A extensão da área degradada, no Brasil, alcança 120 milhões de hectares. Esta área representa quase duas vezes e meia a área plantada com grãos, que é de 49 milhões de hectares. Com a recuperação desta área haveria um aumento da área cultivada com grãos, sem necessidade de novos desmatamentos. Imaginem uma recuperação de 40% desta área. Uma nova área de 48 milhões de hectares estaria disponível para a produção de grãos e, a médio prazo, teríamos uma duplicação na colheita total. Novas áreas não precisariam ser abertas para aumentar a produção. O problema é encontrar um método viável. Existem muitos, mas são onerosos.
O uso de leguminosas arbóreas e a utilização de bactérias e fungos, que num processo de simbiose, proporcionariam uma recuperação destas áreas a um menor custo, seria uma alternativa viável.
O uso de leguminosas arbóreas e a utilização de bactérias e fungos, que num processo de simbiose, proporcionariam uma recuperação destas áreas a um menor custo, seria uma alternativa viável.
O que é degradação do solo?
São áreas, que pelo mal manejo, perdem a sua fertilidade, perdem matéria orgânica, ficando o solo exposto e sujeito a processos erosivos, limitando o crescimento das plantas e a sua produção.
São áreas, que pelo mal manejo, perdem a sua fertilidade, perdem matéria orgânica, ficando o solo exposto e sujeito a processos erosivos, limitando o crescimento das plantas e a sua produção.
Como acontece a degradação de uma área?
A degradação de uma área verifica-se nos seguintes casos: quando a vegetação, a fauna são destruídas, removidas ou expulsas; quando a camada de solo fértil é perdida, removida ou coberta afetando a qualidade ambiental. A área degradada sofre alterações nas suas propriedades físicas, químicas e biológicas. A produção fica comprometida. A perda de fertilidade, de matéria orgânica e o mal manejo ocasiona a degradação do solo. Diminuindo a matéria orgânica, diminui a disponibilidade de nutrientes. A restauração da fertilidade do solo, a produção sustentável, são fundamentais para a recuperação de áreas degradadas. A revegetação com leguminosas arbustivo-arbóreas pode ser usada nesta recuperação. Estas leguminosas são de ciclo rápido e apresentam a capacidade de fixar, por simbiose, o nitrogênio do ar. A utilização de sua biomassa aumenta a matéria orgânica, adiciona nutrientes e reciclagem dos mesmos.
ARAÚJO FILHO, J.A avaliando a utilização de leguminosas arbóreas na recuperação de solos e repovoamento em áreas degradadas (2003-2005), em Quixeramobim - CE, concluiu que as leguminosas arbóreas, nesta região, podem ser utilizadas na recuperação florestal de áreas degradadas, com destaque para a Parkinsonia aculeata, a Gliricidia saepium, a Mimosa hostilis e a Leucaena leucocephala.
A EMBRAPA desenvolveu um método de recuperação de áreas degradadas utilizando microorganismos do próprio solo associados à espécies vegetais. Esta prática foi utilizada em Angra dos Reis, na recuperação de uma área de encosta; em Porto Trombetas - PA, na recuperação de uma área de rejeitos de bauxita; em Paracatu - MG, na recuperação de uma área degradada pela exploração do ouro. Este método permite a recuperação rápida, mesmo em áreas onde o subsolo está exposto.
A utilização de camadas de solo fértil proveniente de outras áreas é outra alternativa para recuperar as áreas degradadas, mas é um processo caro devido ao transporte. A adubação destas áreas proporciona um maior custo.
A alternativa da Embrapa seria mais viável. A utilização de microorganismos, bactérias e fungos, associados à leguminosas arbóreas, provoca uma simbiose: as bactérias fixam o nitrogênio (N) do ar fornecendo-o para a planta; por sua vez, a planta disponibiliza carboidratos produzidos na fotossíntese. Há uma troca entre planta e microorganismos. Em laboratório são selecionadas as linhagens de bactérias mais eficientes, e são produzidas mudas de árvores associadas a essas bactérias. As mudas são plantadas em viveiros da Embrapa e depois plantadas nas áreas degradadas. Os fungos micorriza que vivem no solo são, também, utilizados. Estes fungos contribuem no aumento da capacidade de absorção do fósforo (P) e da água, e conferem maior resistência às plantas nos casos de estresse.
As áreas de pastagens, quando mau manejadas, sofrem o processo de degradação. Esta degradação pode ser parcial ou total. Aparecem áreas sem cobertura vegetal, que expõem o solo e aumentam os problemas de erosão e degradação. Nestas áreas, a recuperação de pastagens é mais difícil e mais cara. Na recuperação destas áreas lança-se mão de resíduos existentes na própria propriedade, de custo mais baixo. Estes resíduos vegetais vão se decompondo pelos microorganismos do solo gerando matéria orgânica, nutrientes e, ao mesmo tempo, cobrindo o solo exposto. A decomposição dos resíduos melhora as condições físicas, químicas e biológicas do solo. Se existe pastagem vizinha, as sementes oriundas irão germinar, formando uma cobertura. Numa pastagem degradada, a produção da parte aérea diminui e o sistema radicular apresenta pequeno número de raízes ao longo da camada de solo e próximo à superfície.
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