terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Adubaçao do Maracujazeiro na Bahia e São Paulo - Parte 1

A planta de maracujá prefere solos areno-argilosos, com pH entre 5,0 e 6,5, temperaturas médias de 25-26 °C, e uma precipitação pluviométrica anual de 800 a 1.750 mm, bem distribuídos mensalmente. Além disto, para florescer, requer uma luminosidade de onze horas diárias. Se plantado em abril/junho, floresce em setembro e a colheita começa em  novembro. O maracujazeiro  responde bem à adubação. O nitrogênio e o
potássio são os nutrientes mais absorvidos; a exportação pelos frutos é 21% do nitrogênio absorvido, enquanto o potássio extraído é 40% do que foi absorvido.
Adubação na Bahia
As indicações abaixo são para aquelas lavouras onde foi feita a análise do solo. A coleta de amostra de solo é muito importante e deve ser uma prática a ser adotada por todos os plantadores do maracujazeiro. A análise do solo vai dizer realmente o estado nutricional do solo e com uma série de vantagens para o produtor: aplicação correta de fertilizantes que vão repor as necessidades em nutrientes; aplicação das doses que realmente a planta precisa; e a correção do solo com calcário, de preferência dolomítico, para corrigir a acidez do solo, criando condições favoráveis para a disponibilidade dos nutrientes, o que vai se traduzir em aumento da produtividade.
No plantio:
O material orgânico a ser usado na cova, no plantio, é de 20 a 30L de esterco de curral curtido, ou 5 a 10L de esterco de galinha, ou 5-10L de torta de mamona mais o superfosfato simples e o cloreto de potássio nas doses indicadas pela tabela anexa. A vantagem de se utilizar o supersimples é que, além de fornecer o fósforo, possui na sua composição o enxofre (S), também essencial para a cultura. Tudo isto deve ser feito 30 dias antes do plantio.
1° e 2° ano:
Nitrogênio (N): no 1° ano deve ser usado em cobertura, 60m dias após o plantio, na floração, e 90 dias após a floração. Nos 2° e 3° anos, o nitrogênio deve ser aplicado na floração, 90 dias e 180 dias após a fase da floração.
Fósforo (P): deve ser aplicado, em cobertura, em dose única, no primeiro e segundo anos, por ocasião da floração.
Potássio (K): deve ser usado, em cobertura, na floração, e 90 dias após a floração. Nos 2° e 3° anos, o potássio, como o nitrogênio, deve ser aplicado na floração, aos 90 dias e 180 dias após a floração.

No caso dos micronutrientes, o boro e o zinco são os mais utilizados pelas plantas e não podem faltar no seu ciclo de desenvolvimento e de produção.
Na cova: 20 g de sulfato de zinco mais 10 g de bórax ou FTE equivalente na dose de 50 g.
Foliar: pode ser utilizada uma mistura de 0,3% de sulfato de zinco, 0,1% de ácido bórico, 0,01% de molibdato de amônio, e 0,3% de uréia. Pode-se substituir a uréia pelo cloreto de potássio na dosagem de 0,5%. A utilização da uréia ou do cloreto de potássio melhora a absorção dos micronutrientes via foliar.
No caso em que não for possível ser feita a análise do solo, a tabela baixo fornece as quantidades de fertilizantes a serem aplicados nas diferentes fases da planta.



Adubação em São Paulo
O maracujazeiro pode ser plantado todo o ano nas regiões quentes, ou em julho e agosto nas regiões com temperaturas menores que 15 °C, no inverno.
Calagem:
A calagem é importante para corrigir a acidez do solo e deve ser feita com calcário dolomítico que possui cálcio e magnésio na sua composição. O método para calcular a necessidade de calagem é a porcentagem de saturação por bases (V%). A necessidade de calcário visa elevar o V% = 80, e quando os teores de magnésio forem menores que 0,4 cmolc/dm³.
Adubação:
Plantio: 30 – 50L de esterco de curral curtido, ou 5-10L de esterco de galinha, mais 200 g/cova de P2O5, 200 g de calcário dolomítico, 20 g de sulfato de zinco e mais 9 g de bórax. Esta mistura deve ser colocada na cova, 30 dias antes do plantio.
Adubação de formação: 25 g de uréia/planta aos 30 dias; 40 g/uréia/planta aos 60 dias; e uma mistura, aplicada por planta, de 120 g de uréia mais 90 g de cloreto de potássio aos 90 dias.
Adubação de produção: Esta leva em conta a produtividade esperada, dividida em faixas de 15 a 35 t/ha, e os teores de P mg/dm³ e K em mmolc/dm³ conforme resultado da análise do solo. O quadro abaixo fornece as quantidades de uréia, de superfosfato simples e de cloreto de potássio necessárias para satisfazerem as recomendações baseadas nos teores de nutrientes NPK da análise do solo. Estas adubações devem ser aplicadas anualmente, divididas em quatro ou cinco parcelas, nos meses de setembro, novembro, janeiro e março, antes da floração.

Micronutrientes: aplicar na fase de produção, no período das chuvas, via solo, uma mistura de 18 kg/ha de bórax e 20 kg/ha de sulfato de zinco. No caso de via foliar, usar uma calda composta de 30 g de sulfato de zinco, 10 g de ácido bórico, 50 g de uréia e 10 litros de água. Fazer três aplicações nos meses de outubro, janeiro e abril.
"O sucesso da plantação do maracujazeiro, em termos de produtividade, não depende somente da calagem e da aplicação de fertilizantes para colocar os nutrientes disponíves para as plantas; mas sim, de uma série de práticas que devem ser adotadas pelos produtores como: coleta de amostras de solo representativas; bom preparo do solo; aplicação correta dos fertilizantes; podas bem feitas, controle de doenças e pragas, colheira e armazenamento; ocorrência de condições climáticas favoráveis durante o ciclo da planta. O produtor deve seguir as recomendações do seu técnico consultor para obter o máximo de produção por hectare".
As próximas postagens sobre "adubação de maracujazeiro" serão as partes 2 e 3 correspondendo, respectivamente aos Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Não perca!

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determinação da necessidade de calagem
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