Na publicação anterior de 10 de novembro, comentei sobre como calcular uma mistura de adubo, partindo de uma fórmula que se deseja, e usando as quantidades corretas de fertilizantes simples – nitrogenados, fosfatados e potássicos. Nesta publicação, vamos apresentar a coleta de amostras para análise a fim de verificar as garantias de nutrientes alcançados, tanto pela mistura na propriedade como na compra de formulações já prontas.
A comercialização de fertilizantes é regida pela Legislação Brasileira de Fertilizantes e as empresas do setor têm que se adequar a mesma; além disto, as empresas possuem um rígido controle de qualidade para assegurar as garantias que expressam em suas formulações, propaganda, etc.; garantias que não podem estar abaixo do mínimo expresso pela referida Legislação.
Entretanto, muitos produtores, revendedores, cooperativas gostam de avaliar o que estão comprando. Para isto, existe a análise de fertilizantes. Para que estas análises expressem com realidade, e não com erros, há necessidade de coletar amostras representativas que mostrem, com exatidão, os nutrientes contidos nas misturas vendidas.
Vamos abordar uma série de passos que devem ser seguidos para a obtenção de amostras representativas do lote examinado.
A) No caso de sacos com 50 quilos de adubo:
1º Passo: Definir o tamanho do lote.
2º Passo: Como coletar as amostras.
1) separe de cada camada horizontal, 5 sacos e selecione um saco para amostragem;
2) os sacos devem ser tombados, no máximo 4 vezes, de um lado para o outro para haver homogeneização do produto e minimizar o efeito da segregação;
3) selecionado o saco a ser amostrado, deite-o sobre uma superfície plana e insira a “sonda” fechada através da válvula, no sentido transversal;
4) inserida a sonda por inteiro, efetue a abertura da mesma para que o produto caia nos furos (dar algumas batidas no saco para que o produto penetre nos furos);
5) feche a sonda e retire a mesma;6) repetir a operação para todos os sacos que serão amostrados;
7) acondicionar as amostras em sacos devidamente limpos e devidamente identificados.
B) no caso de big-bags
Os big-bags apresentam uma dificuldade que é a compactação do produto, sendo difícil introduzir a sonda totalmente. Quando há compactação, que impossibilite introduzir a sonda até o último furo, deve ser descartada a amostragem.
1º Passo: definir o tamanho do lote.
2º Passo: Como coletar amostras de big-bags.
1) abra o big-bag a ser amostrado;
2) insira a sonda “fechada” no sentido vertical;
3) efetue a abertura da sonda para que o produto caia nos furos;
4) feche a sonda e retire-a;
5) a amostragem em cada big-bag deve ser feita em três pontos diferentes;
6) acondicionar as amostras em sacos plásticos limpos, e devidamente identificados.
Identificação da amostra
- Produto: garantias do produto fornecidas pelo fabricante – encontra-se na nota fiscal ou expressas na sacaria.
- Tamanho do lote.- Quantidade de sacos amostrados.
- Local da coleta.
- Nome do usuário.
- Data da coleta.
Quarteação do produto
Após a coleta das amostras correspondente ao lote, o produto coletado deve ser quarteado.
a) Quarteação manual
1) se não possuir um equipamento quarteador, esta operação deve ser manual. Colocar a amostra coletada numa superfície limpa, homogeneizá-la bem com auxílio das mãos, ou com uma pá de pedreiro;
2) após homogeneizado, o produto deve ser dividido em quatro (4) partes, em forma de cruz – usar uma régua fina e larga;
3) descartar as duas partes dos lados opostos e ficar com as outras duas;4) homogeneizar, novamente, estas duas partes;
5) repetir a operação tantas vezes quantas forem necessárias até obter de 1 a 1,2 kg de produto;
6) efetue a última divisão em 4 partes e acondicione cada parte em sacos plásticos limpos ou em caixas, individualmente, de 250 g de amostra.
b) Quarteador Jones
O “quarteador Jones” é um equipamento de 8 vãos de abertura, com largura mínima de 15mm cada uma; possui duas “bandejas coletoras” e uma outra bandeja “distribuidora”.
1) O produto é colocada nesta bandeja distribuidora e despejado sobre o quarteador. O conteúdo é recebido nas duas bandejas coletoras;
2) despejar o conteúdo de uma das bandejas e repetir a operação até obter uma quantidade de 1 a 1,2 kg nas duas bandejas coletoras;
3) O produto destas bandejas será quarteado, em separado. a fim de se obter 4 partes homogêneas de aproximadamente 250 g cada uma;
4) Estas amostras devem ser representativas e, após identificadas, serão enviadas a um laboratório credenciado e idôneo.
Tolerâncias
"Tolerâncias são os desvios admissíveis entre o valor encontrado na análise de um elemento químico ou outro componente do produto e o seu valor declarado ou garantido". IN n° 10, Cap. I, art. 1°, alínea XXVII do Anexo I - Secretaria de Apoio Rural e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - 28/10/2004.
Tolerâncias
"Tolerâncias são os desvios admissíveis entre o valor encontrado na análise de um elemento químico ou outro componente do produto e o seu valor declarado ou garantido". IN n° 10, Cap. I, art. 1°, alínea XXVII do Anexo I - Secretaria de Apoio Rural e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - 28/10/2004.
A Legislação Brasileira de fertilizantes prevê tolerâncias entre o resultado da análise do fertilizante e a garantia expressa pelo fabricante da matéria-prima, fertilizantes simples, e formulações que forem comercializadas no território nacional. As deficiâncias encontradas transferem às empresas produtoras, pesadas multas. No quadro acima a garantia dos elementos e o máximo de desvios admitidos.
Texto bastante didatico e de facil entendimento.
ResponderExcluirConteudo bastante util.