sexta-feira, 5 de abril de 2013

Critérios para Interpretação de Análise do Solo em alguns Estados


A produtividade de uma cultura vai depender da fertilidade do solo. Através da análise do solo, o produtor terá um quadro das condições de fertilidade em que se encontra o solo. A coleta dessa amostra de solo deve ser a mais correta para evitar erros nos resultados. A quantidade de terra que se analisa é muito pequena. Ela representa a lavoura. Por isso, todo cuidado deve ser dispensado na coleta da amostra para evitar erros ou
minimizá-los. Quem não sabe coletar uma amostra de solo, que depende de vários fatores, deve procurar ajuda de um técnico para receber orientação ou a amostra ser colhida pelo próprio técnico. As diferenças de cor do solo numa mesma área, as manchas de solo onde não cresce nada, terreno ondulado, são fatores que podem conduzir a erros, se a amostra não for bem colhida e representar a média da lavoura.
A recomendação de adubação leva em conta o teor de cada nutriente no solo, as quantidades exportadas pela cultura, e a eficiência dos fertilizantes.
Cada Estado tem a sua tabela de recomendação de calagem e adubação. Essas tabelas são obtidas de resultados experimentais com cada cultura e dependem do clima, das propriedades do solo e do nível tecnológico usado na região. Em regiões onde os produtores têm um nível maior de tecnologia e utilizam variedades com alto potencial de produção, é mister que se use recomendação maior de fertilizante, pois as expectativas de produção são bem maiores. Em virtude disso, as tabelas de calagem e adubação são diferentes para cada Estado.
A seguir, apresentamos tabelas de critérios para interpretação de análises de solo nos Estados de Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo. Sempre aconselho ao leitor procurar estas tabelas nos órgãos de pesquisa, laboratórios credenciados e escritórios de assistência técnica (como a EMATER e outros), para obtenção das mesmas. É bem possível, em algum Estado, que se encontre tabela atualizada, pois em outros as tabelas são antigas.

Estado de Pernambuco

Na Tabela 1, os critérios são do Estado de Pernambuco. Os principais nutrientes são divididos em faixas de interpretação (baixo, médio e alto) conforme o teor encontrado na análise do solo. Vejam que os teores são expressos em mmolc/dm³, com exceção do P em mg/dm³. A utilização de mmolc/dm³ deve ser feita com atenção no cálculo da necessidade de calagem, para evitar o uso de fórmula em cmolc/dm³. Leia  Cuidados no uso das unidades expressas na interpretação da análise do solo


Uma análise de solo, no Estado de Pernambuco, que mostrasse K = 1,7 mmolc/dm³, Ca = 10 mmolc/dm³, Mg = 2,5 mmolc/dm³, Al = 4,0 mmolc/dm³ e P = 12 mg/dm³, os nutrientes seriam classificados nas faixas seguintes:
P - médio (11-30 mg/dm³)
K - médio (1,2-2,3 mmolc/dm³)
Ca - baixo (< 15 mmolc/dm³)
Mg - baixo (< 5 mmolc/dm³)
Al - médio (3,1-10 mmolc/dm³)

Estado de Minas Gerais

Na Tabela 2, os critérios são para o Estado de Minas Gerais. Os nutrientes e os conceitos básicos para interpretação da análise do solo são divididos em três faixas: baixo, médio e alto. Os nutrientes e os conceitos básicos são expressos em mmolc/dm³, com exceção do P e K que são expressos em mg/dm³. Como os conceitos básicos (soma de bases, CTC efetiva, CTC a pH 7.0) devem ser expressos, nesse caso, em mmolc/dm³, o mg/dm³ de K deve ser convertido em mmolc/dm³.


1 mmolc corresponde a .............. 39,1 mg K
X mmolc/dm³ ............................. 1 mg/dm³ K
X = 1 / 39,1 = 0,02558
Então, por exemplo:
45 mg/dm³ de K x 0,02558 = 1,15 mmolc/dm³ K
Leia, também:  Como converter dag/kg em g/kg e vice-versa

Os teores de fósforo (P), expressos em mg/dm³, são classificados conforme o teor de argila do solo.
Nessa Tabela 2 já estão calculados os outros conceitos como soma de bases (SB), CTC efetiva (t) e CTC a pH 7.0 (T), complementados na Tabela 3 pelo V% e m%.
Para relembrar como se calcula os conceitos básicos, leia o artigo abaixo:
Interpretando os conceitos básicos da análise do solo

A Tabela 3, apresenta os critérios para interpretação dos conceitos de Percentagem de Saturação por Bases (V%) e Percentagem de Saturação por Alumínio (m%)
V (%) = 100 x SB  / T
m (%) = 100 x Al  / t
Na literatura encontramos autores que recomendam que acima de 10 a 20% de saturação por alumínio (m%), a calagem é imprescindível para a melhor eficiência da adubação e sucesso na produtividade das culturas.


Estado de São Paulo

Na Tabela 4, os critérios são para o Estado de São Paulo. Eles são divididos em maior número de faixas, ou seja, cinco: muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto. Os teores de P são interpretados de acordo com o tipo de exploração agrícola. Aqui, o K está expresso em mg/dm³ e deve ser feita a conversão para mmolc/dm³, como já explicamos acima.


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