Segundo a Presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, o Brasil tem condições de produzir 400 milhões de toneladas de alimentos até 2050. A meta da FAO é uma produção mundial de 2,8 bilhões de toneladas para alimentar 9 bilhões de pessoas em 2050. Isto tudo com ganhos de produtividade, sem desmatamento para incorporação de novas áreas. Desmatamento zero. As 400 milhões de toneladas
representam um acréscimo de 135%, pois, atualmente, a produção brasileira atinge 170 milhões de toneladas de grãos. É uma meta significativa e para alcançá-la, apenas usando ganhos de produtividade, várias ações deverão ser realizadas. Não se consegue aumentar produtividade em terras não férteis, sem reposição de nutrientes e sem neutralização da acidez do solo; em áreas degradadas; sem a utilização de variedades de alto potencial de produção e resistentes às pragas, doenças e à seca; sem utilização de irrigação em áreas sujeitas às estiagens; sem controle na emissão de gases de efeito estufa; sem aproveitamento dos resíduos das culturas e incorporação dos mesmos, beneficiando a reciclagem de nutrientes; sem emprego da rotação de culturas em áreas de monocultura; sem adoção de medidas conservacionistas, e uma série de práticas e tecnologia modernas que contribuem para o aumento da produtividade. Enfim, a necessidade de uma Agricultura Sustentável e Proteção do Meio Ambiente.
Na ponta, cabe ao produtor rural fazer cumprir as metas governamentais. Mas, para cumprir a meta de 400 milhões de toneladas de alimentos, o produtor rural precisa estar bem acompanhado por uma assistência técnica atuante. Produtor rural alijado da assistência técnica e de recursos creditícios não conseguirá dobrar esta produtividade. A assistência técnica existente no Brasil é muito boa, mas carece de maior número de técnicos e empresas para levarem a cabo este empreendimento. Há necessidade de torná-la mais forte e mais presente junto ao produtor rural. As entidades de pesquisa, como a Embrapa, estão desenvolvendo a criação de novas variedades com potencial de produção, e muitas já estão sendo lançadas no mercado. A Agricultura de Precisão está crescendo e vai se constituir num grande marco para o aumento da produção brasileira e para uma agricultura sustentável. A recuperação de áreas degradadas trará um grande benefício no aumento da produtividade, sem desmatamento. Reaproveitando bem estas áreas, podemos incrementar a produção de grãos, carne e leite, com a implantação do sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta - ILPF. Surge a assistência ao produtor como um dos pilares para se alcançar a proposta de aumentar a produção de alimentos. O aumento do número de técnicos ligados à empresas de assistência técnica e órgãos de pesquisa é fator preponderante para buscar este objetivo. O treinamento e a capacitação dos técnicos devem ser incentivados a fim de preparar pessoal capacitado para lidar junto ao produtor rural na condução das atividades inerentes a maior produtividade das plantas.
O maior problema está na autossuficiência em fertilizantes. O setor de fertilizantes diz que o Brasil é insuficiente na produção de adubos. Ora, os fertilizantes, bem empregados e melhorando a sua eficiência no solo, são essenciais no suprimento de nutrientes para o crescimento e produção das plantas. Os nutrientes não podem faltar no solo, pois basta apenas um deles estar deficiente, para comprometer toda a produção.
Ou se busca a autossufiência em produção de fertilizantes, ou métodos para aumentar a sua eficiência no solo, evitando perdas, ou iremos continuar aumentando a importação dos mesmos. Para aumentar a produção, a planta precisa extrair mais nutrientes do solo. Mais fertilizantes serão necessários. Porém, isto até um certo limite. Pela Lei dos Acréscimos não Proporcionais, as plantas respondem até um certo limite às aplicações maiores de fertilizantes. Num solo com deficiência de nutrientes há resposta da planta à aplicação do fertilizante. Entretanto, aplicações crescentes não aumentam a produção proporcionalmente. A partir de um limite, as plantas não reagem satisfatoriamente à aplicação de quantidades crescentes de adubos, e a produção não apresenta mais lucro. Então, torna-se necessário a criação de variedades com alto potencial de produção. O Brasil importa muita matéria-prima para a produção de fertilizantes, principalmente para a produção de NPK, que cresce conforme a demanda dos mesmos no cenário brasileiro. Em 2011, as importações de NPK cresceram desta maneira: 57% para o cloreto de potássio, 140% para o fosfato de amônio e 85% para a uréia . Apesar de possuirmos recursos naturais de potássio, há necessidade, ainda, de importar uma parte para atender à demanda interna por causa do preço e garantia de fornecimento. Com a uréia ocorre o mesmo. Os preços lá fora são mais baixos que o preço interno. O Brasil importa 67% da uréia e 25% da amônia consumida no país.
Portanto, é um entrave para atingir a meta proposta de produzir alimentos em larga escala. Estudos deverão ser feitos para contornar este problema. Ou pela incorporação no solo dos restos de culturas, ou transformando-os em composto para aumentar a disponibilidade de nutrientes para as plantas, ou com restos de animas para a produção de organominerais, o que potencializaria a eficiência do nitrogênio, fósforo e potássio. Isto diminuiria a participação de utilização de fertilizantes químicos. A produção de fertilizantes depende do preço lá fora. Em Minas Gerais, existem rochas fosfatadas, que submetidas à acidulação na indústria de fertilizantes, forneceriam fosfatos para produção de formulações. Entretanto o frete para colocá-las na indústria, para transformar em fósforo solúvel, é muito alto, de modo que importar é mais vantajoso. Em 2009 foi lançado o Plano Nacional de Fertilizantes com o objetivo de tornar o Brasil autossuficiente na produção de adubos. mas, não sei se já saiu do papel.
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ResponderExcluirObrigado!
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Obrigado!