quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Como Coletar as Amostras de Fertilizantes para Análise das Garantias de Nutrientes

Na publicação anterior de 10 de novembro, comentei sobre como calcular uma mistura de adubo, partindo de uma fórmula que se deseja, e usando as quantidades corretas de fertilizantes simples – nitrogenados, fosfatados e potássicos. Nesta publicação, vamos apresentar a coleta de amostras para análise a fim de verificar as garantias de nutrientes alcançados, tanto pela mistura na propriedade como na compra de formulações já prontas.
A comercialização de fertilizantes é regida pela Legislação Brasileira de Fertilizantes e as empresas do setor têm que se adequar a mesma; além disto, as empresas possuem um rígido controle de qualidade para assegurar as garantias que expressam em suas formulações, propaganda, etc.; garantias que não podem estar abaixo do mínimo expresso pela referida Legislação.
Entretanto, muitos produtores, revendedores, cooperativas gostam de avaliar o que estão comprando. Para isto, existe a análise de fertilizantes. Para que estas análises expressem com realidade, e não com erros, há necessidade de coletar amostras representativas que mostrem, com exatidão, os nutrientes contidos nas misturas vendidas.
Vamos abordar uma série de passos que devem ser seguidos para a obtenção de amostras representativas do lote examinado.

A) No caso de sacos com 50 quilos de adubo:

1º Passo: Definir o tamanho do lote.

2º Passo: Como coletar as amostras.
1) separe de cada camada horizontal, 5 sacos e selecione um saco para amostragem;
2) os sacos devem ser tombados, no máximo 4 vezes, de um lado para o outro para haver homogeneização do produto e minimizar o efeito da segregação;
3) selecionado o saco a ser amostrado, deite-o sobre uma superfície plana e insira a “sonda” fechada através da válvula, no sentido transversal;



4) inserida a sonda por inteiro, efetue a abertura da mesma para que o produto caia nos furos (dar algumas batidas no saco para que o produto penetre nos furos);
5) feche a sonda e retire a mesma;
6) repetir a operação para todos os sacos que serão amostrados;
7) acondicionar as amostras em sacos devidamente limpos e devidamente identificados.

B) no caso de big-bags
Os big-bags apresentam uma dificuldade que é a compactação do produto, sendo difícil introduzir a sonda totalmente. Quando há compactação, que impossibilite introduzir a sonda até o último furo, deve ser descartada a amostragem.

1º Passo: definir o tamanho do lote.
2º Passo: Como coletar amostras de big-bags.
1) abra o big-bag a ser amostrado;
2) insira a sonda “fechada” no sentido vertical;
3) efetue a abertura da sonda para que o produto caia nos furos;
4) feche a sonda e retire-a;
5) a amostragem em cada big-bag deve ser feita em três pontos diferentes;
6) acondicionar as amostras em sacos plásticos limpos, e devidamente identificados.

Identificação da amostra
- Produto: garantias do produto fornecidas pelo fabricante – encontra-se na nota fiscal ou expressas na sacaria.
- Tamanho do lote.
- Quantidade de sacos amostrados.
- Local da coleta.
- Nome do usuário.
- Data da coleta.

Quarteação do produto
Após a coleta das amostras correspondente ao lote, o produto coletado deve ser quarteado.
a) Quarteação manual
1) se não possuir um equipamento quarteador, esta operação deve ser manual. Colocar a amostra coletada numa superfície limpa, homogeneizá-la bem com auxílio das mãos, ou com uma pá de pedreiro;
2) após homogeneizado, o produto deve ser dividido em quatro (4) partes, em forma de cruz – usar uma régua fina e larga;
3) descartar as duas partes dos lados opostos e ficar com as outras duas;
4) homogeneizar, novamente, estas duas partes;
5) repetir a operação tantas vezes quantas forem necessárias até obter de 1 a 1,2 kg de produto;
6) efetue a última divisão em 4 partes e acondicione cada parte em sacos plásticos limpos ou em caixas, individualmente, de 250 g de amostra.
b) Quarteador Jones
O “quarteador Jones” é um equipamento de 8 vãos de abertura, com largura mínima de 15mm cada uma; possui duas “bandejas coletoras” e uma outra bandeja “distribuidora”.
1) O produto é colocada nesta bandeja distribuidora e despejado sobre o quarteador. O conteúdo é recebido nas duas bandejas coletoras;
2) despejar o conteúdo de uma das bandejas e repetir a operação até obter uma quantidade de 1 a 1,2 kg nas duas bandejas coletoras;
3) O produto destas bandejas será quarteado, em separado. a fim de se obter 4 partes homogêneas de aproximadamente 250 g cada uma;
4) Estas amostras devem ser representativas e, após identificadas, serão enviadas a um laboratório credenciado e idôneo.

Tolerâncias

"Tolerâncias são os desvios admissíveis entre o valor encontrado na análise de um elemento químico ou outro componente do produto e o seu valor declarado ou garantido". IN n° 10, Cap. I, art. 1°, alínea XXVII do Anexo I - Secretaria de Apoio Rural e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - 28/10/2004.
A Legislação Brasileira de fertilizantes prevê tolerâncias entre o resultado da análise do fertilizante e a garantia expressa pelo fabricante da matéria-prima, fertilizantes simples, e formulações que forem comercializadas no território nacional. As deficiâncias encontradas transferem às empresas produtoras, pesadas multas. No quadro acima a garantia dos elementos e o máximo de desvios admitidos.

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