Reserva Legal
Assuntos técnicos sobre fertilidade do solo, análise do solo, interpretação análise do solo, adubação, calagem, culturas em geral, fertilidade do solo, meio ambiente e agricultura sustentável.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Averbação de áreas destinadas à Reserva Legal
Reserva Legal
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Calagem nas Culturas do Milho e da Soja

terça-feira, 22 de setembro de 2009
Agrotóxicos - Prevenindo-se das Intoxicações
de ex

1) Ler o rótulo do produto e seguir as instruções da bula; aqui estão inseridas todas as informações do fabricante a respeito de cada produto: manuseio, destino das embalagens vazias, primeiros socorros, EPI’s. É dever do trabalhador ler os rótulos e bulas dos produtos que vão ser utilizados. Em primeiros socorros, o conhecimento do produto usado é importante no auxílio ao médico no controle da intoxicação e uso do antídoto específico.

Os rótulos possuem pictogramas que são sinais gráficos, de cunho internacional, de comunicação visual, para que sejam entendidos por qualquer pessoa, mesmo que não saibam ler. Visam proteger a saúde das pessoas e o meio ambiente.

2) As bulas possuem, também, informações: cuidados no manuseio e na aplicação de produtos químicos destinados à lavoura: instruções de uso, armazenagem, transporte, modo e época de aplicação, período de reentrada, período de carência, telefone de emergência do fabricante, etc.
Os trabalhadores devem ser informados, pelo empregador, sobre o uso do produto no que concerne aos seguintes aspectos:
- área tratada: características das áreas, localização e tipo de aplicação, equipamento de proteção que deve ser usado;
- nome do produto: é importante saber o nome do produto ou seu princípio ativo, pois auxilia ao médico nos cuidados ao intoxicado;
- classificação toxicológica;
- data e hora da aplicação;
- intervalo de reentrada: as áreas recém tratadas têm restrições para a entrada nelas; estas áreas devem ser sinalizadas, informando o período de reentrada: é o período após a aplicação que não é permitida a entrada de pessoas. Caso haja necessidade de entrar nestas áreas, a pessoa deve estar protegida com o EPI. A NR-31 exige uma sinalização da área tratada; nas pulverizações aéreas, é proibida a entrada e permanência na área a ser tratada.
- período de carência: também chamado “intervalo de segurança”; é o período em dias entre a aplicação e a colheita; durante este período é proibido realizar a colheita dos produtos agrícolas. Isto garante que o produto colhido não contém resíduos tóxicos que venham a prejudicar os consumidores.
- medidas de proteção aos trabalhadores em exposição direta e indireta;
- em caso de intoxicação, informar as providências que devem ser tomadas.
Todo o aplicador, seja em aplicação na lavoura ou manuseio do produto agrotóxico, deve estar sempre protegido com o seu respectivo equipamento de proteção – EPI. Os manuais dos equipamentos de aplicação devem ser guardados em lugar de livre acesso aos trabalhadores; estes devem receber instruções sobre o conteúdo destes manuais.
A NR-31 obriga os trabalhadores a realizarem exames médicos periodicamente; o empregador é o responsável pela execução desta medida.
Fonte: ANDEF
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Os fertilizantes Fluidos - emprego na cana-de-açúcar
Soluções: são soluções líquidas verdadeiras, isenta de sólidos.
Suspensões: apresentam uma fase sólida dispersa em um meio líquido. Podem ser homogêneas e heterogêneas. No seu preparo é necessária a utilização de agentes de suspensão que aumentam a viscosidade e evitam a formação de precipitados na mistura. Estes agentes de suspensão podem ser argila, bentonita sódica.
Em relação aos fertilizantes minerais, os fertilizantes fluidos apresentam uma série de vantagens:
1) economia na mão-de-obra;
2) facilidade de manuseio;
3) dosagem precisa e uniforme;
4) homogeneidade;
5) versatilidade nas formulações. Podem ser misturadas com defensivos;
6) maior eficiência agronômica.
Mas apresentam, por outro lado, uma série de desvantagens:
1) menor concentração de nutrientes;
2) necessidade de agitação durante o transporte (suspensões)
3) alto investimento inicial;
4) maior dificuldade para produzir formulações PK.
Existem usinas que produzem fertilizantes fluidos, os quais são formulados a partir dos fertilizantes minerais simples como amônia, uréia, uran, MAP, DAP, ácido fosfórico, cloreto de potássio e micronutrientes na forma de sais solúveis.
Nas s

Cana soca – 07-00-10; 07-02-10; 08-00-09; 10-00-10; 20-00-00
Por ser as concentrações de nutrientes muito baixas, estes fertilizantes devem ser utilizados em áreas próximas às Usinas, devido o custo elevado do transporte.
Na produção de suspensões são utilizadas a uréia, nitrato de amônio, sulfato de amônio, DAP, MAP, cloreto de potássio e micronutrientes na forma de sais solúveis. As suspensões precisam de agitação para manter a homogeneidade. Além disto, são adicionadas argilas, bentonitas sódica para manter estabilizada a suspensão. As fórmulas em suspensão fabricadas são:
Cana planta: 03-15-15 ; 04-16-10
Cana soca – 10-00-15 ; 12-00-18 ; 16-00-16
1) diretamente no solo;
2) superficial ou em profundidade;
3) misturado ou não com herbicidas (ver compatibilidade);
4) pulverização nas folhas;
5) fertirrigação.
Adubação da cana
Cana planta: necessidade de nutrientes em kg/ha: 40 N – 150 P2O5 – 120 K2O + 1kg de boro + 3 kg de zinco + 2 kg de cobre
Temos uma relação NPK = 40-150-120. Dividindo por 40 teremos uma relação simplificada 1-3,75-3 (ver postagem sobre “O que contém um saco de adubo”. Multiplicando esta relação simplificada por coeficientes teremos várias fórmulas. Multiplicando por 4 a relação, obteremos a fórmula: 04-15-12. Para saber a quantidade a ser aplicada dividimos a recomendação de N (40) pelo número expresso na fórmula referente a este nutriente N (4) e multiplicamos por 100. Isto é, 40/4 x 100 = 1.000 kg/ha da fórmula mais os micronutrientes recomendados acima.
Cana soca – necessidades de nutrientes em kg/ha: 130 N – 0;30 P2O5 – 100 K2O + 1 kg de boro .
Temos uma relação NPK = 130-0;30-100. Vamos supor 0 kg/ha de P2O5. Dividindo por 100 teremos a relação simplificada 1,3-0-1. Multiplicando por 12, teremos a fórmula: 16-00-12. Dividindo a quantidade recomendada de N (130) pelo N (16) da fórmula, teremos (130/16) x 100 = 812 kg/ha + 1 kg de boro.
Cana queimada – necessidades em kg/ha = 100 N – 0;30 P2O5 – 130 K2O.
Fazendo o exercício acima teremos a fórmula 12-00-16, aplicada na base de 812 kg/ha + 1 kg de boro

Fertirrigação: em kg/ha – 180 N + 150 K2O + 30 S
Teremos a fórmula 180 – 0 – 150. Relação simplificada= 1,2-0-1. A fórmula que vai ser encontrada, fazendo os cálculos conforme explicado anteriormente, será: 15-00-12 na base de 1.200 kg/ha. Quanto ao enxofre, ele pode ser adicionada nesta fórmula desde que se use como uma das fontes de nitrogênio, o sulfato de amônio.
Aplicação aérea: 15 a 20 kg/ha de N + 200 g/ha de Mo.
Fonte: Utilização da adubação fluida na cultura da cana-de-açúcar. Cozze, Riolando – Bunge – Jaú-SP
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Adubação do Café

É claro que a planta adubada corretamente, com as necessidades de nutrientes por ela exigidas, responde com altas produtividades. Por outro lado, altas produtividades exportam mais nutrientes. Então, esta diminuição de 30% no emprego de fertilizantes refletir-se-á na safra e, conseqüentemente, nas safras seguintes chegando a um empobrecimento do solo se outras medidas não forem tomadas. Outros cafeicultores estão reduzindo os custos com fertilizantes usando a palha do café. Esta palha é rica em nitrogênio (N) e potássio (K). Obtém-se cerca de 8% de palha vinda da produção de café. A economia com fertilizantes químicos chega a 10%. Mas sempre é necessária uma análise do solo para aplicar a quantidade correta.
Na adubação do cafezal, o fósforo (P) é o principal nutriente, indispensável durante todo o ciclo da planta. Entretanto, este nutriente, nos solos ácidos sofre com a fixação e se liga ao ferro e alumínio formando compostos insolúveis não aproveitados pelas plantas. Daí a necessidade da calagem para liberar este fósforo tornando-o disponível para a planta. O baixo teor de matéria orgânica contribui, também, porque em condições normais a mineralização da matéria orgânica é importante para liberar fósforo disponível para a planta. Como o fósforo é importante na formação do sistema radicular, dizem que é importante aplicar o fósforo via radicular. Entretanto, como fonte de fósforo, não se usa em sua totalidade o superfosfato simples porque ele contém, além deste nutriente, mais o enxofre. Mas para não onerar os custos, os cafeicultores preferem usar uma fonte alternativa de enxofre (S). O sulfato de amônio é outra fonte de enxofre. Mas este fertilizante acidifica o solo. Os cafezais, na sua maior parte, estão situados em solos ácidos. Além da acidez são carentes em cálcio (Ca) e magnésio (Mg). O uso em grandes quantidades de sulfato de amônio contribui para acidificar mais estes solos. É preciso um equilíbrio. O desequilíbrio pode influir na eficiência dos fertilizantes e diminui consideravelmente a produtividade do cafezal.
No sul de Minas, no período de outubro a março é que a planta aproveita melhor os nutrientes quando a adubação é feita de 3 a 4 vezes. Os adubos nitrogenados que apresentam as maiores perdas por lixiviação devem ser aplicados em intervalos de 40-60 dias. Quanto ao potássio (K), duas aplicações são suficientes. Em solos arenosos, o potássio deve ser parcelado com o nitrogênio. O fósforo pode ser aplicado em uma única vez, como no caso da fosfatagem.
Adubação do PlantioDeve ser feita conforme o resultado da análise do solo. Por exemplo:
Para uma recomendação de 40 g/cova de fósforo e 20 g/cova de potássio temos uma relação 00-40-20. Dividindo-se a relação por 20 teremos uma relação simplificada 0-2-1. Multiplicando por 10, a fórm

Conforme o teor de matéria orgânica no solo, aplica-se esterco de curral em L/cova.
Matéria orgânica <> 20 g/kg – 2 L/cova.
PegamentoProcede-se a adubação de cobertura utilizando-se 4 g/planta de N (10 g de uréia) de 2 a 3 aplicações, no período chuvoso. Isto é importante, pois a aplicação em períodos secos, com estiagem, provoca perdas de nitrogênio para o ar. Ou utilizar sulfato de amônio pois as perdas de N são bem menores, mas há o perigo de acidificar o solo pelas reposições continuadas. O adubo é aplicado ao redor da planta a uma distância de 10 cm do caule.
Primeiro ano após o plantioAplicar 6 g/planta de N (15 g de uréia) e mais 4 g/planta de K (7 g de cloreto de potássio por 2 ou 3 vezes, no período chuvoso. Em vez de utilizar os fertilizantes simples (uréia, cloreto de potássio), pode-se utilizar os fertilizantes em misturas. Neste caso, seria utilizada a fórmula 15-00-10 na base de 40 g/planta por aplicação.
Segundo ano e sucessivos
Aplica-se o dobro da recomendação para o primeiro ano. Neste caso, 80 g/planta da fórmula 15-00-10 por aplicação.
Terceiro ano e sucessivos
Seria a adubação de produção. Aqui, mais uma vez, chamo a atenção dos cafeicultores para realizarem a análise do solo e a análise de planta (foliar). A medida que se busca maiores produções de sacas/ha, a necessidade e a reposição de nutrientes aumenta. Existem tabelas de recomendação para os Estados produtores de café. Vamos supor que para uma produção de 50-60 sacas de café por hectare, as necessidades de nutrientes para um solo cuja análise foliar e do solo apresentaram os seguintes resultados:
N nas folhas – 27 g/kg
P – 8 mg/dm³
K – 0,17 cmolc/dm³. Em mmolc/dm³ seria 1,7
A recomendação técnica foi de 160 g/planta de N, 70 g/planta de P2O5 e 140 g/planta de K2O. Temos uma relação 160-70-140. Dividindo ela pelo menor número (70) teremos uma relação simplificada: 2,28-1-2. Multiplicando pelo coeficiente 8 chegamos a uma fórmula 18-8-16. Dividindo a recomendação, por exemplo, N (160) pelo N da fórmula (18) e multiplicando por 100, a dose será de 900 g/planta.
No caso de aplicar fertilizantes simples, as quantidade a serem usadas para os 160 N-70 P2O5-140 K2O seriam: 350 g de uréia, 150 g superfosfato triplo e 230 g de cloreto de potá

A adubação nitrogenada deve ser parcelada em 4 vezes e a com potássio em 2 vezes. Entretanto pode-se usar uma fórmula que contenha os dois nutrientes: NK. Ou seja, as necessidades são 160 N e 140 K2O.
Nitrogênio (N): 160 em 4 aplicações – 40 g/planta/aplicação
Potássio (K): 140 em duas aplicações – 70 g/planta/aplicação
Por aplicação temos: 40 N + 70 K2O. Dividindo por 70 teremos uma relação simplificada de 1-1,75. Multiplicando por um coeficiente 10, a fórmula será 10-00-18. A quantidade: 400 g/planta/aplicação.
As outras 2 de nitrogênio de 40 g por aplicação, seria 90 g/planta/aplicação de uréia.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Adubação Foliar - micronutrientes nas culturas de café e algodão


terça-feira, 8 de setembro de 2009
Calagem e Adubação do arroz irrigado no RS - Parte II
O Nitrogênio (N):
O nitrogênio no solo é proveniente da decomposição e mineralização da matéria orgânica. Portanto, neste caso, a matéria orgânica avalia a disponibilidade de nitrogênio no solo. Em relação ao nitrogênio, os cultivares de arroz irrigado são divididos em três categorias:
Cultivares tradicionais: aqueles que apresentam baixa resposta à aplicação de nitrogênio;
Cultivares intermediários: apresentam resposta intermediária – variedades americanas;
Cultivares modernos: são aqueles que apresentam maior resposta ao N.
Incremento de produtividade:
As tabelas de recomendação de nutrientes (NPK) são baseadas nos “rendimentos potenciais” de cada região, e no “incremento de produtividade”. O “rendimento potencial” de uma região é a produtividade média alcançada sem adubação. Por isto, nas tabelas de recomendação, a seguir, encontramos incrementos de produtividade de 2, 3, 4 t/ha.

Quando a radiação solar é alta – no período de 15 dias antes do florescimento e 15 dias depois – há probabilidades de rendimentos elevados, e, portanto a resposta do arroz à aplicação de quantidades maiores de nitrogênio (N); isto se consegue quando o arroz é semeado dentro da época recomendada.
A uréia e o sulfato de amônio são as fontes de N mais recomendadas – amídica e amoniacal, respectivamente – pois, nestas condições de solo irrigado, as perdas de N por lixiviação e desnitrificação são menores. Os fosfatos diamônio (DAP) e monoamônio (MAP) usados pelos fabricantes nas formulações, como fontes de nitrogênio e fósforo, também são recomendáveis quando aplicados em cobertura.
Se a cultura anterior foi uma leguminosa/gramínea, a recomendação de N pode ser reduzida em 30%; ou se em lavouras anteriores houve ocorrência de bruzone, visto que o desenvolvimento desta doença é favorecido pelo excesso de N; ou houve um exagerado desenvolvimento vegetativo.
A aplicação de N deve ser parcelada; em solo seco utiliza-se 10 kg/ha de N e o restante em cobertura. Nas dosagens inferiores a 50 kg/ha a aplicação de N deve ser feita numa única vez por ocasião da diferenciação da panícula.
Na cobertura pode-se aplicar a metade no início do perfilhamento (emissão da 4ª folha) e a outra metade na diferenciação da panícula. Em cultivares de ciclo longo - maior que 135 dias – aplica-se 1/3 no perfilhamento, 1/3 no perfilhamento pleno e mais 1/3 na diferenciação da panícula.
No sistema pré-germinado, a aplicação de N na semeadura não é indicada pelas perdas de desnitrificação.Nos solos secos, aplicar N em cobertura três dias antes da irrigação. A irrigação incorpora o fertilizante e o deixa disponível por um período mais longo. A aplicação sobre a água deve ser com a lâmina não circulante.
O Fósforo:
O nutriente fósforo (P) tem um papel muito importante no crescimento da planta, e devido a sua baixa mobilidade no solo, sua grande translocação no interior da planta, sua dose deve ser aplicada totalmente no plantio. Os fosfatos naturais reativos misturados com os fosfatos solúveis em água têm mostrado eficiência agronômica em solos com teores de P maiores que 3 mg/dm³.
Para solos com teores de P Mehlich acima de 3 mg/dm³ pode-se utilizar fosfatos naturais reativos. Mas lembre-se! “O fosfato natural deve ser reativo”. Fosfatos naturais reativos são aqueles que aplicados ao solo apresentam eficiência agronômica. Como saber se um fosfato natura é reativo? Quando o fosfato natural apresentar alta solubilidade num extrator, o ácido fórmico a 2%, na relação 1:100. Relação 1:100 significa 1 g de fosfato diluído em 100 ml de ácido. No Mercado Comum Europeu, os fosfatos naturais são considerados reativos quando apresentam mais de 55% do fósforo total solúvel em ácido fórmico 2%, 1:100. Quanto maior esta percentagem mais reativo é o fosfato natural.
Os fosfatos naturais de Gafsa, Arad, apresentam alta reatividade. Infelizmente os fosfatos naturais brasileiros são de baixa reatividade; prestam-se mais para serem solubilizados por ácidos fortes – fosfórico, sulfúrico – para a produção de fosfatos solúveis em água.
Em solos que receberam fosfatos naturais, como fonte de P, deve-se adotar o método resina. Para solos com teores acima de 6,0 mg/dm³ e 20 mg/dm³ de P – respectivamente Mehlich e Resina – as probabilidades de retorno econômico são muito pequenas, pois estes valores são considerados teores críticos. Neste caso, a adubação fosfatada deve, apenas, repor os nutrientes retirados pelas culturas.

O Potássio (K):
O arroz irrigado é exigente em potássio (K), mas apresenta baixa resposta ao nutriente. Isto pode ser devido ao K contido na água de irrigação, os processos de troca no complexo coloidal do solo, a liberação de K nas frações não trocáveis, pela inundação, e a substituição do K pelo sódio (Na); o sódio é abundante em grande parte dos solos cultivados com arroz.
Aqui, a capacidade de troca de cátions, CTC a pH 7,0 foi considerada:
Tabela K
O cloreto de potássio deve ser o principal fertilizante a ser usado nestes solos cultivados com arroz.
O sulfato de potássio (50% de K20), em condições de temperatura alta pode liberar H2S que é tóxico para o arroz.


Um produtor mandou fazer a análise do solo, na área a ser plantada com arroz irrigado, e o resultado foi 2,8% de matéria orgânica M.O., médio teor de potássio (K), uma CTC a pH 7,0 de 5,4 cmolc/dm³, um teor de fósforo (P) de 2,01 mg/dm³ pelo método Mehlich, e 8,0 mg/dm³ de P pelo método Resina. A meta é um incremento de produtividade de 4 t/ha. O produtor utilizará cultivares modernos com alta resposta à adubação. Na safra 2008/2009 foi plantado uma leguminosa, a soja, e vem ocorrendo nas safras anteriores o aparecimento da doença bruzone. Quais as fórmulas de fertilizantes similares que podem ser aplicadas na lavoura ?
Pelas tabelas anteriores de recomendação, as necessidades de nutrientes NPK são:
Nitrogênio (N): 110 kg/ha;
Fósforo (P2O5): 60 kg/ha;
Potássio (K2O): 70 kg/ha
Aplicação de N:como foi plantada soja na safra anterior e vem ocorrendo ataque de bruzone, vamos reduzir a necessidade deste nutriente em 30%, ou seja, vai ser preciso 77 kg/ha.
O produtor irá aplicar 10 kg/ha de N, no plantio, e 0s restantes 66 kg/ha ele irá aplicar em cobertura, dividindo a dose em 2 aplicações: 33 kg/ha no perfilhamento, e os restantes 33 kg/ha na diferenciação da panícula.
Então no plantio, será aplicado 10 kg de N, 60 kg de P2O5 e 70 kg de K2O. Temos uma relação entre os nutrientes de 10-60-70. Vamos simplificar esta relação dividindo todos pelo menor número; neste caso, 10. Obtemos uma relação simplificada 1-6-7. Para achar as fórmulas similares, basta multiplicar esta relação por coeficientes (2,3,4,...8).
Por exemplo, multiplicando por 3 a relação simplificada, teremos uma fórmula 03-18-21. Qual a quantidade em kg/ha desta fórmula para fornecer os nutrientes que o arroz precisa? É só "dividir a necessidade de qualquer nutriente – por exemplo, 10 – pelo teor respectivo do nutriente na fórmula, e multiplicar por 100". É o caso de (10/3) x 100 = 333 kg/ha. Ou (70/21) x 100 = 333 kg/ha. No quadro abaixo são apresentadas outras fórmulas similares, seguindo este raciocínio.

Estas fórmulas encontradas baseiam-se nos dados hipotéticos apresentados como espelho dos teores de nutrientes encontrados no solo, e que serviram para a execução do exercício. Na prática, é só identificar os teores de nutrientes de uma análise do solo, estabelecer as recomendações de nutrientes, elaborar a relação simplificada, e chegar às formulas de fertilizantes similares.
Convém alertar, entretanto, que os “incrementos de produtividade” dependem da utilização de sementes certificadas, o bom manejo do solo, controle de pragas e doenças, e outras práticas, são essenciais para um incremento da produção. Esquecer isto e só pensar em adubar, não resolve nada. As recomendações de adubação são uma média da resposta do arroz irrigado à adubação e ao incremento de produtividade. As dosagens devem ser ajustadas à capacidade de resposta dos cultivares a este incremento. Nada adianta utilizar altas recomendações de nutrientes visando um máximo de incremento na produção, e utilizar cultivares de arroz tradicionais, de baixa resposta.
sábado, 5 de setembro de 2009
Os Índices de Produtividade

Portanto, pelo que se vê, os que produzem dentro da média não têm com o que se preocupar. Como o INCRA faz sua vistoria voltada para um ano pra trás, em 2011 este trabalho estará sendo executado com base nos índices alcançados pelos produtores em 2010. Fatores como disponibilidade de crédito, custos elevados dos insumos, baixos preços pagos ao produtor não são levados em conta. É claro que, a princípio, os índices atualizados estarão abaixo das médias obtidas atualmente; mas permaneceria na terra aquele que a explorasse de maneira racional, com adoção de tecnologia moderna para obtenção de altas produtividades; os que assim não o fizessem seriam eliminados naturalmente do processo de exploração econômica da terra.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Adubação Foliar - micronutrientes nas culturas da soja e milho
De todos os micronutrientes necessários ao desenvolvimento da soja, o molibdênio (Mo) e o cobalto (Co) são os mais importantes. Eles exercem um papel fundamental na fixação do nitrogênio (N) do ar pelas bactérias do gênero Rhysobium que necessitam de ambos nutrientes. Os solos brasileiros, em geral, são pobres em molibdênio e cobalto. 0s solos dos cerrados são os mais pobres. Já os s

A pesquisa, através da Embrapa, recomenda a utilização destes micronutrientes, seja no tratamento de sementes ou via foliar.
O tratamento de sementes é feito com 12 a 25 g/ha de Mo e 1 a 5 g/ha de Co. Uma aplicação média de cobalto de até 3 g/ha, é uma dose segura para evitar a fitotoxidez para a soja. Quando o molibdênio é aplicado nas sementes, ele deve preceder a inoculação das mesmas. Na aplicação foliar, utiliza-se 30 g/ha de Mo, 20-35 dias após a emergência. Uma aplicação é ótimo, se bem que os dois tratamentos (sementes e foliar) sejam importantes. Em solos arenosos deve-se usar a dose mais elevada. No caso da soja destinar-se à produção de sementes é recomendável fazer mais uma aplicação na época de enchimento dos grãos, pois estaremos garantindo teores maiores de molibdênio na semente, o que garantirá uma melhor fixação de nitrogênio do ar na próxima germinação das mesmas. Os teores de molibdênio devem ser maiores que 2 mg/kg de semente, já que de 1 a 2 mg/kg é considerado baixo. Como fonte de molibdênio solúvel em água pode-se utilizar o molibdato de amônio (54% de Mo) e o molibdato de sódio (39% de Mo). Os produtos devem ser quelatizados, pois garantem a maior estabilidade, compatibilidade com defensivos e melhor aproveitamento pelas bactérias Rhysobium e, consequentemente, pela planta.
ATENÇÃO: como o molibdênio não pode ser quelatizado isoladamente, o melhor é fazê-lo com o cobalto.
Atentar para o fato de que algumas matérias-primas de molibdênio e cobalto não podem ser utilizadas quanto a sua compatibilidade com o Rhysobium. Ler os rótulos e bulas dos produtos.
Onde existe integração lavoura-pecuária deve-se cuidar o teor de molibdênio nas pastagens. Com a elevação do pH do solo quando se faz a calagem, o Mo tem a sua disponibilidade aumentada podendo afetar o metabolismo do cobre (Cu) em ruminantes. Quando o teor de Mo nas partes aéreas das plantas atingir 5 mg/ha, deve-se suspender a sua adição ao solo.
Como no Brasil os solos são ácidos, a calagem torna-se necessária. A elevação do pH do solo torna o manganês (Mn) menos disponível para as plantas, ocorrendo os sintomas de deficiência traduzida pelo amarelecimento da planta. O manganês é responsável pelo aumento da produtividade, melhor germinação, pelos teores de proteína e óleo. Para corrigir a deficiência de manganês utiliza-se aplicações foliares de 500 g de Mn no início do florescimento. Isto soluciona o problema. Poderão ser necessárias até duas aplicações. Por sua vez, o manganês pode ser quelatizado. Entretanto, o quelato deve estar especificado no rótulo. Na complementação foliar, as doses recomendadas são de 150g/ha de quelatizado na forma de nitrato ou cloreto de manganês; 250 g/ha Mg-EDTA à base de sulfato.
Outro micronutriente, o boro (B) é aplicado via foliar na flor da soja. Isto melhora a fecundação prevenindo o abortamento de flores e vagens. Este abortamento ocasiona uma redução drástica da produtividade e a prevenção com boro evitará este sério problema. O produto deve ser aplicado antes da florada. O nutriente cálcio ajuda na função do boro. Podem ser aplicados até 500 g de boro.
Quanto aos micronutrientes cobre (Cu), ferro (Fe) e zinco (Zn) devem ser aplicados até o florescimento da plantas. O zinco emprega-se de 50 a 150 g/ha. Quanto ao cobre, a dosagem é de 50 a 100 g/ha.
Os adubos foliares que contêm Mn na sua composição, quando em misturas com herbicidas, provocam uma reação química no tanque de pulverização formando precipitados que causam entupimentos dos filtros e dos bicos dos pulverizadores. Há um prejuízo na operacionalidade das pulverizações. Consulte o seu técnico – existem no mercado produtos que foram testados e que melhoram a incompatibilidade.
A adubação foliar não é somente para a cultura da soja. O crescimento da área cultivada com algodão nos cerrados, o aumento do uso de zinco na cultura do milho, o aumento do número de pulverizações fitossanitárias na laranja e o uso de fertilizantes minerais têm contribuído para o aumento do consumo de fertilizantes foliares.
Cultura do milho
O manganês (Mn) é aplicado quelatizado e na forma de sais. Deve ser aplicado quando a planta de milho apresentar 6 folhas. Em híbridos de milho que são suscetíveis à deficiência de Mn, de

O cobre (Cu) é empregado na dose de 400g/ha divididos em três (3) aplicações:
200g/ha no estágio de 4-5 folhas;
100g/ha no estágio de 7 folhas;
100 g/ha no estágio de 8 folhas.
Quanto ao zinco (Zn) usam-se doses de 100 a 400g/ha quelatizado e na forma de sais que são aplicados junto com inseticida para a lagarta do cartucho (entre a 4ª e 5ª folha).
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Calagem e Adubação do arroz irrigado no RS - Parte I
Solos submersos favorecem a disponibilidade de nutrientes; tantos os contidos no solo como os provenientes de adubos, isto é, fósforo (P), cálcio (Ca) e potássio (K). A eliminação da acidez para um pH próximo de 6,0-6,5 e a eliminação do Al³ trocável, são outros fatores da inundação de terras onde é cultivado o arroz irrigado. Apesar disto, os solos do Rio Grande do Sul são de fertilidade natural baixa o que requer a aplicação de fertilizantes para maior rendimento das lavouras de arroz.
A análise do solo é imprescindível para o êxito do empreendimento. Entretanto, muitas vezes, estas amostras não condizem com a realidade da situação da área; são tiradas de qualquer jeito e não são representativas. Por este motivo os resultados são errôneos, e, logicamente, as recomendações de adubação também o são.
A Calagem:
Em solos submersos, se verifica o efeito da “autocalagem”.
A autocalagem apresenta uma série de benefícios:a) eliminação do alumínio (Al) tóxico;
b) eliminação da toxidez de manganês (Mn);
b) aumento da disponibilidade de P e outros nutrientes;
c) aumento da atividade dos microorganismos.
Mas como o arroz irrigado é semeado em solo seco, e somente inundado 30 dias após a emergência das plantas, recomenda-se o uso do calcário segundo o índice SMP – pH 5,5. No sistema de cultivos com sementes pré-germinadas ou de transplantio de mudas, dispensa-se a aplicação de calcário; a inundação já deixa o solo corrigido e as plantas encontram melhores condições para o seu crescimento. A calagem é importante quando o solo apresentar deficiências de cálcio (Ca) e magnésio (Mg). O calcário dolomítico – que contém cálcio e magnésio – é o mais apropriado para atender estas deficiências. Quando solo apresentar teores de Ca de 2,5 cmolc/dm³, e magnésio de 0,5 cmolc/dm³, é recomendada a aplicação de 1 t/ha de calcário dolomítico.
A calagem, propriamente dita, apresenta benefícios também:a) promove o desenvolvimento do arroz no período entre a semeadura e a inundação;
b) fornece Ca e Mg;
c) promove parcial solubilização do ferro (Fe) cujos efeitos tóxicos começam a aparecer com a utilização das variedades modernas;
d) benefício para as outras culturas em rotação.
O calcário deve ser aplicado na camada de 0-20 cm, três meses antes do plantio.
O Enxofre (S):
Em solos pobres de matéria orgânica, de argila, de teores de S na análise do solo indicando menos que 10 mg/dm³, devem-se utilizar fertilizantes que contém enxofre (sulfato de amônio), aplicando-se até um máximo de 20 kg/ha.
Os Micronutrientes:Nos solos do RS, a resposta ao micronutrientes é muito baixa. Quando a deficiência for constatada devem-se fazer aplicações por via foliar.

Em solos alagados acontece a redução do Fe³ para o Fe² promovendo a toxidez de ferro, pelo aumento da quantidade do nutriente na solução do solo. Há um acúmulo de Fe nas raízes (toxidez indireta), e, pela absorção concentra-se nas folhas (toxidez direta). Isto resulta na inibição e translocação dos nutrientes provocando um sintoma – o alaranjamento. Para reparar este problema devemos utilizar cultivares de arroz tolerantes à toxidez pelo ferro: IRGA 424, IRGA 425, são tolerantes; IRGA 414, resistente. A calagem prévia, para atingir pH 6,0, é outra forma de diminuir o problema.
A antecipação da aplicação de N – uma semana antes da diferenciação da panícula – contribui, também, para reduzir os efeitos da toxidez por ferro.
A utilização da irrigação intermitente pode, também, evitar o acúmulo de ferro.
Na próxima publicação "Calagem e Adubação do arroz irrigado no RS - Parte II", vamos comentar sobre adubação: os três macronutrientes primários - NPK - tabelas de recomendação e um exercício para por em prática os conhecimentos.