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terça-feira, 2 de abril de 2013

Cuidados no Uso das Unidades Expressas na Interpretação da Análise do Solo




Introdução

Um erro de cálculo, na interpretação da análise de solo, é não prestar atenção em que unidade os nutrientes estão expressos no resultado laboratorial. É comum os nutrientes estarem expressos em mmolc/dm³ e os cálculos são feitos como se fossem cmolc/dm³. Isso leva a resultados errôneos que podem superestimar a necessidade de calagem, a interpretação das faixas de disponibilidade das tabelas de recomendação de calagem e adubação, os teores de nutrientes em kg/ha, etc. Existem laboratórios que expressam o resultado dos teores de nutrientes em cmolc/dm³ e outros em mmolc/dm³. Por exemplo, 1 cmolc/dm³ de K é igual

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Como Converter dag/kg em g/kg e Vice-Versa

Na interpretação da análise do solo, análise foliar, compostos orgânicos nos deparamos com a expressão de unidades como dag/kg, g/kg, mg/dm³, mg/kg, mg/L, etc. Muitos ainda têm dúvidas como fazer a conversão destas unidades. Por exemplo, o teor de argila nos é dado em dag/kg ou g/kg. Ora, dag/kg vem a ser a antiga %. Outras vezes, a matéria orgânica e outros constituintes do solo são espressos em g/kg. Daí, surgem dúvidas como transformar dag/kg em g/kg ou vice-versa. A Tabela Unidades de Massa, aqui anexada, nos ajuda a fazer a conversão.


Por exemplo: um solo apresenta 640 g/kg de argila. Quanto corresponde em dag/kg ou %. Na tabela, observamos que dag/kg = 10 g/kg ou g/kg = 0,1 dag/kg. Sendo assim, teremos:
640 g/kg x 0,1 = 64 dag/kg ou 64% de argila.
A análise do solo apresenta 2,5 dag/kg de matéria orgânica ou 2,5%. Convertendo em g/kg, pela tabela observamos que dag = 10 g. Logo 2,5 dag/kg x 10 = 25 g/kg de matéria orgânica. Da mesma maneira, pela tabela,
dag = 10000 mg
mg = 0,0001 dag
g = 1000 mg
mg = 0,001 g
LEIA:  Transformar resultados analíticos de solos

ATUALIZAÇÃO em 31.05.2013

Como transformar dag/kg e g/kg em kg/ha ou t/ha
dag/kg x 10 = g/kg
g/kg x 2.000 = kg/ha
g/kg x 2 = t/ha
Exemplo: transformar 3 dag/kg em kg/ha e t/ha
3 x 10 = 30 g/kg
30 g/kg x 2.000 = 60.000 kg/ha
30 g/kg x 2 = 60 t/ha

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Transformar Resultados Analíticos de Solos

As conversões de unidades da análise do solo, as transformações dos resultados analíticos do solo são questões mais envolventes entre aqueles que lidam com os resultados de análise do solo e nas recomendações de adubação. Como transformar % de macro ou micro nutrientes  para mmolc/dm³ e para mg/dm³. Estamos disponibilizando uma tabela de transformações dos resultados analíticos do solo, encontrada na literatura, e que irão ajudar muito àqueles que trabalham nesta área. Mas, vamos

terça-feira, 15 de maio de 2012

Interpretação Análise do Solo - Conversão de Nutrientes


Muitos leitores nos enviam uma série de dúvidas em relação à interpretação de uma análise de solo, ou seja:
1. como calcular a porcentagem de um elemento dentro de uma substância química;
2. como calcular a porcentagem de saturação de um nutriente em relação a CTC a pH 7,0;
3. como transformar os nutrientes em seus respectivos óxidos e vice-versa;
4. como transformar K e Na de mg/dm³ para cmolc/dm³ ou mmol/dm³.
Alguns destes assuntos já comentamos em postagens  publicadas. Mas,

terça-feira, 3 de abril de 2012

No Solo, nem Potássio Demais nem Potássio de Menos


Os pesquisadores Raij, Orlando Filho et al. recomendam, respectivamente, que o nível crítico para o potássio situa-se na faixa de 2,1 e 2,3 mmol/dm³ ou 0,21 e 0,23 cmolc/dm³. Estes valores expressos em mg/dm³ significam, respectivamente, 82 e 90 mg/dm³. Acima de 3,0 mmolc/dm³, ou 0,3 cmolc/dm³ ou 120 mg/dm³, poderá acontecer toxidez ou aumento da salinidade. Então, nem potássio demais nem potássio de menos. O excesso de potássio, nos citros, causa um aumento na grossura e aspereza da casca e no tamanho do fruto. O excesso de K inibe a absorção de Ca e Mg, aparecendo sintomas de deficiências.

terça-feira, 6 de março de 2012

Como Converter Unidades Antigas de Solo

Muitos leitores pedem esclarecimentos de como interpretar trabalhos de pesquisas antes da entrada em vigor das novas unidades do sistema internacional - SI, inclusive análises de solos, representadas pelas unidades antigas como o meq/100 cm³ de solo ou meq/100 g de solo, percentagem (%) para os teores de argila e matéria orgânica. Ora, interpretar os antigos resultados de pesquisa é possível, mas

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Unidade cmolc/dm³ e suas Conversões

Centimolc, ou cmolc, é igual a 10 mg de hidrogênio. Para se calcular o cmolc/dm³ é necessário conhecer o peso atômico do elemento (em g) e sua valência. O hidrogênio (H+) tem um peso atômico de 1,008g e é monovalente; o cálcio (Ca²+) tem peso atômico igual a 40,08g, o magnésio (Mg²+), 24,312g e ambos são bivalentes; o alumínio (Al³+), 26,981g e é trivalente; o potássio (K+), 39,102g e é monovalente.
A fórmula para calcular cmolc/dm³ é a seguinte:
cmolc g/dm³ = peso atômico em g /valência/100
Aplicando esta fórmula temos:

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Aumentar os Teores de PK no Solo

Quando pretendemos elevar os níveis de P e K no solo, precisamos conhecer uma série de conversões que serão necessárias na elaboração dos cálculos.
1. profundidade da camada de terra onde serão incorporados os nutrientes;
2. conhecer os teores de nutrientes PK fornecidos pela análise do solo;
3. a eficiência dos fertilizantes PK aplicados no solo;
4. os índices de conversão de P para P2O5 e de K para K2O.
Por hipótese, desejamos elevar os níveis de P e K, no solo, para níveis de 15 mg/dm³ e 0,3 cmolc/dm³. A análise do solo indicou teores de 1 mg/dm³ para o P e 0,05 cmolc/dm³ para o K. A profundidade da camada de terra, onde serão incorporados os nutrientes, é de 25 cm. A eficiência dos fertilizantes é, em média, de 25% para o fósforo e de 70% para o K.
Quantos kg/ha de superfosfato simples e de cloreto de potássio serão necessários para atingirmos o nosso objetivo?

terça-feira, 16 de março de 2010

Tabela de Conversão de Unidades das Análises de Solos

No dia-a-dia do trabalho nos deparamos com situações que exigem nossa memória ou conhecimentos de como chegar aos resultados: quem já não precisou, num certo momento, Conversor de Unidades de resultados macronutrientes ou transformar. Por isto o objetivo desta postagem de trazer aos leitores aquelas conversões mais usadas, e que são tão importantes conhecê-las, Para facilitar o trabalho de todos. Existem, é claro, muitas outras, eo leitor PODERÁ CONTRIBUIR enviando-as para enriquecimento da tabela abaixo.



quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Interpretação de Análise do Solo - Cálculos de S, CTCs, m% e V%.

Na interpretação de uma análise de solo é importante conhecermos os valores S da soma de bases, as capacidades de troca de cátions efetiva e a pH 7,0, a percentagem de saturação por alumínio (m%) e a percentagem de saturação por bases (V%). Para determinação da calagem, em vários Estados brasileiros, se utiliza o valor V% que diferencia os solos férteis dos solos de baixa fertilidade. Baseado num resultado hipotético de uma análise de solo, vamos calcular estes valores tão importantes para o técnico na recomendação da calagem e dos fertilizantes, visando uma maior produtividade das culturas.
Uma análise do solo aponta os seguintes teores de nutrientes no solo.


1) Cálculo da soma de bases (S)

Aqui temos um problema. No cálculo da soma de bases (S) das CTC efetiva e a pH 7,0, dos valores (m%) e (V%) os cátions deve estar expressos, todos eles, em cmolc/dm³ ou mmolc/dm³. No resultado da análise acima, o K está expresso em mg/dm³. Então, é preciso transformar estes mg/dm³ K em cmolc/dm³ de K.
25 mg/dm³ K = 0,025 g/dm³ K  (atualização em 07/07/2014)
cmolc = peso atômico (em g) /valência/100
O peso atômico do K = 39 e sua valência é igual a 1
1 cmolc/dm³ K = 39g/1/100 = 0,39 g K
Como 1cmolc/dm³ K corresponde 0,39 g K
............X...................corresponderá 0,025 g K
X = 0,025 x 1 / 0,39 = 0,06 cmolc/dm³ K
Portanto 25 mg/dm³ K = 0,06 cmolc/dm³ K
Agora podemos calcular a soma de bases pois todos os nutrientes estão expressos na mesma unidade.
S = Ca²+Mg²+K¹ = 05+0,1+0,06 = S=0,66 cmolc/dm³

2 - Cálculo da CTC efetiva do solo (t)
Empregaremos a fórmula t = S + Al³
t = 0,66 + 1,7 = 2,36
t = 2,36 cmolc/dm³

3 - Cálculo da percentagem de saturação por Al da CTC efetiva (m%)m % = (100 x Al) / t = (100 x 1,7) / 2,36 = 72
m % = 72%
Neste solo, a percentagem de saturação por Al da CTC efetiva é de 72%.

4 - Cálculo da percentagem de saturação por bases da CTC efetiva
100 – m = 100 – 72 = 28
A percentagem de saturação por bases da CTC efetiva é de 28 %.

5 - Cálculo da CTC a pH 7,0 (T)T = S + (H + Al) = 0,66 + 5,4 = 6,04
T = 6,04 cmolc/dm³

6 - Cálculo da percentagem de saturação por bases (V%) da CTC a pH 7,0
V% = (100 x S) / T = (100 x 0,66) / 6,04 = 10,9%.
V = 10,9%.

7 - Cálculo da percentagem de saturação por ácidos da CTC pH 7,0
100 – V = 100 – 10,9 = 89,1%
O solo, conforme os dados da análise, é um solo com baixo teor de bases trocáveis que ocupam quase 28% da CTC efetiva e 10,9% da CTC a pH 7,0. O valor da CTC efetiva é baixíssimo. O solo apresenta baixa capacidade de reter cátions. A argila deste solo é uma argila de baixa reatividade. Por outro lado, 72% dos pontos de troca estão ocupados pelo Al em relação a CTC efetiva. Isto oferece grandes limitações ao desenvolvimento das culturas. A calagem e aplicações de fertilizantes devem ser importantes recomendações para este solo, visando aumentar a produtividade da lavoura.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Análise de Solos - Os Conceitos de S, CTCs, m%, V%

A análise do solo é o instrumento que o técnico utiliza para recomendar as necessidades de calagem e fertilizantes, melhorando as condições de fertilidade de um solo, para que as plantas encontrem os nutrientes que elas precisam para responder com altas produtividades. É importante o conhecimento dos conceitos abaixo para que tenhamos uma noção mais ampla das condições e manejo da fertilidade do solo. Vamos comentar a importância de cada um, as fórmulas utilizadas para cálculos da soma de bases, CTCs, percentagem de saturação por Al³, percentagem de saturação por bases (V%) e outros.
1 - Soma de bases trocáveis (S) ou (SB)

Aqui se calcula a soma dos cátions Ca² + Mg² + K + Na. Os cátions estão na forma trocável no complexo de troca do solo. Através do valor da soma de bases podemos calcular a CTC efetiva, a CTC a pH 7,0, a saturação por bases (V%).
S = Ca²+Mg²+K+Na.
O valor da soma de bases é expresso em cmoc/dm³ ou mmolc/dm³. Convém lembrar que todos os cátions devem estar expressos em cmoc ou mmolc . Se a análise do solo apresentar os cátions com unidades diferentes, eles devem ser transformados para as unidades que expressam a soma de bases. Além disto, cmoc/dm³ x 10 = mmolc/dm³. Da mesma forma, mmolc/dm³ dividido por 10 = cmoc/dm³.
"A soma de bases (S) dá uma indicação do número de cargas negativas que estão ocupados por bases nos colóides do solo".

2 - Capacidade de Toca de Cátions - CTC efetiva (t)
Esta nos diz a capacidade efetiva de um solo em reter cátions próximos do seu pH natural.
t = S + Al³
Os valores são expressos em cmoc/dm³ ou mmolc/dm³.

3 - Capacidade de Troca de Cátions - CTC a pH 7,0
É a quantidade de cátions adsorvida a pH 7,0 ou, em outras palavras, a CTC potencial do solo. Seria o valor a ser atingido se a calagem elevasse o pH a 7,0. "O máximo de cargas negativas que seriam liberadas a pH 7,0 para serem ocupadas por cátions".
A CTC a pH 7,0 (T) diferencia-se da CTC efetiva a pH natural (t), pois ela inclui o H. O íon H encontra-se em ligação covalente, muito forte, com os óxidos de ferro e alumínio, e o oxigênio (O) dos radicais orgânicos.
T = S + (H + Al³)
Se desejamos liberar cargas negativas que estão ocupadas pelo H na CTC a pH 7,0 devemos elevar o pH do solo acima de 5,5. Nesta faixa não existe mais o Al³ trocável. Em certas culturas, quando se aplicam doses elevadas de calcário ele irá neutralizar parte destes íons H ou acidez não trocável.

4 - Percentagem de saturação por Alumínio (m%)
Expressa quanto por cento da CTC efetiva está ocupada pela acidez trocável ou Al trocável.
"Seria a percentagem de cargas negativas do solo que está ocupada pelo Al³ trocável, próximo ao pH natural do solo. Ela expressa a toxidez do alumínio".
Quanto mais ácido for o solo, maior o teor de alumínio trocável, maior a percentagem de saturação por Al, menores os teores de Ca, Mg, K e, consequentemente, menor a soma de bases trocáveis.
m (%) = (100 x Al³) / t = (100 x Al³) / Ca²+Mg²+K¹+Na¹+Al³
Em solos arenosos, com alta saturação por Al³, a produção de massa verde de soja reduz consideravelmente a partir de 12% no valor m%. A soja é sensível à saturação por alumínio. Doses de calcário devem ser recomendadas para elevar a saturação por bases (V%) em 60%.
Em solos argilosos, a situação não é tão ruim. Aqui o fator limitante na produção de massa verde da soja foi a partir do valor m% de 31%. Em solos argilosos a saturação por bases (V%) deve ser elevada para 50%.
No sistema de plantio direto, deve-se considerar V = 60%.
Neste experimento, a relação Al/Ca teve comportamento drástico na produção de massa verde da soja em solos arenosos onde o valor da relação ficou em torno de 0,2. Nos solos argilosos a relação Al/Ca foi de 0,5.
Quando a saturação por Ca for inferior a 4 ou 5 vezes o alumínio, a produção de massa verde da soja cai drasticamente em solos arenosos. Já em solos argilosos, com a saturação de Ca duas vezes mais que a saturação por alumínio, ou seja uma relação Al/Ca igual a 0,5 o comportamento é menos drástico.
O efeito tóxico do Al é maior no solo arenoso do que no solo argiloso.
Quando se adiciona calcário na dosagem recomendada aumenta-se os teores de Ca e Mg e vai reduzindo os teores de Al³ (acidez trocável), até que no pH 5,6 o Al³ , praticamente, deixa de existir . Com isto o valor da percentagem de saturação por Al (m%) fica zerado. E, por consequência, a percentagem de saturação por bases da CTC efetiva deve ser 100%. Neste patamar a acidez trocável deixa de existir.
Diminuindo-se de 100 o valor encontrado em m%, teremos a percentagem de saturação por bases da CTC efetiva.

5 - Percentagem de saturação por bases (V%)
Este valor expressa quanto por cento dos pontos de troca de cátions no solo estão ocupados por bases. Ou seja, “quanto por cento das cargas negativas a pH 7,0 estão ocupadas por bases como Ca, Mg, Na e K em comparação com aquelas ocupados por Al e H; o valor V% serve para diferenciar solos pobres (V<50>50)”.
Vários Estados brasileiros utilizam o V% para recomendar a quantidade de calcário a ser aplicada ao solo, pelo método de elevação de bases.

V% = (100 x S) / T = [100 x (Ca+Mg+K+Na)] / (Ca+Mg+K+Na+H+Al)
Diminuindo-se de 100 o valor V encontramos a percentagem de saturação por ácidos da CTC a pH 7,0.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Cálculo de quantas unidades de Ca e Mg foram aplicadas ao solo pela calagem

A aplicação de 6 toneladas de calcário/ha com teores de 39% CaO e 12% de MgO corresponderia a quantos cmolc/+/dm³ de Ca²+ e a quantos cmolc /dm³ de Mg ?

Já sabemos (ver postagens anteriores) que em 1 tonelada aplicada de calcário, cada 1% de CaO corresponde o fator 0,01783. Então,39 x 0,01783 = 0,69537 cmolc Ca²+/dm³.
Como são 6 toneladas,
6 x 0,69537 = 4,17 cmolc /dm³ Ca²Em relação ao MgO, para cada 1% de MgO corresponde o fator 0,0248.
12 x 0,0248 = 0,2976 cmolc /dm³ Mg²+
Como são 5 toneladas: 6 x 0,2976 = 1,78 cmolc /dm³ Mg²+
As fórmulas abaixo também podem ser usadas e darão os mesmos resultados, quando a aplicação de calcário for maior de 1 tonelada :

cmolc Ca²+/dm³ = teor de CaO %/t x (n) x 0,01783
cmolc Mg²/dm³ = teor de MgO %/t x (n) x 0,0248


onde (n) = quantidade de calcário em toneladas.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Cálculo da dose de adubo para saturar parte da CTC

A análise de um solo apresenta os seguintes resultados:
K = 0,8 mmolc/ dm3
Ca = 0,7 cmolc/dm3
Mg = 0,3 cmolc/dm3
(H+ + Al³+) = 5,5 cmolc/dm³

Na aplicação do calcário pretendemos elevar o pH a 6,0. Com esta prática haveria uma liberação de cargas negativas equivalentes a 65% da Capacidade de Troca de Cátions – CTC a pH 7,0. Queremos que 3,5% da CTC seja saturada com potássio. Precisaríamos incorporar ao solo um adubo potássico – o cloreto de potássio. Qual a quantidade de KCl será necessário?.
1° Passo: Calcular a soma de bases (S)
S= Ca + Mg + K
Precisamos transformar K = 8 mmolc/ dm³ em cmolc/dm³.
Os demais cátions estão expressos em cmolc/dm³. Então, precisamos converter o K para cmolc/dm³.
K = 0,8 / 10 = 0,08 cmolc/dm³

S = 0,7+0,3+0,08 = 1,08 cmolc/dm³

2° Passo: Calcular a CTC a pH 7,0 (T)

T = S + (H+ + Al³+)
T = 1,08+5,5 = 6,58 cmolc/dm³

A CTC a pH 7,0 deste solo é igual a 6,58 cmolc/dm3. Sessenta por cento (65%) desta CTC corresponderia:
100% ........................ 6,58 cmolc/dm³
65% ........................   X cmolc/dm³
X = 65 x 6,58 / 100 = 4,27 cmolc/dm³

Deste valor 4,27, deve-se ocupar 3,5% com K
100% .......... 4,27 cmolc/dm³
3,5% ..........  X  cmolc/dm³K
X = 3,5 x 4,27 / 100 = 0,149 cmolc /dm³ K

3° Passo: calcular a reposição de potássio (K)
O solo, já possui 0,08 cmolc de K/dm³
Portanto, 0,149 – 0,08 = 0,069 cmolc de K/dm³ que faltam para se ter 3,5% da CTC a pH 6,0 ocupada por potássio.
Pela tabela 1 (veja mais abaixo) o coeficiente para transformar cmolc/ dm³ de K em g K é 0,3909. Então 0,069 x 0,3909 = 0,026972 g/dm³ de K

Pela Tabela II para transformar-se g/dm³ em kg/ha deve-se multiplicar por 2.000. Logo:


0,026972 g/dm3 de K x 2.000 = 53,94 kg/ha de K.

4° Passo: transformar K em K2O
Mas no fertilizante cloreto de potássio, o potássio está na forma K2O. Então, teremos que transformar os valores de K em K2O.
Para isto, usamos a Tabela 1 e encontramos o fator de conversão de 1,20458.


53,94 kg/ha x 1,20458 = 64,97 kg /ha de K2O.

5° Passo: calcular a quantidade de adubo potássico
Como o cloreto de potássio (KCl) tem 60% de K2O,
100 kg de KCl...................60 kg de K2O
X .kg de KCl ....................64,97 kg/ha de K2O
X = 64,97 x 100 / 60 = 108 kg/ha de KCl

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Quantidade de Ca e Mg Aplicado ao Solo por Dois Diferentes Calcários

Vamos calcular a quantidade de Ca e Mg expressos em cmolc/dm³ de duas fontes de calcário: o calcítico com 60% de CaO e o calcário dolomítico com 36% de CaO e 15% de MgO.

1° PASSO: transformar CaO em Ca
Pela Tabela 2.A, teremos:

1 kg CaO x 0,71470 = 0,71470 kg de Ca

1% de CaO equivale a 1 kg CaO/100kg de calcário ou 10 kg de CaO/1000 kg.
Pela Tabela 2A, 10 kg CaO x 0,71470 = 7,1470 kg de Ca ou 7.147,3 g de Ca.

2° PASSO:  Transformar g Ca em cmolc Ca
Na mesma Tabela 2.A, para transformar g Ca em cmolc de Ca basta multiplicar g x 4,9900.
Então:
1 cmolc Ca = 7.147,3 x 4,9900 = 35.665,027 cmolc Ca

Conclui-se que para cada 1% de CaO, aplicando 1 t/ha corresponde a 35.665,027 cmolc Ca/ha. Ou, se nosso calcário tem 60% de CaO.
35.665,027 cmolc Ca x 60 = 2.139.901,6 cmolc Ca /ha.
1 hectare = 10.000 m² = 1.000.000 dm²

Considerando uma camada de solo arável de 20 cm que é igual a 2 dm, teremos:
1 hectare = 1.000.000 dm² x 2 dm = 2.000.000 dm³. Logo,
2.139.901,6 cmol Ca/dm³.......... 2.000.000 dm³
X  cmolc/dm³ de Ca em ................... 1 dm³
X = (2.139.901,6 x 1) / 2.000.000 = 1,07 cmolc/dm³ de Ca

Com o calcário dolomítico, o mesmo raciocínio nos leva:
35.665,027 cmolc Ca x 36 = 12.839.409 cmolc Ca ou 0,64cmolc/dm³ de Ca

3° PASSO: Transformar g MgO em g Mg
1 kg MgO x 0,60311 = 0,60311 kg de Mg
No caso do MgO, 1% de MgO equivale a 1 kg MgO/100 kg ou 10 kg MgO/1000 kg.
Pela Tabela 2.A, vamos transformar MgO em Mg.
10 kg MgO x 0,60311 = 6,0311 kg Mg ou 6.031,1 g Mg
1 cmolc Mg = 6.031,1 x 8,.2304 = 49.638,365 cmolc Mg

Cada 1% MgO corresponde, numa aplicação de 1 t/ha de calcário dolomítico,
à 49.638,365 cmolc de Mg.
O calcário dolomítico possui 15% de MgO.
49.638,365 x 15 = 744.575,47 cmolc de Mg/ha ou 0,37 cmolc/dm³ de Mg.

744.575,47 cmolc/dm³ Mg ......2.000.000 dm³
................X cmolc/dm³...................1 dm³

X = (1 x 744.575,47) / 2.000.000 = 0,37 cmolc/dm³ Mg

Conclusão:

1.000 kg de calcário calcítico fornece – 1,07 cmolc/dm³ de Ca
1.000 kg de calcário dolomítico fornece – 0,64 cmolc/dm³ de Ca e 0,37 cmolc/dm³ de Mg

Os cálculos acima foram para você se familiarizar com o raciocínio e relembrar como chegar aos mesmos. Existe uma maneira simplificada que você chega aos mesmos resultados.
Os fatores abaixo são para ser lembrados pois chegam aos mesmos resultados acima de uma maneira mais rápida. Para cada 1 tonelada/ha aplicada de calcário:

Para cada 1% de CaO o fator a ser usado é: 0,01784 cmolc/dm³ de Ca²+
Para cada 1% de MgO o fator a ser usado é: 0,02481 cmolc/dm³ de Mg²+

Nos perguntamos, agora, donde veio esses coeficientes e como recuperá-los se os esquecermos.
Em 100 kg de calcário temos 1 kg de CaO, logo em 1000 ton. de calcário teremos 10 kg de CaO.
10 kg equivale a 10.000 g.
Pela tabela 2.A, g CaO para ser transformado em cmolc o fator é 3,5663. Então, 10.000 g CaO será 35.663 cmolc. 35.663 / 2.000.000 = 0,0178

O MgO encontramos 4, 9628 cmolc = 49628 / 2.000.000 = 0,02841

Aplicando estes fatores no exercício anterior, encontramos:
Calcário calcítico (60%CaO) = 60 x 0,01783 = 1,07 cmolc /dm³ de Ca²+
Calcário dolomítico (36% CaO e 15% MgO)
36 x 0,01783 = 0,64 cmolc/dm³ de Ca²+
15 x 0,02481 = 0,37 cmolc/dm³ de Mg²+

Portanto, mesmos resultados obtidos de uma maneira rápida. É só memorizar os fatores acima e os cálculos saem com rapidez.

Como já dissemos, estes resultados referem-se a 1 t/ha de calcário. se a quantidade for maior, os resultados encontrados devem ser multiplicados pela respectiva quantidade de produto a ser aplicado ao solo.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Interpretação da Análise do Solo - Parte 3 - Adubação

A adubação é a reposição dos nutrientes para as plantas. Cada planta tem uma necessidade de nutrientes. A análise do solo vai nos dar um espelho das condições de fertilidade deste solo. De acordo com os nutrientes disponíveis no solo, a recomendação vai se basear em tabelas fornecidas pelos órgãos de pesquisa. Para visualizar as publicações Parte 1 e Parte 2, basta acessar os links abaixo:
Interpretação Análise do Solo - Parte 1
Interpretação Análise do Solo - Parte 2

1° PASSO
Precisamos saber o teor de nutrientes no solo. Quem vai nos dar isto é o resultado da análise do solo. Para cada Estado brasileiro existe uma tabela com a classificação dos teores de nutrientes no solo.


Aqui verificamos que o K está expresso em mmolc/dm3. Para passar o teor de cmolc/dm3 para mmolc/dm3 basta multiplicar por 10. Ex.: 0,06 cmolc/dm3 de K é igual a 0,6 mmolc/dm3.
Por hipótese, seja um resultado de análise que aponta:
P (resina) = 4 mg/dm3
K = 0,05 cmolc/dm3. Para se adequar à tabela acima devemos multiplicar este valor por 10 para termos em mmolc/dm3. Ou seja, 0,5 mmolc/dm3.
Verificamos que o solo desta análise se enquadra na 1ª. faixa onde os teores de N, P2O5 e K2O são, respectivamente, 20 – 80 – 60.

2° PASSO
Agora devemos achar as fórmulas de fertilizantes que podem ser utilizadas.
Se dividirmos a recomendação 20-80-60 pelo menor número (20) teremos uma relação 1-4-3. Todas as fórmulas de fertilizantes que estejam nesta relação poderão ser usadas. O que vai diferenciar é a quantidade - quanto mais concentrada a fórmula menor a quantidade de adubo a ser aplicada. Para isto, multipliquemos toda relação por coeficientes:
x 5 = o resultado é uma fórmula 05-20-15
x 6 = 06-24-12
x 7 = 07-28-21
Qual a quantidade a aplicar de cada uma:
QF (kg/ha) = (dosagem recomendada / teor de nutriente na fórmula) x 100
QF = quantidade da fórmula de fertilizante em kg/ha
Dosagem recomendada do respectivo nutriente: ou N, ou P ou K
QF (kg/ha) = (20 / 5) x 100 = 400 kg/ha.
Com a fórmula 06-24-12 teremos QF (kg/ha) = (20 / 6) x 100 = 335 kg/ha
Com a fórmula 07-28-21 teremos QF (kg/ha) = (20 / 7) x 100 = 285 kg/ha


Nosso solo se enquadra na 1ª. faixa e as recomendações de N, P2O5 e K2O em kg/ha são 50-120-140. Se dividirmos pelo menor nutriente (50) teremos uma relação 1 – 2,4 – 2,8
Multiplicando esta relação por coeficientes teremos as seguintes fórmulas de fertilizantes:
x 7 = 07 – 16,8 – 19,6 arredondando teremos a fórmula 07 – 17 - 20
x 8 = 08 – 19,2 – 22,4 ou seja 08 – 20 – 22
x 9 = 09 – 21,6 – 25,2 ou seja 09 – 22 - 25
x 10 = 10 – 24 – 28
QF (kg/ha) = (50 / 10) x 100 = 500 kg/ha da fórmula 10-24-28
QF (kg/ha) = (50 / 7) x 100 = 715 kg/ha da fórmula 07-17-20 e assim por diante
Muitas vezes não conseguimos achar, no mercado, formulações com NPK igual ao que calculamos. Nestes casos, tenha em mente que é dada uma tolerância de ±10% . Além disto não podem ser comercializados fertilizantes sólidos NPK cuja soma dos três nutrientes é menor que 21. Para as misturas sólidas NP, PK, NK o mínimo é 18%.
Fórmula 04-10-06 soma = 20 (não pode ser comercializada)
Fórmula 00-08-08 soma = 16 (não pode ser comercializada)

As necessidades de N, P2O5 e K2O para o nosso solo, usado como exemplo, são 100-30-130. Relação 3,3 – 1 – 4,3 (divisão por 30).
x 6 = 19,2 – 06 – 25,8 ou 20 – 06 – 26
x 5 = 16,5 – 05 – 21,5 ou 16 – 05 – 22
Quantidade por hectare
QF (kg/ha) = (30 / 6) x 100 = 500 kg/ha de 20-06-26
QF (k/ha) = (30 / 5) x 100 = 600 kg/ha de 16-05-22
Não esqueçam da fórmula para encontrar as quantidades de adubo por hectare.
Espero ter atingido os objetivos de explanar de maneira fácil os conhecimentos nos 3 capítulos da "Interpretação de Análises de Solos". É só praticar. Qualquer dúvida, comentem ou peçam auxílio.

sábado, 25 de abril de 2009

Interpretação da Análise do Solo - Parte 2 - Calagem

A análise do solo é o principal item para quem quer obter alta produtividade em suas lavouras. Somente corrigindo a acidez e repondo os nutrientes, além de outras práticas agrícolas, como o uso de sementes certificadas, combate às pragas e doenças, cuidados na colheita, etc... é que poderemos alcançar boas produções nas lavouras. É claro, se o clima ajudar.
Na 1ª parte do assunto “interpretação de análise do solo” comentamos como interpretar a análise aliada às recomendações de calagem e fertilizantes.
Interpretação da análise do solo - Parte 1

Vamos abordar nesta postagem a calagem. Esta prática da calagem é importante para “matar” a acidez do solo. Quem vai nos dizer a quantidade que devemos usar é a análise do solo.

1° PASSO
Teremos que ter em mãos os seguintes índices encontrados ou não no resultado da análise do solo: V%, T, m%, teores de Ca, Mg e K, teor de Al e (H+Al), valor S (soma de bases), teor de argila do solo e PRNT do calcário. Se a análise não apresentar todos eles, teremos que calculá-los.
Seja uma análise de solo que apresenta os seguintes resultados:
pH em água – 4,4; pH em CaCl2 – 4,0
P (Mehlich) – 1 mg/dm³ ; P (resina) = 6 mg/dm³
K = 25 mg/dm³ ; Ca = 0,8 cmolc/dm³; Mg = 0,2 cmolc/dm³
Al = 1,6 cmolc/dm³ ; (H+Al) = 5,2 cmolc/dm³

Cálculo da soma de bases (S ou SB)

S = Ca + Mg + K + (Na)
ADVERTÊNCIA: a soma de bases é expressa em cmolc/dm³ ou mmolc/dm³. Na análise acima, o Ca e Mg estão expressos em cmolc/dm³. O K está expresso em mg/dm³. Para calcular Soma de bases (S ou SB), os elementos devem estar expressos da mesma forma, ou seja, em cmolc/dm³.
Portanto, é preciso transformar os 25 mg/dm³ de K em cmolc/dm³.
A expressão mg/dm³ é o mesmo ppm (unidade antiga) que significa “partes por milhão” = 1.000.000 g de solo.
Então, 25 mg/dm³ de K ------------------- 1.000.000 g de solo
......................X ----------------------------- 100 g

X= g K = 100 x 25 / 1.000.000 = 0,0025 g de K


Pode-se usar a tabela II para achar este resultado, bastando multiplicar os 25 mg/dm³ de K por 0,0001 = 0,0025
Agora devemos transformar 0,0025 g de K em cmolc/dm³
A fórmula a ser usada é:

Cmolc K = Massa atômica em g/Valência/1.000

A valência do K = 1
Logo,
1 cmolc K = 39 / 1 / 1.000 = 0,039 g/dm³ K
1 cmolc K -----------0,039 g K
.......Y ---------------- 0,0025 g K
Y = 0,0025 x 1 / 0,039 = 0,06 cmolc/dm³ de K
Portanto, 25 mg/dm³ K = 0,06 cmolc/dm³ de K

Sobre conversões de nutrientes da análise do solo, leia mais:
Tabela de conversão de unidades da análise do solo
Interpretação da análise do solo - cmolc e mg/dm³
Converter cmolc/dm³ de K, Ca, Mg e Na em mg/dm³
Converter dag/kg em g/kg e vice-versa

Soma de bases (S)
S= K + Ca + Mg + Na
S = 0,8+0,2+0,06
S = 1,06 cmolc/dm³

CTC efetiva (t)
t = S + Al 
t = 1,06 + 1,6
t = 2,66 cmolc/dm³

Porcentagem de saturação por Al (m%)
m (%) = 100 x Al / t
m (%) = 100 x 1,6 / 2,66;
m = 60,15%

CTC a pH 7,0 (T)
T = S + (H+Al) T 
T = 1,06 + 5,2;
T = 6,26 cmolc/dm³

Porcentagem de Saturação por Bases da CTC a pH 7,0 (V%)
V (%)= 100 x S /T
V (%) = 100 x 1,06 / 6,26
V = 16,93% (solo de muito baixa fertilidade)

Porcentagem de Saturação por Ácidos da CTC a pH 7,0 M%)
M(%) = 100 - V
M (%) = 100 - 16,93 
M = 83,07 %

2° PASSO
De posse dos dados do passo anterior estamos aptos a calcular a necessidade de calcário específica para cada estado conforme as fórmulas que apresentamos a seguir. Convém chamar a atenção que a fórmula para cálculo da necessidade de calagem pelo método V% é diferente quando o valor "T" está expresso em cmolc/dm³ ou em mmolc/dm³.
No caso de T expresso em cmolc/dm³, a fórmula é a seguinte:
NC (t/ha) = (V2-V1) x T / 100
No caso do valor "T" expresso em mmolc/dm³, a fórmula é a seguinte:
NC (t/ha) = (V2-V1) x T / 10 x 100
No cálculo da necessidade de calagem é importante a atenção no uso correto da fórmula no que diz respeito aos valores expressos da Capacidade de Troca de Cátions a pH 7.0 (CTC a pH7.0) ou valor "T".
Recomendo ler: 
Valor CTC mal aplicado superestima a necessidade de calagem

No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a Comissão de Química e Fertilidade do Solo publicou uma tabela para recomendação de calcário e adubação para diversas culturas destes Estados. A calagem é baseada no índice tampão SMP.

No Paraná e Mato Grosso, a necessidade de calagem baseia-se no valor da porcentagem de saturação por bases (V%). A recomendação é aplicada em solos que apresentam V% menor que 50% procurando atingir 60%. A fórmula a ser aplicada é a seguinte (baseada nos valores em cmolc/dm³ da análise acima):

NC (t/ha) = (
V2-V1) x T x f / 100
NC significa necessidade de calcário em t/ha;
T = capacidade de troca de cátions.
V2 = 60% (valor que buscamos)
V1 = valor V na análise. Pode ser calculada, também, V = 100 x S/T
f = 100/PRNT (foi incluído o fator "f" para calcular diretamente a correção do PRNT)
Pelos dados que já calculamos teríamos:
NC (t/ha) = (60 – 16,93) x 6,26 x 1,25 /100
NC = 3,37 t/ha
Calcário com 80% de PRNT, logo f = 100/80 = 1,25

No Mato Grosso do Sul é recomendada a calagem quando a porcentagem de saturação por Al (m%) for maior que 10%. No nosso exemplo m= 60,15%

NC (t/ha)= Al x 2 x f

NC (t/ha) = 1,6 x 2 x 1,25 = 4 t/ha

Em São Paulo aplica-se calcário para elevar o valor V a 70%. A fórmula de cálculo é a mesma usada no Paraná.

NC (t/ha)= (
V2-V1) x T x f / 100

Onde V2 será 70 e V1 o encontrado no resultado da análise.
NC (t/ha) = (70 – 16,93) x 6,26 x 1,25 / 100 = 4,15 t/ha
O teor de Mg deve ser elevado a um valor mínimo de 5. Daí a escolha de um calcário magnesiano ou dolomítico.

Nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso, a calagem é recomendada em função do teor de argila.
Para solos argilosos (mais de 20% de argila) a fórmula é:

NC (t/ha) = [(Al x 2) + 2 – (Ca + Mg)] x f


NC (t/ha) = [1,6 x 2) + 2 – (0,8+0,2)] x 1,25
NC = 5,25 t/ha

Em solos arenosos, em que o teor de argila é menor que 20%, usam-se duas fórmulas de cálculo e escolhe-se a que apresentar maior quantidade.

NC (t/ha) = (Al x 2) x f  
       (1)
NC (t/ha) = [2- (Ca + Mg)] x f      (2)

NC = (1,6 x 2) x 1,25       (1)
NC = 4 t/ha
NC (t/ha) = [2-(0,8+0,2)] x 1,25     (2)
NC = 1,25 t/ha Escolhe-se a maior quantidade: 4 t/ha.

Leia a Parte 3:
Interpretação da análise do solo - Parte 3

ATUALIZAÇÃO
Recomendo ler, também, os artigos da "Série Interpretação da  Análise do Solo" onde os conceitos da análise do solo são abordados individualmente.

O pH do solo na análise do solo - Interpretação da análise do solo (1)
Argila e matéria orgânica na análise do solo - Interpretação da análise do solo (2)
Cátions trocáveis e as CTC's na análise do solo - Interpretaçao da análise do solo (3)
Cátions ácidos e saturação por alumínio na análise do solo - Interpretação da análise do solo (4)
Percentagem de saturação por bases (V%) na análise do solo - Interpretação da análise do solo (5)
Necessidade de calagem pela análise do solo - Interpretação da análise do solo (6)
Percentagem de saturação dos cátions básicos na análise do solo - Interpretação da análise do solo (7)
Relação Ca:Mg na análise do solo - Interpretação da análise do solo (8)
Escolha do calcário para saturar Ca e Mg pela análise do solo - Interpretação da análise do solo (9)
Recomendação de adubação PK pela análise do solo - Interpretação da análise do solo (10)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Interpretação da Análise do Solo - Parte 1

O amigo Emmanuel Diego Oliveira, de Monte Castelo, São Paulo, nos solicitou que abordássemos um tema sobre "interpretação de análise de solos", calagem e adubação
Nos resultados da análise do solo os elementos são expressos de acordo com o SI – sistema internacional.

1° PASSO
Verificar se no resultado da análise e na tabela de recomendação os elementos estão expressos com unidades iguais. A maioria dos Estados brasileiros apresentam os resultados com os mesmos índices. Verificar a postagem do dia 23/04/2009. O fósforo (P), por exemplo, é expresso em mg/dm3, enquanto no Rio Grande do Sul é em mg/L.
Por exemplo: resultado dos teores de elementos de uma análise do solo.
PH em água – 5,3
Al - 6,8 cmolc/dm3
P – 2,8 mg/dm3
H - 36 cmolc/dm3
K – 2,5 mg/dm3
Matéria orgânica (MO)36 g/kg
Ca – 2,1 cmolc/dm3
Areia - 375 g/kg
Mg – 0,7 cmolc/dm3
Silte – 70 g/kg
Argila – 560 g/kg

2° PASSO
Verificar a tabela de interpretação referente à cultura. No resultado da análise observar em que classificação – muito baixo, baixo, médio, alto – ou em teores de nutrientes, se enquadra o solo.
Por exemplo: interpretação dos teores de fósforo (P) e potássio (K) para solos de Mato Grosso do Sul.



3° PASSO
Procurar nas tabelas de recomendação as quantidades de nutrientes a serem aplicados de acordo com a classificação deles na interpretação.
Vamos supor que o resultado da análise de solo de um produtor de Mato Grosso do Sul - MS, indicou P = 5,7 mg/dm3; K = 0,07 cmolc/dm3 e um teor de argila de 29 %.
Trata-se de um solo classificado na categoria argiloso a franco-argiloso pois contém mais de 20% de argila.
A adubação de manutenção recomendada para trigo em teores de nutrientes no MS é a seguinte:
(Chamamos a atenção que a recomendação abaixo refere-se ao fertilizante aplicado na semeadura. No MS, a recomendação de N em cobertura é, na média, de 30 kg/ha).



4° PASSO
De posse da quantidade de nutrientes, trabalhar no tipo de fórmulas de fertilizantes a serem recomendadas de maneira que as quantidades aplicadas por hectare supram as necessidades das plantas conforme a recomendação das tabelas fornecidas pela pesquisa.
O solo do nosso produtor está classificado com P e K baixos e é um solo franco-argiloso.
Portanto as recomendações para este produtor aplicar em nutrientes no solo é 5 a 15 kg/ha de N, 60 a 75 kg/ha de P2O5 e 45 Kg/ha de K2O. A quantidade de N é para ser usada na semeadura. Em cobertura a recomendação média para o MS é de 30 kg/ha quando o trigo estiver com 20 a 30 cm de altura.
Falta, então, achar a fórmula de fertilizante e a necessidade de calcário. Isto vai ser assunto para a 2ª e 3ª parte desta matéria.
Parte 2 (clique aqui)
Parte 3 (clique aqui)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

As Unidades Internacionais Usadas em Solos

NOVAS UNIDADES EM FUNÇÃO DO SISTEMA INTERNACIONAL

Em função da adoção do Sistema Internacional de Unidades (SI), o Brasil teve de adaptar uma série de unidades das medidas realizadas. Na área de solos as mudanças já vem sendo usadas há bastante tempo, e as antigas unidades usadas na interpretação de análises de solos foram substituídas pelas descritas abaixo. Pretendemos apenas relembrar os conceitos, principalmente para aqueles que não estão familiarizados com a interpretação de análises para recomendação de calagem e adubação. Além disto, isto vai ser importante no desenrolar de novas postagens sobre o assunto.

1. As bases de representação serão o (kg) ou o decímetro cúbico (dm³) no caso de sólidos e o litro (l) no caso de líquidos;
2. Os conteúdos serão expressos em quantidades de matéria podendo ser usado o (molc) ou o milimol de carga (mmolc) ou em massa com alternativas de grama (g) ou miligrama (mg);
3. Os resultados de cátions trocáveis como, Ca²+, Mg²+, K+, Al³+, acidez potencial (H+) + (Al³+) soma de bases (S) e capacidade de troca de cátions (CTC) serão apresentados em mmolc/dm³. O que significa multiplicar por 10 os resultados apresentados em cmolc/dm³ ;
4. A saturação de bases (V%) e a saturação de Alumínio (m%) continuam sendo expressas em (%);
5. Para os resultados que eram apresentados em ppm ou ug/cm3, como (P), (S-SO4), (Zn), (Fe), (Mn), (Cu), (B), a nova unidade será mg/dm3;
6. Os resultados de matéria orgânica (MO) serão apresentados em g/dm³ ou g/kg se as alíquotas forem medidas em peso, sendo os valores dez vezes maiores que os anteriormente expressos em porcentagem. Eventualmente, poderá ser utilizado o dg/dm³ ou dag/kg os quais equivalem aos valores expressos em percentagem;
7. Apesar da possibilidade de ser usado o cmolc/dm³ (centimol de carga), que é igual ao meq/100cm³, é recomendada a utilização do mmolc/dm³.



DICAS
meq/100cm³ (antigo) = cmolc/dm³3
meq/100cm³(antigo) x 10 = mmolc/ dm³
cmolc/dm³ x 10 = mmolc/ dm³
mg/dm³ = ppm (antigo)
% matéria orgânica x 10 = g/dm³ ou g/kg (se o laboratório usou a medida em volume ou peso)
K mg/dm³ x 0,0025641 = cmolc/dm3
K mg/dm³ x 0,025641 = mmolc/ dm3
A utilização do cmolc/dm³ ou mmolc/dm³ depende da tabela de adubação que será usada baseada nos dados expressos pelo Laboratório de Solos.