terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Os Fertilizantes Organominerais

Os fertilizantes organominerais vem alcançando um destaque na adubação das plantas. Embora haja necessidade de maiores experimentações, o certo é que o consumo destes fertilizantes alcança 10%. Os fertilizantes organominerais apresentam efeito fertilizante com base nos teores de N, P2O5, K2O e de outros nutrientes. Nestes produtos, a liberação de fósforo da fração orgânica é de 50%, na primeira safra. O potássio, por sua vez, é liberado 100%. Os materiais orgânicos promovem uma melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo como, aeração, retenção de umidade e estrutura, aumento na capacidade de retenção de cátions, aumento da CTC do solo, do teor de P, do teor de matéria orgânica, e aumento da atividade microbiana do solo que irá agir na solubilização dos fertilizantes minerais liberando nutrientes para as plantas.
Mas seu uso excessivo causa problemas como a lixiviação de nitratos e o transporte de P para as fontes de água. O esterco de animais como gado, suínos e frangos, são bastante utilizados para a produção dos organominerais. Dentre eles, o esterco de galinhas apresenta os maiores teores de N e P. Outros resíduos, como a vinhaça e o bagaço de cana podem ser utilizados na produção dos organominerais. Os resíduos de suínos e aves são submetidos à compostagem e, depois, enriquecidos com fertilizantes minerais e, então, granulados. A produção de grande quantidade de dejetos de aves torna-se a fonte principal para a produção dos organominerais. Os dejetos de suínos são responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, como o óxido nitroso.
Os materiais orgânicos não suprem, totalmente, as necessidades das plantas, pois suas concentrações em NPK diferem das relações exigidas pelas mesmas. Para um melhor aproveitamento dos adubos orgânicos, o produtor deve partir, no cálculo, pelo nutriente cuja quantidade será suprida usando-se a menor dose de adubo orgânico. Em relação aos outros nutrientes, calcula-se a quantidade que falta e adiciona-se na forma de fertilizante mineral. Muitos materiais orgânicos apresentam uma relação C/N alta e não suprem as necessidades de N exigidas pelas plantas. Neste caso, torna-se necessária a utilização de fertilizantes minerais nitrogenados para completar as necessidades das plantas. Os materiais orgânicos com alta relação C/N não são indicados para a adubação das leguminosas, pois estas têm a propriedade de fixar o nitrogênio do ar. Na rotação de culturas, aplica-se o adubo orgânico quando do plantio de cereais e usa-se a leguminosa na rotação. Com isto, haverá um aproveitamento do efeito residual.
Experimentos mostram que os fertilizantes organominerais, nas culturas que exigem adubação nitrogenada e em cobertura, podem ser aplicados de uma só vez, no plantio. Porque o nitrogênio (N) concentra-se na forma mineral e orgânica. O N mineral é absorvido rapidamente e o N orgânico, do adubo orgânico, é absorvido depois. Como o N orgânico precisa ser mineralizado no solo, para ser aproveitado pelas plantas nas formas nítrica ou amoniacal, ele fica mais tempo no solo. A forma N mineral é facilmente lavada pelas águas das chuvas, enquanto o N orgânico é armazenado no solo.
A utilização de superfosfato simples (SS), na mistura com orgânicos, diminui a fixação do fósforo porque o cálcio misturado com a matéria orgânica faz com que o SS não entre em contato direto com o solo, não havendo reação com os óxidos de ferro e alumínio.
A mineralização da matéria orgânica libera P solúvel quando a planta necessita. Ela regula a disponibilidade de fósforo no solo. O fósforo dos fertilizantes minerais fosfatados, por serem solúveis em água, estão prontamente disponíveis para as plantas, O que elas não aproveitam de imediato, é fixado pelos compostos de ferro e de alumínio.
O potássio (K) por ser um cátion, cargas elétricas positivas, se liga às cargas negativas do húmus, presente nos organominerais, e fica disponível para as plantas, além de ser mais resistente à lixiviação.
O lixo domiciliar e o lodo de esgoto, após submetidos a tratamentos, podem ser utilizados na fabricação de fertilizantes organominerais. Primeiro sofrem um processo de compostagem e, depois, adiciona-se os fertilizantes minerais.
Os organominerais são de fácil aplicação e seus grânulos correm livres nas adubadeiras e não empedram. A sua distribuição na lavoura é a mesma usada quando da aplicação de fertilizantes minerais. O mesmo serve para a localização do produto no solo: abaixo e ao lado da semente.
Fernandes, André L.T. et al, verificaram em experimento com café, em solo LVA, textura arenosa, altitude de 850m, variedade IAC 144, com aplicação de fertilizantes convencionais, fertirrigação por gotejamento com adubo convencional, adubação de cobertura com organomineral sólido, e adubo organomineral via líquida. As doses de NPK foram as mesmas em todos os tratamentos. Após 4 safras, concluíram que não houve diferenças em termos de produtividade e de qualidade do café.
A Legislação Brasileira de Fertilizantes determina que os fertilizantes organominerais devem conter, no máximo, 20% de umidade. A soma de N+P2O5+K2O (conforme declarado no registro do produto) deve ser, no mínimo, de 12% e o teor de matéria orgânica de 25%. Além disto, 50% do produto deve ser oriundo de orgânicos.
Os fertilizantes organominerais são comercializados na forma de pó, granulado e pellets. No caso do pó, 95% deve passar na peneira com abertura de malha de 2mm, e que 50% passe na peneira de 0,3mm. Nos granulados ou em pellets, 100% deve passar na peneira de 4mm e 5% na peneira de 0,5mm.

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