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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Interpretação da Análise do Solo - Parte 1

O amigo Emmanuel Diego Oliveira, de Monte Castelo, São Paulo, nos solicitou que abordássemos um tema sobre "interpretação de análise de solos", calagem e adubação
Nos resultados da análise do solo os elementos são expressos de acordo com o SI – sistema internacional.

1° PASSO
Verificar se no resultado da análise e na tabela de recomendação os elementos estão expressos com unidades iguais. A maioria dos Estados brasileiros apresentam os resultados com os mesmos índices. Verificar a postagem do dia 23/04/2009. O fósforo (P), por exemplo, é expresso em mg/dm3, enquanto no Rio Grande do Sul é em mg/L.
Por exemplo: resultado dos teores de elementos de uma análise do solo.
PH em água – 5,3
Al - 6,8 cmolc/dm3
P – 2,8 mg/dm3
H - 36 cmolc/dm3
K – 2,5 mg/dm3
Matéria orgânica (MO)36 g/kg
Ca – 2,1 cmolc/dm3
Areia - 375 g/kg
Mg – 0,7 cmolc/dm3
Silte – 70 g/kg
Argila – 560 g/kg

2° PASSO
Verificar a tabela de interpretação referente à cultura. No resultado da análise observar em que classificação – muito baixo, baixo, médio, alto – ou em teores de nutrientes, se enquadra o solo.
Por exemplo: interpretação dos teores de fósforo (P) e potássio (K) para solos de Mato Grosso do Sul.



3° PASSO
Procurar nas tabelas de recomendação as quantidades de nutrientes a serem aplicados de acordo com a classificação deles na interpretação.
Vamos supor que o resultado da análise de solo de um produtor de Mato Grosso do Sul - MS, indicou P = 5,7 mg/dm3; K = 0,07 cmolc/dm3 e um teor de argila de 29 %.
Trata-se de um solo classificado na categoria argiloso a franco-argiloso pois contém mais de 20% de argila.
A adubação de manutenção recomendada para trigo em teores de nutrientes no MS é a seguinte:
(Chamamos a atenção que a recomendação abaixo refere-se ao fertilizante aplicado na semeadura. No MS, a recomendação de N em cobertura é, na média, de 30 kg/ha).



4° PASSO
De posse da quantidade de nutrientes, trabalhar no tipo de fórmulas de fertilizantes a serem recomendadas de maneira que as quantidades aplicadas por hectare supram as necessidades das plantas conforme a recomendação das tabelas fornecidas pela pesquisa.
O solo do nosso produtor está classificado com P e K baixos e é um solo franco-argiloso.
Portanto as recomendações para este produtor aplicar em nutrientes no solo é 5 a 15 kg/ha de N, 60 a 75 kg/ha de P2O5 e 45 Kg/ha de K2O. A quantidade de N é para ser usada na semeadura. Em cobertura a recomendação média para o MS é de 30 kg/ha quando o trigo estiver com 20 a 30 cm de altura.
Falta, então, achar a fórmula de fertilizante e a necessidade de calcário. Isto vai ser assunto para a 2ª e 3ª parte desta matéria.
Parte 2 (clique aqui)
Parte 3 (clique aqui)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Influência do pH no Desenvolvimento das Culturas

O pH ou potencial de hidrogênio ionico está ligado à concentração de íons H+ no solo. Serve para avaliar se um solo é ácido, neutro ou alcalino. A escala do pH vai de 1 a 14 onde o índice 7,0 significa que o solo é neutro. Abaixo de 7,0 o solo é ácido e acima de 7,0 dizemos que o solo é alcalino. A faixa 6,0 a 7,0 é a ideal para o desenvolvimento das plantas.
Nos solos ácidos, pH menor que 7,0, as plantas não desenvolvem bem porque a disponibilidade de nutrientes é muito pequena. Nestes solos o nutriente com maior problemas é o fósforo. Dizem que em solos ácidos somente 25% do fósforo aplicado no solo, através dos fertilizantes, é aproveitado pela planta. Daí porque nas formulações de fertilizantes NPK, o fósforo (P) aparece em maior quantidade: 5-30-15, 6-36-12, 0-30-15, etc...

Mas a faixa de 6,0 a 7,0 é a que apresenta melhor disponibilidade dos nutrientes para as plantas. Entretanto, a batatinha prefere os solos ácidos porque em solos próximo da neutralidade (pH=7,0) há o aparecimento da doença “murchadeira”, de graves consequencias para a produção da planta. No caso da batatinha, a dosagem de calcário recomendada é a metade das necessidades por hectare. Já a alfafa prefere solos com pH próximo de 7,0. A dosagem recomendada é 1,5 da necessidade de calcário.
Acima de pH 5,6 não se encontra mais alumínio (Al) devido a sua precipitação na forma de óxido.

Al³+ + 3H2O = Al(OH)3 + 3H+

Quando aumenta o teor de matéria orgânica (MO) aumenta a CTC a pH 7,0 (T). O teor de Ca é maior que Mg que é maior que o K que é maior que o sódio (Na).

Nos solos ácidos verifica-se a “fixação” do fósforo (P) pelo ferro (Fe) e alumínio (Al) formando compostos insolúveis. Os solos ácidos apresentam baixos teores de cálcio (Ca), magnésio (Mg) e potássio (K). Possuem, ainda, baixa capacidade de troca de cátions efetiva (t) – CTC efetiva, o que provoca uma alta lixiviação de cátions. Baixa saturação por bases (V%) e alta saturação por Al (m%) devido a presença de alumínio trocável e baixa CTC efetiva Há limitações na decomposição da matéria orgânica.
Nos solos alcalinos verifica-se deficiência de fósforo (P) devido à formação de compostos insolúveis com cálcio (Ca). Aparecem, nestes solos, altos teores de Ca, Mg e K e deficiências de micronutrientes com exceção do molibdênio (Mo). Alta saturação por bases (V%) chegando a 90-100% e ausência de AL3+ trocável. Alta capacidade efetiva (t) a qual em solos arenosos é baixa. O nitrogênio (N) perde-se por volatilização. Os solos podem ser salinos ou sódicos.

MELHOR INDICE DE pH PARA A DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES:

a) O nitrogênio (N) tem melhor aproveitamento pela planta a partir do pH 5,5 atingindo o máximo entre pH 6 e 7,5 e depois vai diminuindo;
b) O fósforo (P2O5) apresenta melhor disponibilidade em solos com pH ente 6,5 e 7,5;
c) O potássio (K2O) é melhor aproveitado a partir de 5,5.

FAIXA APROPRIADA DE pH PARA AS CULTURAS

Algodão – 5,7 a 7,0 ; arroz – 4,7 – 5,2
Batatinha – 5,0 – 5,5 ; café – 5,2 – 6,0
Cana de açúcar – 5,7 – 6,5; feijão – 5,5 – 6,5
Laranja – 6,0 – 6,5 ; milho – 5,5 – 7,0
Soja – 5,7 – 7,0 ; tomate – 5,5 – 6,8
Trigo – 5,5 – 6,7 ; videira – 6,0 – 7,5

Com a calagem busca-se elevar o pH aos níveis de 6,0 – 6,5.

sábado, 18 de abril de 2009

Obtenção Adubos Nitrogenados e Potássicos

A. NITROGENADOS:
O ar que nos rodeia possui 80% de nitrogênio. Este nitrogênio do ar pode combinar-se com outros elementos químicos dando origem à produtos fornecedores de nutrientes aproveitáveis pelas plantas.
Assim, na indústria, a combinação do N do ar com o hidrogênio (H), sob temperatura elevada e pressão, produz a amônia anidra (NH3). E esta amônia é o produto de partida para a obtenção de outros adubos nitrogenados. A amônia contem 82% de N.
O gás natural é a maior fonte de hidrogênio para a produção de amônia, requerendo cerca de 1.030 m³ de gás por tonelada de amônia. Este gás fornece, também, o dióxido de carbono (CO2) para a produção de urea.
Na presença de catalisador de níquel e temperatura alta (660°C) o gás natural reage com o vapor, produzindo monóxido de carbono e hidrogênio.
O Nitrogênio tirado do ar é adicionado ao hidrogênio e a mistura é passada em outro catalisador mediante alta temperatura e pressão produzindo a amônia.

N2 + 3H2 = 2 NH3

a) Ureia - o monóxido de carbono produzido pela decomposição do gás natural é convertido em dióxido de carbono. Este reage com a amônia para formar a ureia CO(NH2)2, à alta temperatura e pressão. A solução é evaporada para dar a ureia.

CO2 + 2NH3 = CO(NH2)2 + H2O

A uréia tem 45% de nitrogênio. É o produto com maior teor de nitrogênio.

b) Nitrato de amônio - uma parte da amônia é queimada para produzir ácido nítrico que, por sua vez, reage com a amônia para dar nitrato de amônio (NH4NO3) em solução. Este é evaporado até um licor concentrado fundido e após granulado.

NH3 + HNO3 = NH4NO3

O nitrato de amônio tem um teor de 32% de nitrogênio.

c) Sulfato de amônio - a amônia combina-se com o ácido sulfúrico oriundo da indústria do aço e forma o sulfato de amônio.

2NH3 + H2SO4 = (NH4)2SO4

O sulfato de amônio possui 20% de nitrogênio (N) e 22% de enxofre (S).

d) MAP e DAP - a amônia combinando-se com o ácido fosfórico produz os fosfatos de amônio. São produtos com altos teores de fósforo, alta solubilidade e muito utilizados pelas indústrias de fertilizantes por fornecerem N e P, minimizando os custos.
O fosfato diamônio (DAP) apresenta 17% de N e 47% de P2O5. O fosfato monoamônio apresenta 11% de N e 60% de P2O5.

B. POTÁSSICOS:

São originados de minérios. Diferente das rochas fosfatadas, os minérios de potássio podem ser usados diretamente no solo sem necessidade de tratamento químico ou térmico. Formaram-se pela evaporação de antigos mares e lagos, que secaram em tempos antigos, depositando no fundo sais de potássio e sódio. Entretanto, estes depósitos foram sendo cobertos por camadas de rocha e solo. Disto resultou a exploração do minério até profundidades de 2.000 metros. Os maiores depósitos estão nos Estados Unidos e Canadá, com algumas ocorrências na Rússia.
O cloreto de potássio possui 60% de K2O.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

LODO DE ESGOTO - ASSUNTO DE WORKSHOP

Um workshop sobre o " Uso agrícola de lodo de esgoto ", será realizado de 19 a 20 de maio em Campinas - SP, patrocinado pelo IAC e pela EMBRAPA Meio Ambiente.O lodo de esgoto tem apresentado bons resultados como fonte de nutrientes NPK, Cálcio, Magnésio e Zinco para as plantas. As quantidades usadas devem estar de acordo com às necessidades das plantas. Além disto, o lodo de esgoto deve apresentar teores baixos de patógenos e metais pesados. O tratamento com cal hidratada diluida à concentração de 40% eleva o pH a 12 e serve no controle dos patógenos.

Na fazenda Motorola, situada em Jaguariúna - SP, o lodo é aplicado na forma líquida. O IAC recomenda que a quantidade não deve ultrapassar 40 kg/ha de nitrogênio (N) disponível por ano. Após 5 anos de aplicação do lodo a fertilidade do solo melhorou.

Entretanto há uma preocupação na aplicação do lodo em relação à saúde pública embora reconhecido os benefícios que acarreta para a agricultura. Por isto a resolução 375 do CONAMA estabelece critérios e procedimentos para o uso, em áreas agrícolas, de lodo de esgoto gerado em estação de tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, visando benefícios à agricultura e evitando riscos à saúde pública e ao ambiente. E neste workshop, a resolução do CONAMA vai ser apreciada para uma melhor adequação ao que ela dispõe.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Fatores de Conversão entre os Nutrientes

Parece ser difícil de entender mas é muito importante para as postagens posteriores quando faremos cálculos de interpretação de análise de solos e outros exercícios. Estes índices auxiliam bastante na simplificação de cálculos e muitas vezes precisamos deles nas nossas atividades e não estão a nossa mão.

NITROGÊNIO (N):
cmolc . equivale 1cmolc ; 0,1401g N; 0,6201g NO3‾; 0,1804g NO4+
g N equivale 7,1377cmolc; 1gN; 4,42680g NO3‾; 1,28783g NO3‾
g NO3‾ equivale 1,6126 cmolc; 0,25589g N ; 1 g NO3‾; 0,29092 g NO4+
g NO4+ equivale 5,5432cmolc ; 0,77650 g N ; 3,43740 g NO3‾; 1 g NO4+

FÓSFORO (P):
cmolc equivale 1 cmolc ; 0,1032 g P; 0,2367 g P2O5; 0,3166 g PO4---;
g P equivale 9,6899 cmolc ; 1 g P ; 2,29136 g P2O5 ; 3,06618 g PO4---;
g P2O5 equivale 4,2265 cmolc ; 0,43642 g P ; 1 g P2O5 ; 1,33812 g PO4---;
g PO4--- equivale 3,1589 cmolc ; 0,32614 g P ; 0,74732 g P2O5 ; 1 g PO4---;

POTÁSSIO (K):
cmolc equivale 1 cmolc ; 0,3909 g K ; 0,4709 g K2O ;
g K equivale 2,5582 cmolc ; 1 g K ; 1,20458 g K2O ;
g K2O equivale 2,1236 cmolc ; 0,83016 1 g K ; 1 g K2O ;

CÁLCIO (Ca):
cmolc equivale 1 cmolc ; 0,2004g Ca ; 0,2804 g CaO ; 0,5004 g CaCO3 ;
g Ca equivale 4,9900 cmolc ; 1 g Ca ; 1,39920 g CaO ; 2,49726 g CaCO3 ;
g CaO equivale 3,5663 cmolc ; 0,71470 g Ca ; 1 g CaO ; 1,78477 g CaCO3 ;
g CaCO3 equivale 1,9984 cmolc ; 0,40044 g Ca ; 0,56023 g CaO ; 1 g CaCO3 ;

MAGNÉSIO (Mg):
cmolc equivale 1 cmolc ; 0,1215 g Mg ; 0,2015g Mg O ; 0,4216 g MgCO3 ;
g Mg equivale 8,2304 cmolc; 1 g Mg ; 1,65807 g Mg O ; 3,46829 g MgCO3 ;
g Mg O equivale 4,9628 cmolc ; 0,60311 g Mg ; 1 g Mg O ; 2,09100 g MgCO3 ;
g MgCO3 equivale 2,3719 cmolc ; 0,28833 g Mg ; 0,47807 g Mg O; 1 g MgCO3 ;

ENXOFRE (S):
cmolc equivale 1 cmolc; 0,1603 g S; 0,4803 g SO42-; 0,6807 g CaSO4 ;
g S equivale 6,2375 cmolc; 1 g S ; 2,99588 g SO42- ; 4,24588 g CaSO4 ;
SO42- equivale 2,0820 cmolc; 0,33379 g S; 1 g SO42- ; 1 ,41724 g CaSO4 ;
g CaSO4 equivale 1,4691cmolc; 0,23552 g S; 0,70560 g SO42 1 g CaSO4 ;