quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta gera Agricultura Sustentável



A agricultura sustentável é baseada em três pontos fundamentais adoção de práticas produtivas, elevar a renda do produtor rural, melhorando a sua qualidade de vida, e proteção ao meio ambiente. Os Sistemas Agroflorestais, ou seja, áreas com lavouras, pecuária e florestas, estão dentro deste contexto de uso sustentável do solo. O Brasil possui uma extensa área de degradação e baixa produção de forragens. Como resultado disto, encontramos baixa produção de leite e carne, a presença da monocultura em solos ácidos e com baixo teor de nutrientes que se traduz
em queda de produtividade das lavouras. Já abordamos assuntos sobre agricultura sustentável e recuperação de solos degradados:
Agricultura sustentável
Recuperação de solos degradados

TIPOS DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS

1.  Agrossilvicultura -  quando árvores são consorciadas com lavouras cultivadas;
2.  Silvipastoril - quando árvores são consorciadas com pastagens e/ou animais;
3. Agrossilvipastoril - quando árvores são consorciadas com lavouras, pastagens e/ou animais. Atualmente, este sistema é denominado Sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).

BENEFÍCIOS DOS SISTEMAS ILPF

A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) acarreta vários benefícios: manutenção da fertilidade do solo, proteção contra a erosão e degradação do solo, conservação das espécies nativas e de valor econômico, proteção da fauna, etc. As árvores florestais possuem raízes profundas que exploram as camadas mais profundas do solo, absorvem os nutrientes destas camadas e os devolvem, através da queda de folhas, galhos, sementes, realizando uma reciclagem. Já falamos sobre este assunto:
Reciclagem de nutrientes do solo

Este sistema diminui os custos de produção, proporcionando maior produtividade e lucro para o produtor rural, pela venda de carne, leite, grãos e madeira. O desmatamento é praticamente zero, pois não há necessidade de abertura de novas áreas para se conseguir aumento de produção. Bem implantado e bem manejado o sistema garante aumento de produtividade por área.
O produtor rural deve ter cuidado na escolha das espécies arbóreas, as quais não podem ser tóxicas para os animais e para as outras plantas cultivadas.
A manutenção da camada superficial do solo com cobertura é uma grande aliada contra as perdas de terra, na erosão provocada pela água da chuva e pelo vento. Um solo descoberto perde muita terra com a erosão, terra esta rica em matéria orgânica e nutrientes naturais e aplicados através dos fertilizantes. As perdas de terra num solo descoberto ultrapassam 100 t/ha/ano. Em lavouras, como o milho, as perdas andam ao redor de 90 t/ha/ano. Para comparar, um solo cultivado num sistema ILPF apresenta perdas que não chegam a 0,3 t/ha/ano, enquanto no solo de floresta nativa é menos de 0,1 t/ha/ano.
O Sistema Integração-Pecuária-Floresta é muito indicado para a recuperação de pastagens degradadas. Neste caso, a pastagem é consorciada com Eucalipto e tem dado bons resultados.

MANEJO DO SISTEMA ILPF

Na consorciação pastagem e eucalipto, o pasto apresenta uma melhor qualidade. Os animais ganham com isto. Há uma formação de sombra. Aos seis anos, o produtor já conta com uma renda extra, oriunda do Eucalipto, pela venda de mourões, escoras, postes, carvão. A EMBRAPA desenvolveu o sistema Santa Fé no qual a forrageira é implantada em consorciação com as lavouras de grãos.
Na implantação do Eucalipto, os espaçamentos são maiores (10 x 4) e nas entrelinhas é feito o plantio das lavouras de grãos de interesse econômico. No terceiro ano é feita a implantação da espécie forrageira. Os ganhos recebidos, com as lavouras de grãos e com a pecuária, pagam os custos despendidos com a implantação do Eucalipto.
A calagem e a aplicação de fertilizantes, por ocasião da formação das lavouras econômicas, são aproveitadas, posteriormente, para a formação de pastagens, através do efeito residual do adubo, da reciclagem de nutrientes. Por outro lado, a floresta dá sombra para os animas, os resíduos vegetais que caem no solo aumentam o teor de matéria orgânica, devolve nutrientes para o solo e o sequestro de carbono. Para saber mais sobre carbono - sequestro, estoque e créditos - acesse os links:
O sequestro de carbono
Importância do estoque de carbono no solo
Créditos de carbono para redução de GEE's

A implantação de um sistema ILPF exige a adoção de práticas agronômicas para lograr êxito. Não basta somente plantar e esperar colher bons frutos no empreendimento. O sistema exige conhecer a fertilidade do solo, através de uma boa coleta de amostra e enviada para análise, o emprego da calagem, da fosfatagem e a utilização de adubação de manutenção, ao lado de espécies forrageiras adaptadas para a região, plantio na época correta e bom manejo. Já mostramos como coletar amostra de solo e como calcular a calagem:
É importante fazer a análise do solo
Interpretação da análise do solo - Parte 2 - Calagem

Para implantar este sistema, o produtor rural conta com recursos financeiros do Programa ABC - Agricultura de Baixo Carbono com juro baixo e prazo longo. Para saber mais sobre o Programa ABC acesse o link:
Programa ABC incentiva uma agricultura sustentável


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