segunda-feira, 6 de abril de 2009

PRODUÇÃO E CONSUMO DE FERTILIZANTES


A ANDA estima que em 2025 a população mundial será de 8,3 milhões; a demanda de alimentos na ordem de 3,97 bilhões e a produtividade 4,5 t/ha. Entretanto, a população mundial irá aumentar ano a ano e a área agricultável vem caindo. A relação projetada para a população mundial é de 61% na área urbana e 39% na área rural. Se confrontarmos há 30 anos, a relação era de 53% na rural e 47% na urbana. A população do campo está vindo para a cidade.
A área agricultável do Brasil é de 550 milhões de hectares que corresponde a área total de 32 países da Europa.
O Brasil é um dos grandes importadores de fertilizantes mas o 4° maior consumidor que representa 2% da produção mundial. Em 2007, as importações representavam 74% do segmento de fertilizantes. Quanto ao nitrogênio (N), a produção é 25% para uma importação de 75%;o fósforo de 51% para 49%; o potássio de 91% para 9%.
No mundo, houve um aumento na demanda em relação a oferta. Alguns países reduziram a oferta enquanto outros como os EUA, China, Rússia, Ucrânia, aumentaram a demanda. A India e a China aumentaram os subsídios para a compra de fertilizantes. Impostos elevados para exportação, como o caso da China, que nos nitrogenados é de 130 a 135% e nos fosfatados de 130-135%. Na Rússia, ele fica em 8,5%.
O aumento nos custos de produção dos fertilizantes ocasionados pelo petróleo, enxofre, amônia, rocha fosfática e mais os fretes contribuíram também para este quadro.
A entrega de fertilizantes, no Brasil, atingiram em 2007 a 24,6 milhões de toneladas sendo que os Estados - por ordem de maior entrega - MT, SP, PR, MG e RS atingiu a 69,5% ou 17 milhões de toneladas. O maior pico de entrega foi em 2003 e 2004, para cair em 2005 e 2006 e voltar a subir em 2007 (superior a 2003 e 2004). Para 2008, esperavam atingir um acréscimo de 6,5%.
Quanto á produção de fertilizantes, o Brasil registrou queda em relação a Uréia (15,8%), DAP (-60%) e KCl (-8,2%), e nos fertilizantes complexos (-1,4%).
O aumento de produção de fertilizantes verificou-se no sulfato de amônio (10,9), e nos fosfatados: supersimples (27%), supertriplo (22%) e os termofosfatos (52,5%). No geral, o aumento em 2007 na produção nacional de fertilizantes foi de 11,9%.
Segundo o Diretor - Executivo da ANDA, Sr. Eduardo Daher,em entrevista para o INRE, a crise internacional de crédito, o aumento da taxa de câmbio, no auge da safra, pegaram as empresas de surpresa. Segundo Daher, a produção de fertilizantes agravada por pesadas taxas de ICMS (8,4%), os juros altos, a alíquota de importação igual a ZERO, não induz a altos investimentos em nova fábricas. Além disto as empresas deveriam virar o ano com estoques elevados, o dobro do que era esperado.
Por outro lado, as empresas de fertilizantes encontram problemas na distribuição do adubo no momento do pico da entrega dos pedidos. O sistema portuário é péssimo, a malha ferroviária é insuficiente e de má qualidade, enquanto o rodoviário é caro e encontra estradas mal conservadas
Nos últimos anos 10 anos a produção de grãos aumentou 50% enquanto a capacidade de estocagem cresceu 18%.
Segundo Daher, a nova safra agrícola poderá ser prejudicada pela falta de crédito. Poucos agricultores e pecuaristas vão se beneficiar dele
FONTES: ANDA relatório, e INRE - 03/12/2008

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