Os nutrientes aplicados no solo estão propensos à interações que podem prejudicá-los na absorção pela planta. Individualmente, a ação deles pode ser satisfatórios, com resposta da planta em produção, mas em conjunto causam deficiências para a planta. Na absorção dos nutrientes é afetada por fatores como: antagonismo, inibição e sinergismo.
Antagonismo é quando um nutriente diminui a absorção do outro, podendo até diminuir a toxidez de um deles.
Sinergismo, quando um nutriente aumenta a absorção de outro, ou seja, um ajuda o outro. Vamos abordar cada nutriente em relação aos demais:
Nitrogênio (N)
O N tem efeito antagônico sobre o fósforo (P). Analisando a folha da planta é difícil verificar excesso de N e P.
O N e magnésio (Mg) são sinérgicos. A presença de baixo teor de N nas folhas é verificada quando os teores de cálcio (Ca) são altos.
O teor de N tem influência na ação do potássio (K).
O fertilizante nitrato de cálcio reduz a absorção de boro (B) e sua toxicidade.
Aplicações de fertilizantes nitrogenados reduzem os sintomas de deficiência de Mg, bem como aumentam o teor de Mg nas folhas.
O excesso de N-amoniacal (sulfato de amônio) provoca deficiência de manganês (Mn).
Muitas aplicações de nitrato provocam deficiências de cobre (Cu).
A uréia tem sinergia com o Mn.
Aplicações de N tendem a aumentar o teor de Ca nas folhas.
Fósforo (P)
Baixos teores de Mg reduz os teores de P.
Excesso de P reduz o teor de Cu na folha.
A falta de P induz deficiência na absorção de Mn.
Potássio (K)
A deficiência de K provoca uma elevação dos teores de Ca, Mg, N, P e acúmulo de B e Cu.
A ação do K depende do teor de N.
O acúmulo de K tende a diminuir a absorção de sódio (Na), Ca, P e enxofre (S).
A absorção de K é diminuída pelo excesso de Ca. Por isto que se emprega mais K em solos que apresentam altos teores de Ca.
O excesso de K inibe a absorção de Mg.
A redução do teor de B aumenta o P disponível e o aumento do teor de B diminui o P disponível.
Excesso de K e deficiência de Ca provoca deficiência de Mn.
Adubos potássicos favorecem a lixiviação do Mg pelas águas das chuvas.
Cálcio (Ca)
Altos teores de Ca reduzem a absorção de Mg.
Excesso de Ca produz a clorose férrica, podendo induzir as deficiências de zinco (Zn) e Cu
O teor de Ca diminui quando há excesso de B.
Baixos teores de Ca provocam deficiências de B.
O Ca mobiliza o cobre (Cu) provocando deficiência.
Deficiência de Ca e excesso de K provoca deficiência de Mn.
O teor de Ca diminui na presença de N-amoniacal, Mg, K e Na.
Magnésio (Mg)
A presença de sódio (Na) dificulta a absorção de Mg.
A deficiência de Mg tende a agravar a deficiência de Zn.
O Mg e o Mn apresenta sinergia entre eles. A presença de um ajuda a absorção do outro.
Alto teor de Mg reduz o teor de Cu.
Em solos ácidos, a absorção de Mg é prejudicada.
O Mg aumenta o teor de P
Outros
Excesso de B diminui o teor de Ca.
Teor alto de B reduz os teores de Mn na folha.
Excesso de Cu provoca deficiência de ferro (Fe).
Excesso de Mn provoca deficiência de Fe.
Zn e Cu são antagônicos. A presença de um diminui a absorção do outro.
O enxofre (S) aumenta os teores de Fe e Mn e diminui o de molibdênio (Mo).
Quando há um baixo suprimento de K, o acúmulo de N-amoniacal é favorecido e, nas bananeiras, o excesso de N atrasa a emergência do cacho. A relação N/K deve ser observada, impendindo-se que ela seja alta para evitar queda dos frutos do cacho.
Segundo Borges (2004) a melhor relação N/K nas folhas deve estar entre 0,7 e 0,9 na época do florescimento. Outra relação importante na bananeira é a K/Mg, sendo o ideal, no florescimento, entre 7 e 11. Acima deste valor, há o aparecimento do "azul da bananeira". No solo, esta relação deve estar entre 0,2 a 0,5. O Mg deve ocupar 20 a 40% da soma das bases trocáveis. Quando, no solo, a relação K/Mg é maior que 0,5 é uma indicação de excesso de K e valores abaixo de 0,2 indica uma deficiência de K no solo. O K deve estar em 10% da soma (K+Ca+Mg), sendo que abaixo de 5% há deficiência e 20% indica toxicidade. A relação Ca/Mg ideal deve ser de 3,5 a 4,0. A relação K / (K+Ca+Mg) deve ser de 0,6 a 0,8. Borges (2004) cita que as saturações ideais de Ca, Mg e K devem ser de 50 a 70% para o Ca, de 20 a 40% para o Mg e 10% para o K. A relação K/Na ideal no solo deve ser de 2,5. Solos com saturação de Na acima de 12% são considerados impróprios para o cultivo da bananeira.
Segundo Borges (2004) a melhor relação N/K nas folhas deve estar entre 0,7 e 0,9 na época do florescimento. Outra relação importante na bananeira é a K/Mg, sendo o ideal, no florescimento, entre 7 e 11. Acima deste valor, há o aparecimento do "azul da bananeira". No solo, esta relação deve estar entre 0,2 a 0,5. O Mg deve ocupar 20 a 40% da soma das bases trocáveis. Quando, no solo, a relação K/Mg é maior que 0,5 é uma indicação de excesso de K e valores abaixo de 0,2 indica uma deficiência de K no solo. O K deve estar em 10% da soma (K+Ca+Mg), sendo que abaixo de 5% há deficiência e 20% indica toxicidade. A relação Ca/Mg ideal deve ser de 3,5 a 4,0. A relação K / (K+Ca+Mg) deve ser de 0,6 a 0,8. Borges (2004) cita que as saturações ideais de Ca, Mg e K devem ser de 50 a 70% para o Ca, de 20 a 40% para o Mg e 10% para o K. A relação K/Na ideal no solo deve ser de 2,5. Solos com saturação de Na acima de 12% são considerados impróprios para o cultivo da bananeira.
BORGES, A. L. Interação entre Nutrientes em Bananeira. EMBRAPA Mandioca e Fruticultura. Banana em Foco, Nº 55. Dez. 2004. Disponível em:<http://www.cnpmf.embrapa.br/publicacoes/produto_em_foco/banana_55.pdf> Acesso em: 01 Nov. 2012.
Boa noite, gostaria de saber a interação que existe entre a ureia e o calcário e se essa interação pode ter algum efeito sobre a macrofauna do solo. Obrigada.
ResponderExcluirOlá, estava eu pesquisando sobre a interações entre os nutrientes do solo por este site e vi agora a sua dúvida, posso lhe responder que a interação entre o calcário e a uréia, segundo a consagrada tabela de compatibilidade entre os fertilizantes e corretivos, não existe neste caso, nenhum problema de incompatibilidade entre esses dois compostos, podendo até mesmo sendo misturados e aplicados no solo a princípio. Agora em se tratando de possíveis efeitos sobre a macrofauna do solo, poderá depender se as quantidades aplicadas de calcário e de úreia estiverem fora das reais necessidades do solo e da cultura a ser adubada ou implantada no local. O excesso de uréia como qualquer adubo nitrogenado quando aplicado em excesso, poderá causar a perda por lixiviação ou no caso de uréia, a perda por volatilização na forma de NH3, o excesso de ureia assim como qualquer adubo nitrogenado pode causar até mesmo a acidificação do solo, necessitando de mais corretivo para neutralizar o poder acidificante. Os excessos de calcário e ureia poderá promover uma maior mineralização da matéria orgânica presente no solo e isso poderá sim causar prejuízos a macrofauna do solo pois, poderia reduzir a disponibilidade de alimento desses organismos.
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