A compostagem é produzida a partir de resíduos vegetais e animais misturados ao esterco. Portanto, o produtor poderá usar todos os produtos da propriedade. Na compostagem a relação C/N deve ser próxima de 30:1. Esta relação é importante porque se for alta há uma diminuição das atividades dos microorganismos por falta de N, com demora na decomposição; se for mais baixa, há um excesso de N que faz com que a decomposição seja mais rápida, ocasionando mau cheiro no composto. A mistura dos resíduos devem guardar uma proporção de 70% de material fibroso, como palha, e 30% de esterco. Na compostagem pode
ser adicionado outros produtos (suplementação) como fosfato natural, termofosfatos, cinzas, pó de rocha, borra de café, etc.
ser adicionado outros produtos (suplementação) como fosfato natural, termofosfatos, cinzas, pó de rocha, borra de café, etc.
Formação da pilha
A primeira camada deve ser de material fibroso, com 30 cm de altura, o que impede a perda de N para o solo. A segunda camada, de 10 cm de altura, deve conter material rico em N. Nesta segunda camada é que se mistura o esterco. Sobre esta camada se coloca os materiais de suplementação. A altura da pilha deve ter 1,2 m e largura até 1,5 m. A sequência de continuação é a mesma. A última camada deve ser de material fibroso. A pilha deve ser protegida do sol excessivo, do vento e da chuva. Procurar um local com sombra e cobrir a pilha com plástico ou com folhas longas e largas.
O teor de umidade deve andar em torno de 40 a 60%. A pilha deve ser revolvida a cada 3 dias, se a umidade estiver entre 40 e 60%, e a cada 2 dias se a umidade for entre 60 e 70%. Se na formação da pilha o material estiver seco recomenda-se umedecer com água, mas não em excesso. Quando a umidade for baixa, a pilha deve ser regada o suficiente para evitar perdas de nutrientes pelo escorrimento.
Manter a pilha bem arejada, pois isto permite uma decomposição mais rápida dos resíduos. Durante os primeiros 15 dias, a temperatura é de 50 a 70%. Se a temperatura se elevar muito, revolver a pilha a cada 5 dias. Depois de 15 dias, revolver a pilha a cada 10 dias. Um composto está pronto quando a pilha apresentar um volume de 1/3 do original, não sendo possível identificar seus componentes, uma coloração marrom e cheiro de terra.
O bagaço de cana, muito disponível, pode ser misturado com esterco de animais e outros resíduos de vegetais e casca de café. O IAC/SP recomenda utilizar 4 volumes de bagaço para 1 volume de esterco animal. Neste caso, a pilha é formada de uma camada de 40 cm de bagaço, depois sobre o bagaço uma camada de 10 cm de esterco, e assim sucessivamente até atingir a altura de 1,5 m. Acima da pilha acrescentar uma camada de 2 a 3 cm contendo fosfato natural pulverizado ou supersimples pó, para enriquecer o produto com nutrientes, como P, Ca, S e micronutrientes. A largura da pilha não deve ser maior que 3 m. A cura do composto se dá em 3 meses. Se o composto está a céu aberto, a cura poderá ser mais demorada, ou seja, entre 4 e 5 meses. Quando humificado, o composto tem uma coloração escura, no máximo 25% de umidade, pH maior que 6,0 e relação C/N entre 10 e 15/1.
Na lavoura, o composto deve ser aplicado 30 dias antes do plantio ou semeadura. No cálculo da quantidade de composto, a ser adicionado ao solo, deve-se levar em consideração o resultado da análise de terra, o teor de matéria orgânica do solo, a textura do solo e o tipo de cultura. Geralmente, em solos férteis são aplicados 10 t de composto por hectare, e nos solos de baixa fertilidade ou degradados, 20 a 30 t/ha. O composto deve ser aplicado próximo ao plantio, antes da aração, e incorporado na camada de 0-15 cm. Em hortaliças, encontra-se na literatura recomendação de 5 kg/m² de canteiro e incorporado na camada de 0-8 cm. Nos pomares, ele deve ser incorporado na projeção da copa das árvores, cuidando para não danificar as raízes. A quantidade aplicada varia de 5 a 50 t/ha conforme o produtor desejar uma adubação fraca ou mais pesada.
Na produção do composto manter cuidado com a umidade e a oxigenação. Não deve haver excesso de umidade, pois tem reflexos negativos na oxigenação, como não pode faltar umidade para possibilitar a ação dos microorganismos e controle da temperatura. Umidade sem excesso, sem escorrimento. A oxigenação é importante, também, para a ação dos microorganismos. A oxigenação é feita através do revolvimento das camadas da pilha.
A relação C/N deve ser levada em conta, na formação do composto, ou seja, 30:1. O carbono (C) é fonte de energia, enquanto o nitrogênio (N) é fundamental na reprodução dos microorganismos. Os resíduos de palha são ricos em C e os estercos de animais são ricos em N. Na formação do composto, os resíduos devem ser triturados, pois quanto menor o tamanho das partículas mais rápida é a decomposição dos resíduos, facilitando uma maior aeração e menor compactação.
Segundo Vinicius Benitez, pesquisador da Embrapa Solos, em artigo no Portal Dia de Campo, cuidar de um composto é a mesma coisa que cuidar de um animal. Manter a umidade, a oxigenação através do revolvimento das pilhas e monitorar a temperatura. Ele ensina como produzir composto orgânico a partir de uma granja com 25 mil frangos de corte e uma produção anual de 700 toneladas de cama de aviário. Acesse o link a seguir para ler o artigo:
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