Um dos nutrientes mais importantes no lodo de esgoto é o nitrogênio (N). O nitrogênio tem uma concentração de 1 a 6%. Esse nutriente se apresenta nas formas orgânica e inorgânica. O N-amoniacal (N-NH3), o N-nitrato (N-NO3) e o N-nitrito (N-NO2) fazem parte da forma inorgânica. A fração N-inorgânica deve ser submetida à mineralização pela ação dos microorganismos do solo para que esteja em condições de ser absorvida pelas plantas, nas formas nítrica e a amoniacal. Os lodos de esgoto apresentam a vantagem
de melhorar as propriedades do solo, pois eles possuem de 40 a 70% de matéria orgânica. Na melhoria das propriedades do solo, o sistema radicular das plantas possuem um melhor desenvolviemnto, aumento do pH do solo, melhora da atividade dos microorganismos do solo e uma melhor disponibilidade dos nutrientes para os vegetais.
Uma vantagem da forma N-amoniacal é de não aumentar a acidez do solo, mesmo em solos corrigidos. A matéria orgânica precisa ser mineralizada para tornar o seu nitrogênio disponível para as plantas, tanto na forma amoniacal como nítrica. O íon amônio (NH3) possui carga positiva e, dessa forma, ele se fixa ao complexo coloidal, diminuindo os problemas de lixiviação. Com o processo da nitrificação o N-NH3 passa à forma N-NO3 que, por possuir carga negativa, é pouco adsorvido no complexo coloidal, o que facilita a sua lixiviação e problemas ao meio ambiental pela contaminação do lençol freático. Dessa maneira, devemos aplicar doses menores de nitratos no solo. O N-NH3, por sua vez, está sujeito à volatilização da amônia e à desnitrificação, provocando perdas de N. Para cálculo do N disponível existem fórmulas, dependendo do modo de aplicação do lodo.
1) Aplicação "superficial" do lodo de esgoto
Ndisp.(mg/kg) = (FM/100) x (NKj - N-NH3)+ 0,5 x (N-NO3 + N-NO2)
2) Aplicação "subsuperficial" do lodo de esgoto
Ndisp (mg/kg) = (FM/100) x (NKj - N-NH3) + (N-NO3 + N-NO2
NKj é o chamado nitrogênio Kjeldahl.
Nitrogênio Kjeldahl (mg/kg) = N orgânico total + N amoniacal.
FM vem a ser a "taxa de mineralização" que é variável conforme as condições abaixo:
40% para o lodo de esgoto não digerido;
30% para o lodo de esgoto digerido aerobicamente;
20% para o lodo de esgoto digerido anaerobicamente;
10% para o lodo de esgoto digerido compostado.
3) Quantidade de lodo de esgoto para aplicação
A quantidade (Q) de lodo vai ser em função da quantidade de N recomendada para a cultura (em kg/ha) e o teor de N disp. encontrado no cálculo das fórmulas acima.
Q (kg/ha) = N recomendado (kg/ha) / N disp. no lodo.
Q (kg/ha) = N recomendado (kg/ha) / N disp. no lodo.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente propõe uma outra fórmula para calcular o Ndisp. em função da Taxa de Mineralização do Nitrogênio (TMN) e o N total do lodo.
Ndisp. (kg/t de lodo) = N total (kg/t de lodo) x TMN / 100
LEIA: O lodo de esgoto no contexto da resolução 375/06
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