O Bioma Amazônia é o responsável pela maior produção de madeira em toras. Isto pode chegar a 70%. Há uma preocupação governamental muito grande em relação ao desmatamento predatório que consiste no corte de árvores de grande valor comercial. A consequência é o aparecimento de "clareiras" e um bom número de árvores danificadas. Espécies sem valor comercial começam a se propagar. Há uma ocupação desordenada da região e invasão de áreas indígenas que são legalmente protegidas.
A exploração convencional é chamada, também, exploração predatória. A exploração é de alto impacto destrutivo. A exploração de baixo impacto é aquela realizada pelas pequenas propriedades que retiram baixo volume de madeira. A exploração convencional destrói até 2,5 m³ de madeira para cada 1 m³ aproveitado, além de reduzir a cobertura florestal em 60%. As áreas são invadidas legalmente, desmatadas e transformadas em pastagens de péssima qualidade.
A adoção das práticas de manejo se torna um imperativo para a manutenção das florestas. Por que manejar uma floresta? Ora, os benefícios do manejo florestal são vários, tanto do ponto de vista social como econômico. O manejo da floresta garante a exploração de madeira indefinidamente. Uma floresta bem manejada minimiza o desperdício de madeira. Os acidentes de trabalho são bem menores, ao contrário da exploração predatória onde os acidentes são numerosos. O manejo da floresta é previsto em Lei, e a fiscalização existe para fazer cumpri-la. As empresas que fazem o manejo recebem um certificado. Isto é muito importante, porque países da Europa e o Estados Unidos são muito exigentes na compra de madeira, e as empresas certificadas têm maiores possibilidades de vender. Numa floresta manejada a cobertura florestal é garantida.
O manejo florestal consiste em explorar parte das árvores grandes, explorar árvores menores no futuro e plantar mudas nas "clareiras", onde a regeneração das espécies seja mais difícil. Com o manejo das florestas, pode-se obter produção de madeira continuadamente. Portanto, o manejo florestal pode ser definido como uma série de práticas que visam extrair parte das árvores grandes, conservando as árvores menores para serem colhidas no futuro, obtendo uma produção contínua de madeira no decorrer dos anos. Um bom manejo exige um planejamento, no que tange o uso racional da exploração e a redução de desperdícios de madeira. Tudo isto traduzir-se-ia em Lucro.
Não confundir manejo florestal com "plantar árvores". Plantar árvores é Reflorestamento, o plantio de espécies exóticas. Manejo é uma técnica. O manejo florestal é previsto em lei, através do Código Florestal Brasileiro, no art. 15º da Lei 4.771/1965. Em 2006, a Lei de Gestão de Florestas Públicas no seu art. 3º inciso VI - Lei 11.284/2006, dá uma idéia legal moderna de manejo florestal
As empresas exploradoras de madeira devem receber um Certificado, o chamado "Selo Verde". A exploração é submetida à uma fiscalização que analisa documentos, o pátio das madeireiras e as áreas de manejo florestal. O desrespeito ao planejamento de manejo, como o corte de todas as árvores da floresta, faz com que as empresas exploradoras percam o direito ao selo verde. A retirada de árvores não é feita de maneira aleatória. Os engenheiros-florestais são os responsáveis, classificando as espécies no local e recomendando aquelas que podem ser abatidas, e determinando as áreas de conservação que permanecerão intactas e não serão exploradas a qualquer momento. Estas áreas de conservação serão o refúgio de animais e onde existam espécies nobres, como o Mogno e a Castanheira.
No manejo florestal, a área é dividida em talhões e cada talhão é explorado ao longo de um ano. O ciclo de corte é importante para o sucesso do manejo florestal. Ele determina com que frequência um talhão será submetido à exploração. Temos dois tipos de ciclo de corte: o ciclo de 25 anos, em que a área florestal é dividida em 25 talhões de igual tamanho, e cada talhão é explorado no decorrer de um ano. Feita a exploração na primeira área, esta voltará a ser explorada após 25 anos; tempo necessário para a floresta se regenerar. E, assim, sucessivamente em cada talhão. O ciclo de 10 anos destina-se aos pequenos produtores rurais, que exploram pequenas quantidades de madeira e não causam sérios danos à floresta. A propósito sobre corte, quanto ao período de descanso, existe uma publicação "Introdução à Economia de Gestão Florestal", que diz que a melhor opção é cortar as árvores a cada 50 anos quando o crescimento médio é maximizado. A isto, dão o nome de Rendimento Máximo Sustentável. Cortando a cada 50 anos obtém-se o a máxima quantidade de madeira possível de um lote de área. Vale a pena conferir.
Na floresta manejada, a exploração da madeira é muito melhor do que na exploração convencional. Na floresta manejada, os trabalhadores (cortadores) sabem, exatamente, onde estão as árvores que devem ser abatidas, bem como há uma melhoria da produtividade dos mesmos nas diversas operações. O manejo florestal sustentável fornecerá madeira continuadamente: a madeira é um recurso renovável. As florestas desempenham o papel de proteger o solo contra os efeitos da erosão, manter a qualidade da água e abrigar a biodiversidade.
Existe um trabalho excelente, que merece ser lido pelos interessados, realizado pelos Engenheiros-Florestais e pesquisadores: Denys Pereira, Marco Lentini. "HowStuffWorks - Como funciona o manejo florestal de madeira". Publicado em 11 de dezembro de 2007 (atualizado em 19 de junho de 2008) http://ambiente.hsw.uol.com.br/manejo-florestal-de-madeira3.htm (21 de novembro de 2010)
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