quarta-feira, 8 de abril de 2009

Agrotóxicos - Um pouco de História

A mais antiga referência do uso de produtos químicos vem do antigo Egito com o uso de fumigação para reduzir as manifestações em grãos armazenados.

1000 AC - Homero, na Odisséia, recomenda o uso de enxofre na forma de fumigação. Isto é usado até hoje. Na China, era usado o arsênico em tratamento de sementes.

200 AC - Cato, em Roma, descreve o uso de betume (asfalto) para produzir inseticida para controlar pestes em videiras. Também, em Roma, o extrato de várias ervas era utilizado no combate às pulgas.

400 – 500 DC até a Renascença - Continua a ser usado o enxofre e o arsênico. Não há referências a outro produto químico.

1755 - Os alemães passaram a usar o arsênico e o cloreto de mercúrio no tratamento das sementes de trigo contra às doenças “cárie” e “carvão”.

1798 - Malthus descreve o “ Princípio da População “: os alimentos crescem em progressão aritmética enquanto a população cresce em progressão geométrica “. Resultado – FOME INEVITÁVEL.

1845 - A alimentação básica na Irlanda era a batata. Fazia-se de tudo com a batata. Para aumentar a produtividade, importaram batatas do Peru que vieram infestadas com um fungo (Phythophthora infestans). Nos anos chuvosos de 1845 a 1847, o fungo destruiu os batatais irlandeses e impossibilitou novos plantios devido à infestação nos solos. Por causa disto, um milhão de pessoas morreram e outras tantas migraram para os Estados Unidos. Esta crise irlandesa despertou na comunidade européia a pesquisa e o uso de agrotóxicos.

1883 - O médico Pierre Alexis Millardet descobre a calda bordaleza, um fungicida a base de cobre.

1915 - Surge o primeiro produto produzido pela Bayer com o nome comercial de Uspulum.

1930 – 1940 - Desenvolvimento de uma série de fungicidas do grupo ditiocarbamato. Se verifica o primeiro controle parcial da doença que devastara os batatais da Irlanda.

1942 - Descoberta do DDT. Foi a mais espetacular descoberta por eliminar todos os insetos conhecidos na época, embora 28 anos mais tarde (1970) já tinha sido detectado 450 espécies de insetos resistentes ao DDT.
Neste mesmo ano, na Índia, uma doença causada por fungo (Helminthosporium orysae) no arroz, destrói todas as plantações levando 2 milhões de pessoas à morte por fome.

1943 - Começa a Revolução Verde. A Fundação Rockfeller envia uma equipe de fitopatologistas e geneticistas para o México. Dentre eles, estava Norman Borlang que receberia em 1966 o prêmio Nobel da Paz. Esta equipe conseguiu variedades de alta produtividade. Como conseqüência, o México que era antes importador de cereais passou a ser grande exportador de seus excedentes de milho e trigo.

1962 - A Fundação Rockfeller se associa a Ford e repete a mesma atuação na Ásia com a cultura do arroz, fundando nas Filipinas um Instituto de Pesquisa do Arroz. Chegara o período da prosperidade.
A Revolução Verde incrementou o uso de fertilizantes, irrigação e o uso de agrotóxicos. A produtividade das culturas aumentou. As lavouras que continuavam no sistema tradicional apresentavam produções insignificantes se comparadas àquelas da Revolução Verde.

1988 - A Índia produziu mais arroz por habitante do que em 1966 a despeito da população, neste período, ter crescido 100 milhões.

Mas a partir da Revolução Verde começaram os impactos ambientais e
a natureza passou a mostrar-se “frágil”.
Segundo o Ministério da Saúde, a venda de agrotóxicos cresceu 250% no período de 1966 a 1981.
Mas como acontece com tudo, há necessidade de serem tomadas medidas de proteção. E os agrotóxicos usados com as precauções necessárias não oferecem perigo.
Até a 2ª Guerra Mundial, as quantidades de agrotóxicos usadas eram muito pequenas e os equipamentos de aplicação muito rústicos.








Após o final da 2ª Guerra, as lavouras dos Estados Unidos apresentaram um grande desenvolvimento. Isto favoreceu para que os pilotos de aviões-caça que estavam desempregados tornarem-se pilotos agrícolas. Os aviões de treinamento e combate foram transformados em aviões pulverizadores. As adaptações de tambores e mangueiras foram as mais rústicas bem como os equipamentos que utilizavam na época. Tecnologia de aplicação não existia e os agrotóxicos eram usados indiscriminadamente.
A falta de informação sobre o perigo dos produtos era grande. No preparo da calda do DDT, recomendava-se que fosse misturado com água em um recipiente e a calda era agitada com o braço e com a mão aberta para facilitar a mistura. Os problemas oriundos desta prática só iriam aparecer 20 a 30 anos após o contato com a pele pois o DDT precisa ser bastante absorvido pelo organismo para fazer mal à saúde.
Quando o trabalhador fazia o preparo da calda com um organofosforado, como fazia com o DDT, caía morto na hora sem tempo para receber atendimento médico. O organofosforado para fazer mal à saúde precisa pouco produto.
Nos anos 70, a aviação agrícola explodiu no Brasil e os agrotóxicos passaram a ser usados mais tecnicamente.


Nos anos 80 e 90 os produtos químicos evoluíram rapidamente. Apareceram os carbamatos, os piretróides, etc. As doses recomendadas foram reduzidas em 80% se comparadas aos anos 60 e 70.

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