provoca perdas elevadas de N por volatilização de 50 a 94%. A chuva ou a irrigação com vinhaça pode reduzir esta taxa, pois arrastam o fertilizante para as profundidades do solo diminuindo a volatilização. O sulfato de amônio não sofre grandes perdas por volatilização mas a desnitrificação se faz presente. Quanta à palhada, as altas relações C/N, C/P e C/S indicam uma baixa de nutrientes N, P e S, e a planta responderá à adubação nitrogenada.
Vitti recomenda em solos com menos de 25% de argila, usar 100 a 150 kg/ha de P2O5 em toda a área e 100 kg/ha de P2O5 no sulco de plantio. Já em solos arenosos, aplicar 100 kg/ha de K2O no sulco de plantio e o restante em cobertura.
Na adubação da cana soca, para cada tonelada de colmos esperada, aplicar a dose de 1 kg/ha de N. Se a produção esperada é de 100 toneladas de colmos, aplicar 100 kg/ha de N. Quanto ao K, aplicar quantidades de acordo com a produção esperada e conforme os teores do nutriente nas amostragens de solos das soqueiras. Manter a relação N:K2O de 1:1 ou 1:1,5.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

A análise de plantas

A análise de plantas nada mais é do que analisar uma planta ou parte dela com o objetivo de determinar o teor de nutrientes supridos. A concentração de nutrientes não é a mesma durante toda a fase vegetativa da planta. Estas concentrações mudam rapidamente. Muitas vezes o stresse da planta pela falta de água mascara a suficiência ou a deficiência de nutrientes. Outro fator importante é a idade da planta que pode mostrar deficiência de um nutriente. Existem três tipos de análises de plantas:
1. Análise de tecidos - são análises feitas a campo usando indicadores de papel, reagentes em pó ou soluções. Estes materiais reagem com as substâncias presentes na seiva. Como são feitos à luz do dia e sob condições de umidade, os resultados podem não ser concretos. Por exemplo, os nitratos absorvidos pelas plantas continuam a ser processar à noite ou mesmo em dias nublados. A luz solar, em geral, reduz o teor de nitratos. Por isto, para evitar problemas com altos teores de nitratos em forrageiras deve-se esperar os dias claros, ensolarados antes de cortar as plantas para silagem ou feno.
2. Análise química - envolve a queima das plantas para analisar-se as cinzas. Estas são preparadas em soluções químicas (para provocar o aparecimento de cores) e lidas através do colorímetro ou de um fotômetro de chama ou de um espectrômetro de absorção atômica. Este último determina muitos elementos de maneira mais rápida.
3. Espectrografia de emissão de raios X - o princípio usado é que os primeiros raios X do tubo alvo fazem com que os nutrientes da amostra da planta produzam raios X secundários. Cada nutriente tem um comprimento de onda e níveis de energia individual.

Quanto à interpretação, os laboratórios e orgãos de perquisa em suas recomendações classificam as concentrações de nutrientes nas plantas em diversas faixas: deficientes, muito baixo, médio, suficiente, alto, em excesso, etc... É claro que os valores são diferentes para cada cultura e dentro de cada uma delas pelas variedades utilizadas. Nas plantas, as partes delas podem influenciar nas concentrações de nutrientes. Por exemplo, os teores de nitrogênio nas folhas podem ser diferentes do teor no caule. A análise das plantas é também de extrema importância para determinar os níveis de toxidez dos nutrientes. O molibdênio, em certos níveis, nas forrageiras, é tóxico para os animais. Segundo Kubota, J et al, o cobre deve ser avaliado em conjunto com o molibdênio porque a toxidez deste nutriente em ruminantes é uma deficiência de cobre. Ou seja, deficiência de cobre produzida por um excesso de molibdênio. Assim, é importante conhecer as interações entre os nutrientes. Os sintomas visíveis de deficiência podem ser determinados . Mas lembre-se que quando os sintomas de deficiência são visíveis a planta já foi muito prejudicada e, consequentemente, a produtividade.
Um produtor pode aplicar uma dosagem adequada de nitrogênio por hectare e, no entanto, podem aparecer deficiências deste nutriente em algum estágio da cultura. Constatou-se que locais onde apareciam as deficiências eram ao redor dos bicos de irrigação por aspersão e nas áreas onde havia sobreposição das áreas irrigadas por dois bicos. Foram feitas análises de solo e constatou-se que os nitratos haviam sido arrastados para as camadas mais profundas atingindo até 1,20 de profundidade. Claro que o nitrogênio ficou fora do alcance das raízes. O solo continha nitrogênio mas este estava longe da área de absorção pelas raízes das plantas. O solo apresentava uma estrutura permeável. A irrigação era para ser feita com mais frequencia e em leves quantidades para impedir que os nitratos fossem arrastados para as camadas mais profundas. Por sua vez, o nitrogênio deveria ser aplicado em doses mais baixas, antes do plantio, aliado à coberturas ou junto com a irrigação em intervalos que não permitissem uma deficiência deste nutriente no solo ou dos nitratos descerem para as profundidades do solo.
As amostragens dos solos devem ser feitas tantas quantas as das plantas para acompanhamento da fertilidade com o passar dos anos. As deficiências de nutrientes que ainda não são graves - chamadas "fome escondida" - são detectadas pela análise de planta ou dos tecidos das plantas. Se compararmos os resultados das análises das plantas com as do solo, sistema de irrigação usado, espécies de plantas, estágio do desenvolvimento da cultura, temos as possibilidades de identificar os problemas com maior precisão. Na amostragem devemos tomar uma série de cuidados para evitar erros nos resultados e na interpretação dos mesmos:
1. forrageiras de diversos tamanhos devem ser amostradas em separado;
2. sabemos que os nutrientes nitrogênio (N), potásio (K) e outros são móveis na planta, e vão dos tecidos velhos para os tecidos novos fazendo com que a concentração destes nutrientes seja maior nas folhas novas e baixa nas folhas velhas. O contrário também prevalece com os nutrientes não tão móveis na planta: concentração maior nas folhas velhas e baixa nas folhas jovens.
Recomenda-se que sejam coletadas amostras de solo e de plantas nas áreas de crescimento normal e em áreas que apresentam problemas. Evite a coleta de amostras de folhas muito empoeiradas que pode comprometer os resultados das análises. Se não for possível, deve-se adotar estes procedimentos:
a) com a amostra ainda fresca, lave-a em água destilada ou água mole por 1 a 2 minutos. Não deixe as plantas permanecerem na água por muito tempo pois pode haver perdas de nutrientes solúveis;
b) remova a água com papel absorvente ou deixe que seque ao ar;
c) remeta as amostras quando secarem, em sacos de papel. Evite a utilização de sacos plásticos que podem ocasionar o aparecimento de mofo.

Fonte: Métodos de diagnóstico - Prof. Charles M Smith, Universidade de Montana - publicado no Manual de Fertilizantes - IPT/CEFER

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A importância do trio NPK

O nitrogênio (N) é um dos componentes dos aminoácidos ocupando o centro das moléculas de proteínas. Faz parte, também, da clorofila. Junto com o magnésio (Mg) são os únicos componentes da clorofila, que provém do solo. O nitrogênio (N) é o responsável pelo desenvolvimento vegetativo. Um suprimento generoso de N ocasiona um crescimento vigoroso da planta. Este nutriente tem um papel importante na divisão celular. Se a divisão celular diminuir de velocidade ou mesmo parar, o mesmo acontecerá com o número de folhas verdes expostas à luz solar. E, é óbvio, a planta com uma menor área foliar irá produzir menos. A adubação com nitrogênio (N) é importante pois melhora a qualidade dos grãos, aumenta a produtividade e o teor de proteína. Quando o nitrogênio é aplicado em excesso e a planta não consegue aproveitá-lo totalmente, ela acumula este nutriente sob forma não protéica. O acúmulo pode levar a uma intoxicação de N nítrico (NO3-) principalmente em plantas jovens ou aquelas que estão sofrendo com uma seca ou em solos deficientes de fósforo e potássio. A deficiência de nitrogênio, como acontece com a de magnésio, provoca uma clorose ou amarelecimento das folhas. É o sinal do baixo contéudo de clorofila.
O fósforo (P) apesar de ser aproveitado em pequenas quantidades pela planta, ele não pode faltar ou ser deficiente no solo pois prejudica o crescimento da cultura. Como o nitrogênio, ele é importante na divisão celular. Na fotossíntese, ele tem uma função vital, tanto na utilização dos açúcares quanto do amido. Este nutriente apresenta uma grande mobilidade dentro da planta. Em casos de deficiência, ele migra dos tecidos velhos para os novos. As plantas jovens absorvem o fósforo muito rápidamente. Em níveis adequados de fósforo, as raízes têm um crescimento rápido e intenso. Dizem que quando a planta atingiu 25% de sua altura total, ela já consumiu 78% do fósforo que ela necessita. Isto caracteriza a real necessidade de suprir a planta com quantidades adequadas de fósforo, principalmente nas culturas de ciclo curto. As temperaturas baixas do solo reduzem a absorção de fósforo. A presença de nitrogênio amoniacal (NH3+) aumenta a absorção do fósforo favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular. A deficiência de fósforo se caracteriza por um avermelhamento das folhas e do talo, quando as plantinhas tem menos de 30 cm de altura, como é no caso do milho. Dizemos que o milho está "roxo de fome". Quando a absorção de fósforo é menor que as necessidades, verifica-se um acúmulo de açúcar nos tecidos das plantas favorecendo a formação de um pigmento chamado antocianina que dá o colorido às folhas. Mas devemos tomar cuidado quando atribuir o avermelhamento à deficiência de fósforo. A baixa temperatura, os estragos causados por insetos às raízes e às folhas, ação dos ventos e do granizo, e danos às raízes, são responsáveis pela planta apresentar um avermelhamento das folhas. É importante as análises do solo e foliar para determinar se a deficiência é relativa ao fósforo.
O potássio (K) é também importante para as plantas. Ele se desloca no interior da planta na forma de cátion positivo (K+). Embora as culturas exijam grandes quantidades de K, a solução do solo pode apresentar pequenas quantidades. Por isto, a necessidade de uma liberação constante do íon K+ para a solução do solo. O potássio trocável, que se encontra ligado à partículas minerais, vai para a solução do solo pela troca de cátions. A regeneração do potássio se dá a partir de formas de potássio não trocável da fração de solo. O potássio não forma compostos, como fazem o nitrogênio e o fósforo. Ele age livremente no interior da planta. Ele é importante para a formação de frutos de qualidade e resistência das plantas ao frio e às doenças. Ele age na translocação do açúcar e é necessário para a formação de aminoácidos e proteínas. Plantas bem supridas de potássio resistem mais ao murchamento. Plantas mal supridas de potássio, não resistem ao acamamento. Caules fracos ocorrem quando o nível de nitrogênio é alto e o do potássio é baixo.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Cálculo da dose de adubo para saturar parte da CTC

A análise de um solo apresenta os seguintes resultados:
K = 0,8 mmolc/ dm3
Ca = 0,7 cmolc/dm3
Mg = 0,3 cmolc/dm3
(H+ + Al³+) = 5,5 cmolc/dm³

Na aplicação do calcário pretendemos elevar o pH a 6,0. Com esta prática haveria uma liberação de cargas negativas equivalentes a 65% da Capacidade de Troca de Cátions – CTC a pH 7,0. Queremos que 3,5% da CTC seja saturada com potássio. Precisaríamos incorporar ao solo um adubo potássico – o cloreto de potássio. Qual a quantidade de KCl será necessário?.
1° Passo: Calcular a soma de bases (S)
S= Ca + Mg + K
Precisamos transformar K = 8 mmolc/ dm³ em cmolc/dm³.
Os demais cátions estão expressos em cmolc/dm³. Então, precisamos converter o K para cmolc/dm³.
K = 0,8 / 10 = 0,08 cmolc/dm³

S = 0,7+0,3+0,08 = 1,08 cmolc/dm³

2° Passo: Calcular a CTC a pH 7,0 (T)

T = S + (H+ + Al³+)
T = 1,08+5,5 = 6,58 cmolc/dm³

A CTC a pH 7,0 deste solo é igual a 6,58 cmolc/dm3. Sessenta por cento (65%) desta CTC corresponderia:
100% ........................ 6,58 cmolc/dm³
65% ........................   X cmolc/dm³
X = 65 x 6,58 / 100 = 4,27 cmolc/dm³

Deste valor 4,27, deve-se ocupar 3,5% com K
100% .......... 4,27 cmolc/dm³
3,5% ..........  X  cmolc/dm³K
X = 3,5 x 4,27 / 100 = 0,149 cmolc /dm³ K

3° Passo: calcular a reposição de potássio (K)
O solo, já possui 0,08 cmolc de K/dm³
Portanto, 0,149 – 0,08 = 0,069 cmolc de K/dm³ que faltam para se ter 3,5% da CTC a pH 6,0 ocupada por potássio.
Pela tabela 1 (veja mais abaixo) o coeficiente para transformar cmolc/ dm³ de K em g K é 0,3909. Então 0,069 x 0,3909 = 0,026972 g/dm³ de K

Pela Tabela II para transformar-se g/dm³ em kg/ha deve-se multiplicar por 2.000. Logo:


0,026972 g/dm3 de K x 2.000 = 53,94 kg/ha de K.

4° Passo: transformar K em K2O
Mas no fertilizante cloreto de potássio, o potássio está na forma K2O. Então, teremos que transformar os valores de K em K2O.
Para isto, usamos a Tabela 1 e encontramos o fator de conversão de 1,20458.


53,94 kg/ha x 1,20458 = 64,97 kg /ha de K2O.

5° Passo: calcular a quantidade de adubo potássico
Como o cloreto de potássio (KCl) tem 60% de K2O,
100 kg de KCl...................60 kg de K2O
X .kg de KCl ....................64,97 kg/ha de K2O
X = 64,97 x 100 / 60 = 108 kg/ha de KCl

terça-feira, 12 de maio de 2009

Calculando as matérias-primas numa fórmula de fertilizante.

Numa indústria, os químicos são responsáveis pelo cálculo das formulações que são enviadas ao parque industrial onde estão as matérias-primas estocadas e os equipamentos de moagem, granuladores, misturadores, ensacadores etc. Tudo supervisionado por uma equipe de engenheiros de diversas especialidades.
A fórmula é calculada com base em 1.000 kg de matérias-primas, depois registrada nos orgãos governamentais competentes. Após obtido o registro, o produto começa a ser industrializado e depois comercializado.
Para isto devemos saber quais as matérias-primas que podem ser utilizadas.
Nós temos formulações:
· NPK (que contém os três principais nutrientes, nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). Por exemplo a fórmula 5 – 30 - 15
· NP que contém somente nitrogênio e fósforo. Por exemplo: 05 – 20 – 00 ou as matérias-primas Fosfatos monoamônio e diamônio;
· PK que possuem somente fósforo e potássio. Exemplo: 0 – 30 – 15
· NK que possuem nitrogênio e potássio. Exemplo: 10 – 0 – 15 e nitrato de potásio.

Nós devemos conhecer, também, as matérias primas que podem ser utilizadas.
1. Como fonte de nitrogênio mais utilizadas são a uréia com 45% de N. O sulfato de amônio com 20% de N. O fosfato monoamônio - MAP com 11% de N e 60% de P2O5. O fosfato diamônio - DAP com 17% de N e 47% de P2O5;
2. Como fonte de fósforo, os superfosfato simples com 18% de P2O5. O superfosfato triplo com 41% deP2O5 e os fosfatos MAP e DAP;
3. Como fonte de potássio, o cloreto de potássio com 60% de K2O. é o mais utilizado como fonte de K2O.
As garantias expressas acima são as garantias mínimas determinadas pela Legislação Brasileira de Fertilizantes. Claro que podemos encontrar matérias-primas com teores um pouco maior mas o importante é que não podem ser comercializadas se não atenderem os requisitos mínimos.
Sabendo isto tudo, estamos aptos a calcular uma fórmula de fertilizantes. Chamo a atenção que a fórmula cujo resultado chegaremos não é a única pois com as mesmas garantias de nutrientes podemos ter várias composições. O importante é chegar no resultado final que expresse a garantia dos nutrientes. As indústrias, também, utilizam as matérias-primas que elas têm na ocasião da fabricação da mistura.

Vamos supor o cálculo da fórmula 5 – 30 – 15 que contem 5% de N, 30% de P2O5 e 15% de K2O. Isto quer dizer que em 100 kg teremos 5 kg de N, 30 kg de P2O5 e 15 kg de K2O. Em 1.000 kg, 50 kg de N, 300 kg de P2O5 e 150 kg de K2O. Por hipótese, as matérias-primas disponíveis são:
Fosfato diamônio (DAP) – 17% de N e 47% de P2O5
Superfosfato simples (SS): 18% de P2O5
Superfosfato triplo (ST): 42% de P2O5
Cloreto de potássio (KCl) – 60% de K2O

1° Passo - partir de um nutriente fornecido por uma só matéria-prima
Neste caso, este nutriente é o potássio na fórmula expresso por 15% de K2O.
Toda fórmula de fertilizante é calculada para 1.000 kg. Neste caso, precisamos 150 kg de K2O.
100 kg de KCl ............. 60 kg K2O
X ................................ 150 kg K2O
X = 150 x 100 / 60 = 250 kg/t de KCL

2° Passo – calcular os demais nutrientes
Faltam, portanto, 750 kg de matéria-prima para fechar os 1.000 kg.
Vamos partir, agora, para o nitrogênio (N) e fósforo (P) pois temos duas matérias-primas que fornecem o nitrogênio e o fósforo – o MAP e o DAP. Vamos escolher o DAP.
100 kg de DAP ............... 17 kg de N
X ............................50 kg de N
X = 50 x 100 / 17; X = 294 kg/t DAP = 294 kg/t
Como o DAP também fornece P2O5,
100 kg de DAP ................ 47 kg de P2O5
294 kg de DAP ................ X
X = 294 x 47 / 100 = 138,18 kg/t de P2O5

Precisamos de 300 kg de P2O5. Como já temos 138,18 kg, estão faltando 161,82 kg de P2O5. Ou seja, 16,18%. Em matérias-primas, temos os 250 kg de KCl e os 294 kg do DAP que somam 544 kg. Faltam, portanto 456 kg de matérias-primas que vão ser distribuídos entre os SS e ST.
Aqui vamos aplicar uma equação matemática. a = superfosfato simples (18%) b = superfosfato triplo (42%)
(1) 18 a + 42 b = 16.180 (16,18 x 1000)
(2) a + b = 456 kg ; logo:  b = 456 – a
Substituindo (b) na equação acima (1), teremos:
18 a + 42 (456 – a ) = 16.180
18 a + 19.152– 42 a = 16.180;
18a - 42 a = 16.180 – 19.152
-24 a = -2.972   .'.  multiplicando por (-1) teremos
24 a = 2.972
a = 2.972 / 24 = 123 kg/t de superfosfato simples
Para achar o superfosfato triplo (b) vá na equação (2) e substitua a = 123 .'. b = 456 – a   .'. b = 456 – 123 = 333 kg/t de superfosfato triplo
Está pronta a nossa formula 5 – 30 – 15 Vamos conferir?
250 kg de cloreto de potássio KCL = 250 x 60 / 1000 = 15% de K2O
294 kg de fosfato diamônio DAP = 294 x 18 N / 1000 = 5% de N e DAP = 294 x 47 de P / 1000 = 13,818% de P2O5
123 kg de supersimples = 123 x 18 P2O5/1000 = 2,214% de P2O5
357 kg de supertriplo = 333 x 42 P2O5/1000 = 13,986% de P2O5
Somando as matérias-primas = 250+294+123+333 = 1.000 kg
Somando os nutrientes
Nutriente P (P2O5) = 13,818+2,214+13,986 = 30%
Nutriente N = 5%
Nutriente Potássio (K2O) = 15%

Além disto, o superfosfato simples contém na sua formulação 8% de enxofre (S) enquanto o supertriplo contém 10% de Ca.
Supersimples – 123 x 8 S /1.000 = 0,98% de S
Superfosfato triplo – 333 x 10 Ca /1.000= 3,3% de Ca