segunda-feira, 10 de junho de 2019

A Planta Responderá à Aplicação de Potássio?


As propriedades agrícolas que adotam as práticas de uma agricultura de melhor qualidade estão apresentando altos rendimentos das culturas exploradas economicamente. As melhores técnicas culturais, o uso eficiente dos fertilizantes, o combate às pregas e às doenças de maneira correta que não provoquem danos ao homem e ao meio ambiente, etc, são os principais fatores responsáveis para a alta produtividade agrícola em termos de sacas/ha. Tudo parte de uma correta amostragem do solo e uma análise físico-química com os teores de nutrientes, argila, areia, etc...

A planta precisa de vários nutrientes para desenvolver e produzir grãos e frutos. O trio NPK é o principal foco devido aos baixos teores encontrados, de maneira geral, nos solos brasileiros.
O potássio merece cuidados especiais quanto ao seu emprego no solo. Solos arenosos são responsáveis pela lixiviação do potássio. Por este motivo é recomendado parcelar a aplicação deste nutriente.
La literatura e nos manuais de recomendação de adubação, em geral, encontramos para a cultura da soja uma reposição de potássio de 20 kg/ha de K2O para cada 1.000 quilos de grãos produzidos. Uma produção de 3.000 quilos de soja exigiria uma aplicação de 60 kg/ha de K2O.
Entretanto, um fator importante não deve ser esquecido: a absorção de K pela planta depende da disponibilidade de Ca e Mg no solo. Ora, o cálcio em excesso inibe a absorção de K e de Mg e vice-versa. Então, quando recomendamos K não devemos esquecer a relação entre os três nutrientes, ou seja, K, Ca e Mg. Somente assim saberemos se a planta vai responder à aplicação de potássio (K).
Para saber a resposta da planta à aplicação de K, a utilização de uma fórmula de cálculo poderá ser usada


ATENÇÃO: nesta fórmula todos os nutrientes devem estar expressos em cmolc/dm³. Se o potássio está expresso em mg/dm³, devemos fazer a conversão para cmolc/dm³. Um cmolc de K/dm³ equivale a 391 mg/dm³. Logo 1/391 = 0,002557
Se o resultado da análise do solo apresenta K = 25 mg/dm³, a conversão será: 25 x 0,002557 = 0,06 cmolc de K/dm³.
Se o Ca e Mg estiverem expressos em mmolc/dm³ basta dividir por 10 para obter a conversão em cmolc/dm³.
Exemplo: 30 mmolc de Ca/dm³ /10 = 3 cmolc de Ca/dm³.

Aplicação da fórmula: 
Por exemplo um resultado de análise do solo apresentou os seguintes teores de nutrientes:
K = 0,10 cmolc/dm³
Ca = 0,9 cmolc/dm³
Mg = 0,27 cmolc/dm³

Resposta K = 0,10 / raiz quadrada de (0,9 + 0,27)
Resposta K = 0,10 / 1,08
Resposta K = 0,09

Castro & Meneguelli estabeleceram índices para enquadrar o resultado Resposta K obtido:
< 0,13 - alta resposta;
0,13 a 0,20 - média resposta;
> 0,20 - baixa resposta.

No exercício acima, o valor Resposta K = 0,09 é enquadrado como alta resposta à adubação potássica.

REFERÊNCIA

https://www.bdpa.cnptia.embrapa.br/consulta/busca?b=pc&id=107150&biblioteca=vazio&busca=autoria:%22MENEGHELLI,%20N.%20do%20A.%22&qFacets=autoria:%22MENEGHELLI,%20N.%20do%20A.%22&sort=&paginacao=t&paginaAtual=1


10 comentários:

  1. Excelente matéria. Uma pergunta, como calcular a eficiência do aproveitamento da adubação potássica em termos de lixiviação nas diferentes texturas de solo?

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    1. Leia:
      http://agronomiacomgismonti.blogspot.com/2009/07/eficiencia-dos-fertilizantes-parte-ii.htm

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  2. Professor... muito boa informação, gostaria de saber a referencia bibliografica, pois acredito que para chegar e esse modelo (equação) seja resultado de varios exptos em distintos tipos de solos ,cultivos e ambientes. Grato desde já.

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    1. Veja o link abaixo
      https://www.bdpa.cnptia.embrapa.br/consulta/busca?b=pc&id=107150&biblioteca=vazio&busca=autoria:%22MENEGHELLI,%20N.%20do%20A.%22&qFacets=autoria:%22MENEGHELLI,%20N.%20do%20A.%22&sort=&paginacao=t&paginaAtual=1

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  3. Dúvida não referente a essa postagem.o gesso Davo incorporar ? Ou não é necessário?

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    1. Não há necessidade de incorporar porque o gesso agrícola é muito solúvel e o Ca é carreado para as camadas mais profundas do perfil do solo.

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    2. Professor, não sei se o senhor conhece o mr4, um po de rocha. como determinar a quantidade de uma aplicação com po de rocha

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    3. Não conheço, mas os pó de rocha são usados para substituir em parte os adubos químicos, diminuindo o custo da adubação por área. è um investimento pois te ação a longo prazo, melhorando a fertilidade do solo. Veja se tem resultados de pesquisa em sua região. Quanto à quantidade, eles são usados em maiores quantidades podendo passar de uma ou mais toneladas/ha. Veja as recomendações do distribuidor ou da assistência técnica de sua região.

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  4. Professor tenho visto analises de solo aqui no Mato Grosso principalmente em solos arenosos ,onde teor de k em pastagens antigas estar mais alto significativamente ,do que áreas de agricultura em plantio direto(soja,milho e brachiaria em consorcio) onde são aplicadas em torno de 100 ptos de k todos os anos !Lixiviaçao ?O q explica ?

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  5. Boa tarde, gostaria de saber se tem algum dado sobre K não trocável no solo, se nas analises convencionais seria o caso de ter K não trocável no resultado?

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