terça-feira, 24 de abril de 2012

Importância do Estoque de Carbono no Solo


As plantas, através da fotossíntese, capturam gás carbônico (CO2) da atmosfera e acumulam grandes quantidades no solo. Isto, associado ao plantio direto, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e rotação de culturas, contribui para armazenar o carbono no solo. O carbono é importante no solo. Ele melhora a estrutura física do solo pela melhor agregação, maior porosidade, melhor infiltração e armazenamento de água. Nestas condições, as plantas têm a possibilidade de produzir sistemas
radiculares abundantes, com raízes profundas, o que lhes confere a vantagem de buscar nutrientes e água, através das camadas mais profundas do solo. Com isto, as plantas resistem melhor aos veranicos e absorvem os nutrientes contidos nestas camadas. Em contrapartida, desmatamento, queima de combustíveis fósseis, revolvimento do solo, aração e gradagem contínuas proporcionam a emissão de CO2 para a atmosfera. O sistema convencional de plantio acumula duas vezes menos carbono do que o plantio direto. Na cana-de-açúcar, a colheita mecanizada acumula carbono no solo porque ela deixa a palha cobrindo a camada superficial do solo, podendo acumular até três toneladas de carbono num período de três anos. Isto é importante para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Entretanto, a queima das folhas de cana proporcionam perdas de CO2 para a atmosfera.
Para acumular carbono no solo, o produtor rural deve ter em mente que o solo não pode ser revolvido. A aração e gradagem provocam perdas de carbono no solo. Aí, a preferência deve ser para o plantio direto, com a finalidade de acumular carbono ao longo dos anos. A preferência deve ser para o plantio de culturas que possuam abundante sistema radicular e raízes compridas, profundas, e uma produção grande de massa verde, garantindo um maior depósito de resíduos (palha) no solo, com acúmulo maior de carbono. As leguminosas devem ser as preferidas na adubação verde porque elas acumulam mais nitrogênio, o que permite um maior sequestro de carbono. As perdas de N provocam menor acúmulo de carbono. A matéria orgânica do solo contém uma relação C/N de 10/1 a 13/1. A perda de uma unidade de N provoca a perda de 10 a 13 unidades de carbono.
Para calcular o estoque de carbono no solo, parte-se do teor de matéria orgânica. Por exemplo, um solo que possui 30 g/dm³ de matéria orgânica (MO). Ora, sabe-se que:
MO = C x 1,72
C = MO / 1,72
Então, no exemplo temos:
C = 30/1,72
C = 17,44 g/dm³
Um hectare, profundidade 0,20 m e densidade igual a 1:
10.000 m² x 0,20 m = 2.000 m³ = 2.000.000 dm³
Logo, 1 ha = 2.000.000 dm³
Em 1 dm³ temos ........................ 17,44 g de carbono (C)
em 2.000.000 dm³ teremos ........... X g/ha carbono
X = (2.000.000 x 17,44) / 1
X = 34.880.000 g/ha C = 34.888 kg/ha C = 34,88 t/ha C

Um comentário:

  1. Importantíssimo esse assunto, Trabalho em solos de cerrado e sei o quanto é importante conhecer este assunto, principalmente qdo estamos em area irrigada. Os solos dos Pivos centrais do cerrado estão doentes; e o caminho para melhorias e aumentar a vida microbiana e sera necessário o entendimento do carbono.

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