quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Produção do Composto na Propriedade Rural

A compostagem é produzida a partir de resíduos vegetais e  animais misturados ao esterco. Portanto, o produtor poderá usar todos os produtos da propriedade. Na compostagem a relação C/N deve ser próxima de 30:1. Esta relação é importante porque se for alta há uma diminuição das atividades dos microorganismos por falta de N, com demora na decomposição; se for mais baixa, há um excesso de N que faz com que a decomposição seja mais rápida, ocasionando mau cheiro no composto. A mistura dos resíduos devem guardar uma proporção de 70% de material fibroso, como palha, e 30% de esterco. Na compostagem pode
ser adicionado outros produtos (suplementação) como fosfato natural, termofosfatos, cinzas, pó de rocha, borra de café, etc.
Formação da pilha
A primeira camada deve ser de material fibroso, com 30 cm de altura, o que impede a perda de N para o solo. A segunda camada, de 10 cm de altura, deve conter material rico em N. Nesta segunda camada é que se mistura o esterco. Sobre esta camada se coloca os materiais de suplementação. A altura da pilha deve ter 1,2 m e largura até 1,5 m. A sequência de continuação é a mesma. A última camada deve ser de material fibroso. A pilha deve ser protegida do sol excessivo, do vento e da chuva. Procurar um local com sombra e cobrir a pilha com plástico ou com folhas longas e largas.
O teor de umidade deve andar em torno de 40 a 60%. A pilha deve ser revolvida a cada 3 dias, se a umidade estiver entre 40 e 60%, e a cada 2 dias se a umidade for entre 60 e 70%. Se na formação da pilha o material estiver seco recomenda-se umedecer com água, mas não em excesso. Quando a umidade for baixa, a pilha deve ser regada o suficiente para evitar perdas de nutrientes pelo escorrimento.
Manter a pilha bem arejada, pois isto permite uma decomposição mais rápida dos resíduos. Durante os primeiros 15 dias, a temperatura é de 50 a 70%. Se a temperatura se elevar muito, revolver a pilha a cada 5 dias. Depois de 15 dias, revolver a pilha a cada 10 dias. Um composto está pronto quando a pilha apresentar um volume de 1/3 do original, não sendo possível identificar seus componentes, uma coloração marrom e cheiro de terra.
O bagaço de cana, muito disponível, pode ser misturado com esterco de animais e outros resíduos de vegetais e casca de café. O IAC/SP recomenda utilizar 4 volumes de bagaço para 1 volume de esterco animal. Neste caso, a pilha é formada de uma camada de 40 cm de bagaço, depois sobre o bagaço uma camada de 10 cm de esterco, e assim sucessivamente até atingir a altura de 1,5 m. Acima da pilha acrescentar uma camada de 2 a 3 cm contendo fosfato natural pulverizado ou supersimples pó, para enriquecer o produto com nutrientes, como P, Ca, S e micronutrientes. A largura da pilha não deve ser maior que 3 m. A cura do composto se dá em 3 meses. Se o composto está a céu aberto, a cura poderá ser mais demorada, ou seja, entre 4 e 5 meses. Quando humificado, o composto tem uma coloração escura, no máximo 25% de umidade, pH maior que 6,0 e relação C/N entre 10 e 15/1.
Na lavoura, o composto deve ser aplicado 30 dias antes do plantio ou semeadura. No cálculo da quantidade de composto, a ser adicionado ao solo, deve-se levar em consideração o resultado da análise de terra, o teor de matéria orgânica do solo, a textura do solo e o tipo de cultura. Geralmente, em solos férteis são aplicados 10 t de composto por hectare, e nos solos de baixa fertilidade ou degradados, 20 a 30 t/ha. O composto deve ser aplicado próximo ao plantio, antes da aração, e incorporado na camada de 0-15 cm. Em hortaliças, encontra-se na literatura recomendação de 5 kg/m² de canteiro e incorporado na camada de 0-8 cm. Nos pomares, ele deve ser incorporado na projeção da copa das árvores, cuidando para não danificar as raízes. A quantidade aplicada varia de 5 a 50 t/ha conforme o produtor desejar uma adubação fraca ou mais pesada.
Na produção do composto manter cuidado com a umidade e a oxigenação. Não deve haver excesso de umidade, pois tem reflexos negativos na oxigenação, como não pode faltar umidade para possibilitar a ação dos microorganismos e controle da temperatura. Umidade sem excesso, sem escorrimento. A oxigenação é importante, também, para a ação dos microorganismos. A oxigenação é feita através do revolvimento das camadas da pilha.
A relação C/N deve ser levada em conta, na formação do composto, ou seja, 30:1. O carbono (C) é fonte de energia, enquanto o nitrogênio (N) é fundamental na reprodução dos microorganismos. Os resíduos de palha são ricos em C e os estercos de animais são ricos em N. Na formação do composto, os resíduos devem ser triturados, pois quanto menor o tamanho das partículas mais rápida é a decomposição dos resíduos, facilitando uma maior aeração e menor compactação.  
Segundo Vinicius Benitez, pesquisador da Embrapa Solos, em artigo no Portal Dia de Campo, cuidar de um composto é a mesma coisa que cuidar de um animal. Manter a umidade, a oxigenação através do revolvimento das pilhas e monitorar a temperatura. Ele ensina como produzir composto orgânico a partir de uma granja com 25 mil frangos de corte e uma produção anual de 700 toneladas de cama de aviário. Acesse o link a seguir para ler o artigo:
OUTROS ARTIGOS PARA LER

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente, manisfeste a sua experiência, a sua dúvida, utilizando a parte de comentários.