terça-feira, 6 de abril de 2010

Lama de Cal e Cinzas como Sucedâneos do Calcário

Outros corretivos, além do calcário, podem ser usados para corrigir a acidez do solo: cal virgem, cal apagada, calcário calcinado, cinzas, resíduos de indústrias, conchas marinhas moídas, e tantos outros. Entretanto, a eficiência deles depende do poder de neutralização (PN) e da reatividade (RE), que está ligada ao tamanho das partículas, isto é, à granulometria. Todavia, quanto maior o teor de impurezas no produto menor a sua eficiência na correção do solo e menor a sua qualidade.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Saturando com Potássio a CTC a pH 7,0

Se quisermos saturar este solo com potássio (K) em 5% da CTC a pH 7,0 devemos aplicar o cloreto de potássio como adubação corretiva.


A CTC do solo é 5,46 cmolc/dm³. Saturando 5% com potássio teremos: 0,05 x 5,46 = 0,27 cmolc/dm³.K. O solo possui 24 mg/dm³ K: precisamos transformar em cmolc/dm³. Clicando aqui Conversão de Unidades Internacionais o leitor conhecerá as diversas fórmulas de converter os dados de interpretação de uma análise de solo.
K mg/dm³ x 0,0025582 = cmolc/dm³ K
24 x 0,0025582 = 0,06 cmolc/dm³ K
Portanto 0,27-0,06 = 0,21 cmolc/dm³ K que faltam para ter-se 5% da CTC a pH 7,0 ocupada por potássio. Devemos, agora, transformar estes cmolc/dm³ K em g/dm³ K.
1 cmolc/dm³ K .....................0,3909 g/dm³ K
0,21 cmolc K/dm³.....................X g/dm³ K
X= 0,21 x 0,3909 /1 = 0,08 g/dm³ K
Isto significa que em 1 dm³ de solo temos 0,08 g/dm³ K
g/dm³  K = cmolc/dm³ K x 0,3909
Num hectare que corresponde a 2.000.000 dm³, teremos:
g/dm³ K x 2.000.000 = kg/ha K
0,08 x 2.000.000 = 160.000 g = 160 kg/ha K
Como no fertilizante cloreto de potássio o K está expresso em K2O, é preciso transformar os 160 kg K/ha em K2O. Usa-se o coeficiente 1,20458.
K2O = K x 1,202458
160 x 1,20458 = 192,7 kg/ha K2O
Como é obtido o coeficiente 1,20458?
em K2O temos........... K2. Usando os pesos atômicos teremos:
(39,09x2) + 15,99......39,09x2
em 94,17 temos.........78,18;
94,17/78,18 = 1,20458
Para se encontrar a quantidade de cloreto a ser aplicada, como adubação corretiva, parte-se de uma regra de três:
em 100 kg de KCl temos...................60 kg de K2O
...............X....................................192,7 kg/ha de K2O
X = (100 x 192,7) / 60 ;
X = 320 kg/ha de KCl

SIMPLIFICANDO
Vimos que a saturação com potássio de 5% da CTC deste solo corresponde a 0,27 cmolc/dm³ K. O solo, por sua vez, tem 24 mg/dm³ K que transformado em cmolc/dm³ K deu 0,06. Faltam, portanto, 0,21 cmolc/dm³ K.
Agora, inicia-se a simplificação.
1° - transformar cmolc/dm³ K em g/dm³ K
g/dm³ K = cmolc/dm³ K x 0,3909 = 0,08 g/dm³ K
2° - transformar g/dm³ K em kg/ha K
kg/ha K = g/dm³ K x 2.000 = 160 kg/ha K
3° - transformar kg/ha K em kg/ha K2O
kg/ha  K2O = kg/ha K x 1,20458 = 192,7 kg/ha  K2O
Para se encontrar a quantidade de cloreto a ser aplicada como adubação corretiva parte-se de uma regra de três:
em 100 kg de KCl temos...................60 kg de K2O
...............X....................................192,7 kg/ha de K2O
X = (100 x 192,7) / 60 ;
X = 320 kg/ha de KCl

OUTROS ASSUNTOS
TABELA DE CONVERSAO DE UNIDADES DAS ANALISES DE SOLOS
INTERPRETANDO A ANÁLISE DE SOLO
CALCULO DA DOSAGEM DE VINHAÇA
ABSORÇAO DOS NUTRIENTES DA SOLUÇAO DO SOLO

terça-feira, 30 de março de 2010

Fatores a Considerar na Escolha do Calcário

Os solos brasileiros, em geral, se caracterizam por serem solos ácidos, o que dificulta o aproveitamento dos nutrientes, que já são pobres, pelas plantas; além de contarem com elementos tóxicos, principalmente Al e Mn, que afetam o rendimento das plantas. O calcário vem sendo o produto mais utilizado na correção da acidez do solo. Com a calagem, há uma diminuição dos elementos tóxicos, um aumento nos teores de Ca e Mg; isto favorece um maior desenvolvimento do sistema radicular das plantas e, consequentemente, uma melhor absorção de água e nutrientes à profundidades maiores no solo.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Como Aumentar ou Manter, pela Calagem, a Relação Ca:Mg

Nossas últimas postagens têm sido baseadas nos resultados de uma análise de solo hipotética; a partir dela, já escrevemos sobre interpretação dos conceitos básicos, como soma de bases e CTC's; saturações por bases, por ácidos e por alumínio; e cálculo da necessidade de calagem feita em diferentes Estados brasileiros. E partindo da recomendação de calagem vamos abordar, nesta postagem, como manter a relação Ca/Mg, e, até mesmo, aumentá-la.


terça-feira, 23 de março de 2010

Cálculo da Calagem pelos Métodos Saturação por Bases e Alumínio

Na postagem Interpretação da Análise do Solo - Conceitos Básicos (clique aqui para ler), abordamos os cálculos da soma de bases (S), das CTC's efetiva e a pH 7,0 (potencial), da saturação por bases (V%), da saturação por ácidos (M%), e saturação por alumínio (m%). Vimos que a necessidade de calagem pode ser calculada pelos métodos saturação por bases e pela neutralização do Al. Abaixo, vamos mostrar as fórmulas adotados em alguns Estados brasileiros, com exceção do Rio Grande do Sul e Santa Catarina onde a quantidade de calcário é determinada através

quinta-feira, 18 de março de 2010

Interpretando os Conceitos Básicos da Análise do Solo

Na interpretação de uma análise de solo, vários conceitos básicos são importantes para uma recomendação de fertilizantes e corretivos para determinada cultura; conceitos como a soma de bases (SB), CTC efetiva (t) e CTC a pH 7,0 (T), percentagem de saturação por bases (V%), percentagem de saturação por ácidos (M%), e percentagem de saturação por alumínio (m%), e, é claro, mais os teores de pH em água ou em outro extrator, teor de argila, teores de macronutrientes primários (NPK), de Ca e Mg, e de micronutrientes. Um conjunto de informações necessárias para um bom conhecimento da fertilidade do solo, e, através deles, o ponto de partida para uma recomendação de adubação e correção do solo. Dependendo do laboratório, muitas vezes alguns dados devem ser calculados pelo técnico; daí o objetivo desta postagem.

terça-feira, 16 de março de 2010

Tabela de Conversão de Unidades das Análises de Solos

No dia-a-dia do trabalho nos deparamos com situações que exigem nossa memória ou conhecimentos de como chegar aos resultados: quem já não precisou, num certo momento, Conversor de Unidades de resultados macronutrientes ou transformar. Por isto o objetivo desta postagem de trazer aos leitores aquelas conversões mais usadas, e que são tão importantes conhecê-las, Para facilitar o trabalho de todos. Existem, é claro, muitas outras, eo leitor PODERÁ CONTRIBUIR enviando-as para enriquecimento da tabela abaixo.



quinta-feira, 11 de março de 2010

Coexistência de Milhos Bt e Convencional

A resolução normativa nº 4 de 16 de agosto de 2007 da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) prevê o cumprimento da lei que determina a coexistência de milho transgênico (Bt) com o convencional. O Ministério da Agricultura, através de seus fiscais, farão a fiscalização e já informaram às empresas ligadas à produção de cereais que irão a campo.
O produtor que plantar milho transgênico deverá verificar se seus vizinhos irão plantar híbridos convencionais. Se for positivo, o produtor deverá deixar uma bordadura de 10 linhas de milho convencional do mesmo ciclo e porte semelhante ao transgênico; e mais 20 metros que podem ser aproveitados com o mesmo híbrido convencional utilizado no plantio das 10 linhas, ou com estrada ou rodovia, ou com outra cultura, ou com áreas de pousio. O importante é lembrar que não poderá ser plantado milho transgênico nesta faixa de 20 metros.

Se entre uma área de milho transgênico e uma de híbrido convencional do vizinho existir outras culturas, ou outras culturas mais parte de estradas ou rodovias, e a distância mínima, entre as áreas plantadas com milho, for de 100 metros, o produtor, que plantar o transgênico, fica dispensado da bordadura nesta divisa. Bom é relembrar que não poderá ser plantado milho transgênico nestes 100 metros.

Se as lavouras de milho transgênico forem vizinhas entre si, o produtor não precisará fazer a bordadura.
Os grãos colhidos na área convencional devem ser considerados como milho geneticamente modificado.
Áreas de Refúgio e manejo da resistência de insetos.
Estas áreas permitem que, na redondeza da lavoura com milho Bt, ocorra uma população de insetos suscetíveis, e estes se cruzem com os insetos resistentes da área com o gene Bt, obtendo-se, com isto, uma descendência de insetos suscetíveis evitando o aparecimento dos resistentes. A recomendação é que estes refúgios representem 10% da área total de milho e que não fiquem mais de 800 metros de distância da lavoura de milho Bt. Nestas áreas de refúgio, o milho híbrido usado deve ser da mesma variedade e com o mesmo ciclo.
O certo é que a fiscalização vai ser rigorosa, e pesadas multas serão impostas àqueles que não cumprirem a lei.

Outros Assuntos
Liberada a primeira soja transgênica brasileira
Metade do milho plantado pode ser transgênico
Soja transgênica com ômega 3
Rotulagem dos produtos transgênicos

terça-feira, 9 de março de 2010

A Importância da Dosagem de Vinhaça

A vinhaça é resíduo líquido resultante do processo de fabricação do álcool, rica em potássio (K), matéria orgânica, cálcio e outros nutrientes como nitrogênio, fósforo, sulfatos e água. Cada litro de alcool produzido gera 10 a 13 litros de vinhaça. É um material corrosivo, mal cheiroso, pH ácido, condutividade elétrica (CE) elevada, e alta DBO (Demanda Bioquímica e Oxigênio), e que carece de cuidados para não poluir o lençol freático. As áreas para aplicação de vinhaça não podem estar contidas nos domínios das Áreas de Preservação Permanente - APPs ou de Reserva legal ou nas áreas de proteção de poços. As áreas devem estar, ainda, afastadas um quilometro das áreas populacionais.
Nas áreas em foi aplicada a vinhaça, a adubação vai depender do teor de nutrientes e da quantidade de vinhaça aplicada; da fertilidade do solo; e da produtividade esperada.
A concentração máxima de potássio no solo não poderá exceder 5% da CTC a pH 7,0. Por exemplo: um solo com CTC7.0 de 4,0 cmolc/dm³, seu limite será (5/100) x 4 = 0,05 x 4,0 = 0,20 cmolc/dm³. Transformando este valor em mg/dm³ de K teremos: mg/dm³ de K = 0,20 x 390 = 78 mg/dm³ de K. Um cmolc/dm³ de K é igual a 0,3909 g K que é igual 390 mg/dm³. Como mg/dm³ x 2 = kg/ha, teremos 78 x 2 = 156 kg/ha de K. Em K2O, 156 x 1,20458 = 187,90 kg/ha de K2O. Lembre-se K x 1,20458 = K2O. E, K2O x 0,83016 = K.
A dosagem de vinhaça a ser aplicada na cana-de-açúcar é conhecida pela fórmula abaixo conforme portaria 4231 da CETESB:

QV = m³/ha = [(0,05 x CTC – Ksolo) x 3744 +185] / Kvinhaça

QV = quantidade de vinhaça em m³/ha;
0,05 = 5% da CTC a pH 7,0;
CTC = valor da CTC a pH 7,0;
Ksolo = teor de potássio (K) em cmolc/dm³, na profundidade de 0,80 cm;
3744 = constante que transforma cmolc K/dm³ para kg K/ha na profundidade de 0,80 cm;
185 = kg de K2O extraído pela cultura por hectare e por corte;
Kvinhaça = teor de K na vinhaça expresso em kg K2O/m³.
Existem muitas controvérsias em relação à aplicação desta fórmula: alguns pesquisadores acham que não se deve limitar em 5% o potássio da CTC potencial; além disto ela é para ser aplicada em todos os solos cultivados com cana. Ora, os solos são diferentes de região para região quanto à fertilidade e à densidade aparente. Contestam, também, do emprego da CTC a PH 7.0 (potencial) em lugar da CTC efetiva; possível superestimação da soma de bases e dos teores de H+Al.
Exemplo: Seja um solo com CTC a pH 7.0 = 4,3 cmolc/dm³; K = 0,20 cmolc/dm³ e a vinhaça com um  teor de K20 = 0,35 kg/m³.
Aplicando a fórmula,
QV = [(0,05 x 4,6 - 0,20) x 3744 + 185] / 0,35
Aqui os conhecimentos de matemática são postos em prática. Em operações com colchetes e parenteses, primeiro se resolve o que está contido nos parenteses e depois o que ficou dentro dos colchetes; iniciando pela multiplicação e depois divisão.
QV = [(0,23 - 0,20) x 3744 + 185] / 0,35
QV = [0,03 x 3744 + 185] / 0,35
QV = [112,32 + 185] / 0,35
QV = 297,32/0,35 = 849,48 m³/ha

O prof. Dr. Gilsom Moura Filho apresentou no XVIII Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem, em Maceió, 2007, uma fórmula em que a constante 3744 foi substituída pela constante 5242. Esta constante, 5242, converte os valores cmolc/dm³ de K em kg K2O/ha, a uma profundidade de 0,80 m e uma densidade aparente do solo de 1,4 mg/dm³. Além disto, considerou para o cálculo 6% da CTC ou seja 0,06.
QV = [(0,06 x CTC solo - Ksolo) x 5242 + 185] / K2O kg/m³
O mesmo Dr. Gilson apresentou um quadro referente à quantidade de nutrientes fornecidos em função da lâmina de vinhaça aplicada ao solo, demonstrado abaixo. Para chegar aos valores foram considerados nitrogênio igual a 0,40 kg/m³; fósforo (na forma de P2O5) igual a 0,10 kg/m³;e o potássio (como K2O) igual a 3 kg/m³.

Para se achar a quantidade de m³/ha em função da lâmina em milímetros, basta usar este cálculo:
m³/ha = mm X 10. Por outro lado mm = m³/ha / 10.

sábado, 6 de março de 2010

Soja transgênica contaminada com agrotóxico

Um assunto que merece atenção é a denúncia feita pelo Eng°Agr° Valdir Izidoro Silveira, presidente da CLASPAR (Empresa Paranaense de Classificação), dizendo que parte da produção de soja transgênica do Paraná apresenta resíduos de "glifosato" acima do permitido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Cento e cinquenta amostras foram analisadas, referente à safra 2006, sendo detectados resíduos de glifosato em mais de 70% delas. Izidoro ponderou que é uma situação muito grave tanto para a saúde humana como para a economia do Paraná. Em quase oito amostras de grãos de soja transgênica, os resultados apresentaram um excesso de resíduos de glifosato, entre 14,44 e 36,00 mg/kg: o permitido pela Anvisa é de 10 mg/kg de grãos de soja.
A Secretaria da Agricultura do Paraná detectou um acréscimo de 97% de resíduos de glifosato em grãos de soja transgênica e que a utilização do agrotóxico, que vem aumentando gradativamente, contribuirá, também, para a contaminação do solo; além de apresentar um risco muito sério à saúde humana. Segundo relatórios da mesma Secretaria, o consumo, neste caso, pela população paranaense, é de quase três toneladas de princípio ativo do glifosato. No que se refere à economia do Paraná poderão advir restrições ao Brasil, pelos países importadores, motivadas pela alta contaminação.