quarta-feira, 6 de abril de 2011

Fertirrigação do Tomateiro

A fertirrigação tem um papel importante no aumento da produtividade do tomateiro. A irrigação vem se destacando no Brasil havendo um incremento na utilização desta prática. A irrigação no tomateiro é tão importante quanto o controle de pragas e doenças, a reposição de nutrientes essenciais à cultura, para obter-se altas produtividades.
O que é fertirrigação?
A fertirrigação consiste na aplicação de fertilizantes minerais junto com a água de irrigação, com o objetivo de fornecer os nutrientes exigidos pela cultura, em quantidades recomendadas e no momento que a planta precisa deles, para alcançar altas produtividades e melhor qualidade dos frutos. Com isto se consegue uma
maior eficiência no uso e, também, na economia de fertilizantes. Com a fertirrigação se consegue:
1. as relações entre os nutrientes podem ser melhor acertadas;
2. há uma melhor distribuição e localização dos fertilizantes próximas à zona das raízes;
3. melhor controle da profundidade de aplicação do fertilizante;
4. menor perda de nutrientes por lixiviação;
5. menor perda de N por volatilização, porque o fertilizante nitrogenado está diluído na água;
6. menor compactação do solo pelo menor tráfego de máquinas na lavoura;
7. economia de mão-de-obra;
8. fácil aplicação.
Os nutrientes mais utilizados na fertirrigação são o nitrogênio (N) e o potássio (K) que apresentam maior mobilidade no solo. Por outro lado, o fósforo (P) e o cálcio (Ca) quando usados em fertirrigação, por gotejamento, em solos com teores de baixo a médio, contribuem para um melhor rendimento da cultura. Como o fósforo e o zinco (Zn) se movimentam no solo por difusão, a fertirrigação por gotejamento proporciona uma maior eficiência no emprego dos fertilizantes.
Quais os fertilizantes principais mais utilizados na fertirrigação?
Fertilizantes nitrogenados (N)
Entre os nitrogenados, os mais utilizados são:
Nitrato de cálcio que possui 14% de N, 18 a 19% de Ca e 0,5 a 1,5% de Mg. Apresenta o N na forma nítrica, podendo ter até 1,5% na forma amoniacal;
Nitrato de potássio que apresenta 13% de N, na forma nítrica, e 44% de K2O;
Nitrato de amônio que tem 32% de N, 50% na forma amoniacal e 50% na forma nítrica;
Sulfato de amônio com 20% de N na forma amoniacal, mais 22 a 24% de enxofre (S). No sulfato de amônio, o teor de tiocianato, expresso em tiocianato de amônio, não poderá exceder a 1%.
Uréia com 44% de N, totalmente na forma amídica. Na uréia agrícola, o teor de biureto não poderá ser maior que 1,5% para aplicação no solo, e até 0,3% para aplicação foliar;
Monoamônio fosfato (MAP) purificado, com 11% de N;
Diamônio fosfato (DAP) que tem 16% de N.
No início da cultura, deve-se dar preferência para os fertilizantes nitrogenados que apresentem o N na forma amoniacal, pois são melhores aproveitados pelas plantas jovens. A uréia, que apresenta o N na forma amídica, poderá ser utilizada, pois no solo se transforma em amônio. Quando inicia o florescimento, as formas nítricas são melhor absorvidas e são translocadas para a parte aérea da planta. Existem recomendações de 30 a 65% na forma nítrica, e o restante na forma amídica (uréia).
Nutriente potássio (K).
O potássio é o nutriente essencial para promover a qualidade dos frutos e conferir resistência à planta contra pragas e doenças, aos veranicos e ao armazenamento pós-colheita. Como fontes de potássio são utilizados:
Cloreto de potássio com 58% de K2O, solúvel em água;
Nitrato de potássio que apresenta 13% de N, na forma nítrica, e 44% de K2O;
Sulfato de potássio que possui 48 a 50% de K2O, solúvel em água, mais 15 a 17% de enxofre (S) e até 1,2% de magnésio (Mg).
Em solos salinos, a aplicação de cloreto e sulfato de potássio deve ser evitada.
Nutriente fósforo (P):
O fósforo (P) é fundamental para o crescimento e desenvolvimento do sistema radicular. O fósforo deve ser aplicado uma parte pré-plantio e outra parte na irrigação, via gotejamento, na forma solúvel em água. A aplicação de fósforo junto com cálcio e magnésio, em água salobra, provoca entupimento dos gotejadores pela precipitação de sais. As fontes fosfatadas mais utilizadas são:
Ácido fosfórico, líquido com mais de 72% de P2O5.
Monoamônio fosfato purificado (MAP) com 56 a 58% de P2O5. É um produto totalmente solúvel em água e alto grau de purificação. É o produto indicado para fertirrigação e aplicação foliar;
Diamônio fosfato (DAP) com 45% de P2O5;
Fosfato monopotássico (MKP) que possui 52% de P2O5 e 34% de K2O, obtido da reação do MAP com o cloreto de potássio;
O cálcio (Ca) e o magnésio (Mg) são fornecidos pela calagem feita anteriormente ao plantio. Nos casos em que há necessidade de aplicar cálcio, na fertirrigação por gotejamento, existem recomendações de aplicar 70 a 120 kg/ha de Ca, na água de irrigação. Como fonte de cálcio, pode-se utilizar o nitrato de cálcio (18 a 19% Ca) ou cloreto de cálcio (24% Ca) aplicados em dias diferentes das aplicações de fosfatados, ou de nitratos, ou de sulfatos. Como fonte de magnésio (Mg), a fonte mais utilizada é o sulfato de magnésio que possui 9% de Mg e 12 a 14% de enxofre (S).
O produtor deve seguir as recomendações de calagem e adubação dos órgãos oficiais. A recomendação é uma representação das necessidades nutritivas das plantas. Esta recomendação deve levar em conta as necessidades das plantas em nutrientes, as quantidades destes nutrientes que existem no solo, e a produção que o produtor espera alcançar. Para isto, têm recomendações de nutrientes para produzir 50, 75, 100 toneladas de tomate por hectare. Portanto, não vamos nos deter aqui em quantidades de nutrientes NPK que devem ser aplicados, pois seria muito longo, em virtude das diferentes faixas de interpretação dos nutrientes no solo em cada Estado, e a existência de uma recomendação em quilos de N+P2O5+K2O. O correto é proceder a coleta do solo, encaminhá-la ao laboratório, e de posse do resultado procurar uma assistência técnica.
SILVA,H.R. et al (2003) chegaram à conclusão que a maior produtividade do tomateiro foi obtida quando 45% da recomendação de fósforo foi aplicada em pré-plantio, e os restantes 55% via fertirrigação ao longo do ciclo da cultura. O teor de P inicial, no solo, era de 5 mg/dm³. Observaram, também, que quando todo o fósforo foi aplicado pré-plantio houve uma redução de 12,5 na produtividade. Quando todo o fósforo foi aplicado via fertirrigação, houve uma redução de 8,2% na produtividade. Não houve diferenças significativas entre as fontes usadas: superfosfato simples, em pré-plantio incorporado, e o ácido fosfórico utilizado na fertirrigação.

A aplicação de potássio, no momento do transplante da muda de tomate, pode aumentar a concentração de sais ao redor das raízes, aumentar as perdas por lixiviação, e reduzir a eficiência de absorção pela planta. A irrigação, por ocasião do transplante, pode fazer com que os íons se movimentem para a extremidade do bulbo molhado, dificultando a absorção dos nutrientes pela planta. Por isto, a recomendação de incorporar no solo, no transplante da muda, 30 a 40% da recomendação de potássio, e o restante aplicar via fertirrigação, durante todo o ciclo da planta.
FONTES,P.C.R. et al concluíram que as maiores produções de tomate são conseguidas quando o potássio é aplicado via fertirrigação. A fertirrigação, parcial ou total, não teve influência na produção de tomate.

Existem recomendações de aplicação de adubação orgânica no tomate. Pode ser utilizado esterco bovino bem curtido ou composto na quantidade de 2 a 4 kg/m² de canteiro; ou esterco de frango, suíno, ovinos, 250 a 500 g/m²; ou torta de mamona pré-fermentada, 20 a 50 g/m²; ou húmus de minhoca, 350 a 500 g/m².
A tabela 1. abaixo mostra os teores adequados de macro e micronutrientes nas folhas de tomateiro. A amostragem das folhas de tomate deve ser feita por ocasião do primeiro fruto maduro. Deverão ser coletadas folhas com pecíolo, de 25 plantas.


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