O que é sequestro de carbono? O sequestro de carbono significa capturar parte do gás carbônico (CO2) da atmosfera e armazená-lo no solo. Ele começa a partir das plantas, através da fotossíntese. As plantas colaboram nesta missão de sequestrar carbono, através do processo de fotossíntese, associado ao sistema de plantio direto e rotação de culturas, armazenando grande quantidade de carbono no solo. Quantidade maior do que aquela que é emitida para atmosfera. No processo de decomposição dos resíduos orgânicos, 15 a 25% deles podem ser convertidos em carbono orgânico no solo, e o restante volta para a atmosfera.
A integração lavoura-pecuária tem um papel importante no sequestro de carbono. O produtor planta um cereal, colhe o grão e, após, semeia uma pastagem que cobrirá o solo. O uso de plantas perenes é viável, como o café, pois o produtor pode plantar, nas entrelinhas desta planta, uma outra cultura e manter o solo coberto.
Quais as vantagens do carbono para o solo? O carbono traz grandes vantagens para o solo, como melhor agregação, maior porosidade, melhor infiltração e armazenamento de água, onde as plantas encontram condições ideais para desenvolverem o seu sistema radicular em profundidade, resistindo melhor ao veranico e absorvendo os nutrientes contidos nas camadas mais profundas. Estudos feitos pela Embrapa mostram que o sistema convencional acumula duas vezes menos carbono que o sistema de plantio direto. Pastagens de braquiárias podem acumular mais carbono no solo do que aquele existente na mata nativa. No Brasil, 75% do CO2 emitido para a atmosfera deriva de práticas agrícolas e do desmatamento. Somente 25% provêm da queima de combustíveis fósseis. A colheita mecanizada da cana-de-açúcar aumenta o estoque de carbono no solo, pelo simples fato de deixar a palha cobrindo a superfície do solo, onde ela se decompõe. Ao contrário da queima das folhas. A conservação de pastagens degradadas, nos canaviais, deve aumentar a quantidade de carbono no solo. A idéia é transferir CO2 do ar para a planta, e desta para o solo, sem usar a "queima". Segundo Carlos Cerri, professor do CENA, a colheita mecanizada pode acumular até três toneladas de carbono, em três anos, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa gerados pela produção do etanol.
Como calcular o estoque de carbono por hectare?
Por exemplo, uma análise de solo acusou um teor de matéria orgânica (MO) de 50 g/dm³.
Ora, MO = C x 1,72
C = MO / 1,72
C = 50/1,72 = 29 g/dm³.
Num hectare, considerando 20 cm de profundidade e densidade igual a 1, teremos 2.000 m3 ou 2.000.000 dm³.
Então:
em 1 dm³ temos ..................... 29 g de carbono
em 2.000.000 dm³ teremos ..........X..g carbono........
X = 58.000.000 g de carbono ou 58 t de C/ha.
Como acumular carbono no solo?
1. O solo não deve ser revolvido. A aração e gradagem provocam perdas de carbono do solo. Aqui, uma vantagem do plantio direto, em mais de 20 milhões de hectares, que acumula carbono ao longo dos anos;
2. Plantas com abundância no sistema radicular e raízes profundas, mais parte aérea bem desenvolvida, ou seja, grande produção de massa verde, depositam mais resíduos, que acumulam carbono no solo;
3. O nitrogênio é determinante e importante. Se mais N é exportado pelas colheitas ou é perdido pela lixiviação, pela volatilização, menos carbono é acumulado. A matéria orgânica do solo tem uma relação C/N de 10 a 13:1. Isto é, para cada 10 a 13 partes de carbono é necessária uma unidade de nitrogênio. A perda de uma unidade de nitrogênio provoca a perda de 10 a 13 unidades de carbono. As leguminosas, como adubação verde, proporcionam mais entrada de N e, consequentemente, maior sequestro de carbono no solo. O solo contém, em média, 2.500 bilhões de toneladas de carbono. O solo é um reservatório de carbono.
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