Plantio Cruzado da Soja

A Esperança de uma Prática Sustentável

O que é plantio cruzado da Soja?

Plantio cruzado da soja é o plantio em linhas cruzadas formando um típico tabuleiro de xadrez. A lavoura parece um quadriculado. Com este modelo de linhas cruzadas, o número de plantas por hectare é maior. Como no sistema convencional não é possível reduzir o espaçamento, com o plantio cruzado o espaçamento entrelinhas alcança 25 cm. Numa lavoura bem manejada, pode se alcançar até 100 sacas/ha. O plantio cruzado ainda é

pouco conhecido, mas no Estado do Mato Grosso ele começa a evoluir e muitos produtores rurais estão adotando este tipo de plantio. O objetivo do plantio cruzado é dobrar a população de plantas e aumentar a produtividade. Se der certo, as possibilidades de dobrar a produção sem a necessidade de abrir novas áreas agrícolas. O manejo é a tônica principal para o sucesso do plantio: uso de produtos contra a ferrugem, uso de condicionadores de solo, uso de aminoácidos para promover o desenvolvimento do sistema radicular das plantas ou para o crescimento. Então, conclui-se que em termos de adubação ela deve ser mais carregada, o dobro do que se vem usando por hectare.

Um produtor rural de Mamborê/PR, Leandro Ricci adotou o plantio cruzado da soja e no concurso 1º Desafio de Produtividade Máxima do Conselho Estratégico Soja Brasil (Cesb), obteve o 1º lugar com uma produtividade de 108,4 sc/ha. A média nacional é de 48,6 sc/ha ou 2.916 kg/ha. Segundo o produtor, ele plantou uma área de 8 hectares passando a plantadeira duas vezes em sentidos opostos, usando uma variedade transgênica. O número de pés de soja atingiu 511 mil /ha, ou seja, quase o dobro de pés do sistema convencional de plantio. Segundo o produtor, a dúvida é em relação a um período de seca durante o ciclo da soja, porque são mais plantas disputando água, e a produtividade poderá ser menor. Além disto, o custo de produção é muito grande. Sua proposta é continuar testando o plantio cruzado.

O Desafio Máxima Produtividade é uma iniciativa da Cesb que promove estratégias sustentáveis para elevar a produtividade dos atuais 2.900 kg/ha para, no mínimo, 4.000 kg/ha até o ano de 2020.

Um teste está sendo feito pela Cooperativa A1 pelo técnico Winicius Morandin e Luiz Carlos Morosini, Gerente da Unidade de Belmonte. Para isto escolheram um cultivar de soja resistente ao acamamento e a técnica do plantio cruzado. A área é de 0,78 ha, na propriedade de Gelson Luiz Giombelli, onde a adubação foi dobrada para atingir 770 kg/ha da fórmula 03-30-15 e o número de sementes usadas foi de 622.216/ha. Uma adubação de cobertura será feita com o cloreto de potássio para reduzir os riscos de acamamento. Sabe-se que o potássio é responsável pela qualidade dos grãos, conferir maior resistência das plantas às pragas e doenças e maior resistência ao acamamento. A aplicação de fungicidas será antecipada para uma máxima proteção às doenças.

O plantio cruzado da soja é recente, existe ainda pouca pesquisa, mas testes como este são o caminho para verificar o comportamento das plantas, a produtividade e o aumento de renda do produtor. Portanto, cada produtor de soja deve testar, na sua lavoura, uma pequena área com o plantio de soja seguindo as recomendações dos técnicos, cooperativas, Cesb e anotar, na ponta do lápis, todos os gastos despendidos na lavoura e a receita total obtida, para verificar a rentabilidade do sistema. Um bom exemplo é do leitor deste blog que se assina por Marco Antonio Dorneles, estudante de agronomia da Universidade Regional Integrada - URI, Campus de Erechim/RS, que em conjunto com seu colega Mateus Coppi  irão testar o plantio cruzado da soja, para ser demonstrado a outras pessoas. O Marcos e o Mateus vão ter a oportunidade de conferir o comportamento da soja no plantio cruzado, em termos de população de plantas, fertilidade, produtividade alcançada e outros. Sucesso, Marcos e Mateus! Que a idéia seja adotada por outros alunos, profissionais e produtores de soja. Testar para comprovar!
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