quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Os Tipos de Adubos Orgânicos

Os adubos orgânicos são originados de resíduos de plantas e de animais. Os adubos orgânicos podem ser simples ou mistura entre eles. Já o composto é obtido através de processos físicos, químicos, físico-químico e biológicos. Os organo-minerais são misturas de orgânicos e fertilizantes minerais.
Os adubos orgânicos simples são aqueles originados de plantas e de animais. Neste tipo temos os estercos de bovinos e suínos, camas de aviários, torta de mamona, turfa, linhita. Um cuidado especial é com a utilização de estercos e plantas que apresentem partes comestíveis pela população humana, pois eles têm, quando no estado fresco, microorganismos que podem causar doenças. Sua utilização só é permitida
quando no estado curtido. Este processo pode levar até noventa dias dependendo das condições climáticas. Durante o curtimento do esterco, ele deve ser protegido por uma lona para evitar que a água da chuva leve embora os nutrientes essenciais contidos no produto.
Os adubos orgânicos mistos são a mistura de dois ou mais orgânicos simples.
Os compostos são formados por restos de vegetais e de animais, enriquecidos com nutrientes minerais e submetidos a tratamentos não naturais. A utilização do composto apresenta uma vantagem de melhorar as condições físicas, químicas e biológicas do solo, favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular e o enraizamento da planta. Na formação do composto temos o carbono (C) oriundo dos restos vegetais, e do nitrogênio (N) oriundo dos restos animais que são ricos neste nutriente. portanto estabelece-se uma relação C/N a qual, no início, deve ser igual a 30/1. Para isto, deve-se usar, inicialmente, mais restos de vegetais que são ricos em carbono: quanto mais carbono mais rica é a relação C/N. Na formação do composto, usam-se camadas alternadas de vegetais e restos animais. Cada camada deve ser molhada, mas o suficiente para evitar o escorrimento líquido que levaria embora os nutrientes. Pode-se enriquecer com fosfato natural, calcário, torta de mamona. As camadas devem ser reviradas a cada 15 dias e, também, umedecidas. O composto em formação deve ser protegido com uma lona ou plástico para evitar que seja atingido diretamente pela água da chuva. O composto está pronto quando o seu volume inicial foi reduzido para 1/3 e não for possível distinguir seus componentes iniciais. O plantio de materiais orgânicos devem ter uma relação C/N avaliada. Os materiais ricos em carbono (C) conduzem a uma falta de nitrogênio se não for utilizada uma adubação nitrogenada. Nos materiais orgânicos os nutrientes estão na forma orgânica, com exceção do potássio (K). Para haver a liberação dos nutrientes é necessário a mineralização da matéria orgânica. Em contrapartida, a absorção destes nutrientes pelas planta é lenta, o que é uma vantagem, pois as perdas de nutrientes, por lixiviação, são menores. Uma coisa que tem que ser levada em consideração é que os materiais orgânicos (vegetais e animais) devem ser analisados antes de aplicá-los na lavoura, porque eles variam, em termos de teores de nutrientes, de planta para planta. O conhecimento da relação C/N é importante para apontar o estágio de mineralização da matéria orgânica. Os microorganismos do solo aproveitam 30 partes de carbono (C) para 1 parte de nitrogênio (N); por isto é que se diz que a relação 30/1 é a mais indicada para a mistura. Entretanto, nem todo material orgânico é aproveitado pelos microorganismos: estes aproveitam 10 partes de carbono para a sua biomassa, e as outras 20 partes são perdidas na forma de gás carbônico (CO2), no processo de respiração. Assim sendo, a relação inicial 30/1 cai para 10/1. Na prática, deve-se combinar materiais com C/N alta com materiais de relação C/N baixa. Então, para o cálculo de quantas partes de material rico em carbono devem ser utilizadas para cada parte de material rico em nitrogênio, usa-se a fórmula a seguir:

onde,
Nn = % de N do material rico em N;
Cn = % de C do material rico em N;
Nc = % de N do material rico em C;
Cc = % de C do material rico em C.

Entre os materiais ricos em nitrogênio (N) temos: estercos de aves, suínos, equinos, borra de café, torta usina de cana. A relação C/N é baixa.
Entre os materiais ricos em carbono (C) temos: cascas e palha de café, capins gordura e jaraguá, ramos de mandioca, palha e sabugo do milho, palha de trigo. A relação C/N é alta.
O vermicomposto é um composto orgânico  resultante da digestão da matéria orgânica pelas minhocas. Esta matéria orgânica é proveniente de estercos, de restos de vegetais e outros resíduos orgânicos.
O lodo de esgoto é um composto orgânico  resultante do tratamento de esgotos sanitários, cujo produto final é bastante seguro para utilizar na agricultura, desde que atenda aos limites estabelecidos para os contaminantes.
Os organo-minerais são misturas de fertilizantes minerais com orgânicos simples ou compostos. Estes produtos não sofrem nenhum tratamento. Quando se utiliza os fertilizantes minerais, estes devem ser naturais e de baixa solubilidade. Os fosfatos naturais, o calcário, por sofrerem apenas moagem e nenhum tratamento químico, são os produtos indicados para serem adicionados. Os fosfatos solúveis, como o caso do superfosfato simples, não podem ser utilizados porque sofreram tratamento químico na rocha original. Os termofosfatos, que são fosfatos naturais submetidos ao tratamento térmico a 1.300 ºC, só poderão ser usados mediante autorização dos orgãos competentes.

OUTROS ASSUNTOS

Um comentário:

  1. Caro Colega

    Em vista do alto interesse do assunto do seu novo texto,parece não ser descabida a indicação do número de trabalhos a ele dedicados em Revistas Brasileiras.
    1.Bragantia-2
    2.Ciência Rural-13
    3.Ciência e Agrotecnologia-8
    4.Horticultura Brasileira-10
    5.Pesquisa Agropecuária Brasileira-6
    6.Revista Brasileira de Ciência do Solo-15
    7.Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental-4
    8.Revista Brasileira de Fruticultura-10
    9.Revista Brasileira de Zootecnia-1
    10.Scientia Agrícola-3

    Muito boa saúde,Caro Colega.

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